sábado, 31 de agosto de 2013

EDUCAÇÃO E NOVA EVANGELIZAÇÃO

1 - Nova missão evangelizadora e emergência social contemporânea
Neste breve texto tentamos suscitar uma reflexão sobre a relação existente entre a proposta da “nova evangelização”, o pensamento palotino e as necessidades da sociedade contemporânea nas mais diversas áreas, em especial na área da educação e juventude a fim de reacender a fé cristã.
Muitos são batizados, porém, ainda necessitam de um maior discernimento e de profunda reflexão sobre os fundamentos de suas convicções cristãs, além disso, a difusão dos valores presentes no Evangelho deveriam permear a vida e as ações do educador, bem como do fiel católico, permitindo assim a formação de uma juventude coerente com uma proposta de vida de amor e caridade claramente necessária nos dias atuais – isto inclui sua missão individual como cristão e também como uma necessidade histórico-social.

Os grandes encontros mundiais da juventude, as peregrinações aos lugares de culto antigos e modernos, a primavera dos movimentos e dos grupos eclesiais são o sinal visível de um sentimento religioso que não se apagou. A “nova evangelização”, neste contexto, exorta a Igreja a saber discernir os sinais do Espírito na ação, dirigindo e educando as suas expressões, em vista de uma fé adulta e consciente «até chegar à medida da plenitude de Cristo» (Ef. 4, 13).

2 – Reavivar a fé, uma missão palotina
A proposta de reavivar a fé em Cristo nos convida a realizarmos ações inspiradas à luz dos ensinamentos do Evangelho. Esta é uma missão especial para educadores formais ou informais que fundamentam suas vidas na fé da Palavra, tendo como referência o Evangelho e como um exemplo de ação apostólica, São Vicente Pallotti. Além disso, é fundamental nos questionarmos: Quanto nossas propostas e ações atendem efetivamente a necessidade de nossos educandos e demais pessoas envolvidas? Qual o nosso real comprometimento com as novas propostas e plataformas para a “nova evangelização”? Nossas propostas atendem a necessidade de continuação dos processos de evangelização, de acordo com as especificidades culturais e realidade de cada situação que nos envolvemos?
Os Padres sinodais que fundamentaram as orientações mais recentes da nova evangelização afirmaram que “em toda parte se sente a necessidade de reavivar a fé que corre o risco de ofuscar em contextos culturais que obstaculizam o enraizamento pessoal e a presença social, a clareza dos conteúdos e os frutos coerentes. Não se trata de começar tudo do início, mas – com o ânimo apostólico de Paulo, o qual chega a dizer: Ai de mim se eu não anuncio o Evangelho!” (1 Cor 9, 16) [02].
Esta proposta presente na nova evangelização atende aos desejos de Pallotti – a necessidade da educação e dos missionários de Jesus como instrumentos para aproximação dos homens à sua “origem primeira” através do Evangelho e da caridade. Cada cristão, cada qual a seu tempo vivenciou e vivenciará os desafios lançados aos missionários e pastores. São Vicente Pallotti, fundador da União do Apostolado Católico, nos deixou como herança espiritual a breve fórmula: “reavivar a fé e reacender a caridade” que no seu tempo usou como um remédio aos problemas da fé e da caridade. Ele percebeu que naquele tempo, a fé dos cristãos se tornara insípida e fria a caridade. Para ajudar a Igreja a afrontar este problema, Pallotti via a urgência de reavivar a fé e de reacender a caridade entre os católicos. Assim como Pallotti, nós educadores católicos e palotinos, comprometidos direta ou indiretamente nos processos educacionais, devemos refletir, questionar e renovar nossas ações práticas cotidianamente, muitas vezes tarefa árdua, porém, uma emergência social. O que fazemos cada dia para reavivar nossa fé e caridade?

3 - Um “novo mundo” e uma nova evangelização.
O termo nova evangelização foi empregado a partir do final da década de 1970. O Papa João Paulo II orientou os pastores da Igreja a atuarem de maneira inovadora, e de acordo com as necessidades concretas das pessoas com as quais se relacionavam. Este período foi marcado por profundas e constantes mudanças, assim como muitas foram as tensões decorrentes do momento histórico em que a proposta foi elaborada. Desde o anúncio da nova evangelização ficou clara a consonância com o Concílio Vaticano II. Os dias atuais apresentam características peculiares, quando comparadas às décadas de ‘70 e ‘80, porém a necessidade de agir para reavivar a fé e por uma vida iluminada pela Palavra neste mundo conflituoso que busca respostas, se apresenta como uma emergência para todos nós, educadores. Se o exposto nas últimas linhas acima não pode ser considerado uma regra, há fortes indícios que apontam a urgente necessidade de uma reflexão sobre as ações e os métodos que tem comprometido a qualidade não somente da evangelização, mas também da própria existência humana em nosso planeta. Temos necessidade também de discernir quais são as melhores formas e meios de comunicação para o processo de evangelização contemporânea.

Em períodos de transformação e questionamentos é fundamental a ação dos cristãos na expressão e propagação do Evangelho segundo as necessidades da sociedade em que estão inseridos. Atentos à Palavra como fonte de inspiração e condução da existência humana, Pallotti é um exemplo de dedicação para reavivar a fé nos homens à luz do Evangelho. A sua biografia é prova viva da busca pelo melhor ideal para reavivar a fé em uma sociedade em transformação. Como apóstolo, confrontou-se com os elementos que dificultavam a vivência da fé em sua época, portanto, era necessário reacendê-la, o que, sem dúvida alguma, teve significativa influência no desenvolvimento do apostolado palotino até os dias atuais. Os cristãos devem estar atentos à orientação da Igreja no projeto de evangelização através da aproximação a Deus. Com a celebração do Concílio Vaticano II a Igreja Católica redescobriu que esta transmissão da fé, entendida como encontro com Cristo, realiza-se mediante a Sagrada Escritura e a Tradição viva da Igreja, sob a orientação do Espírito Santo [03]
A educação tem papel preponderante na revitalização do processo de evangelização contemporâneo. O Evangelho, livro máximo para os cristãos, se faz presente na condição e realidade humana, portanto, a vontade de Jesus é concretizada no processo de continuidade da Palavra na vida de cada cristão. A orientação para a nova evangelização é muito clara na necessidade de acolher a Palavra de Deus, reavivar a fé, como pilares fundamentais da vida cristã. Para Pallotti, reavivar a fé é exercitar de maneira comprometida a caridade cristã - é na caridade que Deus se torna visível.
O que chamamos de nova evangelização não é um manual prático e objetivo, ou seja, uma teoria do que deve ser feito e como deve ser feito o processo de evangelização, no entanto, aponta um caminho claro, porém não menos desafiante, para os que estão comprometidos como pastores deste processo de evangelização. Todos nós somos convidados para reavivar de forma intensa o amor por Jesus Cristo através da Palavra, da fé e do exercício da caridade.
A sociedade atual indica a clara necessidade de adoção de novos métodos e experiências tanto na propagação teórica dos valores cristãos como nas ações concretas dentro e fora do universo educacional tradicional. Neste sentido cabe aos cristãos o dever de refletir sobre a qualidade de nossa caridade e como ela pode marcar nossa vida cotidiana no encontro pessoal com Cristo, pois, o cristianismo propõe particularmente uma amizade pessoal com Jesus e com cada uma das Pessoas da SS. Trindade.

Assegurar aos jovens uma educação efetivamente na fé e caridade é um dos maiores desafios a serem enfrentados pela comunidade católica mundial; sem dúvida nenhuma o momento exige um espírito inovador, talvez até “revolucionário”, porém, sem perder a essência dos ensinamentos de Cristo e de toda sua dimensão histórica e social.

Parte da oração oficial para JMJ

Ó Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho, com o esplendor da Tua Verdade e com o fogo do Teu Amor, envia Tua Luz sobre todos os jovens para que, impulsionados pela Jornada Mundial da Juventude, levem aos quatro cantos do mundo a fé, a esperança e a caridade, tornando-se grandes construtores da cultura da vida e da paz e os protagonistas de um mundo novo.
Amém!

[01] XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, Lineamenta "A nova evangelização para a trasmissão da fé cristã", n. 8.
[02] Messaggio al popolo di Dio della XIII Assemblea Generale Ordinaria del Sinodo dei Vescovi, Roma, 26 ottobre 2012, n. 2.
[03] Cf. Concílio Ecuménico Vaticano II, Constituição dogmática sobre a revelação divina Dei verbum, 7s.


