domingo, 27 de agosto de 2017

Apóstolos Hoje Agosto de 2017

DIÁLOGO EM FAMÍLIA
A família se compõe e se fundamenta no diálogo, feito de pequenas situações, todas importantes e significativas: os gestos mais simples, as atenções, as gentilezas, adisputa para servir uns aos outros, mas sobretudo nutrir sem se cansar, a sintonia entre as pessoas.
Acreditamos que duas coisas são particularmente importantes: a reciprocidade e a perseverança. Mas quem pode fazer esses dons se não a Graça?
A Sagrada Família é o exemplo que Jesus nos oferece. Ele no centro da família, não como uma criança que atrai a atenção como tal, talvez até sujeita a algum “vício”, amorosamente aceita pelos pais, assim como o “sagrado” entre eles.
Ao redor de Jesus há um primeiro mistério que envolveu os pais, desde a anunciação: o diálogo entre Maria e José foi nutrido pela fé em Deus que sustentou todos e os acompanhou sempre. Deus foi a “garantia” daquela família.
Mesmo o momento do nascimento foi incomum, mas
os simples e os estrangeiros estavam alí para acolhê-los, criança e pais.
Quanto terão falado entre eles José e Maria? Quantas perguntas foram feitas sobre os acontecimentos e o seu futuro? Jesus certamente não criou as bases para um futuro simples e planejável... talvez nem pensassem nisto... a Providência foi a luz que os conduziu.
Também hoje a Providência trabalha, mas lhe damos espaço? Em família nós nos questionamos para entender como acontecem coisas inesperadas e o que Jesus quer dizer com este modo de agir? A contemplação, quando é partilhada, é uma maneira diferente de dialogar... diante do sagrado há a contemplação.  
Uma amiga que conhecemos foi atingida por uma grave e rara doença, seu marido, sendo médico, obviamente estava muito preocupado. Após as primeiras terapias fomos visitá-los e nos disseram que encontraram tanto sofrimento, e que ficaram impressionados com a doçura e serenidade com a qual outras famílias enfrentavam as mesmas situações de dor, simplesmente dialogando e agindo com ternura. Simplesmente nos disseram: “isto foi para nós o maior ensinamento”. Ter olhos para perceber que Jesus te fala através das situações e contemplá-Lo juntos é um nível de diálogo muito profundo, talvez um dom.
A vida hoje é mutas vezes agitada e parece que o tempo nunca é suficiente. É verdade, em parte, mas o diálogo do casal é algo que se constrói no decorrer dos anos... é uma condição essencial que se adquire com a graça e que deve ser alimentada todos os dias, com a criatividade diante de cada situação.
Nós pais, ou nós adultos em geral, temos também a oportunidade de educar-nos à contemplação e à comunicação profunda também os menores. Envolvê-los num ambiente onde se vive deste modo, sem a presunção que tudo se torne perfeito. De fato, nós e nossos filhos somos acompanhados pela nossa humanidade, mas sabemos que os nossos limites são superados pelo Amor de Jesus.
Não é fácil manter vivo o diálogo com os filhos, sobretudo na fase do crescimento, mas esperimentamos sem desanimar diante do silêncio ou dos contrastes. Faziam parte do “pacote”, por assim dizer, mas eles depois, de superada a adolescência, reconheceram nossa firmeza e compreederam a importância do diálogo sobretudo nos momentos mais difícies.
Entendemos na nossa vida de família no interno da família palotina a importância de amar o outro dispondo-nos à escuta, ao diálogo autêntico, livres de julgamentos e desinteressados. Compreender e entender as razões do outro quem quer que seja para poder viver a diversidade como riqueza e isto podemos fazer sempre, onde quer que estejamos e em qualquer situação.

DE SÃO VICENTE PALLOTTI:
“...cada um imaginando de encontrar-se na Casa de Nazaré como se fizesse parte da Sagrada Família do Homem-Deus se compromete a viver com aquela humildade, submissão, simplicidade, e proveito que pode imaginar, que teria praticado, e promovido se realmente se tivesse encontrado vivendo com Jesus, Maria e José” (OOCC II, 104).

REFLEXÕES:
Sentimos a necessidade e a alegria de partilhar nossas experiências?
Quanto tempo dedicamos ao diálogo na família/comunidade?
Quando nos confrontamos procuramos convencer ou compreender o outro, as suas razões e as suas experiências?
Nossa atitude com o externo coloca os outros à vontade criando um clima de confiança e tranquilidade ou, inadvertidamente levantamos um véu de separação diante daqueles que tem opinão diferente?
Como reagimos diante a partilha de um sofrimento? É mais fácil alegrar-se junto ou enfrentar uma dificuldade?
            Rosa Colucci e Giuseppe del Coiro,

            Roma.

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