DIÁLOGO EM FAMÍLIA
A família se compõe e se fundamenta no
diálogo, feito de pequenas situações, todas importantes e significativas: os
gestos mais simples, as atenções, as gentilezas, adisputa para servir uns aos
outros, mas sobretudo nutrir sem se cansar, a sintonia entre as pessoas.
Acreditamos que duas coisas são
particularmente importantes: a reciprocidade e a perseverança. Mas quem pode
fazer esses dons se não a Graça?
A Sagrada Família é o exemplo que Jesus nos
oferece. Ele no centro da família, não como uma criança que atrai a atenção
como tal, talvez até sujeita a algum “vício”, amorosamente aceita pelos pais,
assim como o “sagrado” entre eles.
Ao redor de Jesus há um primeiro mistério que
envolveu os pais, desde a anunciação: o diálogo entre Maria e José foi nutrido
pela fé em Deus que sustentou todos e os acompanhou sempre. Deus foi a
“garantia” daquela família.
Mesmo o momento do nascimento foi incomum, mas
os simples e os estrangeiros estavam alí para
acolhê-los, criança e pais.
Quanto terão falado entre eles José e Maria? Quantas
perguntas foram feitas sobre os acontecimentos e o seu futuro? Jesus certamente
não criou as bases para um futuro simples e planejável... talvez nem pensassem
nisto... a Providência foi a luz que os conduziu.
Também hoje a Providência trabalha, mas lhe
damos espaço? Em família nós nos questionamos para entender como acontecem
coisas inesperadas e o que Jesus quer dizer com este modo de agir? A
contemplação, quando é partilhada, é uma maneira diferente de dialogar...
diante do sagrado há a contemplação.
Uma amiga que conhecemos foi atingida por uma
grave e rara doença, seu marido, sendo médico, obviamente estava muito
preocupado. Após as primeiras terapias fomos visitá-los e nos disseram que
encontraram tanto sofrimento, e que ficaram impressionados com a doçura e
serenidade com a qual outras famílias enfrentavam as mesmas situações de dor,
simplesmente dialogando e agindo com ternura. Simplesmente nos disseram: “isto
foi para nós o maior ensinamento”. Ter olhos para perceber que Jesus te fala
através das situações e contemplá-Lo juntos é um nível de diálogo muito
profundo, talvez um dom.
A vida hoje é mutas vezes agitada e parece que
o tempo nunca é suficiente. É verdade, em parte, mas o diálogo do casal é algo
que se constrói no decorrer dos anos... é uma condição essencial que se adquire
com a graça e que deve ser alimentada todos os dias, com a criatividade diante
de cada situação.
Nós pais, ou nós adultos em geral, temos
também a oportunidade de educar-nos à contemplação e à comunicação profunda
também os menores. Envolvê-los num ambiente onde se vive deste modo, sem a
presunção que tudo se torne perfeito. De fato, nós e nossos filhos somos
acompanhados pela nossa humanidade, mas sabemos que os nossos limites são
superados pelo Amor de Jesus.
Não é fácil manter vivo o diálogo com os
filhos, sobretudo na fase do crescimento, mas esperimentamos sem desanimar
diante do silêncio ou dos contrastes. Faziam parte do “pacote”, por assim
dizer, mas eles depois, de superada a adolescência, reconheceram nossa firmeza
e compreederam a importância do diálogo sobretudo nos momentos mais difícies.
Entendemos na nossa vida de família no interno
da família palotina a importância de amar o outro dispondo-nos à escuta, ao
diálogo autêntico, livres de julgamentos e desinteressados. Compreender e
entender as razões do outro quem quer que seja para poder viver a diversidade
como riqueza e isto podemos fazer sempre, onde quer que estejamos e em qualquer
situação.
DE SÃO VICENTE PALLOTTI:
“...cada um imaginando de encontrar-se na Casa
de Nazaré como se fizesse parte da Sagrada Família do Homem-Deus se compromete
a viver com aquela humildade, submissão, simplicidade, e proveito que pode
imaginar, que teria praticado, e promovido se realmente se tivesse encontrado
vivendo com Jesus, Maria e José” (OOCC II, 104).
REFLEXÕES:
Sentimos a necessidade e a alegria de
partilhar nossas experiências?
Quanto tempo dedicamos ao diálogo na
família/comunidade?
Quando nos confrontamos procuramos convencer
ou compreender o outro, as suas razões e as suas experiências?
Nossa atitude com o externo coloca os outros à
vontade criando um clima de confiança e tranquilidade ou, inadvertidamente
levantamos um véu de separação diante daqueles que tem opinão diferente?
Como reagimos diante a partilha de um
sofrimento? É mais fácil alegrar-se junto ou enfrentar uma dificuldade?
Rosa
Colucci e Giuseppe del Coiro,
Roma.
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