segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Admissão dos novos membros da UAC em Febres

Os 13 novos membros da UAC de Febres, Corticeiro, São Caetano e Vilamar.



domingo, 30 de agosto de 2015

sábado, 29 de agosto de 2015

Da Polónia, com amor

Para o padre João Pedro, pároco de Febres, Agosto é significado de muito trabalho.
As igrejas enchem-se de fiéis e as cerimónias de casamento e baptizados seguem-se umas atrás das outras. Ainda assim, foi com simpatia e disponibilidade que o pároco nos abriu a porta de sua casa, onde nos contou cada capítulo da sua vida…da Polónia a Portugal, passando pelo Brasil.
Chama-se Jan Piotr Stawicki mas na freguesia de Febres todos o tratam por padre João Pedro. Quem frequenta a igreja já lhe conhece a pronúncia, com um travo de polaco e um outro tanto de português do Brasil, mas também a simpatia com que acolhe todos os que procuram a palavra de Deus ou apenas alguém com quem conversar.
Pároco desta freguesia desde 2011, o Pe. João Pedro nasceu em 1963 na Polónia, mais precisamente em Kowal, “um lugarzinho como Febres, com pouco mais de 5 mil habitantes”. Oriundo de uma família numerosa, em que a religião era uma peça central e onde se respiravam os valores cristãos, o polaco percebeu bem cedo aquela que viria a ser a sua vocação: ser padre. “Quando eu era jovem, as igrejas da Polónia estavam sempre cheias, assim como os seminários. Um dos meus irmãos [tem cinco] já estava a estudar para padre e na minha família já havia quatro padres (tios maternos e paternos) ”, refere, acrescentando que, talvez por isso, não tenha havido grande sobressalto no momento em que decidiu contar aos pais que iria para o seminário.
“Claro que eles ficaram um pouco surpreendidos mas ficaram mais contentes ainda. Nessa altura eu não era muito ‘santo’ e eles até ficaram satisfeitos por eu ter escolhido um caminho certo no meio de tantos outros que podiam ser errados”, refere com humor.
A rebeldia da juventude, como nos conta, manifestava-se principalmente no incumprimento dos horários estabelecidos pelos progenitores: “Os meus pais ficavam preocupados porque nessa altura na Polónia existia o recolher obrigatório à 20h00 e eu andava pela rua e não chegava a casa a horas. Muitas vezes vinha já com os efeitos do gás lacrimogéneo, porque me metia nas brigas com a polícia”, recorda.
Filho do presidente de uma cooperativa agrícola, o Pe. João Pedro confessa ter tido uma infância “muito feliz”, apesar da situação conturbada da Polónia, nesse período ainda sob a alçada comunista. Enquanto petiz, o polaco afirma que era de gostos simples: “Naquele tempo, uma pessoa alegrava-se com tudo o que tinha. Não havia computadores, smartphones, nem nada disso… Muitas das vezes, o nosso doce era um simples pão molhado com água e com açúcar por cima. Porém, apesar das dificuldades, havia uma grande convivência”.
As brincadeiras eram “muito semelhantes às portuguesas” e passavam- se essencialmente na rua, a jogar futebol ou em corridas. “No entanto, os meus desportos eram um pouco diferentes. Eu gostava mais de atletismo, especialmente de salto em altura. Também costumava andar de planador e saltar de pára-quedas, uma actividade que era muito desenvolvida na Polónia e acessível a todos”, refere, desvendando-nos o seu lado mais radical.
Outro dos hobbies do Pe. João Pedro, e que ainda hoje mantém, é tocar guitarra. “Tocava na banda da escola, na banda da igreja, na banda da cidade, na banda dos escuteiros [que frequentou durante 12 anos]… Na minha família havia muita gente ligada à música e por isso esta fazia parte do nosso dia-a-dia. Nos povos do Leste é muito comum tocar-se instrumentos, sobretudo de cordas”, explica-nos.