Ir. Roseli da Encarnação, CSAC

terça-feira, 27 de agosto de 2013

VIII Caminhada Vocacional

No dia 25 deste mês, foi realizada pela Paróquia São Benedito em Itaperuna e com a participação da Juventude Palotina a VIII Caminhada Vocacional com o mesmo tema da JMJ Rio 2013: “Ide e fazei discípulos em todas as nações.” O evento teve como objetivo reafirmar a proposta e o espírito da Jornada Mundial em nossa Comunidade como forma de convidar os nossos jovens a buscar a nossa vocação missionária, renunciando o “eu” e seguindo à Cristo.
O evento deu-se início às 8 horas no Salão da Paroquial da São Benedito com um encontro que contou com palestras, peças de teatro, adoração, entre outras atividades; A caminhada teve início às 12:30 horas, saindo de frente da Paróquia, porém com a realização da Via Sacra imitando a da JMJ tendo suas estações demarcadas no percurso que se estendia até o Cristo Redentor da cidade. Outra novidade foi à presença de uma réplica da Cruz Peregrina que foi confecionada especialmente para essa e as próximas Caminhadas e que foi carregada pelos jovens á frente conduzindo a caminhada. O evento teve fim com a Celebração da Santa Missa pelo Bispo D. Roberto e a participação do Pe. Estevão Lewandowski SAC e Pe. Marcos Antonio, seminaristas e irmãs da região. Dessa forma encerrou-se nosso abençoado domingo com a volta dos jovens e comunidade para suas casas com a reafirmação do compromisso de serem jovens missionários.

Netto Rodrigues

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Dia dos catequistas

Dia dos catequistas na paróquia de Santa Isabel em Bento Ribeiro









sábado, 24 de agosto de 2013

Confraternização dos Catequistas

Na última sexta-feira, os catequistas da Paróquia de São Sebastião em Itaipu, participaram da adoração ao Santíssimo Sacramento e em seguida a Santa Missa, que neste dia teve a intenção de rezar especialmente por eles.



Durante a missa eles levaram ao altar suas orações e agradecimentos. O Pe. Juliano rezou a oração de envio e abençoou-os e agradeceu por todo o trabalho e dedicação que eles tem pela comunidade catequisando crianças, jovens e adultos. Após a missa todos foram para o salão paroquial cantar parabéns e comer bolo.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Semana da Família em Itaipuaçu

Semana da Família com tema "A transmissão e educação da Fé Cristã na família" na paróquia de Nossa Senhora de Fátima em Itaipuaçu.








terça-feira, 20 de agosto de 2013

Um Projeto Comum para toda a União para este ano

Queridos Irmãos e Irmãs da União

Com o coração cheio de gratidão bendizemos a Deus e agradecemos pelas graças do Ano Jubilar da canonização do nosso Fundador São Vicente Pallotti.

O lema do Ano Jubilar – Fazei resplandecer a santidade de Deus - tocou as cordas profundas do nosso coração e inspirou-nos a um maior esforço para seguir mais profundamente o caminho da santidade de Vicente.
Desejosos de aprofundar posteriormente este espírito do Jubileu para toda a Família Palotina, o Conselho de Coordenação Geral, na sua reunião anual de Maio, refletiu sobre a nossa missão comum e decidiu convidar todos os CCN, CCL, grupos, membros individuais e colaboradores da União para comprometer-se em um projeto comum para o próximo ano, a partir de hoje.

Vicente Pallotti, quando descreveu a sua experiência de fundação de 9 de Janeiro de 1835, elencou o terceiro objetivo da União em termos da estabelecer “uma instituição de caridade universal no exercício de todas as obras espirituais e corporais de misericórdia, a fim de que no modo possível... [o Senhor seja] conhecido no homem, já que [Ele é] caridade infinita” (OOCC X, p. 199). Tendo isso em mente, a tarefa comum escolhida pelo CCG é a segunda dessas obras de misericórdia espirituais, isto é “instruir aqueles que têm menos conhecimento”. Além disso, foi decidido que esta deverá ser vivida, com particular atenção à família no contexto da Nova Evangelização. Como sabemos, existem grandes desafios no campo da vida familiar em nossos tempos: como reforçar a vida das famílias ou dos membros da família que "falta conhecimento" e uma experiência de vivência convincente da fé cristã? Como acompanhar e ajudar a reforçar as famílias para viver o seu testemunho cristão mais profundamente e autenticamente no mundo de hoje? A nossa pergunta primária para toda a União é como podemos nós, como União do Apostolado Católico em todos os níveis, oferecer o nosso Carisma de forma mais eficaz e concretamente ao serviço das famílias durante este ano?

O lema que escolhemos para acompanhar este projeto é “Conhecer e tornar Deus conhecido”.

- É um projeto espiritual – “Conhecer Deus” – comprometer-nos plenamente para chegar a conhecer Deus mais profundamente -enquanto aqueles que desejam evangelizar, devem ser sempre e por primeiro, continuamente em busca de serem evangelizados;

- É um projeto apostólico – “tornar Deus conhecido”- instruir aqueles cujo conhecimento de Deus ainda não atingiu as profundezas de seu ser. Se trata de comprometer-se no trabalho de evangelização, transmitindo aos outros a nossa pessoal experiência de vida e o nosso conhecimento de Deus, seja aos membros da nossa família, seja aos nossos amigos, aos nossos vizinhos, aos nossos colegas de trabalho... Posso eu pensar em uma ou mais pessoas com as quais poderei partilhar algo do meu “conhecimento” de Deus e do meu relacionamento com Ele? Que iniciativa apostólica podemos nós, como CCN, CCL, grupos, membros e colaboradores da União, organizar durante este ano para evangelizar efetivamente as famílias, para poder chegar a uma profunda experiência de vida e ao conhecimento do amor de Cristo e de viver um testemunho cristão mais profundo e autêntico? Como podemos apoiar as famílias na União de um modo contínuo em seu caminho de crescimento e transformação mais profunda no amor de Cristo na vida diária?
Como ajuda para a vossa reflexão e discernimento, esta carta é também acompanhada por dois relatórios que foram feitos no II Congresso Geral da União em 2010, sobre a teoria (Roswitha e Alois Wittmann) e práticas (Monika Urbano) em relação a União e a vida familiar.

Esta proposta é um meio pelo qual o CCG está procurando implementar mais plenamente e eficazmente um de seus papéis fundamentais – aquele de comprometer-se no discernimento espiritual dos sinais dos tempos e das necessidades da Igreja (cf. STG 78) para contribuir a inspirar e coordenar a vida de toda a União no esforço de dar uma resposta adequada a estes sinais e necessidades. Não quer substituir ou competir de algum modo com todo o bom trabalho já assumido em outros setores apostólicos, mas sim, individualizar uma particular área de prioridade neste momento e dar uma direção comum concreta a toda União. Foi principalmente pensado para encorajar a organização de um número de eventos una tantum ou de breve duração durante um ano, para tornar este campo da pastoral familiar uma prioridade duradoura no curso da nossa programação e ação apostólica. O Conselho de Coordenação Geral se reunirá novamente em Maio de 2014 e discernirá outras prioridades comuns para a União, enquanto todos nós continuamos procurando responder as necessidades da Igreja e do mundo de uma forma coordenada, caminhando em direção ao futuro.

Cada um de nós participa da missão e apostolado de Jesus, o Apóstolo do Pai; também nós somos ungidos, também nós somos enviados “para anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4, 18). Procuremos nos comprometer em todos os níveis da União e acolher este chamado; vamos “conhecer Deus” e fazer tudo o que pudermos, em particular no setor da família, para "torná-Lo conhecido", no decorrer deste ano.

Pe. Jeremiah Murphy SAC Presidente

Irmã Adelheid Scheloske, SAC, Vice-Presidente

Pe. Rory Hanly, SAC Secretário Geral
 

domingo, 11 de agosto de 2013

Festa de São Caetano

Festa em honra de São Caetano em Unidade Pastoral de Febres












sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Belém - Noticiário UAC Julho 2013

Caros irmãos e irmãs da União Com alegria vos apresentamos neste boletim uma nota sobre o trabalho de São Vicente Pallotti com os encarcerados, junto com outras notícias provenientes da União.

1.SÃO VICENTE PALLOTTI  E OS ENCARCERADOS No tempo de Vicente Pallotti, as condições carcerárias nos Estados Pontifícios e em outros lugares eram muito pobres. Gregório XVI (1831-1846) tentou melhorar a vida dos jovens detentos, estabelecendo escolas de artesanato para oferecer-lhes um futuro alternativo.
Os cárceres de Roma estavam cheios de criminosos comuns, misturados com prisioneiros políticos. À crescente influência das seitas contrárias ao poder temporal pontifício, Gregório XVI e os seus ministros responderam com a repressão, intensificando a busca dos rebeldes e encarcerando-os. Nisto distinguiu-se particularmente o Cardeal Luigi Lambruschini, penitente, sustentador e frequente defensor de Pallotti, nomeado Secretário de Estado em 1836. Ao menos quatrocentos rebeldes, no cárcere, esperavam ser julgados, e frequentemente ser, depois, condenados à morte. Pallotti tinha grande compaixão dos encarcerados e, ainda antes da ordenação sacerdotal, incluiu os “Pobrezinhos de Jesus Cristo,... muitos pobres Escravos, Encarcerados, Detidos” entre os que queria confortar e levantar.(Propósitos anteriores ao sacerdócio (1816), OOCC X, pp.19-20). Ele teve a sua primeira experiência de trabalho apostólico com os prisioneiros quando era jovem sacerdote, ao menos desde 1921, como testemunha uma carta enviada a Mons. Caetano Bonanni, em 28 de abril de 1921, na qual pedia, por parte de um certo senhor Pietro Riccioni  que Mons. Bonanni, no dia 28 de abril de 1921, fosse visitá-lo nos Cárceres Novos (OCL I, p.120). Foi nessa prisão, situada perto da igreja do Espírito Santo dos Napolitanos na Via Giulia, que Pallotti obteve a verdadeira formação para o trabalho sacerdotal entre os detentos, sendo ele o primeiro padre a pregar, a oferecer ensino religioso e a escutar lá, regularmente, as confissões. No dia 21 de maio de 1821, ele escreveu ao seu colaborador, o padre oratoriano Luigi Sciarra, pedindo-lhe que visitasse um certo senhor Santini, encarcerado na enfermaria dos Cárceres Novos, e, no dia 20 de setembro de 1846, lhe pediu que ouvisse a confissão de um jovem, Vincenzo Silvio, na mesma prisão (OCL I, pp.122 e 228). No dia 11 de novembro de 1836, escreveu ao Pe. Silvestro Graziani de Frascati, pedindo-lhe que “eficazmente se empenhasse em favorecer em todo modo possível e conveniente o pobre Lorenzo Colasanti detido nos Cárceres de Frascati” (OCL II, pp.145-6). Em 29 de julho de 1846, Filippo Coccioni, um pai de 14 filhos que vivia em Tívoli, depois de ter estado encarcerado por algumas horas por dívidas não pagas, escreveu para pedir ajuda e oração a Pallotti nas suas “Espirituais e Temporais necessidades”, recebendo resposta no dia 6 de agosto (OCL V, pp. 270-2). Quando desenvolveu o sistema das Procuradorias, Pallotti entregou o cuidado dos prisioneiros à oitavaProcuradoria, sob a proteção de São Bartolomeu. Os seus membros deviam cuidar em todas as dimensões das exigências dos detidos, entre as quais, do cuidado espiritual, das necessidades físicas como o alimento, da defesa dos seus direitos e da busca de remissão por boas condutas, incluída a oferta de advogados; pedia-lhes também que se preocupassem com as famílias dos prisioneiros. Pallotti fez vários cursos de exercícios espirituais, cada ano, para os jovens detidos dos cárceres de Via Giulia e das Termas de Diocleziano. Enquanto crescia a sua fama, os detidos de outros cárceres frequentemente pediam-no como confessor. Visitou os detidos nos cárceres do Santo Ofício, em Castel Santo Ângelo e na Casa de Correção em Ripa Grande, incluídos os prisioneiros militares. No dia 22 de julho de 1845, escreveu à direção militar pontifícia a fim de interceder em favor de Luigi Berna, um jovem policial que tinha passado 6 meses no cárcere por abandono de serviço, em estado de embriaguez, para ir visitar a mãe doente; e para José Belardi, um soldado da infantaria de 17 anos, que já tinha passado cinco meses na cadeia, contra o qual Pallotti sustentava ter havido uma falsa acusação por parte de três cabos (OCL 5, pp.101-2). Existe um amplo corpo de cartas nas quais os aprisionados lhe pedem favores ou remissão da sua pena ainda para cumprir, fazendo seguidamente apelo à sua boa conduta no cárcere. Numa carta de 13 de janeiro de 1838, ele escreve com amargura a Tomás Cassini, que lhe pedira que visitasse um prisioneiro em Castel Sant´Angelo: “As ocupações tidas no tempo do Cólera me mantiveram afastado do Forte S. Ângelo. Com minha surpresa e desgosto não o encontrei mais: perdoa-me de qualquer negligência minha” (OCL.2, p. 234).
Quando descobri que não havia capela do cárcere, obtive das autoridades pontifícias a licença de adaptar um lugar idôneo para este objetivo. Começou também a ser procurado para o doloroso ofício de dar assistência sacerdotal aos condenados à morte. A Arquiconfraria da Misericórdia de São João Degolado ocupava-se dos condenados à morte em Roma desde o fim de 1400. Segundo os registros dos justiçados, entre 1835 e 1846, Pallotti foi solicitado por nove prisioneiros condenados que ficaram impenitentes somente em dois casos, apesar dos esforços destes santos sacerdotes Bernardo Clausi e Biagio Valentini (sucessor de São Gaspar del Búfalo como Superior Geral da sua Congregação). Em sete destes casos, Pallotti teve a alegria de ver a conversão do prisioneiro. Esta assistência aos condenados muitas vezes pedia a Pallotti horas de grandíssimo esforço e dedicação. Algumas pessoas mudaram num instante: quando ele foi a um homem impenitente, exclamou na capela diante do homem e de todos os presentes em alta voz: “Peçamos que Deus dote este pobre homem com sua graça, logo”! O homem se converteu imediatamente! Outros tomaram mais tempo. Em 8 de março de 1845, entrou na cela de João Vannerelli, 26 anos, de Gubbio, que tinha matado uma peregrina alemã, Anna Kotten, ex-freira, e que por longo tempo tinha refutado a conversão, mais vezes blasfemando e afirmando a sua inocência. Pallotti, que precedentemente tinha falado com Vannerelli, foi chamado pelo marquês Sacchetti, um colaborador, e, depois de mais de duas horas, conseguiu levá-lo à Confissão e à Comunhão. Dado o seu êxito, a Confraternidade, cujo cardeal protetor era amigo de Pallotti, o Cardeal Acton, ofereceu-lhe a nomeação de Capelão, mas ele a refutou por causa do estipêndio que iria conseguir. Cada dia de execução, em Roma, foi um dia de penitência e de oração. Avisos anunciaram as execuções e exortaram à oração, confissão e comunhão pelos condenados. O prisioneiro, nunca pré-avisado do dia de execução, era improvisadamente acordado, na metade da noite, e levado à capela, onde o sacerdote e os membros da acima mencionada Confraternidade estavam à sua espera. Enquanto estes últimos rezavam, o sacerdote ouvia a confissão do detido, celebrava a Missa, dando-lhe a Comunhão pela última vez. Se a pessoa era impenitente, o sacerdote procurava convencê-la, e, às vezes, a execução era adiada até à tarde para deixar-lhe mais tempo. Pallotti experimentava uma grande alegria todas as vezes que conseguia conduzir à conversão um prisioneiro condenado. Um dia, encontrou Emanuele de Gregório, um seu penitente e coronel de estado maior do Papa, e, incapaz de conter a sua alegria, abraçou-o e disse-lhe da sua profunda felicidade pela conversão de um condenado à morte. Quando chegava o tempo da execução, o condenado era levado ao lugar de execução, no interior do cárcere, ou com uma charrete junto com o sacerdote, pelas ruas de Roma para uma das praças públicas, acompanhado em procissão pelos membros da Arquiconfraria, os soldados e o carrasco, guiados por uma cruz de bronze. Pallotti acompanhou um certo número de detentos condenados deste modo, seja com a charrette ou seguindo-o a pé. Depois da oração final e do beijo da cruz, o prisioneiro era justiçado com a guilhotina. Em 1840, a atividade de Pallotti entre os detidos tinha notavelmente aumentado, como atestado no curso da causa de suabeatificação. Dois pontos interessantes finais em relação a Pallotti e aos prisioneiros: (a) São Vicente obviamente não via os prisioneiros só como destinatários passivos de caridade e de apostolado por parte de outros, mas como tendo o direito de serem apóstolos ativos na pastoral da Igreja, como está claro pela sua inclusão dos detidos na lista dos possíveis membros da União do Apostolado Católico recém-nascida, que delineou entre os verões de 1835 e 1836 (cf. OOCC IV, pp. 182 e 326); (b) numa carta de 1847, Pallotti pediu aos membros da Sociedade que fizessem todo o possível, mas “sem ofender alguma virtude cristã”, a fim de obter que o seu “cadáver fosse sepultado em São João Degolado num dos sepulcros dos justiçados” (OCL 6, p.133).

