Neste último fim de semana, dias 21, 22 e
23 de agosto, mês no qual rezamos pelas vocações, tivemos uma experiência única
e inesquecível.
Participamos do primeiro retiro no Mosteiro
Trapista, Nossa Senhora do Novo mundo, na cidade de Campo do Tenente, distante
90 kg de Curitiba- Paraná.
A ideia de fazer esse retiro surgiu em uma
conversa de amigos no sábado depois do domingo de Páscoa. Depois de trocar
muitos e-mails, finalmente agendamos e organizamos tudo para partir nessa
viagem.
Nosso grupo, com 14 pessoas (e a Ana no
ventre de sua mãe), que participam das paróquias palotinas de São Sebastião em
Itaipu e NS. de Fátima em Itaipuaçu, seguiu para o mosteiro trapista onde hoje
vive o Pe. Estevão, que todos nós conhecemos bem, como Pe. Akácio.
Foi uma experiência nova e tão maravilhosa e
profunda de intimidade com Deus, que nos faltam muitas palavras para descrever
ou contar!
O mosteiro é dos monges trapistas
cistercienses da estrita observância. Um dos ramos monásticos mais rigorosos.
Mas diferente do que muitos podem pensar em rigor e regras, tudo lá “flui” numa
paz e numa “conexão” inexplicável, e tudo isso no silêncio!!
Chegamos e fomos muito bem acolhidos pelo
nosso querido Pe. Estevão, com aquele sorriso largo que desde os tempos
enquanto Palotino, ele sempre trouxe no rosto. A emoção já tomou conta, pela
saudade que tínhamos de estar com ele, que foi tão importante para nós quando
esteve em nossa paróquia.
Nos mostrou o mosteiro, nos contou como era
o dia-a-dia, nos levou para nossa hospedaria, o qual ele é o monge responsável,
e depois iniciamos com a primeira oração e o primeiro contato com todos os
outros monges.
Parecia que entravamos nos jardins do
paraíso de tamanha paz e tranquilidade naquele lugar!
Os únicos barulhos vinham do piar dos
passarinhos, do vento fazendo os galhos das arvores se mexer.
O dia no mosteiro começa as 3h da madrugada
com as orações do oficio divino. Eles rezam as 7 orações do oficio divino e
ainda tem a santa missa diária. E no intervalo das orações, os monges
trabalham, e trabalham muito. Tem lavoura, padaria, uma lojinha onde vendem os
produtos que fabricam, a hospedaria, e todos os 25 monges que ali vivem, se
revezam para limpar, organizar e manter todo o mosteiro e a terra. São poucos
para tanto, mas víamos que os poucos davam conta do muito a fazer.
Nosso café da manhã e jantar, tínhamos que
preparar na nossa hospedaria, criando assim um habito de ajuda mutua entre
todos os participantes do retiro. E tudo deu certo, porque logo que chegamos
aprendemos com os próprios monges, ao almoçar perto deles e ver como eles
trabalhavam na cozinha! O silêncio total, todos arrumando as coisas juntos,
parecia sincronizado... e era.. sincronizado pelo amor!
Tivemos a oportunidade de ter os momentos
de partilha e meditações junto com o Pe. Estevão, e também nossos momentos de
silêncio. O lugar todo nos transmitia paz e exalava Deus. Estávamos no céu.
A nossa maior emoção e acredito que foi o
momento que mais tocou cada um dos presentes, foi a Santa Missa.
O mais interessante que todos que foram,
sempre estão nas missas, participam nas comunidades, e estamos “acostumados”
com a Santa Missa.... e esse era o problema, estamos acostumados!!
A Santa Missa celebrada lá, parecia que
estávamos participando da última ceia, e estávamos! A igreja que é toda de pedra, com uma
iluminação mais escura, nos fazia entrar em um clima de interiorização. Sem
música, sem guitarras, sem baterias, sem banda, sem equipe de liturgia, sem
muitas flores, sem muita pompa, sem barulhos! Simples, como lemos no evangelho. O Pão ázimo,
numa patena de Madeira, um cálice simples, e os cânticos que se tornavam angelicais
nas vozes dos monges.
E tudo com muita alegria!! A simplicidade
do pouco, transmitia o “muito” o verdadeiro sentido da Santa Missa, que é o
mistério pascal, a maior prova de amor que o mundo pode ter! O amor de Deus por
nós!!
Ao segurar aquele pedado de pão ázimo em
nossas mãos, tendo ali o corpo de nosso Senhor, e bebendo seu sangue naquele
simples cálice, pudemos sentir profundamente esse amor, e que muitas vezes em
nossas comunidades tornasse um gesto mecânico e imperceptível!
Que momento inesquecível! Nos fez repensar
na nossa participação nas Santas Missas, pois as vezes nos preocupamos muito, e
acredito que é a maioria das vezes, nos preocupamos muito com os detalhes, uma
banda musical quase profissional, uma igreja ornamentada até o teto, uma luminosidade
que nos cega e um barulho que não nos deixa ouvir Deus falar.
Claro que sempre estamos querendo em nossas
comunidades fazer o melhor, por nosso Senhor, mas aprendemos que para Cristo, o
pouco é muito quando é feito com amor e dedicação! Com carinho e simplicidade,
com humildade e sem querer reconhecimento e retribuição.
Amigos leitores, amigos Palotinos, temos um
“Monge Palotino” orando por nós, desde as 3h das manhã até as 20h! Quando
acordar pela noite, ou for dormir muito tarde, lembre se que em algum lugar no
mundos, nos mosteiros e conventos, tem homens e mulheres que dedicam suas vidas
para rezar por nós!!