O início
Foi durante o período de férias que o polaco descobriu que queria ser padre. “Na altura, frequentava todos os Verões, com os meus amigos, um acampamento de duas semanas que se chamava ‘Férias com Deus’ e que se realizava no Sul da Polónia, no meio das montanhas”. Lá, os dias eram dedicados à oração, “mas havia também muitas actividades, muita conversa e muito canto”, recorda o padre, acrescentando que foi desses encontros que nasceu a sua vocação.
Antes, chegou ainda a entrar na Faculdade de Varsóvia no Curso de Engenharia Florestal mas logo desistiu e foi para a Sociedade do Apostolado Católico, a mesma congregação que o irmão havia frequentado. “Entrei no curso para confirmar que era capaz mas o meu desejo já era seguir pelo caminho do seminário. Cheguei mais tarde que os outros seminaristas mas rapidamente apanhei as matérias e fiz novos amigos”, conta-nos.
No seminário a integração não poderia ter corrido melhor. Fez parte da banda de música, participou em várias peregrinações e chegou a trabalhar com toxicodependentes e alcoólatras. Mais tarde, tirou Filosofia e Teologia na Universidade Católica de Varsóvia.
Ainda durante os tempos de seminário, o Pe. João Pedro manteve sempre bem presente um sonho: tornar-se missionário na Amazónia. “Já tinha a tendência para a floresta e então tinha a ideia fixa de ir para lá”. Para tal, chegou a tirar um pequeno curso de enfermagem, anestesiologista e instrumentalista, que punha em prática no seminário ajudando o dentista e o médico de serviço e fazendo pequenos curativos em quem necessitava. “Sabia que isso iria ser útil caso fosse para a Amazónia. Porque lá, um padre deve ser também enfermeiro, professor, etc.”, explica.
Durante os anos de seminário, todavia, chegou a ponderar se o caminho que estava a seguir era o correcto. “Várias vezes perguntei-me se era mesmo aquilo que queria para a minha vida. Num momento crucial, quando já era Diácono, pedi a Deus um sinal e ele deu-me um tão grande que não tive dúvidas de que era para continuar”.
A 6 de Maio de 1989 foi finalmente ordenado sacerdote. Depois disso, durante um ano, fez vários tipos de serviços: foi capelão num hospital, organizou retiros para doentes, foi capelão numa congregação feminina e vigário numa paróquia polaca; até que em 1990, com 27 anos, veio para Portugal para frequentar um Curso Erasmus de Letras, na Universidade de Lisboa.
“Esse período foi muito interessante. Só na minha turma havia alunos de 14 nacionalidades, sendo que eu era o único e primeiro padre da história do curso”, diz. O objectivo do polaco era aprender a Língua Portuguesa, e, como tal, estar mais preparado para cumprir o seu desejo de partir rumo à Amazónia.
Cada vez mais perto de concretizar o seu sonho, o polaco regressou entretanto à sua terra natal já com o visto permanente para viajar para o Brasil. “Estava prontinho para finalmente ir para a selva amazónica quando o Cardeal Patriarca de Lisboa, António Ribeiro, pediu à congregação dos Palotinos, da qual faço parte, que fosse para a paróquia de Odivelas e eu lá fui”.
Em Odivelas, o Pe. João Pedro foi Vigário e o seu trabalho era essencialmente relacionado com o grupo de escuteiros e de jovens, com quem organizava peregrinações a Fátima (as primeiras de Lisboa), festivais, entre outras coisas.
“A paróquia era muito grande e muito complexa. Era um trabalho muito intenso mas motivador”, afirma, acrescentando que, entretanto, em 1997, é-lhe pedido que parta para o Rio de Janeiro, no Brasil, onde se veio a deparar com uma realidade bem diferente daquela de onde vinha.
“Nos primeiros tempos fiquei como pároco numa das favelas mais sangrentas do Brasil, a Favela da Maré. Era um local complicado, em que praticamente cada dia havia um novo cadáver no meio da rua. Porém, lá a igreja era muito respeitada e pude conhecer a hospitalidade e bondade daquele povo simples”, afirma.
Depois da favela, passou para a paróquia de Niterói, “uma das zonas mais bonitas que já vi”, e onde desenvolveu principalmente o trabalho com os mais necessitados e com os jovens. Aí as cerimónias, como nos conta, “eram muito animadas. A música era uma constante. As pessoas batiam palmas, cantavam e oravam com as mãos no ar… era muito bonito”.