2. ENCONTRO DOS PROMOTORES NACIONAIS DE FORMAÇÃO EM ROMA O segundo Encontro dos Promotores Nacionais de Formação da União, organizada pela Comissão Internacional para a Formação da União em colaboração com o Assistente Eclesiástico, Pe. Jacob Nampudakam SAC, e o Secretariado Geral, foi no Centro Palotino de Formação internacional, o “Cenáculo”, em via Ferrari, Roma, da tarde de 11 de julho àquela de 16 de julho. Os representantes de Argentina, Belize, Brasil, Canadá, Colômbia, Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Costa de Marfim, Polônia, Ruanda, República Democrática do Congo, Eslováquia, República Checa e Ucrânia participaram, mas os provenientes da Austrália, Portugal, Suíça e Estados Unidos não puderam participar; alguns outros países carecem de um Promotor Nacional que funciona. Os assuntos incluíam reflexões sobre a natureza e a realidade da União de hoje e sobre os desafios concretos para promover a visão carismática de São Vicente, com particular referência à formação (Pe. Jacob Nampudakam & Pe. Derry Murphy SAC), o papel do Assistente Eclesiástico e dos Promotores Nacionais de Formação (Pe. Hubert Socha SAC), modelos contemporâneos para a formação espiritual dos adultos (Dra. Susan Timoney, Catholic University, Washington, USA), o papel de uma Associação Pública Internacional de fiéis na obra da nova evangelização (Prof. Gianni La Bella, Comunidade de Santo Egídio) e as Orientações Gerais para a formação na União do 2014 (Ir. Stella Marotta CSAC). Cada representante fez um relatório sobre a realidade e sobre os particulares desafios de formação no seu país. No último dia, houve discussões nos vários grupos linguísticos sobre uma lista de propostas concretas em matéria de formação inicial e permanente na União redigida pelo feedback dos grupos. Importantes propostas adotadas compreendem: fazer de Cristo, como revelado na Palavra de Deus, o centro de formação UAC, que deve levar a gente a participar concretamente na missão quanto aos que estão nas periferias da existência; a necessidade de desenvolver concretos e atraentes modelos Cenáculo para a formação onde os participantes possam experimentar a força renovadora e transformante do Espírito numa comunidade de fé; a prioridade da formação dos formadores, criando sólidos times de formação em cada nível, a fim de identificar e formar formadores de longo tempo; a necessidade de infundir a paixão por São Vicente e pelo seu carisma e a sua espiritualidade naqueles que são formados.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Encontro Continental de América do Sul 2013

