A Santidade, Um Caminho feito juntos
São Vicente Pallotti, como fundador da união
do Apostolado Católico, recebeu a iluminação do Espírito Santo de chamar TODAS
AS PESSOAS “que possuem zelo para a glória de Deus, amor e compaixão para a
salvação do próximo”.
Nossa profunda
gratidão ao Papa São João XXIII, por ter chamado, naqueles anos, as
Congregações religiosas e outros Institutos de vida Consagrada a retornarem ao
próprio carisma original, que é a volta à inspiração dos seus Fundadores, para
renovarem, em si mesmos, o dom do Espírito Santo que lhes fora concedido por
intermédio de seus Fundadores. Foi assim comigo, Vicente Pallotti revive e a
sua mansagem tocava diretamente o coração da humanidade, pois trazia como
referência o espírito dos primeiros cristãos, ou seja,(o espírito) de todos
aqueles que haviam sido chamados a fazer com que Jesus fosse conhecido pelo fato de o terem acolhido como Senhor e
Salvador.
No tempo de retornar à fonte do carisma foi um
período em que os sacerdotes, irmãs e irmãos trabalharam juntos a fim de
aprofundar a inspiração original que Pallotti recebera. Foi um período de
estudo e de partilha para chegar a uma melhor compreensão daquilo que nos fora
transmitido. Foi um período de renovação onde antramos em comunicação uns com
os outros com o profundo desejo de conhecer melhor o carisma que Vicente
Pallotti havia recebido. Esse foi o momento da nossa história que favoreceu a recíproca
compreensão e partilha, um período que restabeleceu o lugar dos leigos na visão
do nosso Fundador, um tempo onde fomos chamados a abraçar o inteiro corpo de
Cristo como parte da União. Como resultado desse estudo, a inteiração de uns
con os outros e con os leigos, recebemos a graça de conhecer e amar Vicente
Pallotti e sermos inspirados da sua visão não como algo do passado, mas como
uma verdadeira e real vocação pessoal no tempo presente.
No Apelo da Maio 1835, São Vicente convida
TODOS aqueles que possuem zelo para a glória de Deus, amor e compaixão para a salvação espiritual do
próximo. Esse convite chama àqueles, cujos corações já tinham sido tocados pela
graça de Deus. Convida o povo de Roma a associar-se para responder ao chamado
amoroso de Deus. E a resposta a esse chamado não leva em conta o chamado
específico de cada vocação.
Essa Associação se propõe unir a ação evangélica,
as orações e as ofertas, não somente dos próprios membros mas também de todos
aqueles que desejariam cooperar, mesmo que seja por uma única vez, para
despertar a fé e a piedade entre os cristãos e
multiplicar os meios necessários para manter e propagar a religião
católica.
Aqui encontramos que na visão do Pallotti,
todos, desde o início, são incluídos. E para enfatizar esse incluir TODOS, São
Vicente esclarece sua afirmação.
Por isso, a associação é composta de tal modo
que todos os católicos podem participar. Podem ser clerigos ou leigos; homens
ou mulheres; estudados ou analfabetos; ricos ou indigentes; nobres ou
populares; pessoas de qualquer vocação, estado ou posição social. Portanto,
aqueles que não podem exercitar pessoalmente o sagrado ministério, diretamente
podem ainda oferecer a sua colaboração com
suas atividades pessoais, o comercio, a profissão, o trabalho, as doações
voluntárias e também utilizando oportunamente a sua participação. Naturalmente,
todos podem cooperar com o meio eficaz da oração. Por meio dessa associação,
portanto, ninguém é excluído de cooperar no Apostolado Católico ou de ter
participação das orações, méritos e premios.
Neste longo e detalhado Apelo ao Povo de Roma,
Pallotti citando o papa São Gregório Magno, lembra que não há sacrifício mais
aceito por Deus onipotente do que o sacrifício de um coração cheio de zelo pela
salvação do próximo. E assim faz o apelo ao amor do povo romano para com Deus,
que está presente em cada pessoa, para poder chegar aos outros para salvar suas
almas. Pallotti tem consciência de que esse amor de Deus foi colocado no
coração de todo o povo de Deus, a fim de viver a comunhão com Deus e com o
próximo. Essa inspiração leva-o a perceber que Deus chama TODOS.
