sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

MENSAGEM FINAL DA Vª ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO UNIÃO DO APOSTOLADO CATÓLICO

Casa de Exercícios Espirituais dos Passionistas, Roma, Itália
24 a 27 de Janeiro de 2018

Comunhão e corresponsabilidade – celebrando e difundindo a alegria da comunhão e da corresponsabilidade

           
O encontro da Vª Assembleia Geral Ordinária da União do Apostolado Católico foi realizado de 23 a 27 de janeiro de 2018 na Casa de Exercícios Espirituais dos Padres Passionistas em Roma. O total de participantes foi de 39: os membros do CdCG, os Presidentes ou Vice Presidentes dos Conselhos de Coordenação Nacional, dois representantes dos Presidentes de CdCN, o Secretário Geral e o assistente de secretaria, o Ecônomo Geral, os 03 membros convidados, os moderadores, os tradutores e os secretários.
            A primeira concelebração eucarística, presidida pelo Pe. Jacó Nampudakam, Reitor Geral da SAC e Assistente Eclesiástico da União, girou em torno do tema geral desta Assembleia. De fato, em sua homilia, Pe. Jacó destacou quatro aspectos que favorecem e reforçam entre nós a comunhão e a corresponsabilidade:
- Deus, fonte de comunhão e de colaboração;
- o desejo de compreender e respeitar a diversidade dos dons e das vocações;
- o conhecimento e a experiência do itinerário espiritual e místico de nosso santo fundador;
- a União, enquanto associação pública de fiéis à serviço das missões na Igreja. De fato, continuou afirmando o Pe. Jacó em sua colocação: “A União não deve se transformar num clube esportivo de alguns poucos que a imaginam todos de um mesmo modo, mas como algo aberto para todos, estando ou não em desacordo com ela”.
            A partir das colocações feitas pela Presidente, pelas duas Madres Gerais, pelo Secretário Geral, pelo Ecônomo Geral, pelos Presidentes dos Conselhos de Coordenação Nacionais e pelos três membros convidados, ficamos contentes em perceber e comprovar como o carisma de Pallotti está se difundindo no mundo inteiro, como força unificante entre leigos, religiosas, irmãos e sacerdotes. No entanto, é importante não esquecer – destacou a Presidente da União, a Srta. Donatella Acerbi, - que “o carisma é tão somente de Deus e a ele pertence; ele não é nosso e nem de Pallotti. Tanto ele como nós somos seus portadores”. Deus pede, porém, a nossa colaboração para viver, custodiar, aprofundar e desenvolver constantemente este carisma em sintonia com o corpo de Cristo em perene crescimento.
            O Pe. David Glenday, MCCJ, Reitor Geral Emérito dos Missionários Combonianos e Secretário Geral da União dos Superiores Gerais (USG), foi convidado a contribuir com nossa condivisão, provocando o nosso diálogo recíproco com uma reflexão muito incisiva. Baseando-se no capítulo dez do evangelho segundo Lucas, ele comparou o trabalho de nossa Assembleia com o diálogo entre Jesus e os setenta e dois discípulos, que retornavam logo após terem vivido com alegria a missão a eles confiada por Jesus. Pe. David nos convidou a viver com intensa alegria a nossa realidade de vida como União. O seu discurso girou em torno dos cinco verbos que orientaram os caminhos de nossa Assembleia: recordar – o nosso próprio caminho como discípulos; discernir – aquilo que nos impele; desejar – o bem que está nascendo em nós; servir – como servir a alegria do Povo de Deus saindo para fora, tal como Jesus nos pediu; e consolar – os outros em nossa missão apostólica. São cinco verbos, cinco pedras sobre as quais caminhamos e que podemos continuar caminhando com confiança.
            Examinamos bem de perto algumas realidades da União, escolhidas pelo CdCG, assim definidas: a formação, a economia e a evangelização. Tudo isso foi tratado de modo sincero e aberto, buscando trabalhar em prol de uma harmonia maior na vida da União. Esperamos que isto nos conduza a uma ação ainda mais incisiva por parte do novo Conselho de Coordenação Geral e dos Conselhos de Coordenação Nacionais, uma vez que (como nos lembrou Pe. David), “o primeiro passo para a corresponsabilidade consiste em busca-la com coragem e humildade”.
            No terceiro dia os trabalhos da Assembleia prosseguiram com a eleição dos dez membros (dentre os quais três substitutos) que, junto com os três Superiores Gerais das comunidades fundadas por Pallotti, formam o novo CdCG. A missão deles é a de vigiar e levar em frente a vida da União durante o próximo triênio.
            Conforme o nosso costume, reunidos em oração em torno do altar de nosso santo fundador, na Igreja do Santíssimo Salvador em Roma, celebramos a missa de encerramento, que foi presidida pelo Secretário Geral, Pe. Rory Hanly.
            Queremos agradecer a todos aqueles que nos acompanharam durante todos estes dias através da oração, do sacrifício e do encorajamento. Obrigado por todo o bem realizado e pelo testemunho de serviço generoso prestado a toda carismática família palotina.
            Queremos concluir com as palavras do Papa Francisco, que ecoaram fortemente durante a Assembleia: “Procurem agir pessoalmente em vez de se limitarem a observar e criticar sentados o trabalho realizado pelos outros” (Discurso feito em Cesena, em 01 de outubro de 2017). É com este espírito que devemos caminhar. Queremos caminhar juntos como discípulos e missionários, protagonistas da missão de Jesus, seguindo os passos de São Vicente Pallotti que, por sua vez, seguiu de perto os passos do próprio Jesus Cristo.