O Encontro Continental Sul-americano dos Superiores Maiores aconteceu na Casa Retiro "Pentecostes", em Medellin, Colômbia. Estiveram presentes: Pe. Lino Baggio (SM, Brasil), Pe. Jozef Lazak (WA, Polônia); Pe. Mariusz Mąka (WA.CV), Colômbia), Pe. Bartłomiej Pałys (PN, México), Pe. Juan Sebastián Velasco (IR.AR, Argentina); Pe. Rubén Fuhr (AR, Argentina); Pe. Alejandro Fontana (UR, Uruguai), Pe. Jarosław Chmielecki (RJ, Brasil); Pe. José Elias Fadul (SP, Brasil) e Pe. Valdeci Antônio de Almeida que realizou uma conferência sobre formação Palotina.
Os principais temas foram: a) compartilhar as alegrias e dificuldades em nossas comunidades; b) a apresentação de Pe. Valdeci Antônio de Almeida, diretor do Período Preparatório da América do Sul "William Withmee", de Cornélio Procópio, no Brasil, sobre os progressos e desafios da formação com base no Documento Final da XX Assembleia Geral da SAC. Então, como membro do Secretariado Geral para a Formação, abordou a questão da formação permanente ao longo da vida. Ele também participou do processo de avaliação de Período Preparatório da América do Sul, que levou à decisão de manter o preparatório internacional, com um novo diretor nomeado com o consentimento do Reitor Geral; c) a discussão sobre o estabelecimento de centros de formação permanente continental e Instituto sul-americanos  para o Estudo Palotino (ISEP); d) a apresentação da futura missão no Peru e as dificuldades na Bolívia; e) a atualização da causa dos Mártires Palotinos argentinos e as perspetivas do caso pela eleição do Papa Francisco; f) a reeleição de Pe. Alejandro Fontana como o secretário dos Encontros Continentais para o período 2014-2016; g) a retomada da construção do Seminário do Rio de Janeiro; h) a inserção da festa litúrgica de São Vicente Pallotti no Calendário Diocesano a nível nacional; i) a indicação de um membro para o Secretariado Geral para a Formação e outro para a Comissão para a Juventude Palotina.
O próximo encontro Continental será realizada no Uruguai nos dias de 3 a 6 de agosto de 2015.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Um Projeto Comum para toda a União para este ano

Queridos Irmãos e Irmãs da União

Com o coração cheio de gratidão bendizemos a Deus e agradecemos pelas graças do Ano Jubilar da canonização do nosso Fundador São Vicente Pallotti.
O lema do Ano Jubilar – Fazei resplandecer a santidade de Deus - tocou as cordas profundas do nosso coração e inspirou-nos a um maior esforço para seguir mais profundamente o caminho da santidade de Vicente.
Desejosos de aprofundar posteriormente este espírito do Jubileu para toda a Família Palotina, o Conselho de Coordenação Geral, na sua reunião anual de Maio, refletiu sobre a nossa missão comum e decidiu convidar todos os CCN, CCL, grupos, membros individuais e colaboradores da União para comprometer-se em um projeto comum para o próximo ano, a partir de hoje.