Esse retiro foi maravilhoso, agradeço por
poder partilhar um pouco dessa experiência, e certamente que irei levar outros
grupos de pessoas que querem ter essa experiência de intimidade, que precisam
um pouco do silêncio que o mundo de hoje não nos dá, para ouvir Deus!
“A fé
vem pelo ouvido, Deus nos fala, precisamos só ouvir”, falou o Pe. Estevão para nós.
De fato, hoje o mundo é um barulho só! Nos
comunicamos por questão de segundos com pessoas no outro lado do Planeta, mas
cada vez mais estamos afastados uns dos outros, cada vez mais egoístas cada vez
mais desconectados com os problemas, estamos em conexão mas desconectados uns dos
outros! Somos cristãos, católicos, mas quantas vezes nos deixamos levar pela
cegueira do mundo e negamos nossa fé diante de assuntos polêmicos, apenas
aceitando ou não querendo tomar uma posição para não magoar ou perder
“amigos”...
“ A fé é mais real que a realidade
concreta” Pe. Gabriel, monge, durante a homilia.
Busquemos mais ouvir Deus, busquemos mais o
silêncio, a humildade e as coisas simples, e poderemos já experimentar nessa
terra, um pouquinho do Céu.
Ser santo não é fácil, mas podemos ao menos
tentar! Nossa fé, os ensinamentos de Cristo são difíceis de entender, para
viver, deveremos morrer, o sofrimento nos alegra, a cruz nos salva!
Termino este depoimento, não é possível
descrever todos os 3 dias que ficamos em um texto, teria muito mais para falar,
mas tudo isso que já escrevi é um pouco só, para que tenham ideia do amor que Deus tem por
nós e como esse amor se revela em coisas simples.
Para finalizar, transmito a todos
Palotinos, padres, membros da UAC, o grande abraço que o Pe. Estevão mandou a
todos, pediu que eu falasse que ele reza sempre por todos nós!
“Deus em tudo e Sempre”.
Transcrevo abaixo, algumas mensagens que
recebi de pessoas do grupo, e agradeço a Deus por essa experiência, crendo que
meu trabalho de evangelização através do turismo, ganhou novo gás, novo sentido
e mais vontade ainda de levar as pessoas para conhecerem o mundo sem serem do
Mundo! Admirar as maravilhas que Deus criou e que o homem fez pela sabedoria
que vem de Deus, e ao mesmo tempo sentir um profundo encontro com Ele!
Camille
Santos.
“Sabe
aquele ele jargão que diz: "Eu não tenha palavras para exprimir o que
aconteceu".
Não
há como dar um testemunho sem antes dizer esse jargão. Tirando a viajem, as pessoas, o lugar que fala
por si só, tive duas experiências muito profundas, que infelizmente não posso
comentar. Mas que são irrelevantes para o que objetivamente precisamos fazer.
Digo, precisamos fazer, porque sinto que vocês também sentiram, uma vontade
incontrolável de ser santo! De trazer esta Santidade para nossa realidade. A
palavra de Deus é eficaz e sempre produz fruto ( Iz 55,11)
Encontros
podem até ocorrer, outra viagem também, mas não deixemos esvaziar essa vontade
de ser perfeito. O primeiro passo é a vontade, o segundo é dar início no
processo, e os seguintes pertencem à vontade Divina, que conta com nossa
perseverança.
Eu te amo Jesus, quero é vou um dia, pela tua graça,
te amar mais que a mim mesmo!”
Fabiano Quintanilha.
“Quero deixar aqui meu simples testemunho, eu não consigo
transmitir com palavras o que vivemos lá... Simplesmente fomos transportados
para o Jardim Botânico do céu!
Ali, tivemos tudo que precisamos as orações do Ofício
Divino, a paz e a sabedoria em Deus do nosso amado amigo Pe. Estevão, a
natureza e aquele lugar que me fez experimentar uma grande experiência com o
amor de Deus...porque tudo que aconteceu foi pela sua misericórdia! Por isso
meus amigos o que eu tenho para dizer é:
" EU NÃO QUERO NADA MAIS QUE DEUS!!!"
Maria Isabel Fernandes.
”Não há como
não encontrar com Deus em um lugar como esse é com um guia espiritual como Pe.
Estêvão. Muda mesmo a vida da gente!!!
Sem dívida, somos outros ao voltar de lá...”
Sandra Sodré.
“Depois desse Retiro, podem ter certeza, o meu
conceito sobre PARAÍSO, mudou muito....
NUNCA EM TODA A MINHA VIDA, EU TINHA ESTADO NUM VERDADEIRO PARAÍSO.....
NUNCA EM TODA A MINHA VIDA, EU TINHA ESTADO NUM VERDADEIRO PARAÍSO.....
Sabe alguma
coisa assim sobre o "Jardim do Edem".....Foi bem parecido.... Então,
imaginem, se um dia conseguirmos estar de fato lá, na Graça de Deus.....
Ir dormir cansada, e morrendo de sono, às 20:30h da
noite, acordar às 2:30h da manhã, para rezar e só voltar para dormir às 04:30h,
com um frio de uns 5° C , e ainda se sentir, IMENSAMENTE FELIZ por isso...Não
tem preço, isso chama-se AMOR..
O paraíso aqui na terra, Abadia de N. S. do Novo
Mundo, um lugar onde encontrei a Paz, a humildade e o verdadeiro Amor que Só
Deus tem para nos dar..... Voltando repleta e transbordando da Graça de
Deus.....”
Catari Viana.
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