segunda-feira, 31 de agosto de 2015
domingo, 30 de agosto de 2015
sábado, 29 de agosto de 2015
Da Polónia, com amor
Para
o padre João Pedro, pároco de Febres, Agosto é significado de muito trabalho.
As igrejas enchem-se de fiéis e as cerimónias de casamento e baptizados
seguem-se umas atrás das outras. Ainda assim, foi com simpatia e
disponibilidade que o pároco nos abriu a porta de sua casa, onde nos contou
cada capítulo da sua vida…da Polónia a Portugal, passando pelo Brasil.
Chama-se
Jan Piotr Stawicki mas na freguesia de Febres todos o tratam por padre João
Pedro. Quem frequenta a igreja já lhe conhece a pronúncia, com um travo de
polaco e um outro tanto de português do Brasil, mas também a simpatia com que
acolhe todos os que procuram a palavra de Deus ou apenas alguém com quem
conversar.
Pároco
desta freguesia desde 2011, o Pe. João Pedro nasceu em 1963 na Polónia, mais
precisamente em Kowal, “um lugarzinho como Febres, com pouco mais de 5 mil
habitantes”. Oriundo de uma família numerosa, em que a religião era uma peça
central e onde se respiravam os valores cristãos, o polaco percebeu bem cedo
aquela que viria a ser a sua vocação: ser padre. “Quando eu era jovem, as
igrejas da Polónia estavam sempre cheias, assim como os seminários. Um dos meus
irmãos [tem cinco] já estava a estudar para padre e na minha família já havia
quatro padres (tios maternos e paternos) ”, refere, acrescentando que, talvez
por isso, não tenha havido grande sobressalto no momento em que decidiu contar
aos pais que iria para o seminário.
“Claro
que eles ficaram um pouco surpreendidos mas ficaram mais contentes ainda. Nessa
altura eu não era muito ‘santo’ e eles até ficaram satisfeitos por eu ter
escolhido um caminho certo no meio de tantos outros que podiam ser errados”,
refere com humor.
A
rebeldia da juventude, como nos conta, manifestava-se principalmente no
incumprimento dos horários estabelecidos pelos progenitores: “Os meus pais
ficavam preocupados porque nessa altura na Polónia existia o recolher
obrigatório à 20h00 e eu andava pela rua e não chegava a casa a horas. Muitas
vezes vinha já com os efeitos do gás lacrimogéneo, porque me metia nas brigas
com a polícia”, recorda.
Filho
do presidente de uma cooperativa agrícola, o Pe. João Pedro confessa ter tido
uma infância “muito feliz”, apesar da situação conturbada da Polónia, nesse
período ainda sob a alçada comunista. Enquanto petiz, o polaco afirma que era
de gostos simples: “Naquele tempo, uma pessoa alegrava-se com tudo o que tinha.
Não havia computadores, smartphones, nem nada disso… Muitas das vezes, o nosso
doce era um simples pão molhado com água e com açúcar por cima. Porém, apesar das
dificuldades, havia uma grande convivência”.
As
brincadeiras eram “muito semelhantes às portuguesas” e passavam- se
essencialmente na rua, a jogar futebol ou em corridas. “No entanto, os meus
desportos eram um pouco diferentes. Eu gostava mais de atletismo, especialmente
de salto em altura. Também costumava andar de planador e saltar de pára-quedas,
uma actividade que era muito desenvolvida na Polónia e acessível a todos”,
refere, desvendando-nos o seu lado mais radical.
Outro
dos hobbies do Pe. João Pedro, e que ainda hoje mantém, é tocar guitarra.
“Tocava na banda da escola, na banda da igreja, na banda da cidade, na banda
dos escuteiros [que frequentou durante 12 anos]… Na minha família havia muita
gente ligada à música e por isso esta fazia parte do nosso dia-a-dia. Nos povos
do Leste é muito comum tocar-se instrumentos, sobretudo de cordas”,
explica-nos.
