Introdução Geral
Com esta edição, estamos começando uma série
de reflexões - que continuaremos nos próximos meses - sobre o tema do diálogo,
à luz do carisma doado à Família Palotina, através de São Vicente Pallotti.
A
comunhão é o centro do nosso carisma, e São Vicente é justamente considerado o
profeta da espiritualidade de comunhão. O dialogo é expressão de comunhão e -
ao mesmo tempo - um meio para promovê-la; um meio para aprofundá-la onde já
existe, e para cuidá-la onde foi ofendida.
Trata-se
de um meio que nos consente de entrar em relação com os outros, de condividir
profundamente a verdade da nossa experiência de vida e de fé, de abrir-nos a
escuta profunda da experiência do outro, de ser tocado e transformado por esta
experiência.
Trata-se de um meio para construir e
aprofundar as relações de amor e de respeito recíproco, na justiça e na verdade
entre nós, como família Palotina, e mais amplamente com a Igreja e com a
sociedade.
O diálogo é também uma característica
particular da Igreja de hoje, no sentido amplo, é também o convite constante do
Papa Francisco. Somos chamados de uma forma particular, através do nosso
carisma, a realizar a nossa parte na promoção da cultura do diálogo, nas
multíplices dimensões da nossa vida e do nosso mundo.
A Secretaria Geral
DIÁLOGO ENTRE AS DIFERENTES VOCAÇÕES
[A União do Apostolado Católico] é como uma
trombeta evangélica, que chama a todos, que convida a todos, que desperta o
zelo, e a caridade de todos os Fiéis de cada estado, grau e condição... (OOCC,
I, pp. 4-5)
É
vital para nós continuarmos a crescer na consciência que a União do Apostolado
Católico é composta de “todos os fiéis de todas as classes, posição e
condição”. Tal composição requer um contínuo diálogo entre as diferentes vocações,
porque a proposta ao apostolado - e por isso a imitação de Cristo na nossa vida
- será diferente de uma e outra vocação.
É
óbvio que a vida de um leigo, confrontada com a de um sacerdote, terá desafios
diferentes, como também diferente estilo de vida. Bem como a pessoa solteira e
a pessoa com família enfrentaram a vida de diferentes pontos de vista,
dependendo da estrutura e dos deveres que pertencem a cada pessoa. A forma de vida contemplativa e de
vida ativa são diferentes uma da outra. Quando levamos em consideração a
universalidade da pertença, torna-se claro que, para reforçar as relações entre
os membros, o diálogo é fortemente necessário. Este diálogo entre as várias
vocações não é importante só para reforçar a compreensão recíproca, mas também
para uma maior eficácia no chamado comum ao interno da União. Então se console cada Católico... se com os
seus Talentos, Ciência, Erudição, Estudos, Poderes, Nobreza, Relações,
Profissões, Arte, Palavra, Substâncias, Bens Terrenos, e Orações fará quanto
puder, para que venha reavivada a Fé, e reascendida a Caridade..., adquirirá o
mérito do Apostolado (Cfr. OOOO, IV, p. 326).
Quando
estudamos a origem do carisma, que foi dado ao nosso fundador São Vicente
Pallotti, em termos de ampla visão de pertença ao Corpo de Cristo, nos recorda
que as atividades cotidianas de cada pessoa podem ser uma fonte de apostolado -
a vida mesma de Jesus Cristo, Apóstolo do Pai - que continua mediante a força
do Espírito que age em nossa vida. Este chamado a uma profunda compreensão
recíproca e do nosso papel no empenho de evangelização é para dar nova vida à
fé. Nova faísca para o amor e novo impulso à unidade. Em que modo podemos unir
esta consciência essencial do “Corpo” se não dialogamos?
Qual
a melhor maneira para “ligar” cada parte ao corpo, se não trabalhar em unidade
na resposta apostólica, ao qual Deus esta chamando a União do Apostolado
Católico?
A idéia de Apostolado, e o nome de Apóstolo na
linguagem correta das Sagradas Escrituras não é tal que não possa distinguir-se
da jurisdição eclesiástica... de tal forma que não possa de qualquer modo
honrar-se do nome de Apostolo também aquele que não é sacerdote, e por isso
pode o seu trabalho dizer-se Apostolado. (OOCC, III, p. 140)
O
diálogo e a colaboração efetiva estão interligados. Quando São Vicente elenca
as vocações, os talentos e as atividades das pessoas, o faz tendo uma visão que
abraça o único Corpo e as suas multíplices partes. Ele olha o trabalho de cada
um, como parte do todo. Portanto,
não respondemos ao chamado de Deus isoladamente, mas em comunhão uns com os
outros. Se cada pessoa é parte de um
corpo único, então cada atividade torna-se parte do empenho universal para a
salvação do mundo. Este é o carisma que temos herdado e depende de nós desenvolvê-lo
de modo eficaz no nosso tempo, através o diálogo e a colaboração. Jesus enviou
o Espírito para nos ensinar como realizar isso. Depende de comunicar-nos uns com os outros de modo a
assumir a lógica de Cristo, para poder crescer como único Corpo de Cristo.
Perguntas para a reflexão:
- Como podemos crescer como único corpo na União do Apostolado Católico e na compreensão das nossas diferentes vocações através o uso do dialogo?
- De que modo o diálogo e a colaboração são associados entre eles como meios importantes para o desenvolvimento da União do Apostolado Católico?
- Em quais modos o diálogo pode ajudar-nos para reconhecer melhor o papel essencial dos leigos na União e na Igreja?
- O que podemos fazer para aprofundar a nossa experiência de Corpo de Cristo e ampliar nosso conhecimento das diferentes vocações ao interno da União para utilizar as ações da vida cotidiana, como meios para um apostolado mais frutuoso?
Sr.
Carmel Therese Favazzo CSAC
USA
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