São Vicente Pallotti - Praticante da Palavra de Deus
“Desde a tua infância conheces as Sagradas Escrituras.
Elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé no
Cristo Jesus” (2Tm 3,15).
O mês de setembro no Brasil é dedicado à
Bíblia, que contém parte da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja nos faz um
convite, que é também uma convocação, para conhecer melhor e amar mais a
Palavra de Deus, a fim de que ela seja o farol no caminho da nossa vida, como
diz o salmista: Tua palavra é lâmpada para meus passos,
luz no meu caminho (Sl
119,105).
A seguir, vamos considerar a vida de
santidade de São Vicente Pallotti e a Palavra de Deus e analisar a relação que
existe entre elas.
Para início de conversa, uma pergunta:
como Vicente Pallotti chegou a um tão alto grau de santidade? A exemplo de
muitos outros santos, a resposta está no fato de ele ter-se deixado modelar
pela Palavra de Deus: o seu coração foi aquele terreno bom no qual a semente da
Palavra produziu frutos de santidade (cf. Mc 4,20). A exortação apostólica
pós-sinodal Verbum Domini, diz: “A Palavra de Deus chega aos homens
através do encontro com testemunhas que a tornam presente e viva”
(n. 97). Essas testemunhas são os santos e santas de Deus.
Na Bíblia, encontramos revelada a nossa
vocação à santidade: Sede santos, porque Eu, o Senhor vosso
Deus, sou santo (cf.
Lv 11,44). São Paulo nos dirá que o Pai, em Cristo, escolheu-nos,
antes da constituição do mundo, para sermos santos e imaculados diante dos seus
olhos (Ef 1,4) e
ainda ele diz mais: A vontade de Deus é esta: a vossa
santificação (1Ts
4,3). Assim, vemos que não faltam apelos bíblicos para que sejamos santos.
Também um dos capítulos da Constituição
dogmática sobre a Igreja do Concílio Vaticano II é dedicado à vocação universal
à santidade na Igreja: todos os membros da comunidade eclesial são chamados à
santidade, pois todos na Igreja, [...] são chamados à
santidade (LG, 39).
Vicente Pallotti tinha uma grande
familiaridade com a Palavra de Deus e, por isso, a conhecia em profundidade.
Basta ver as inúmeras citações nos seus escritos, tanto dos Evangelhos como das
cartas de São Paulo. Foi a Palavra de Deus que iluminou o seu pensar, o seu
agir e o colocava em união com Deus. Assim ele se expressou: Todas
as vezes que tomo nas mãos a Sagrada Escritura purifico-me de alma e corpo,
elevo-me até o outro mundo, divinizo-me.Ele queria que a santidade
de Cristo fosse a sua santidade e que a palavra de Cristo fosse a sua palavra.
Por isso ele a tinha em grande consideração, a ponto de dizer: Antesde
pôr-me a rezar pensarei que nem sou digno de escutar a palavra de Deus e nem
mereço que Deus escute a minha.
A vida de santidade de Vicente Pallotti pode ser um estímulo para nós vivermos em plenitude essa vocação fundamental à qual somos todos chamados: sermos santos! A vida dos santos é um exemplo de que as exigências evangélicas para os seguidores de Jesus, embora sejam difíceis, não são impossíveis de serem colocadas em prática. Com a sua vida, Vicente Pallotti deu testemunho ao mundo e à Igreja da perene fecundidade do Evangelho de Jesus Cristo.
A vida de santidade de Vicente Pallotti pode ser um estímulo para nós vivermos em plenitude essa vocação fundamental à qual somos todos chamados: sermos santos! A vida dos santos é um exemplo de que as exigências evangélicas para os seguidores de Jesus, embora sejam difíceis, não são impossíveis de serem colocadas em prática. Com a sua vida, Vicente Pallotti deu testemunho ao mundo e à Igreja da perene fecundidade do Evangelho de Jesus Cristo.
Foi a Palavra de Deus que lhe abriu
os olhos e o coração para descobrir e sentir o surpreendente amor e a
misericórdia de Deus, manifestados na obra criação do mundo, sobretudo na
criação da pessoa humana à sua imagem (cf. Gn 1,27), e em Jesus, que nos
amou e se entregou por nós (cf. Gl 2,20). Por sermos vivas imagens de Deus Pai,
devemos ser santos e perfeitos como o Pai celeste, até alcançar a mais alta
perfeição. Vicente Pallotti exclamava: Vós sois a santidade e a própria
perfeição, e quereis que também nós sejamos viva imagem de vossa santidade e
perfeição.
Foi também à luz dessa Palavra que ele deu
a sua resposta, descobrindo o modo de viver a sua vocação e missão. Ele
agradecia sempre a Deus pelo dom de ser cristão e também por aqueles que o
tinham ajudado a acolher tal dom, sobretudo os seus pais.
Com a palavra, e sobretudo com o exemplo,
Vicente Pallotti nos mostra como devemos e podemos também nós responder ao amor
de Deus manifestado em nossa vocação e missão procurando crescer sempre na
santidade e na perfeição evangélica.
