quinta-feira, 31 de julho de 2014

O pensamento de Pallotti sobre a formação sacerdotal



Vicente Pallotti lembra, frequentemente, em seus escritos, que o eclesiástico deve esforçar-se pessoalmente, para buscar seu crescimento durante toda sua vida.
Ele estava convencido de que há uma intrínseca união entre o crescimento espiritual, o estudo e o apostolado. Sobre isto, merece destaque o texto sobre a obrigação de todos no espírito de santidade e de instrução (OOCC II, 81-86; III, p. 47-48). Este texto vem precedido da referência sobre a vida de Jesus Cristo: “O menino crescia e se fortificava, cheio de sabedoria e da graça de Deus; após três dias o encontraram no Templo, sentado entre os doutores, enquanto os escutava e os interrogava” (Lc 2,40-46). Pallotti, assim, pensava: da mesma forma que Jesus crescia e se fortificava cheio de sabedoria, escutando e interrogando os mestres, mesmo sendo a verdadeira Sabedoria, com maior razão, devemos também nós buscar a verdadeira instrução.
Escreve ainda: “devemos mais amar que buscar as instruções, e devemos procurá-las com afinco e ávidos de manifestar aos outros a nossa ignorância; e, por esta via de humildade, Deus nos recompensará com grande e saudável capacidade” (OOCC III, 48). Pallotti, por sua vez, enumerava os pontos que mereciam maior atenção e aprofundamento, a saber: a Sagrada Escritura, a história da Igreja, a teologia fundamental e dogmática, os sacramentos, a liturgia e a teologia moral. Ele expressa, ainda, a razão de se ter um contínuo aprendizado: “para que jamais regrida na mais perfeita imitação da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e, assim, cooperar eficazmente no engrandecimento da sua glória, para a santificação das almas” (OOCC VII, 63-64).

domingo, 27 de julho de 2014

Festa Junina em Odivelas

A Pastoral dos Brasileiros da Paróquia de Santíssimo Nome de Jesus em Odivelas, organizou a tradicional Festa Junina. 





O pátio da igreja matriz transformou-se em palco de festa.







Não faltou a tradicional fogueira de São João,



comidas típicas, bebidas quentes e manjares de milho e casamento caipira.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Apóstolos Hoje - Julho 2014


A Nova Evangelização e a Paróquia

Para a maioria de nós na família Palotina, começamos aprofundar nossa fé e a conhecer a pessoa de São Vicente Pallotti na comunidade paroquial. Foi na paróquia que fomos introduzidos pela primeira vez para a beleza e a maravilha dos sacramentos, sobretudo na celebração da Eucaristia. Quem de nós não tem boas lembranças de ter cantado na Igreja quando criança, ou, para aqueles que entraram na Igreja só como adultos, no ritual da missa em nossas paróquias de origem? É na paróquia que aprendemos de uma forma mais formal sobre a pessoa de Jesus e os princípios de nossa fé, seja participando de um programa de catequese, escola católica ou o R.C.C. É através da Paróquia que nos preparamos e celebramos os sacramentos. Tradicionalmente, ainda hoje é assim, em muitos lugares, a paróquia é também o lugar onde focamos não só a nossa vida espiritual, mas também a nossa vida social, além da missa dominical ou cotidiana. E para nós, na União, é provável que o nosso envolvimento iniciou na paróquia.
À medida que continuamos a aprofundar o que significa a Nova Evangelização para nós, como membros da comunidade Palotina devemos explorar o que significa ser Igreja e como todos os três estão interligados.