Algum tempo depois, é eleito superior da congregação Palotina no Brasil e muda de funções. “Nesse período o meu trabalho era essencialmente visitar as comunidades de vários locais do Brasil. Cheguei finalmente a conhecer a Amazónia, mas o desejo de ser missionário por lá ainda não foi realizado”, revela-nos, sem qualquer tipo de mágoa.
Assim que terminou os quatro anos como superior da congregação, o Pe. João Pedro regressou, a seu pedido, para Portugal como Reitor da Congregação e Capelão dos polacos. “Na altura [2011] foi-me pedido que viesse para Febres porque os padres brasileiros que aqui estavam queriam regressar ao Brasil”, explica-nos.
O paraíso
Em Febres, refere, descobriu “um novo Portugal. Um Portugal talentoso, de pessoas que gostam de cantar, de compor, de tocar instrumentos”, afirma visivelmente feliz.
Actualmente também à frente das paróquias de São Caetano, Vilamar, Corticeiro de Cima e Praia de Mira, o Pe. João Pedro, que conta com a ajuda de dois vigários também polacos, refere que não tem mãos a medir: “Aqui, principalmente durante o Verão, as igrejas enchem. A nossa paróquia anima-se muito quando chegam os meses de Julho e Agosto, em que se realizam várias cerimónias de baptizado e casamento no mesmo dia”. Depois de ter passado por tantos locais, o padre polaco, que no meio da população se sente “como peixe na água”, já sabe como se adaptar às circunstâncias.
“Sou eclético e felizmente adapto-me muito bem aos lugares onde estou. Se estou no Brasil procuro ser brasileiro, se estou em Febres tento ser uma pessoa mais da terra. Aqui sei, por exemplo, que tenho que fazer homilias curtas para que não dispersem a atenção”.
Nas suas missas, preparadas atempadamente e ao pormenor, tenta introduzir sempre um pouco de actualidade e da história da igreja ou dos santos “menos conhecidos”. Ao mesmo tempo, aposta numa ligação forte com os paroquianos, “que cada vez têm mais tendência a afastarem-se da igreja por vários motivos”, demonstrando- se disponível para os ouvir ou ajudar quando necessário.
Fã assumido do Papa Francisco, o Pe. João Pedro concorda com o ideal de uma igreja “que tem espaço para todas as pessoas”. Uma igreja que não reprime, que não esconde, que não exclui: “O Padre Francisco é uma bênção porque fala muito aos sacerdotes e aos bispos tentando mudar um pouco a mentalidade, aquele clericalismo que não é muito saudável. É importante que as pessoas percebam que a igreja tem que ir para a periferia, onde as pessoas muitas vezes estão desprezadas e pouco amadas”.
Aos 52 anos, e com 26 anos de sacerdócio, a sua principal “missão” é, deste modo, tentar animar os vários sítios da freguesia, “porque há uns mais interessados em fazer coisas e outros menos”. “Quero que as pessoas ganhem mais vontade, mais ânimo pela religião e pela própria vida… Quando cá cheguei muitos destes lugares não comemoravam as suas festas e as igrejas e capelas estavam vazias, agora já se nota as coisas a mudarem”, afirma, orgulhoso.
Outros dos objectivos é apostar ainda mais nos cursos Alpha e COR (Curso de Orientação Religiosa), de forma a chegar a mais pessoas, essencialmente jovens, atraindo-as para a igreja e para a palavra de Deus. “Estes cursos trazem muitas mudanças. Várias pessoas que se julgavam totalmente afastadas da igreja, encontraram-se novamente depois de frequentarem estes cursos”, sublinha.
Voltar à Polónia, sem ser para férias, não faz parte dos planos do Padre João Pedro, pelo menos por enquanto. “Gosto de estar por Febres e, até permitirem, é aqui que prefiro ficar. Isto é o meu ‘paraíso’, é um sítio lindo, muito verde, e com muitas potencialidades”, afirma peremptório e de sorriso nos lábios, terminando a nossa entrevista com uma frase da Bíblia que muito lhe diz: “Não alcancei ainda o meu objectivo, nem sou perfeito, mas corro para ver se o alcanço já que fui alcançado por Jesus Cristo!”
Autor: Redacção (Carolina Leitão)
http://www.imprensaregional.com.pt/aurinegra/pagina/seccao/5/noticia/1444