O
início
Foi
durante o período de férias que o polaco descobriu que queria ser padre. “Na
altura, frequentava todos os Verões, com os meus amigos, um acampamento de duas
semanas que se chamava ‘Férias com Deus’ e que se realizava no Sul da Polónia,
no meio das montanhas”. Lá, os dias eram dedicados à oração, “mas havia também
muitas actividades, muita conversa e muito canto”, recorda o padre, acrescentando
que foi desses encontros que nasceu a sua vocação.
Antes,
chegou ainda a entrar na Faculdade de Varsóvia no Curso de Engenharia Florestal
mas logo desistiu e foi para a Sociedade do Apostolado Católico, a mesma
congregação que o irmão havia frequentado. “Entrei no curso para confirmar que
era capaz mas o meu desejo já era seguir pelo caminho do seminário. Cheguei
mais tarde que os outros seminaristas mas rapidamente apanhei as matérias e fiz
novos amigos”, conta-nos.
No
seminário a integração não poderia ter corrido melhor. Fez parte da banda de
música, participou em várias peregrinações e chegou a trabalhar com
toxicodependentes e alcoólatras. Mais tarde, tirou Filosofia e Teologia na
Universidade Católica de Varsóvia.
Ainda
durante os tempos de seminário, o Pe. João Pedro manteve sempre bem presente um
sonho: tornar-se missionário na Amazónia. “Já tinha a tendência para a floresta
e então tinha a ideia fixa de ir para lá”. Para tal, chegou a tirar um pequeno
curso de enfermagem, anestesiologista e instrumentalista, que punha em prática
no seminário ajudando o dentista e o médico de serviço e fazendo pequenos
curativos em quem necessitava. “Sabia que isso iria ser útil caso fosse para a
Amazónia. Porque lá, um padre deve ser também enfermeiro, professor, etc.”,
explica.
Durante
os anos de seminário, todavia, chegou a ponderar se o caminho que estava a
seguir era o correcto. “Várias vezes perguntei-me se era mesmo aquilo que
queria para a minha vida. Num momento crucial, quando já era Diácono, pedi a
Deus um sinal e ele deu-me um tão grande que não tive dúvidas de que era para
continuar”.
A 6
de Maio de 1989 foi finalmente ordenado sacerdote. Depois disso, durante um
ano, fez vários tipos de serviços: foi capelão num hospital, organizou retiros
para doentes, foi capelão numa congregação feminina e vigário numa paróquia
polaca; até que em 1990, com 27 anos, veio para Portugal para frequentar um
Curso Erasmus de Letras, na Universidade de Lisboa.
“Esse
período foi muito interessante. Só na minha turma havia alunos de 14
nacionalidades, sendo que eu era o único e primeiro padre da história do
curso”, diz. O objectivo do polaco era aprender a Língua Portuguesa, e, como
tal, estar mais preparado para cumprir o seu desejo de partir rumo à Amazónia.
Cada
vez mais perto de concretizar o seu sonho, o polaco regressou entretanto à sua
terra natal já com o visto permanente para viajar para o Brasil. “Estava
prontinho para finalmente ir para a selva amazónica quando o Cardeal Patriarca
de Lisboa, António Ribeiro, pediu à congregação dos Palotinos, da qual faço
parte, que fosse para a paróquia de Odivelas e eu lá fui”.
Em
Odivelas, o Pe. João Pedro foi Vigário e o seu trabalho era essencialmente
relacionado com o grupo de escuteiros e de jovens, com quem organizava peregrinações
a Fátima (as primeiras de Lisboa), festivais, entre outras coisas.
“A
paróquia era muito grande e muito complexa. Era um trabalho muito intenso mas
motivador”, afirma, acrescentando que, entretanto, em 1997, é-lhe pedido que
parta para o Rio de Janeiro, no Brasil, onde se veio a deparar com uma
realidade bem diferente daquela de onde vinha.
“Nos
primeiros tempos fiquei como pároco numa das favelas mais sangrentas do Brasil,
a Favela da Maré. Era um local complicado, em que praticamente cada dia havia
um novo cadáver no meio da rua. Porém, lá a igreja era muito respeitada e pude
conhecer a hospitalidade e bondade daquele povo simples”, afirma.
Depois
da favela, passou para a paróquia de Niterói, “uma das zonas mais bonitas que
já vi”, e onde desenvolveu principalmente o trabalho com os mais necessitados e
com os jovens. Aí as cerimónias, como nos conta, “eram muito animadas. A música
era uma constante. As pessoas batiam palmas, cantavam e oravam com as mãos no
ar… era muito bonito”.
Algum
tempo depois, é eleito superior da congregação Palotina no Brasil e muda de
funções. “Nesse período o meu trabalho era essencialmente visitar as
comunidades de vários locais do Brasil. Cheguei finalmente a conhecer a
Amazónia, mas o desejo de ser missionário por lá ainda não foi realizado”,
revela-nos, sem qualquer tipo de mágoa.
Assim
que terminou os quatro anos como superior da congregação, o Pe. João Pedro
regressou, a seu pedido, para Portugal como Reitor da Congregação e Capelão dos
polacos. “Na altura [2011] foi-me pedido que viesse para Febres porque os
padres brasileiros que aqui estavam queriam regressar ao Brasil”, explica-nos.
O
paraíso
Em
Febres, refere, descobriu “um novo Portugal. Um Portugal talentoso, de pessoas
que gostam de cantar, de compor, de tocar instrumentos”, afirma visivelmente
feliz.
Actualmente
também à frente das paróquias de São Caetano, Vilamar, Corticeiro de Cima e
Praia de Mira, o Pe. João Pedro, que conta com a ajuda de dois vigários também
polacos, refere que não tem mãos a medir: “Aqui, principalmente durante o
Verão, as igrejas enchem. A nossa paróquia anima-se muito quando chegam os
meses de Julho e Agosto, em que se realizam várias cerimónias de baptizado e
casamento no mesmo dia”. Depois de ter passado por tantos locais, o padre polaco,
que no meio da população se sente “como peixe na água”, já sabe como se adaptar
às circunstâncias.
“Sou
eclético e felizmente adapto-me muito bem aos lugares onde estou. Se estou no
Brasil procuro ser brasileiro, se estou em Febres tento ser uma pessoa mais da
terra. Aqui sei, por exemplo, que tenho que fazer homilias curtas para que não
dispersem a atenção”.
Nas
suas missas, preparadas atempadamente e ao pormenor, tenta introduzir sempre um
pouco de actualidade e da história da igreja ou dos santos “menos conhecidos”.
Ao mesmo tempo, aposta numa ligação forte com os paroquianos, “que cada vez têm
mais tendência a afastarem-se da igreja por vários motivos”, demonstrando- se
disponível para os ouvir ou ajudar quando necessário.
Fã
assumido do Papa Francisco, o Pe. João Pedro concorda com o ideal de uma igreja
“que tem espaço para todas as pessoas”. Uma igreja que não reprime, que não
esconde, que não exclui: “O Padre Francisco é uma bênção porque fala muito aos
sacerdotes e aos bispos tentando mudar um pouco a mentalidade, aquele
clericalismo que não é muito saudável. É importante que as pessoas percebam que
a igreja tem que ir para a periferia, onde as pessoas muitas vezes estão
desprezadas e pouco amadas”.
Aos
52 anos, e com 26 anos de sacerdócio, a sua principal “missão” é, deste modo,
tentar animar os vários sítios da freguesia, “porque há uns mais interessados
em fazer coisas e outros menos”. “Quero que as pessoas ganhem mais vontade,
mais ânimo pela religião e pela própria vida… Quando cá cheguei muitos destes
lugares não comemoravam as suas festas e as igrejas e capelas estavam vazias,
agora já se nota as coisas a mudarem”, afirma, orgulhoso.
Outros
dos objectivos é apostar ainda mais nos cursos Alpha e COR (Curso de Orientação
Religiosa), de forma a chegar a mais pessoas, essencialmente jovens,
atraindo-as para a igreja e para a palavra de Deus. “Estes cursos trazem muitas
mudanças. Várias pessoas que se julgavam totalmente afastadas da igreja,
encontraram-se novamente depois de frequentarem estes cursos”, sublinha.