Vicente Pallotti tinha muito orgulho de
viver na cidade de Roma, porque nela o apóstolo Paulo pregou o Evangelho da
Salvação. Ele tinha um fascínio em relação à figura espiritual de São Paulo
apóstolo. Nas Obras Completas de Vicente Pallotti encontram-se mais de duzentos
textos de São Paulo apóstolo. Ele, além de comentar alguns textos paulinos, os
utiliza para seu caminho espiritual e para a orientação espiritual das pessoas.
Em seus escritos faz sempre referência às cartas de Paulo, com a seguinte
expressão: “Como diz São Paulo
Apóstolo”. Para mostrar a importância dos textos de Paulo é a
recomendação feita por Pallotti aos seminaristas da Congregação: “No início do primeiro ano de
filosofia até todo o curso da sagrada teologia devem decorar das Epístolas de
São Paulo cerca de vinte e cinco versículos por semana, e os recitarão na sala
de aula, expondo a história do Antigo e do Novo Testamento”(OOCC
VII, 376).
Vicente Pallotti desejava imitar São
Paulo, conforme o convite do próprio Apóstolo: “Dou-lhes um conselho, sejam meus imitadores” (1Cor 4,16). Esse propósito
encontra-se no seu escrito que diz: “Pretendo
pedir perdão com a dor de todas as criaturas, imaginando estar prostrado com a
face por terra, na estrada de Damasco, pedindo perdão juntamente com Paulo” (OOCC X, 64). Diante disso, é possível
afirmar que encontramos, na vida de Pallotti, muitos traços espirituais de São
Paulo. Mas não é só isso: Pallotti faz-se anunciador do ensinamento de São
Paulo. As palavras do grande Apóstolo ecoam em muitas passagens de seus
escritos.
Por ter levado a sério a Palavra de Deus, é que Pallotti pôde receber um juízo favorável do Arcebispo Spalding, de Baltimore: Era muito conhecido em toda Roma por sua extraordinária santidade. Seu total altruísmo unia-se ao espírito de penitência. Seu amor a todos não vacilava nem diminuía. Nenhuma dificuldade, nenhuma cruz conseguia perturbar sua paciência. A característica mais comovedora de sua personalidade era seu amor total de Deus e de Cristo. Este amor foi o impulso que o moveu, em todos seus esforços; foi a sua verdadeira vida e a alma de todas suas ações, a chave de sua serenidade, a fonte de seu valor e daquela paz interior que se irradiava espontaneamente da sua conduta.
Por ter levado a sério a Palavra de Deus, é que Pallotti pôde receber um juízo favorável do Arcebispo Spalding, de Baltimore: Era muito conhecido em toda Roma por sua extraordinária santidade. Seu total altruísmo unia-se ao espírito de penitência. Seu amor a todos não vacilava nem diminuía. Nenhuma dificuldade, nenhuma cruz conseguia perturbar sua paciência. A característica mais comovedora de sua personalidade era seu amor total de Deus e de Cristo. Este amor foi o impulso que o moveu, em todos seus esforços; foi a sua verdadeira vida e a alma de todas suas ações, a chave de sua serenidade, a fonte de seu valor e daquela paz interior que se irradiava espontaneamente da sua conduta.
Isso aconteceu não só porque Vicente
Pallotti tinha a firme decisão de traduzir em atos concretos as palavras de
Jesus registradas nos santos evangelhos, mas também porque elas se constituíram
no princípio norteador de toda a sua conduta. Diz ele: Por
isso, antes de dar começo a qualquer atividade, somos obrigados a
perguntar-nos, a cada uma das diversas circunstâncias do dia, como pensaria, ou
falaria, ou agiria nosso Senhor Jesus Cristo. E devemos esforçar-nos, em tudo e
sempre, pelo que seja mais perfeito. Como para Vicente Pallotti,
também para nós Jesus é a regra mais importante de toda a nossa vida, porque
ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (cf. Jo 14,6). Ele nos mostra o
modo mais conveniente de agir, nas mais variadas situações do dia a dia.
Para estímulo e edificação nossa, cito um
texto de Santo Isidoro, no qual ele diz que a oração nos purifica, a leitura nos
instrui. Pratiquemos uma e outra coisa, porque ambas são boas. Quem deseja
estar sempre com Deus, deve orar e ler frequentemente. Quando oramos, falamos
com Deus, mas quando lemos, é Deus que fala conosco. É duplo o proveito que
tiramos da leitura da Sagrada Escritura: ilumina nossa inteligência e,
afastando-nos das vaidades do mundo, leva-nos ao amor a Deus. Ninguém pode
descobrir o sentido da Sagrada Escritura se não se familiarizar com a sua
leitura. Quanto mais assíduos formos na leitura da Palavra de Deus, tanto
melhor a compreenderemos, à semelhança da terra: quanto melhor é cultivada,
tanto mais frutifica.
Roguemos a São Vicente Pallotti para que
nos ensine e nos ajude a seguir o seu exemplo luminoso de santidade, deixando-nos
modelar pela Palavra de Deus e, assim, glorificar a Deus pela santidade de
nossa vida e de nossas obras.
Pe. Ângelo Lôndero, SAC
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