terça-feira, 10 de maio de 2016

Apóstolos Hoje - Maio de 2016

Maria, Mãe da Misericórdia.
Na experiência humana familiar, a relação mãe x filho nos ajuda a situar o realismo da misericórdia.
A misericórdia materna é um componente natural e especial do coração de mãe que é geradora da vida. Para a mãe, o filho é tão amado porque faz parte de sua vida e quanto mais sofrido, mais amado será.
Em sua Bula de Proclamação deste Ano Santo, o Papa Francisco nos diz:
“Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da misericórdia feita carne” (Misericordia Vultus 24).
Maria, mãe da misericórdia, além de humana, cultivava a amplidão da maternidade pela fé e obediência.
Se o coração de uma mãe é uma constante oferenda de amor a seus filhos, o coração de Maria é a mais evidente expressão materna do coração de Deus a humanidade.
Escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus, vemos que a sua caminhada como Mãe foi toda plasmada na misericórdia por toda a humanidade.
Maria, mulher da escuta atenta de Deus e dos acontecimentos de sua época. Não se trata de um simples “escutar”, um ouvir superficial, mas um “escutar feito de atenção, de acolhimento e de disponibilidade”.
Na anunciação ela escuta o Anjo Gabriel e com o seu Faça-se (fiat), aceita ser a mãe do salvador. É o sim da Fé comprometida com Deus.
Maria, mulher de decisão. Ao escutar que Isabel, sua prima idosa, estava gestante, partiu apressadamente para servir.
No encontro com Isabel, o Magnificat proclamado por Maria, antecipa de certa forma a irrupção do Espírito na comunidade de Jerusalém.
A profecia e a misericórdia da vida e dos atos de Maria proclamados neste cântico manifestam que ela pratica a dimensão misericordiosa do seu lado feminino quando proclama a misericórdia de Deus Todo-Poderoso e também proclama uma dimensão social, clamando por justiça em favor dos filhos de Deus desfavorecidos e injustiçados.
Maria, alma mística, mas também mulher profética com compromisso de justiça para com todos os povos.
Maria, mulher de ação. Ao participar das Bodas em Caná da Galiléia, percebe o constrangimento que os jovens esposos iam passar com a falta de vinho. Ninguém precisou pedir a ela: agiu com misericórdia.
Vemos aqui também o realismo, a humanidade e a consistência de Maria, que permanece atenta aos acontecimentos da vida.
Maria, aos pés da Cruz, é testemunha do perdão ilimitado do Filho de Deus, que suporta na sua carne o dramático encontro entre o pecado do mundo e a misericórdia divina.
Papa Francisco, nos diz, que Maria atesta que a Misericórdia do Filho de Deus não conhece limites e alcança a todos, sem excluir ninguém.
A mãe da misericórdia perdoa todas as barbaridades que seu Filho sofreu.
São Vicente Pallotti era um homem inebriado pela misericórdia de Deus.
Aos lermos seus escritos descobrimos que ele vive sempre como objeto e sujeito de amor. Vê toda a sua vida e todo o seu ser como uma obra maravilhosa da Misericórdia Infinita de Deus, o qual tem como objeto próprio do Seu amor o propósito de fazer dele (Vicente) o milagre perpétuo de Sua misericórdia, como fez de Maria o milagre de Sua graça.
São Vicente Pallotti reconhece, como todos nós, que Maria é cheia de graças, mãe da misericórdia, Co-redentora do gênero humano e a invoca nas suas orações e súplicas, repetidas vezes: à minha mais que enamoradíssima mãe, “à minha querida mãe da misericórdia”, salve mãe da misericórdia.
Nosso fundador, ao refletir os textos dos Atos dos Apóstolos que narram à vinda do Espírito Santo, teve a intenção de fazer um quadro em que retratasse a cena de Pentecostes. Ele via em Maria, a Rainha dos Apóstolos, dando força e coragem aos Apóstolos. Por isso colocou a sua obra sob a sua proteção.
Rezemos com São Vicente Pallotti: “Salve Mãe da Misericórdia de Deus, pela intercessão da Bem Aventurada Virgem Maria e de toda a corte celeste, abraça misericordiosamente a mim, o Milagre Perpétuo da Misericórdia, como fez em Maria, o milagre da graça” (cf. OOCC X, 356).

Para refletir:
a)         Maria deu o seu sim para toda a vida. Como você vive o seu sim: no sacerdócio, na vida consagrada, como indivíduo, em casal, na família, na comunidade e no apostolado?
b)         No magnificat, vemos Maria contemplativa e de consciência cristã quanto a situação sócio-política de sua época. Até onde nos acomodamos com uma ação caritativa de esmolas e “obras sociais” e fugimos de uma ação transformadora própria de uma consciência cristã crítica?
c)         Qual é a experiência do amor e misericórdia de Deus que eu experimento e vivo no dia a dia de minha vida?
d)        Somos chamados pela nossa espiritualidade a revelar com nossa vida e em nosso apostolado o Rosto do amor e da Misericórdia Infinita de Deus. Como isto acontece em minha vida pessoal e apostólica?

            Dayse da Conceição Barros da Conceição.
            Leiga, membro da União do Apostolado Católico.

            Manaus, Amazonas, Brasil.

Nenhum comentário: