sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Belém - Noticiário UAC Julho 2013

Caros irmãos e irmãs da União Com alegria vos apresentamos neste boletim uma nota sobre o trabalho de São Vicente Pallotti com os encarcerados, junto com outras notícias provenientes da União.

1.SÃO VICENTE PALLOTTI  E OS ENCARCERADOS No tempo de Vicente Pallotti, as condições carcerárias nos Estados Pontifícios e em outros lugares eram muito pobres. Gregório XVI (1831-1846) tentou melhorar a vida dos jovens detentos, estabelecendo escolas de artesanato para oferecer-lhes um futuro alternativo.
Os cárceres de Roma estavam cheios de criminosos comuns, misturados com prisioneiros políticos. À crescente influência das seitas contrárias ao poder temporal pontifício, Gregório XVI e os seus ministros responderam com a repressão, intensificando a busca dos rebeldes e encarcerando-os. Nisto distinguiu-se particularmente o Cardeal Luigi Lambruschini, penitente, sustentador e frequente defensor de Pallotti, nomeado Secretário de Estado em 1836. Ao menos quatrocentos rebeldes, no cárcere, esperavam ser julgados, e frequentemente ser, depois, condenados à morte. Pallotti tinha grande compaixão dos encarcerados e, ainda antes da ordenação sacerdotal, incluiu os “Pobrezinhos de Jesus Cristo,... muitos pobres Escravos, Encarcerados, Detidos” entre os que queria confortar e levantar.(Propósitos anteriores ao sacerdócio (1816), OOCC X, pp.19-20). Ele teve a sua primeira experiência de trabalho apostólico com os prisioneiros quando era jovem sacerdote, ao menos desde 1921, como testemunha uma carta enviada a Mons. Caetano Bonanni, em 28 de abril de 1921, na qual pedia, por parte de um certo senhor Pietro Riccioni  que Mons. Bonanni, no dia 28 de abril de 1921, fosse visitá-lo nos Cárceres Novos (OCL I, p.120). Foi nessa prisão, situada perto da igreja do Espírito Santo dos Napolitanos na Via Giulia, que Pallotti obteve a verdadeira formação para o trabalho sacerdotal entre os detentos, sendo ele o primeiro padre a pregar, a oferecer ensino religioso e a escutar lá, regularmente, as confissões. No dia 21 de maio de 1821, ele escreveu ao seu colaborador, o padre oratoriano Luigi Sciarra, pedindo-lhe que visitasse um certo senhor Santini, encarcerado na enfermaria dos Cárceres Novos, e, no dia 20 de setembro de 1846, lhe pediu que ouvisse a confissão de um jovem, Vincenzo Silvio, na mesma prisão (OCL I, pp.122 e 228). No dia 11 de novembro de 1836, escreveu ao Pe. Silvestro Graziani de Frascati, pedindo-lhe que “eficazmente se empenhasse em favorecer em todo modo possível e conveniente o pobre Lorenzo Colasanti detido nos Cárceres de Frascati” (OCL II, pp.145-6). Em 29 de julho de 1846, Filippo Coccioni, um pai de 14 filhos que vivia em Tívoli, depois de ter estado encarcerado por algumas horas por dívidas não pagas, escreveu para pedir ajuda e oração a Pallotti nas suas “Espirituais e Temporais necessidades”, recebendo resposta no dia 6 de agosto (OCL V, pp. 270-2). Quando desenvolveu o sistema das Procuradorias, Pallotti entregou o cuidado dos prisioneiros à oitavaProcuradoria, sob a proteção de São Bartolomeu. Os seus membros deviam cuidar em todas as dimensões das exigências dos detidos, entre as quais, do cuidado espiritual, das necessidades físicas como o alimento, da defesa dos seus direitos e da busca de remissão por boas condutas, incluída a oferta de advogados; pedia-lhes também que se preocupassem com as famílias dos prisioneiros. Pallotti fez vários cursos de exercícios espirituais, cada ano, para os jovens detidos dos cárceres de Via Giulia e das Termas de Diocleziano. Enquanto crescia a sua fama, os detidos de outros cárceres frequentemente pediam-no como confessor. Visitou os detidos nos cárceres do Santo Ofício, em Castel Santo Ângelo e na Casa de Correção em Ripa Grande, incluídos