Vicente Pallotti, quando descreveu a sua experiência de fundação de  9 de Janeiro de 1835, elencou o terceiro objetivo da União em termos da estabelecer  “uma instituição de caridade universal no exercício de todas as obras espirituais e corporais de misericórdia, a fim de que no modo possível. .. [o Senhor seja] conhecido no homem, já que [Ele é] caridade infinita” (OOCC X, p. 199). Tendo isso em mente, a tarefa comum escolhida pelo CCG é a segunda dessas obras de misericórdia espirituais, isto é “instruir aqueles que têm menos conhecimento”.  Além disso, foi decidido que esta deverá ser vivida, com particular atenção à família no contexto da Nova Evangelização. Como sabemos, existem grandes desafios no campo da vida familiar em nossos tempos: como reforçar a vida das famílias ou dos membros da família que "falta conhecimento" e uma experiência de vivência convincente da fé cristã? Como acompanhar e ajudar a reforçar as famílias para viver o seu testemunho cristão mais profundamente e autenticamente no mundo de hoje? A nossa pergunta primária para toda a União é como podemos nós, como União do Apostolado Católico em todos os níveis, oferecer o nosso Carisma de forma mais eficaz e concretamente ao serviço das famílias durante este ano?
O lema que escolhemos para acompanhar este projeto é  “Conhecer e tornar Deus conhecido”.

- É um projeto espiritual–“Conhecer Deus”–comprometer-nos plenamente para chegar a conhecer Deus mais profundamente -enquanto aqueles que desejam evangelizar, devem ser sempre e por primeiro, continuamente em busca de serem evangelizados;
- É um projeto apostólico – “tornar Deus conhecido”- instruir aqueles cujo conhecimento de Deus ainda não atingiu as profundezas de seu ser. Se trata de comprometer-se no trabalho de evangelização, transmitindo aos outros a nossa pessoal experiência de vida e o nosso conhecimento de Deus, seja aos membros da nossa família, seja aos nossos amigos, aos nossos vizinhos,  aos nossos colegas de trabalho ... Posso eu pensar em uma ou mais pessoas com as quais poderei partilhar algo do meu “conhecimento” de Deus e do meu relacionamento com Ele? Que iniciativa apostólica podemos nós, como CCN, CCL, grupos, membros e colaboradores da União, organizar durante este ano para evangelizar efetivamente as famílias, para poder chegar a uma profunda experiência de vida e ao conhecimento do amor de Cristo e de viver um testemunho cristão mais profundo e autêntico? Como podemos apoiar as famílias na União de um modo contínuo em seu caminho de crescimento e transformação mais profunda no amor de Cristo na vida diária?
Como ajuda para a vossa reflexão e discernimento, esta carta é também acompanhada por dois relatórios que foram feitos no II Congresso Geral da União em 2010, sobre a teoria (Roswitha e Alois Wittmann) e práticas (Monika Urbano) em relação a União e a vida familiar.
Esta proposta é um meio pelo qual o CCG está procurando implementar mais plenamente e eficazmente um de seus papéis fundamentais – aquele de comprometer-se no discernimento espiritual dos sinais dos tempos e das necessidades da Igreja (cf. STG 78) para contribuir a inspirar e coordenar a vida de toda a União no esforço de dar uma resposta adequada a estes sinais e necessidades. Não quer substituir ou competir de algum modo com todo o bom trabalho já assumido em outros setores apostólicos, mas sim, individualizar uma particular área de prioridade neste momento e dar uma direção comum concreta a toda União. Foi principalmente pensado para encorajar a organização de um número de eventos una tanto ou de breve duração durante um ano, para tornar este campo da pastoral familiar uma prioridade duradoura no curso da nossa programação e ação apostólica. O Conselho de Coordenação Geral se reunirá novamente em Maio de 2014 e discernirá outras prioridades comuns para a União, enquanto todos nós continuamos procurando responder as necessidades da Igreja e do mundo de uma forma coordenada, caminhando em direção ao futuro.

Cada um de nós participa da missão e apostolado de Jesus, o Apóstolo do Pai; também nós somos ungidos, também nós somos enviados “para anunciar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4, 18). Procuremos nos comprometer em todos os níveis da União e acolher este chamado; vamos “conhecer Deus” e fazer tudo o que pudermos, em particular no setor da família, para "torná-Lo conhecido", no decorrer deste ano.

Pe. Jeremiah Murphy SAC - Presidente, Irmã Adelheid Scheloske SAC - Vice-Presidente, Pe. Rory Hanly SAC - Secretário Geral

Roma, 18 de Junho de 2013