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Paróquia Imaculada Conceição celebra Santa Missa com bênção especial para as famílias

Na sexta-feira, 21, dezenas de famílias estiveram presentes na Santa Missa celebrada na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Cachoeiras de Macacu. O motivo? Uma bênção especial para cada uma das famílias presentes na celebração. Assim, a comunidade local comemorou a passagem da Semana da Família, data instituída pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, e comemorada sempre no mês de agosto.
- Nenhuma família que veio aqui hoje é um modelo para nós. Apenas a Sagrada Família pode nos inspirar: simples, humilde, mas com sabedoria. Eles sim, sabiam encontrar a felicidade diante das dificuldades – afirmou o Pároco local,  Pe. Lucas Kaczmarek. 
Durante a celebração, o sacerdote destacou que o cristão deve cuidar de sua fé com o mesmo zelo que demonstra ter por seus bens materiais. Pe. Lucas disse, ainda, que a família tem que praticar o exercício diário da oração, retribuindo a Deus por todo amor dEle pela humanidade, mesmo diante de tanto descaso. - Eu sei que você acorda cedo, trabalha o dia inteiro e, de noite, chega em casa cansado. E durante esse tempo, você fala com Deus? Já pensou que Ele quer apenas um pouquinho da sua atenção? Deixe ele entrar no seu carro, fazer parte do seu dia e do cotidiano da sua família – completa.
Na ocasião, foi apresentada a nova pastoral da comunidade paroquial: a Pastoral Familiar. O grupo foi instituído há cerca de um mês, e vem se reunindo frequentemente para iniciar, em breve, suas atividades na localidade. Após a bênção final, as famílias presentes formaram filas no centro e nas laterais da igreja para serem abençoadas diante do Santíssimo Sacramento. Encerrando a noite, as famílias participaram de uma partilha no Centro Pastoral São Vicente Pallotti.

