Preparação
Espiritual para o Congresso Geral da União em julho de 2015
"Se alguma
coisa deve santamente inquietar-nos e preocupar a nossa consciência é que
muitos dos nossos irmãos vivem sem a força, a luz e consolação da amizade com
Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolhe, sem um horizonte de
significado e vida . Mais do que o medo do fracasso espero que nos mova o temor
de fechar-nos nas estruturas que nos dão uma falsa segurança, nos padrões que
se nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nossentimos
tranquilos, enquanto lá fora há uma
multidão faminta e Jesus nos repete incessantemente: "Dai-lhes vós mesmos
de comer" (Marcos 6,37)" Evangelii
Gaudium, 49.
Neste mês de novembro,
enquanto continuamos o caminho de preparação espiritual para o Congresso Geral,
iluminados com o tema "Jesus, uma alegria que se renova e se
comunica", convido-vos a aceitar o desafio proposto anteriormente pelo
Papa Francisco "Dai-lhes vós mesmos de comer". As pessoas estão
famintas; estão à procura de "alimento" em muitos lugares, entre as
pessoas que se conhecem ou não se conhecem, usando uma variedade de métodos e
meios para encontrar-se.
Procuram a razão de sua
existência e, às vezes, estão conscientes de sua busca de Deus, mas não tiveram
quem lhes falasse de Cristo.
O Papa Francisco encoraja a
nós,o Povo de Deus, a Igreja, aencontrar precisamente essas pessoas e dar-lhes
as razões para viver e crescer, objetivo último pelo qual trabalhamos. Como
fazemos? Através da evangelização: "Ide, pois e fazei discípulos todas as
nações ... ensinando-as a observar tudo o que avos tenho ordenado" (Mt
28,19a, 20a).
A Evangelização pode ser tão
complexa como preparar discursos e retiros para enriquecer os outros ou tão
simples como falar com alguém, revelando o amor de Deus para cada um e
introduzir os conceitos básicos da fé e da Igreja. AIgreja tem necessidade (nós
precisamos) estar abertos a todos aqueles que estão à procura,
independentemente de suas escolhas passadas e de sua situação atual.
Temos um presente único e
especial a compartilhar com o resto do mundo - a pessoa de Jesus Cristo. Ele é
a mensagem a ser entregue a todos com quem entramos em contato, a mensagem que
foi confiada à Igreja para ser espalhada até os confins da terra. Não é a nossa
mensagem, mas a mensagem de Jesus.
Neste núcleo fundamental o que
brilha é a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e
ressuscitado. (EG 36)
No passado, ir em missão
poderia significar ir para terras distantes como missionários; hoje, não é
necessário ir muito longe para encontrar os famintos e sedentos: basta olhar ao
nosso redor, em nossas famílias, nossos vizinhos e talvez até mesmo em nossas
paróquias para encontrar aqueles que não conhecem a Jesus, sua mensagem de amor,
ou que O tornaram inútil em suas vidas.
E quem deve evangelizar? Nós.
Como acreditava São Vincente e como disse o Papa: Todos somos chamados (EG 20)
em virtude do Batismo. Nós somos aqueles que acolhem a missão de "seguir
em frente", confiada aos Apóstolos e, por meio deles, a nós. Ao final de
cada celebração Eucarística, somos convidados a dar testemunho de Cristo com a
nossa vida. Embora esses compromissos podem nos distanciar de nossas
conmodidades, há uma alegria que vem do saber de plantado a semente do Evangelho. E tal
alegria se renova na celebração da Eucaristia.
A Igreja evangeliza e é
evangelizada com a beleza da Liturgia, que é também a celebração da ação
evangelizadora e fonte de um renovado impulso a doar-se (EG 24). Além disso,
Jesus nos diz: "Eis que eu estou convosco todos os dias, até o fim do
mundo" (Mt 28,20b).
O Papa Francisco, embora
deseja que focalizemos sobre a mensagem, ele também compreende que énecessária
uma estrutura que permita que a mesma mensagem seja levada a outros. Tal como
acontece para a UAC, os Centros de Coordenação Local são centros animadores de
encontro, de oração, de formação e de colaboração para sustentar a
espiritualidade comum e promover as diversas iniciativas apostólicas (Estatuto
Geral 60), assim a paróquia, como parte específica da Igreja a qual
pertencemos, é a Igreja encarnada em um determinado espaço, equipada com todos
os meios de salvação dada por Cristo, mas com um rosto local (EG 30). A União
como Associação éuma riqueza para a Igreja que o Espírito suscita para
evangelizar todas as áreas e setores que foi pedido para não perder o contato
com essa realidade tão rica da paróquia local,e integrar-se com prazer no plano
pastoral da Igreja particular (EG 29). São Vicente Pallotti fundou a União para
servir a Igreja ... Os membros da União, portanto, comprometem-se a permanecer
em comunhão com o Papa e os Bispos (EstG 21).
Não nos é pedido que
evangelizemos sozinhos ou sem preparação: é na paróquia que somos nutridos
pela mesa Eucarística, com o Corpo de
Cristo através da Eucaristia, com a Palavra de Deus, através da oração e
pregação, e da própria comunidade. Fomos abençoados para sermos membros da UAC:
Podemos aprender mais sobre Jesus, o Apóstolo do Eterno Pai (formação), podemos
compartilhar nossa caminhada de fé com os outros, podemos juntos orar e
celebrar a Eucaristia, para sermos mais incentivados e apoiados em nosso
compromisso com a evangelização.
E, embora as enormes e rápidas
mudanças culturais exigem que prestemos constante atenção para tentar expressar
sempre a verdade em uma linguagem que permite reconhecer a sua permanente
novidade(EG 41), deve-se notar que todo ensinamento da doutrina deve situar-se
na atitude evangelizadora que acorda a adesão do coração com a proximidade,
amor e testemunho (EG 42). Quando nos comprometemos a imitar o amor de Cristo
para o Pai e para todas as pessoas, e desejamos hoje realizar, no modo mais
completo, o Seu estilo de vida e de apostolado (EstG 19), e nos entregamos ao
serviço e cumprimento Sua vontade, revelada especialmente através da Sagrada
Escritura, o ensinamento da Igreja e os Sinais dos tempos (EG 18), estamos
vivendo a evangelização, à vista de todos.
No entanto, como precisamos de
tempo para crescer em nossa fé e esperamos misericórdia e paciência por parte
de Deus e do homem para as nossas dúvidas e nossas falhas, devemos também dar
aos outros o tempo necessário que precisam para crescer. A todos deve chegar a
consolação e encorajamento do amor salvífico de Deus, que trabalha
misteriosamente em cada pessoa, além de seus defeitos e suas quedas (EG 44).
Somos chamados a viver a reconciliação como um caminho de conversão permanente
(EstG 23e).
Evangelização significa
"sair", mas também para viajar juntos com nossas dificuldades e
sofrimentos, nossos medos e as nossas alegrias. Ousamos um pouco mais para
tomar iniciativas! Como consequência, a Igreja sabe "envolver-nos" (EG 24).
Nossa recompensa é a alegria.
Questões a
considerar
•
Quem eu
encontrei no mês passado, que estava precisando de meu testemunho no que diz
respeito ao amor de Deus?
•
Como estou
nutrindo os famintos?
Ação
concreta:
Não temos todas as respostas para as necessidades e
exigências daqueles que procuram a nossa ajuda. Esperamos encontrar tempo neste
mês para identificar centros em nossa diocese, setores que possam nos ajudar e
para que possamos oferecer ajuda.
Maria
Domke
Promotor
da Educação Nacional
Edmonton,
Alberta, Canadá