Voltar
à Polónia, sem ser para férias, não faz parte dos planos do Padre João Pedro,
pelo menos por enquanto. “Gosto de estar por Febres e, até permitirem, é aqui
que prefiro ficar. Isto é o meu ‘paraíso’, é um sítio lindo, muito verde, e com
muitas potencialidades”, afirma peremptório e de sorriso nos lábios, terminando
a nossa entrevista com uma frase da Bíblia que muito lhe diz: “Não alcancei
ainda o meu objectivo, nem sou perfeito, mas corro para ver se o alcanço já que
fui alcançado por Jesus Cristo!”
Autor: Redacção
(Carolina Leitão)
http://www.imprensaregional.com.pt/aurinegra/pagina/seccao/5/noticia/1444
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Paróquia Imaculada Conceição celebra Santa Missa com bênção especial para as famílias
Na sexta-feira, 21, dezenas de famílias estiveram presentes
na Santa Missa celebrada na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, em
Cachoeiras de Macacu. O motivo? Uma bênção especial para cada uma das famílias
presentes na celebração. Assim, a comunidade local comemorou a passagem da
Semana da Família, data instituída pela Confederação Nacional dos Bispos do
Brasil, e comemorada sempre no mês de agosto.
- Nenhuma família que veio aqui hoje é um modelo para nós.
Apenas a Sagrada Família pode nos inspirar: simples, humilde, mas com
sabedoria. Eles sim, sabiam encontrar a felicidade diante das dificuldades –
afirmou o Pároco local, Pe. Lucas Kaczmarek.
Durante a celebração, o sacerdote destacou que o cristão
deve cuidar de sua fé com o mesmo zelo que demonstra ter por seus bens
materiais. Pe. Lucas disse, ainda, que a família tem que praticar o exercício
diário da oração, retribuindo a Deus por todo amor dEle pela humanidade, mesmo
diante de tanto descaso. - Eu sei que você acorda cedo, trabalha o dia inteiro
e, de noite, chega em casa cansado. E durante esse tempo, você fala com
Deus? Já pensou que Ele quer apenas um pouquinho da sua atenção? Deixe ele
entrar no seu carro, fazer parte do seu dia e do cotidiano da sua família
– completa.
Na ocasião, foi apresentada a nova pastoral da comunidade
paroquial: a Pastoral Familiar. O grupo foi instituído há cerca de um mês,
e vem se reunindo frequentemente para iniciar, em breve, suas atividades
na localidade. Após a bênção final, as famílias presentes formaram filas
no centro e nas laterais da igreja para serem abençoadas diante do
Santíssimo Sacramento. Encerrando a noite, as famílias participaram de uma
partilha no Centro Pastoral São Vicente Pallotti.
Texto e fotos: Fernanda
Aires
Etykiety:
Cachoeiras de Macacu,
missa pela famílias,
palotinos,
pe. Lucas
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
1º Retiro no Mosteiro Trapista – NS. do Novo Mundo – Campo do Tenente /PR
Neste último fim de semana, dias 21, 22 e
23 de agosto, mês no qual rezamos pelas vocações, tivemos uma experiência única
e inesquecível.
Participamos do primeiro retiro no Mosteiro
Trapista, Nossa Senhora do Novo mundo, na cidade de Campo do Tenente, distante
90 kg de Curitiba- Paraná.
A ideia de fazer esse retiro surgiu em uma
conversa de amigos no sábado depois do domingo de Páscoa. Depois de trocar
muitos e-mails, finalmente agendamos e organizamos tudo para partir nessa
viagem.
Nosso grupo, com 14 pessoas (e a Ana no
ventre de sua mãe), que participam das paróquias palotinas de São Sebastião em
Itaipu e NS. de Fátima em Itaipuaçu, seguiu para o mosteiro trapista onde hoje
vive o Pe. Estevão, que todos nós conhecemos bem, como Pe. Akácio.