Texto e fotos: Fernanda Aires

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

1º Retiro no Mosteiro Trapista – NS. do Novo Mundo – Campo do Tenente /PR


Neste último fim de semana, dias 21, 22 e 23 de agosto, mês no qual rezamos pelas vocações, tivemos uma experiência única e inesquecível.
Participamos do primeiro retiro no Mosteiro Trapista, Nossa Senhora do Novo mundo, na cidade de Campo do Tenente, distante 90 kg de Curitiba- Paraná.
A ideia de fazer esse retiro surgiu em uma conversa de amigos no sábado depois do domingo de Páscoa. Depois de trocar muitos e-mails, finalmente agendamos e organizamos tudo para partir nessa viagem.
Nosso grupo, com 14 pessoas (e a Ana no ventre de sua mãe), que participam das paróquias palotinas de São Sebastião em Itaipu e NS. de Fátima em Itaipuaçu, seguiu para o mosteiro trapista onde hoje vive o Pe. Estevão, que todos nós conhecemos bem, como Pe. Akácio. 
Foi uma experiência nova e tão maravilhosa e profunda de intimidade com Deus, que nos faltam muitas palavras para descrever ou contar!
O mosteiro é dos monges trapistas cistercienses da estrita observância. Um dos ramos monásticos mais rigorosos. Mas diferente do que muitos podem pensar em rigor e regras, tudo lá “flui” numa paz e numa “conexão” inexplicável, e tudo isso no silêncio!!
Chegamos e fomos muito bem acolhidos pelo nosso querido Pe. Estevão, com aquele sorriso largo que desde os tempos enquanto Palotino, ele sempre trouxe no rosto. A emoção já tomou conta, pela saudade que tínhamos de estar com ele, que foi tão importante para nós quando esteve em nossa paróquia.
Nos mostrou o mosteiro, nos contou como era o dia-a-dia, nos levou para nossa hospedaria, o qual ele é o monge responsável, e depois iniciamos com a primeira oração e o primeiro contato com todos os outros monges.
Parecia que entravamos nos jardins do paraíso de tamanha paz e tranquilidade naquele lugar!
Os únicos barulhos vinham do piar dos passarinhos, do vento fazendo os galhos das arvores se mexer.
O dia no mosteiro começa as 3h da madrugada com as orações do oficio divino. Eles rezam as 7 orações do oficio divino e ainda tem a santa missa diária. E no intervalo das orações, os monges trabalham, e trabalham muito. Tem lavoura, padaria, uma lojinha onde vendem os produtos que fabricam, a hospedaria, e todos os 25 monges que ali vivem, se revezam para limpar, organizar e manter todo o mosteiro e a terra. São poucos para tanto, mas víamos que os poucos davam conta do muito a fazer.
Nosso café da manhã e jantar, tínhamos que preparar na nossa hospedaria, criando assim um habito de ajuda mutua entre todos os participantes do retiro. E tudo deu certo, porque logo que chegamos aprendemos com os próprios monges, ao almoçar perto deles e ver como eles trabalhavam na cozinha! O silêncio total, todos arrumando as coisas juntos, parecia sincronizado... e era.. sincronizado pelo amor!
Tivemos a oportunidade de ter os momentos de partilha e meditações junto com o Pe. Estevão, e também nossos momentos de silêncio. O lugar todo nos transmitia paz e exalava Deus. Estávamos no céu.
A nossa maior emoção e acredito que foi o momento que mais tocou cada um dos presentes, foi a Santa Missa.
O mais interessante que todos que foram, sempre estão nas missas, participam nas comunidades, e estamos “acostumados” com a Santa Missa.... e esse era o problema, estamos acostumados!!
A Santa Missa celebrada lá, parecia que estávamos participando da última ceia, e estávamos!  A igreja que é toda de pedra, com uma iluminação mais escura, nos fazia entrar em um clima de interiorização. Sem música, sem guitarras, sem baterias, sem banda, sem equipe de liturgia, sem muitas flores, sem muita pompa, sem barulhos!  Simples, como lemos no evangelho. O Pão ázimo, numa patena de Madeira, um cálice simples, e os cânticos que se tornavam angelicais nas vozes dos monges.
E tudo com muita alegria!! A simplicidade do pouco, transmitia o “muito” o verdadeiro sentido da Santa Missa, que é o mistério pascal, a maior prova de amor que o mundo pode ter! O amor de Deus por nós!!
Ao segurar aquele pedado de pão ázimo em nossas mãos, tendo ali o corpo de nosso Senhor, e bebendo seu sangue naquele simples cálice, pudemos sentir profundamente esse amor, e que muitas vezes em nossas comunidades tornasse um gesto mecânico e imperceptível!
Que momento inesquecível! Nos fez repensar na nossa participação nas Santas Missas, pois as vezes nos preocupamos muito, e acredito que é a maioria das vezes, nos preocupamos muito com os detalhes, uma banda musical quase profissional, uma igreja ornamentada até o teto, uma luminosidade que nos cega e um barulho que não nos deixa ouvir Deus falar.