O Papa Francisco nos lembra que, “a paróquia não é uma estrutura ultrapassada; precisamente porque ela tem uma grande plasticidade, pode assumir formas muito diversas que exigem docilidade e criatividade missionária do pastor e da comunidade. Embora, certamente não seja a única instituição evangelizadora, se for capaz de adaptar-se e reformar-se constantemente, vai continuar a ser, a Igreja,  que vive no meio das casas dos seus filhos e filhas”. Isto supõe que realmente permaneça em contato com as famílias, com a vida das pessoas e não se torne uma estrutura prolixa separada das pessoas ou um grupo de eleitos que olham para si mesmos. A paróquia é presença eclesial no território, local da escuta da Palavra, do crescimento da vida cristã, do diálogo, do anúncio da caridade generosa, da adoração e da celebração. Através de todas as suas atividades, a paróquia encoraja e forma seus membros para que sejam agentes de evangelização. É uma comunidade de comunidades, um santuário onde os sedentos vão beber para continuar caminhando, e centro de constante envio de missionários. Porém devemos reconhecer que o apelo à revisão e renovação das paróquias ainda não deu frutos suficientes, para que estejam mais perto das pessoas, e sejam espaços de comunhão viva e de participação, e sejam orientadas inteiramente para a missão”( Evangelii Gaudium 28 ).

Muitas vezes, a paróquia é vista como antiquada, indigesta, e não um lugar de inovação e de alegria, mas de regras, “sempre foi assim”. É fácil para os paroquianos, muitas vezes sem perceber, criarem uma própria “elite”, com formas próprias e específicas de fazer as coisas e com seu próprio vocabulário, o que para o recém-chegado pode tornar-se um verdadeiro impedimento a participação. Por outro lado, no seu melhor, as paróquias são verdadeiramente na vida de seu povo - suas alegrias e celebrações, bem como suas dores e lutas. Estas paróquias são lugares onde se permite a criatividade de florescer; onde “porque sempre fizemos assim” não se aplica e onde os “estrangeiros” são recebidos com portas e corações abertos.
Estas paróquias vibrantes são lugares naturais de evangelização, mesmo sem esforço. Vivem a citação atribuída a São Francisco de Assis “Pregai o Evangelho, e se é realmente necessário utilizem as palavras” ou, como nos disse São Vicente Pallotti, “levar uma vida que seja o Evangelho na prática” (XIII OOCC, 455). Os membros destas paróquias são entusiasmados com sua fé e com sua comunidade e, claro, o entusiasmo é contagiante. Os visitantes querem saber por que os membros da paróquia são tão felizes por estarem ali - e como eles também podem fazer parte dela! Os paroquianos são gentis e amorosos com o recém-chegado, procurando maneiras de conectá-los na missão da Igreja, de acordo com os dons e habilidades de cada pessoa.
Por definição, uma paróquia é relacional. Assim como existem muitas partes do Corpo universal de Cristo, assim deste modo está se tornando, a nível paroquial local. Enquanto no passado, podia-se contar com a paróquia para encarnar a cultura do povo do bairro, trazendo com eles suas línguas e tradições, bem como suas condições sócio-econômicas semelhantes, agora encontramos paróquias trazendo culturas diferentes e às vezes até línguas num único lugar, seja no senso figurativo ou literalmente. Com isso, chegam diversas maneiras de viver a própria espiritualidade. A única semelhança é a fé. Isso por si só pode ser um desafio - ou uma oportunidade - de acordo com sua própria perspectiva.
São Vicente Pallotti nos lembra que “a tarefa mais difícil na vida comunitária é manter a caridade” (OOCC III, 236). Ao compartilhar um local de culto com um “estranho” pode ser desconfortável para alguns, somos chamados a permanecer no mandamento de Jesus de amar o nosso próximo (e há uma melhor definição do próximo que um colega paroquiano)? A nossa evangelização mais eficaz é o amor que dedicamos aos outros, especialmente quando o “outro” parece muito diferente do que estamos acostumados. Esta caridade nos força a sair da nossa zona de conforto, nos leva a conhecer o nosso próximo e realmente compartilhar sua vida. Mas, se não podemos fazer a nível paroquial, como é que vamos fazer no “mundo exteno”.