Foi uma experiência nova e tão maravilhosa e
profunda de intimidade com Deus, que nos faltam muitas palavras para descrever
ou contar!
O mosteiro é dos monges trapistas
cistercienses da estrita observância. Um dos ramos monásticos mais rigorosos.
Mas diferente do que muitos podem pensar em rigor e regras, tudo lá “flui” numa
paz e numa “conexão” inexplicável, e tudo isso no silêncio!!
Chegamos e fomos muito bem acolhidos pelo
nosso querido Pe. Estevão, com aquele sorriso largo que desde os tempos
enquanto Palotino, ele sempre trouxe no rosto. A emoção já tomou conta, pela
saudade que tínhamos de estar com ele, que foi tão importante para nós quando
esteve em nossa paróquia.
Nos mostrou o mosteiro, nos contou como era
o dia-a-dia, nos levou para nossa hospedaria, o qual ele é o monge responsável,
e depois iniciamos com a primeira oração e o primeiro contato com todos os
outros monges.
Parecia que entravamos nos jardins do
paraíso de tamanha paz e tranquilidade naquele lugar!
Os únicos barulhos vinham do piar dos
passarinhos, do vento fazendo os galhos das arvores se mexer.
O dia no mosteiro começa as 3h da madrugada
com as orações do oficio divino. Eles rezam as 7 orações do oficio divino e
ainda tem a santa missa diária. E no intervalo das orações, os monges
trabalham, e trabalham muito. Tem lavoura, padaria, uma lojinha onde vendem os
produtos que fabricam, a hospedaria, e todos os 25 monges que ali vivem, se
revezam para limpar, organizar e manter todo o mosteiro e a terra. São poucos
para tanto, mas víamos que os poucos davam conta do muito a fazer.
Nosso café da manhã e jantar, tínhamos que
preparar na nossa hospedaria, criando assim um habito de ajuda mutua entre
todos os participantes do retiro. E tudo deu certo, porque logo que chegamos
aprendemos com os próprios monges, ao almoçar perto deles e ver como eles
trabalhavam na cozinha! O silêncio total, todos arrumando as coisas juntos,
parecia sincronizado... e era.. sincronizado pelo amor!
Tivemos a oportunidade de ter os momentos
de partilha e meditações junto com o Pe. Estevão, e também nossos momentos de
silêncio. O lugar todo nos transmitia paz e exalava Deus. Estávamos no céu.
A nossa maior emoção e acredito que foi o
momento que mais tocou cada um dos presentes, foi a Santa Missa.
O mais interessante que todos que foram,
sempre estão nas missas, participam nas comunidades, e estamos “acostumados”
com a Santa Missa.... e esse era o problema, estamos acostumados!!
A Santa Missa celebrada lá, parecia que
estávamos participando da última ceia, e estávamos! A igreja que é toda de pedra, com uma
iluminação mais escura, nos fazia entrar em um clima de interiorização. Sem
música, sem guitarras, sem baterias, sem banda, sem equipe de liturgia, sem
muitas flores, sem muita pompa, sem barulhos! Simples, como lemos no evangelho. O Pão ázimo,
numa patena de Madeira, um cálice simples, e os cânticos que se tornavam angelicais
nas vozes dos monges.
E tudo com muita alegria!! A simplicidade
do pouco, transmitia o “muito” o verdadeiro sentido da Santa Missa, que é o
mistério pascal, a maior prova de amor que o mundo pode ter! O amor de Deus por
nós!!
Ao segurar aquele pedado de pão ázimo em
nossas mãos, tendo ali o corpo de nosso Senhor, e bebendo seu sangue naquele
simples cálice, pudemos sentir profundamente esse amor, e que muitas vezes em
nossas comunidades tornasse um gesto mecânico e imperceptível!
Que momento inesquecível! Nos fez repensar
na nossa participação nas Santas Missas, pois as vezes nos preocupamos muito, e
acredito que é a maioria das vezes, nos preocupamos muito com os detalhes, uma
banda musical quase profissional, uma igreja ornamentada até o teto, uma luminosidade
que nos cega e um barulho que não nos deixa ouvir Deus falar.