Claro que sempre estamos querendo em nossas comunidades fazer o melhor, por nosso Senhor, mas aprendemos que para Cristo, o pouco é muito quando é feito com amor e dedicação! Com carinho e simplicidade, com humildade e sem querer reconhecimento e retribuição.
Amigos leitores, amigos Palotinos, temos um “Monge Palotino” orando por nós, desde as 3h das manhã até as 20h! Quando acordar pela noite, ou for dormir muito tarde, lembre se que em algum lugar no mundos, nos mosteiros e conventos, tem homens e mulheres que dedicam suas vidas para rezar por nós!!
Esse retiro foi maravilhoso, agradeço por poder partilhar um pouco dessa experiência, e certamente que irei levar outros grupos de pessoas que querem ter essa experiência de intimidade, que precisam um pouco do silêncio que o mundo de hoje não nos dá, para ouvir Deus!
“A fé vem pelo ouvido, Deus nos fala, precisamos só ouvir”, falou o Pe. Estevão para nós.
De fato, hoje o mundo é um barulho só! Nos comunicamos por questão de segundos com pessoas no outro lado do Planeta, mas cada vez mais estamos afastados uns dos outros, cada vez mais egoístas cada vez mais desconectados com os problemas, estamos em conexão mas desconectados uns dos outros! Somos cristãos, católicos, mas quantas vezes nos deixamos levar pela cegueira do mundo e negamos nossa fé diante de assuntos polêmicos, apenas aceitando ou não querendo tomar uma posição para não magoar ou perder “amigos”...
“ A fé é mais real que a realidade concreta” Pe. Gabriel, monge, durante a homilia.
Busquemos mais ouvir Deus, busquemos mais o silêncio, a humildade e as coisas simples, e poderemos já experimentar nessa terra, um pouquinho do Céu.
Ser santo não é fácil, mas podemos ao menos tentar! Nossa fé, os ensinamentos de Cristo são difíceis de entender, para viver, deveremos morrer, o sofrimento nos alegra,  a cruz nos salva!
Termino este depoimento, não é possível descrever todos os 3 dias que ficamos em um texto, teria muito mais para falar, mas tudo isso que já escrevi é um pouco só,  para que tenham ideia do amor que Deus tem por nós e como esse amor se revela em coisas simples.
Para finalizar, transmito a todos Palotinos, padres, membros da UAC, o grande abraço que o Pe. Estevão mandou a todos, pediu que eu falasse que ele reza sempre por todos nós!
“Deus em tudo e Sempre”.
Transcrevo abaixo, algumas mensagens que recebi de pessoas do grupo, e agradeço a Deus por essa experiência, crendo que meu trabalho de evangelização através do turismo, ganhou novo gás, novo sentido e mais vontade ainda de levar as pessoas para conhecerem o mundo sem serem do Mundo! Admirar as maravilhas que Deus criou e que o homem fez pela sabedoria que vem de Deus, e ao mesmo tempo sentir um profundo encontro com Ele!
Camille Santos.
 “Sabe aquele ele jargão que diz: "Eu não tenha palavras para exprimir o que aconteceu".
Não há como dar um testemunho sem antes dizer esse jargão.  Tirando a viajem, as pessoas, o lugar que fala por si só, tive duas experiências muito profundas, que infelizmente não posso comentar. Mas que são irrelevantes para o que objetivamente precisamos fazer. Digo, precisamos fazer, porque sinto que vocês também sentiram, uma vontade incontrolável de ser santo! De trazer esta Santidade para nossa realidade. A palavra de Deus é eficaz e sempre produz fruto ( Iz 55,11)
Encontros podem até ocorrer, outra viagem também, mas não deixemos esvaziar essa vontade de ser perfeito. O primeiro passo é a vontade, o segundo é dar início no processo, e os seguintes pertencem à vontade Divina, que conta com nossa perseverança.
Eu te amo Jesus, quero é vou um dia, pela tua graça, te amar mais que a mim mesmo!”
Fabiano Quintanilha.
“Quero deixar aqui meu simples testemunho, eu não consigo transmitir com palavras o que vivemos lá... Simplesmente fomos transportados para o Jardim Botânico do céu!
Ali, tivemos tudo que precisamos as orações do Ofício Divino, a paz e a sabedoria em Deus do nosso amado amigo Pe. Estevão, a natureza e aquele lugar que me fez experimentar uma grande experiência com o amor de Deus...porque tudo que aconteceu foi pela sua misericórdia! Por isso meus amigos o que eu tenho para dizer é:  " EU NÃO QUERO NADA MAIS QUE DEUS!!!"
Maria Isabel Fernandes.
 ”Não há como não encontrar com Deus em um lugar como esse é com um guia espiritual como Pe. Estêvão. Muda mesmo a vida da gente!!!
Sem dívida, somos outros ao voltar de lá...”
Sandra Sodré.