os prisioneiros militares. No dia 22 de julho de 1845, escreveu à direção militar pontifícia a fim de interceder em favor de Luigi Berna, um jovem policial que tinha passado 6 meses no cárcere por abandono de serviço, em estado de embriaguez, para ir visitar a mãe doente; e para José Belardi, um soldado da infantaria de 17 anos, que já tinha passado cinco meses na cadeia, contra o qual Pallotti sustentava ter havido uma falsa acusação por parte de três cabos (OCL 5, pp.101-2). Existe um amplo corpo de cartas nas quais os aprisionados lhe pedem favores ou remissão da sua pena ainda para cumprir, fazendo seguidamente apelo à sua boa conduta no cárcere. Numa carta de 13 de janeiro de 1838, ele escreve com amargura a Tomás Cassini, que lhe pedira que visitasse um prisioneiro em Castel Sant´Angelo: “As ocupações tidas no tempo do Cólera me mantiveram afastado do Forte S. Ângelo. Com minha surpresa e desgosto não o encontrei mais: perdoa-me de qualquer negligência minha” (OCL.2, p. 234).
Quando descobri que não havia capela do cárcere, obtive das autoridades pontifícias a licença de adaptar um lugar idôneo para este objetivo. Começou também a ser procurado para o doloroso ofício de dar assistência sacerdotal aos condenados à morte. A Arquiconfraria da Misericórdia de São João Degolado ocupava-se dos condenados à morte em Roma desde o fim de 1400. Segundo os registros dos justiçados, entre 1835 e 1846, Pallotti foi solicitado por nove prisioneiros condenados que ficaram impenitentes somente em dois casos, apesar dos esforços destes santos sacerdotes Bernardo Clausi e Biagio Valentini (sucessor de São Gaspar del Búfalo como Superior Geral da sua Congregação). Em sete destes casos, Pallotti teve a alegria de ver a conversão do prisioneiro. Esta assistência aos condenados muitas vezes pedia a Pallotti horas de grandíssimo esforço e dedicação. Algumas pessoas mudaram num instante: quando ele foi a um homem impenitente, exclamou na capela diante do homem e de todos os presentes em alta voz: “Peçamos que Deus dote este pobre homem com sua graça, logo”! O homem se converteu imediatamente! Outros tomaram mais tempo. Em 8 de março de 1845, entrou na cela de João Vannerelli, 26 anos, de Gubbio, que tinha matado uma peregrina alemã, Anna Kotten, ex-freira, e que por longo tempo tinha refutado a conversão, mais vezes blasfemando e afirmando a sua inocência. Pallotti, que precedentemente tinha falado com Vannerelli, foi chamado pelo marquês Sacchetti, um colaborador, e, depois de mais de duas horas, conseguiu levá-lo à Confissão e à Comunhão. Dado o seu êxito, a Confraternidade, cujo cardeal protetor era amigo de Pallotti, o Cardeal Acton, ofereceu-lhe a nomeação de Capelão, mas ele a refutou por causa do estipêndio que iria conseguir. Cada dia de execução, em Roma, foi um dia de penitência e de oração. Avisos anunciaram as execuções e exortaram à oração, confissão e comunhão pelos condenados. O prisioneiro, nunca pré-avisado do dia de execução, era improvisadamente acordado, na metade da noite, e levado à capela, onde o sacerdote e os membros da acima mencionada Confraternidade estavam à sua espera. Enquanto estes últimos rezavam, o sacerdote ouvia a confissão do detido, celebrava a Missa, dando-lhe a Comunhão pela última vez. Se a pessoa era impenitente, o sacerdote procurava convencê-la, e, às vezes, a execução era adiada até à tarde para deixar-lhe mais tempo. Pallotti experimentava uma grande alegria todas as vezes que conseguia conduzir à conversão um prisioneiro condenado. Um dia, encontrou Emanuele de Gregório, um seu penitente e coronel de estado maior do Papa, e, incapaz de conter a sua alegria, abraçou-o e disse-lhe da sua profunda felicidade pela conversão de um condenado à morte. Quando chegava o tempo da execução, o condenado era levado ao lugar de execução, no interior