Claro que sempre estamos querendo em nossas
comunidades fazer o melhor, por nosso Senhor, mas aprendemos que para Cristo, o
pouco é muito quando é feito com amor e dedicação! Com carinho e simplicidade,
com humildade e sem querer reconhecimento e retribuição.
Amigos leitores, amigos Palotinos, temos um
“Monge Palotino” orando por nós, desde as 3h das manhã até as 20h! Quando
acordar pela noite, ou for dormir muito tarde, lembre se que em algum lugar no
mundos, nos mosteiros e conventos, tem homens e mulheres que dedicam suas vidas
para rezar por nós!!
Esse retiro foi maravilhoso, agradeço por
poder partilhar um pouco dessa experiência, e certamente que irei levar outros
grupos de pessoas que querem ter essa experiência de intimidade, que precisam
um pouco do silêncio que o mundo de hoje não nos dá, para ouvir Deus!
“A fé
vem pelo ouvido, Deus nos fala, precisamos só ouvir”, falou o Pe. Estevão para nós.
De fato, hoje o mundo é um barulho só! Nos
comunicamos por questão de segundos com pessoas no outro lado do Planeta, mas
cada vez mais estamos afastados uns dos outros, cada vez mais egoístas cada vez
mais desconectados com os problemas, estamos em conexão mas desconectados uns dos
outros! Somos cristãos, católicos, mas quantas vezes nos deixamos levar pela
cegueira do mundo e negamos nossa fé diante de assuntos polêmicos, apenas
aceitando ou não querendo tomar uma posição para não magoar ou perder
“amigos”...
“ A fé é mais real que a realidade
concreta” Pe. Gabriel, monge, durante a homilia.
Busquemos mais ouvir Deus, busquemos mais o
silêncio, a humildade e as coisas simples, e poderemos já experimentar nessa
terra, um pouquinho do Céu.
Ser santo não é fácil, mas podemos ao menos
tentar! Nossa fé, os ensinamentos de Cristo são difíceis de entender, para
viver, deveremos morrer, o sofrimento nos alegra, a cruz nos salva!
Termino este depoimento, não é possível
descrever todos os 3 dias que ficamos em um texto, teria muito mais para falar,
mas tudo isso que já escrevi é um pouco só, para que tenham ideia do amor que Deus tem por
nós e como esse amor se revela em coisas simples.
Para finalizar, transmito a todos
Palotinos, padres, membros da UAC, o grande abraço que o Pe. Estevão mandou a
todos, pediu que eu falasse que ele reza sempre por todos nós!
“Deus em tudo e Sempre”.
Transcrevo abaixo, algumas mensagens que
recebi de pessoas do grupo, e agradeço a Deus por essa experiência, crendo que
meu trabalho de evangelização através do turismo, ganhou novo gás, novo sentido
e mais vontade ainda de levar as pessoas para conhecerem o mundo sem serem do
Mundo! Admirar as maravilhas que Deus criou e que o homem fez pela sabedoria
que vem de Deus, e ao mesmo tempo sentir um profundo encontro com Ele!
Camille
Santos.
“Sabe
aquele ele jargão que diz: "Eu não tenha palavras para exprimir o que
aconteceu".
Não
há como dar um testemunho sem antes dizer esse jargão. Tirando a viajem, as pessoas, o lugar que fala
por si só, tive duas experiências muito profundas, que infelizmente não posso
comentar. Mas que são irrelevantes para o que objetivamente precisamos fazer.
Digo, precisamos fazer, porque sinto que vocês também sentiram, uma vontade
incontrolável de ser santo! De trazer esta Santidade para nossa realidade. A
palavra de Deus é eficaz e sempre produz fruto ( Iz 55,11)
Encontros
podem até ocorrer, outra viagem também, mas não deixemos esvaziar essa vontade
de ser perfeito. O primeiro passo é a vontade, o segundo é dar início no
processo, e os seguintes pertencem à vontade Divina, que conta com nossa
perseverança.