“Depois desse Retiro, podem ter certeza, o meu conceito sobre PARAÍSO, mudou muito....
NUNCA EM TODA A MINHA VIDA, EU TINHA ESTADO NUM VERDADEIRO PARAÍSO.....
 Sabe alguma coisa assim sobre o "Jardim do Edem".....Foi bem parecido.... Então, imaginem, se um dia conseguirmos estar de fato lá, na Graça de Deus.....
Ir dormir cansada, e morrendo de sono, às 20:30h da noite, acordar às 2:30h da manhã, para rezar e só voltar para dormir às 04:30h, com um frio de uns 5° C , e ainda se sentir, IMENSAMENTE FELIZ por isso...Não tem preço, isso chama-se AMOR..
O paraíso aqui na terra, Abadia de N. S. do Novo Mundo, um lugar onde encontrei a Paz, a humildade e o verdadeiro Amor que Só Deus tem para nos dar..... Voltando repleta e transbordando da Graça de Deus.....”

Catari Viana. 

domingo, 2 de agosto de 2015

O pensamento de Pallotti sobre a formação sacerdotal

Vicente Pallotti lembra, frequentemente, em seus escritos, que o eclesiástico deve esforçar-se pessoalmente, para buscar seu crescimento durante toda sua vida.
Ele estava convencido de que há uma intrínseca união entre o crescimento espiritual, o estudo e o apostolado. Sobre isto, merece destaque o texto sobre a obrigação de todos no espírito de santidade e de instrução (OOCC II, 81-86; III, p. 47-48). Este texto vem precedido da referência sobre a vida de Jesus Cristo: “O menino crescia e se fortificava, cheio de sabedoria e da graça de Deus; após três dias o encontraram no Templo, sentado entre os doutores, enquanto os escutava e os interrogava” (Lc 2,40-46). Pallotti, assim, pensava: da mesma forma que Jesus crescia e se fortificava cheio de sabedoria, escutando e interrogando os mestres, mesmo sendo a verdadeira Sabedoria, com maior razão, devemos também nós buscar a verdadeira instrução.

Escreve ainda: “devemos mais amar que buscar as instruções, e devemos procurá-las com afinco e ávidos de manifestar aos outros a nossa ignorância; e, por esta via de humildade, Deus nos recompensará com grande e saudável capacidade” (OOCC III, 48). Pallotti, por sua vez, enumerava os pontos que mereciam maior atenção e aprofundamento, a saber: a Sagrada Escritura, a história da Igreja, a teologia fundamental e dogmática, os sacramentos, a liturgia e a teologia moral. Ele expressa, ainda, a razão de se ter um contínuo aprendizado: “para que jamais regrida na mais perfeita imitação da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e, assim, cooperar eficazmente no engrandecimento da sua glória, para a santificação das almas” (OOCC VII, 63-64).