do cárcere, ou com uma charrete junto com o sacerdote, pelas ruas de Roma para uma das praças públicas, acompanhado em procissão pelos membros da Arquiconfraria, os soldados e o carrasco, guiados por uma cruz de bronze. Pallotti acompanhou um certo número de detentos condenados deste modo, seja com a charrette ou seguindo-o a pé. Depois da oração final e do beijo da cruz, o prisioneiro era justiçado com a guilhotina. Em 1840, a atividade de Pallotti entre os detidos tinha notavelmente aumentado, como atestado no curso da causa de suabeatificação. Dois pontos interessantes finais em relação a Pallotti e aos prisioneiros: (a) São Vicente obviamente não via os prisioneiros só como destinatários passivos de caridade e de apostolado por parte de outros, mas como tendo o direito de serem apóstolos ativos na pastoral da Igreja, como está claro pela sua inclusão dos detidos na lista dos possíveis membros da União do Apostolado Católico recém-nascida, que delineou entre os verões de 1835 e 1836 (cf. OOCC IV, pp. 182 e 326); (b) numa carta de 1847, Pallotti pediu aos membros da Sociedade que fizessem todo o possível, mas “sem ofender alguma virtude cristã”, a fim de obter que o seu “cadáver fosse sepultado em São João Degolado num dos sepulcros dos justiçados” (OCL 6, p.133).

2. ENCONTRO DOS PROMOTORES NACIONAIS DE FORMAÇÃO EM ROMA O segundo Encontro dos Promotores Nacionais de Formação da União, organizada pela Comissão Internacional para a Formação da União em colaboração com o Assistente Eclesiástico, Pe. Jacob Nampudakam SAC, e o Secretariado Geral, foi no Centro Palotino de Formação internacional, o “Cenáculo”, em via Ferrari, Roma, da tarde de 11 de julho àquela de 16 de julho. Os representantes de Argentina, Belize, Brasil, Canadá, Colômbia, Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Costa de Marfim, Polônia, Ruanda, República Democrática do Congo, Eslováquia, República Checa e Ucrânia participaram, mas os provenientes da Austrália, Portugal, Suíça e Estados Unidos não puderam participar; alguns outros países carecem de um Promotor Nacional que funciona. Os assuntos incluíam reflexões sobre a natureza e a realidade da União de hoje e sobre os desafios concretos para promover a visão carismática de São Vicente, com particular referência à formação (Pe. Jacob Nampudakam & Pe. Derry Murphy SAC), o papel do Assistente Eclesiástico e dos Promotores Nacionais de Formação (Pe. Hubert Socha SAC), modelos contemporâneos para a formação espiritual dos adultos (Dra. Susan Timoney, Catholic University, Washington, USA), o papel de uma Associação Pública Internacional de fiéis na obra da nova evangelização (Prof. Gianni La Bella, Comunidade de Santo Egídio) e as Orientações Gerais para a formação na União do 2014 (Ir. Stella Marotta CSAC). Cada representante fez um relatório sobre a realidade e sobre os particulares desafios de formação no seu país. No último dia, houve discussões nos vários grupos linguísticos sobre uma lista de propostas concretas em matéria de formação inicial e permanente na União redigida pelo feedback dos grupos. Importantes propostas adotadas compreendem: fazer de Cristo, como revelado na Palavra de Deus, o centro de formação UAC, que deve levar a gente a participar concretamente na missão quanto aos que estão nas periferias da existência; a necessidade de desenvolver concretos e atraentes modelos Cenáculo para a formação onde os participantes possam experimentar a força renovadora e transformante do Espírito numa comunidade de fé; a prioridade da formação dos formadores, criando sólidos times de formação em cada nível, a fim de identificar e formar formadores de longo tempo; a necessidade de infundir a paixão por São Vicente e pelo seu carisma e a sua espiritualidade naqueles que são formados.

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