Eu te amo Jesus, quero é vou um dia, pela tua graça,
te amar mais que a mim mesmo!”
Fabiano Quintanilha.
“Quero deixar aqui meu simples testemunho, eu não consigo
transmitir com palavras o que vivemos lá... Simplesmente fomos transportados
para o Jardim Botânico do céu!
Ali, tivemos tudo que precisamos as orações do Ofício
Divino, a paz e a sabedoria em Deus do nosso amado amigo Pe. Estevão, a
natureza e aquele lugar que me fez experimentar uma grande experiência com o
amor de Deus...porque tudo que aconteceu foi pela sua misericórdia! Por isso
meus amigos o que eu tenho para dizer é:
" EU NÃO QUERO NADA MAIS QUE DEUS!!!"
Maria Isabel Fernandes.
”Não há como
não encontrar com Deus em um lugar como esse é com um guia espiritual como Pe.
Estêvão. Muda mesmo a vida da gente!!!
Sem dívida, somos outros ao voltar de lá...”
Sandra Sodré.
“Depois desse Retiro, podem ter certeza, o meu
conceito sobre PARAÍSO, mudou muito....
NUNCA EM TODA A MINHA VIDA, EU TINHA ESTADO NUM VERDADEIRO PARAÍSO.....
NUNCA EM TODA A MINHA VIDA, EU TINHA ESTADO NUM VERDADEIRO PARAÍSO.....
Sabe alguma
coisa assim sobre o "Jardim do Edem".....Foi bem parecido.... Então,
imaginem, se um dia conseguirmos estar de fato lá, na Graça de Deus.....
Ir dormir cansada, e morrendo de sono, às 20:30h da
noite, acordar às 2:30h da manhã, para rezar e só voltar para dormir às 04:30h,
com um frio de uns 5° C , e ainda se sentir, IMENSAMENTE FELIZ por isso...Não
tem preço, isso chama-se AMOR..
O paraíso aqui na terra, Abadia de N. S. do Novo
Mundo, um lugar onde encontrei a Paz, a humildade e o verdadeiro Amor que Só
Deus tem para nos dar..... Voltando repleta e transbordando da Graça de
Deus.....”
Catari Viana.
domingo, 2 de agosto de 2015
O pensamento de Pallotti sobre a formação sacerdotal
Vicente Pallotti lembra, frequentemente, em seus escritos, que o
eclesiástico deve esforçar-se pessoalmente, para buscar seu crescimento durante
toda sua vida.
Ele estava convencido de que há uma intrínseca união entre o
crescimento espiritual, o estudo e o apostolado. Sobre isto, merece destaque o
texto sobre a obrigação de todos no espírito de santidade e de instrução (OOCC
II, 81-86; III, p. 47-48). Este texto vem precedido da referência sobre a vida
de Jesus Cristo: “O menino crescia e se fortificava, cheio de sabedoria e da
graça de Deus; após três dias o encontraram no Templo, sentado entre os
doutores, enquanto os escutava e os interrogava” (Lc 2,40-46). Pallotti, assim,
pensava: da mesma forma que Jesus crescia e se fortificava cheio de sabedoria,
escutando e interrogando os mestres, mesmo sendo a verdadeira Sabedoria, com
maior razão, devemos também nós buscar a verdadeira instrução.
Escreve ainda: “devemos mais amar
que buscar as instruções, e devemos procurá-las com afinco e ávidos de
manifestar aos outros a nossa ignorância; e, por esta via de humildade, Deus
nos recompensará com grande e saudável capacidade” (OOCC III, 48). Pallotti,
por sua vez, enumerava os pontos que mereciam maior atenção e aprofundamento, a
saber: a Sagrada Escritura, a história da Igreja, a teologia fundamental e
dogmática, os sacramentos, a liturgia e a teologia moral. Ele expressa, ainda,
a razão de se ter um contínuo aprendizado: “para que jamais regrida na mais
perfeita imitação da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e, assim, cooperar eficazmente
no engrandecimento da sua glória, para a santificação das almas” (OOCC VII,
63-64).
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