Por meio do convite ao povo de Roma, Pallotti
apela ao coração e à capacidade do indivíduo a responder no amor e desse modo
chegar até o próximo. “Somos, portanto, convictos, de que todos os corações
verdadeiramente católicos, todas as pessoas verdadeiramente cuidadosas que guardam
no coração o amor pela salvação do seu próximo, a glória de Deus e o santo Nome
de Jesus Cristo, responderão com igual generosidade e prontidão ao Apelo que
nós fazemos a sua sensibilidade religiosa e caridade. (cfr. Apelo de Maio, 1835).
É um apelo a se unirem para a glória de Deus e o nome de Jesus. É a visão de
São Vicente Pallotti do corpo de Cristo unido na ação como na oração. É o coração
da União do Apostolado Católico de caminhar juntos na santidade e na ação apostólica.
En todo o Apelo de 1835 e em todos seus
escritos, São Vicente Pallotti acentua a respeito do coração cristão e suas
intenções. Sem dúvida, retira muito da Sagrada Escritura, como quando se refere
a “todos os corações verdadeiramente católicos, a todas as pessoas verdadeiramente
cuidadosas” que responderão ao Apelo. O Fundador, atualmente, estaria em
comunhão com a Exortação “Gaudete et
Exultate” do Papa Francisco e a aplicaria aos membros da União aquilo que o
Papa escreve em relação aos: “Felizes os puros de coração porque verão a Deus”.
(cfr. GE, 83).
Para Pallotti não há separação entre o amor de
Deus e o amor ao próximo; em ambos os casos, o amor deve surgir do coração.
Este é o fundamento da União onde os membros estão unidos pela Graça de Deus e
desenvolvem a obra de Deus como um único corpo. E Pallotti vai além dos
próprios membros, a fim de incluir qualquer pessoa que queira colaborar, mesmo
sendo uma única vez, para reavivar a fé
e a piedade (amor).
Para o Papa Francisco, a bem-aventurança se
refere àqueles cujos corações são simples, puros, sem imundícies, porque é um
coração que sabe amar, não permite entrada de alguma coisa que ameaça o amor,
que o enfraqueça, e o coloque em perigo. Francisco indica que na Biblia o
coração são as nossas verdadeiras intenções, aquilo que realmente buscamos e
desejamos, além de quanto manifestamos (cfr GE, 83). E neste nosso tempo, Pallotti
concordaria afirmar que um coração que genuinamente ama a Deus e o próximo é um
coração puro; e esse pode ver Deus.
De fato, Pallotti une continuamente o amor de
Deus e o amor ao próximo nos seus escritos, especialmente no Apelo de Maio de
1835
Também nós, atualmente, somos chamados a ir ao
encontro dos outros, convidando-os a amar a Deus e ao próximo para o Reino de
Deus, que é Reino de Amor. Com Vicente Pallotti, que nos confiou a missão de
ser contínuos fundadores da União, devemos chamar as pessoas do nosso tempo com
aquela sua mesma convicção a respeito de “todas as pessoas que tem zelo para a
glória de Deus e compaixão para a salvação espiritual do próximo”.
Pensando bem, esse zelo, para nós, é
semelhante ao do nosso Fundador no perceber o mundo de seu tempo. Na verdade,
poderíamos aplicar as suas mesmas palavras à nossa realidade, local, nacional e
global”. Qualquer pessoa que considerar atentamente a situação atual do mundo
em relação à religião, chega a conclusão que, porque em nossa época existe
tanto mal, temos uma grande necessidade de fé” (Appello de Maio 1835).
Perguntas para reflexão pessoal e comunitária:
Como descrever “um coração puro” ás pessoas da
nossa sociedade, em particular aos jovens?
Seguindo as orientações de São Vicente
Pallotti, como expressar o convite para aderir à União?
Que passos devem ser feitos para ajudar os
jovens a compreenderem o carisma Palotino e colocá-lo em prática?
Qual ‘estilo’ de vida como cenáculo e como
corpo nacional se irradia no trabalhar juntos para o Reino de Deus?
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Carmel Therese Favazzo CSAC, USA