Os membros da Vª Assembleia Geral Ordinária da UAC 2018

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

JESUS E AS NOSSAS DOENÇAS

Há três domingos que as leituras do Evangelho vem sendo uma sequência de versículos de Marcos capítulo 1.  No Domingo passado vemos Jesus desmascarando e expulsando aquele que é a origem do mal no mundo, aquele que é perverso e perversor: o demônio.
Assim como uma dona de casa, quando vai fazer uma boa faxina, não tira somente as aranhas, mas também as teias que essas aranhas fizeram, Jesus é Aquele que vem reparar a glória de Seu Pai, ultrajada pelo pecado de Adão e, para isso, expulsa o demónio, mas também tira as teias do pecado e suas consequências.
São Beda, comentando essa passagem da cura da sogra de Pedro diz: “Primeiro deveria o Senhor tapar a boca da serpente, para que não espalhasse mais veneno. Depois curou a mulher que foi seduzida antes da concupiscência carnal. Por isso disse: “Jesus saiu da sinagoga e logo foi à casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo contaram a Jesus”.  O Santos Padres viam na febre da sogra de Pedro, um símbolo da concupiscência carnal que ficou no ser humano, fruto do pecado original. Jesus, tocando a sogra de Pedro, de novo a equilibra interiormente e a capacita para o serviço no amor.
O pecado original teve como uma de suas consequências, os males físicos. De dois modos Jesus trata esses males: O primeiro é curando-os na Sua Infinita Misericórdia; o segundo é fazendo com que o sofrimento dos seus fiéis contribua para o bem espiritual deles ou de outros, como diz São Paulo quando afirma que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus. (Cf. Rom 8,28)
A Igreja sempre percebeu isso, e viu, no cuidado com os enfermos, uma de suas mais importantes obrigações, aliviando-os de modo natural pelos cuidados, ou sobrenatural, pelos sacramentos e preces. Assim, vemos toda a tradição de médicos que se santificaram no exercício de sua profissão como São Lucas Evangelista, São Cosme e São Damião, Santa Giana Bereta Molla entre muitos outros; fundadores de ordens dedicadas ao cuidado dos doentes como São João de Deus, que fundou hospitais psiquiátricos, São Camilo de Lélis, fundador dos padres e irmãos Camilianos e, atualmente, muitos fundadores de casas para a recuperação de viciados em drogas.  Tal era, em São Camilo, a consciência de que o Cristo estava no doente e que deveria assisti-lo aí, que chegou a dizer que se chegasse, porventura, o dia em que não tivermos mais nenhum doente para nele servirmos o Cristo, teríamos de ir ao cemitério e ressuscitar algum dos mortos para isso.
 Verdadeiramente, como vemos no Evangelho de hoje, a enfermidade pode ser um momento muito privilegiado para o encontro com Cristo que quer nos curar no corpo e na alma, sarando em nós, o pecado e suas consequências.
O salmo de hoje é claro: “O Senhor Deus é o amparo dos humildes, mas dobra até o chão os que são ímpios” (Salmo 146). Ora, em que momento nos tornamos mais conscientes de nossa pequenez do que na enfermidade?  Por isso a Igreja sempre esteve presente nos hospitais, asilos para idosos, tantas casas de recuperação de drogados, e mesmo, fundando muitos deles com pessoas vocacionadas para isso. É uma grande obrigação dos sacerdotes, a visita e a ministração dos sacramentos aos doentes. Para isso existem, também os ministros extraordinários da comunhão Eucarística, a pastoral da saúde...
Tendo em vista tudo isso, vemos como a Igreja sempre teve apresso pela profissão médica, vendo nela um dos cumprimentos do mandato do Salvador: “Estive doente e fostes me visitar”.
Não obstante isso, não podemos deixar, com muito pesar, de nos referir também, aqui, a certos abusos no exercício da medicina que vemos nos dias de hoje. A enfermidade , que colabora para o crescimento da humildade do ser humanos e a reaproximação de Deus, pode, infelizmente, contribuir também para o endurecimento do coração e a revolta contra o Criador e os seus desígnios. Como?  
Quando a medicina é usada não para preservar e restaurar a saúde, mas para manipular a vida. Lembramos as eutanásias, lembramos o congelamento de embriões humanos e o descarte dos mesmos nas fecundações em vitro; lembramos os métodos anticoncepcionais artificiais que geram abortos; lembramos as esterilizações em massa que se praticam nos dias de hoje. Estas últimas levam muitas pessoas, não a equilibrar as suas paixões e a canalizá-las ao reto uso da sexualidade, mas para tornar o uso do sexo algo “barato”, que acaba por levar à desordem moral, e, consequente, ao enfraquecimento das instituição familiar.
Estamos perto do carnaval. Quantas pessoas, nesses dias, por causa do avanço da medicina, vão tratar os seus corpos com depravação, achando que não pegarão nenhuma doença, ou que não engravidarão. Mesmo que isso não aconteça, o que de fato acontece, pois esses métodos são falhos, como ficarão as suas almas? Certamente mais entregues àquele antigo inimigo do qual Jesus veio nos libertar: o demônio.
Que Nosso Senhor nos conceda santos médicos, santos sacerdotes, santos agentes de pastoral da saúde, bons vizinhos dos enfermos, para que estes recuperem a saúde não só do corpo, que um dia perecerá, mas também da alma, pela qual Jesus se ofereceu na Cruz.
Dentro de instantes, o mesmo Jesus que curou os doentes estará conosco na Eucaristia, para tocar também misericordiosamente o nosso corpo, pois também ele está destinado à felicidade eterna juntamente com a nossa alma. Que Nosso Senhor aumente a nossa fé e que possamos receber a Eucaristia sempre com maior fruto.

Para partilhar: O que posso fazer a mais por Jesus presente em cada enfermo?

Pe. Marcelo