A nova evangelização nos chama, como povo de Deus, a encontrar novas maneiras de compartilhar a mesma mensagem evangélica que nos foi ensinada - o amor infinito de Deus. Alguns de nós pode lamentar-se sobre o fato de que a sociedade virou as costas para Deus, que não há um interesse em vir à Igreja. Mas pode ser que, quando as pessoas das quais nos preocupamos tanto vieram, mas, passamos longe, às vezes literalmente? Falta-nos misericórdia no julgamento dos outros quando não entendem como fazemos as coisas ou quando desaprovamos escolhas que fizeram em suas vidas? Estamos encontrando as pessoas onde estão agora, e convidando-as a entrar (novamente) para encontrar a pessoa de Cristo através de nós? Mais uma vez, São Vicente Pallotti nos aconselha: “Uma vez que os atos de cortesia e etiqueta, feitos com motivação cristã, podem ser considerados e são como atos de caridade, então podemos suportar todos os defeitos dos outros com paciência, seguindo as regras da etiqueta cristã” (OOCC III, 236).

Os “novos caminhos” da nova evangelização pode significar, mais uma vez, sair da nossa zona de conforto, mesmo no que diz respeito à tecnologia em nossas paróquias. A tecnologia não deve ser vista como um “extra”, ou, menos ainda, como uma distração. Através da tecnologia, as paróquias têm o poder de atrair as pessoas que, antes, talvez julgávamos terem sido perdidas, por meio de, mais uma vez, encontrá-las onde estão. Isto poderia significar que temos que aprender uma nova língua ou uma nova maneira de fazer as coisas, mas os benefícios desta forma de evangelizar é que todas as pessoas de fé podem fazê-lo; muitas vezes com as ferramentas que já temos em nossos bolsos!

O Papa Francisco continua a discussão sobre a Nova Evangelização e a paróquia identificando organizações, como a União: “As outras instituições eclesiais, comunidades de base e pequenas comunidades, movimentos e outras formas de associação, são uma riqueza da Igreja que o Espírito inspira para evangelizar todos os ambientes e setores. Muitas vezes, trazem um novo fervor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que renova a Igreja. Mas é muito saudável que não percam o contato com esta realidade tão rica da paróquia local, e que se integram com prazer na pastoral orgânica da Igreja particular. Esta integração evitará que eles permaneçam apenas com uma parte do Evangelho e da Igreja, ou que se tornem nômades sem raízes” (EG 29). (Grifo do autor de reflexão.)
Como membros da União, estamos em uma posição única para viver o nosso chamado e do nosso Fundador e fazê-lo na vida da paróquia. São Vicente Pallotti nos lembra que a União “foi fundada e instituída na caridade, para promover em todos os fiéis ... o mais perfeito, e atuante exercício das obras de caridade” (OOCC II, 2-3). Quando fazemos isso no contexto paroquial, quando realmente praticamos o amor em todas as suas formas, estamos sendo fiéis ao que somos como pessoas de fé.

Questões para reflexão pessoal e/ou comunitária:
         Qual o papel que você desenvolve na sua paróquia local? Como pode compartilhar seus dons de forma mais eficaz na sua paróquia?
         Que papel você acha que São Vicente Pallotti daria a União em âmbito paroquial? Quanto é ativa a União local na própria vida paroquial? Como pode-se fazer uso da tecnologia para  evangelizar?
         Como o  carisma da União pode ser compartilhado com a paróquia? Como deveria a União promover este carisma em nossas paróquias?

Oração:
Deus de Amor Infinito, que nos preencheste de dons, em muitos modos, te pedimos que continues nos orientanado com teu Espírito para espalhar tua palavra e ser teus servos em nossas famílias, em nossas comunidades, em nossas paróquias e no mundo. Ajuda-nos a ser tua voz de amor e misericórdia, a ser acolhedor para com todos, especialmente para o estrangeiro entre nós, e nos ajude a levar a luz do teu Filho, Jesus Cristo, a todos os homens. Nós te pedimos por intercessão de teu servo São Vicente Pallotti. Amen.
                                                      Maureen e John Rohamel,
Milwaukee, USA