O convite a
relançar o carisma de são Vicente Pallotti, oferecendo «muitos espaços» e
«novos horizontes» à missão da Igreja, foi dirigido aos participantes na
assembleia geral da Sociedade apostólica católica, recebidos em audiência na
manhã de segunda-feira, 10 de outubro, na Sala Clementina.
Queridos
irmãos e irmãs, bemvindos!
Tenho o
prazer de vos receber por ocasião da vossa vigésima primeira Assembleia Geral.
Saúdo-vos cordialmente e agradeço ao Superior-Geral as suas palavras. Dirijo a
minha saudação a todos os membros da Sociedade do Apostolado Católico e a
quantos compartilham o carisma de são Vicente Pallotti. Ele tornou-se um farol
iluminante e inspirador da Igreja. O seu carisma é um dom precioso do Espírito
Santo, porque suscitou e suscita várias formas de vida apostólica e encoraja os
fiéis a comprometer-se ativamente no testemunho evangélico. O vosso Fundador
compreendeu que para poder viver a comunhão com Deus é necessário colocar no
centro Jesus Cristo, «o Modelo divino de todo o género humano» (Obras completas
II, p. 541). Neste Ano Santo da Misericórdia, apraz-me recordar que Vicente
Pallotti teve o dom de reconhecer que Jesus é o Apóstolo do Pai, grande no amor
e rico de misericórdia, é Aquele que cumpre a sua missão, revelando a todos o
amor terno e a misericórdia infinita do Pai. Este mistério da paternidade de
Deus, que abre a cada homem, mediante a obra do Filho, o seu coração cheio de
amor e de compaixão, adquire hoje um significado. Diante dos nossos olhos
passam todos os dias cenas de violência, rostos sem piedade, corações
endurecidos e desolados. Temos tanta necessidade de nos recordar daquele Pai,
cujo coração pensa em todos e quer a salvação de cada homem. A misericórdia é
«a força que tudo vence, que enche o coração de amor e consola com o perdão»
(Bula Misericordiae Vultus, 9).
As
reflexões da vossa Assembleia Geral centram-se nas seguintes palavras do vosso
santo Fundador: «A regra fundamental da nossa mínima congregação é a vida de
Nosso Senhor Jesus Cristo, para imitá-lo com humildade e confiança, com toda a
perfeição possível, em qualquer atividade da vida oculta e do ministério
evangélico público» (Obras completas III, p. 40). À luz destas preciosas
indicações, cada membro da Família Pallottina está chamado a pôr como
fundamento da própria existência a pessoa de Cristo e o seu fiel seguimento.
Contemplando a vida de Jesus e olhando para a nossa vida de peregrinos neste
mundo com muitos desafios, sentimos a necessidade de uma profunda conversão e a
urgência de reavivar a fé n’Ele. Só assim poderemos servir o nosso próximo na
caridade! Todos os dias somos chamados e renovar a confiança em Cristo e a tirar
inspiração da sua vida para cumprir a nossa missão, porque «Jesus é o “primeiro
e o maior evangelizador”. Em qualquer forma de evangelização, o primado è
sempre de Deus, que quis chamarnos para cooperar com Ele e impelir-nos com a
força do seu Espírito» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 12). Queridos irmãos,
encorajo-vos a prosseguir com alegria e esperança o vosso caminho,
comprometendo-vos com todo o coração e com todas as forças, para que o carisma
do vosso Fundador traga frutos abundantes também ao nosso tempo. Ele gostava de
repetir que a chamada do apostolado não está reservada a alguns, mas é dirigida
a todos, «qualquer que seja o seu estado, a sua condição, a sua profissão, a
sua sorte, todos podem fazer parte dele» (Obras completas IV, p. 346).
A União
do Apostolado Católico, que é portadora do carisma de são Vicente Pallotti,
oferece numerosos espaços e abre novos horizontes para participar na missão da
Igreja. Por esta razão, ela está chamada a trabalhar com renovado impulso para
despertar a fé e reacender a caridade, especialmente entre as camadas mais
débeis da população, espiritual e materialmente pobres. Nisto, sóis apoiados
pelo exemplo de muitos dos vossos irmãos de hábito, testemunhas autênticas do
Evangelho, que dedicaram a sua vida ao serviço dos outros. Também eu conheci
muitos deles durante o meu serviço pastoral na Argentina e deles guardo uma
memória agradável. Que possais ajudar quantos encontrardes no vosso ministério
e redescobrir o imenso amor de Deus na nossa vida. Nas pegadas de são Vicente
Pallotti, que se considerava ele próprio um prodígio da misericórdia de Deus.
Ele escreveu: «Ó meu Jesus, em ti resplandece o incompreensível excesso do teu
amor infinito e da tua infinita misericórdia» (Obras completas XIII, p. 169).
Confio todos
vós à proteção de Maria Santíssima, que são Vicente Pallotti venerava de modo
especial como Rainha dos Apóstolos. Ela, exemplo eficaz do zelo apostólico e da
caridade perfeita, convida-nos à oração incessante para invocar os dons do
Espírito Santo sobre os apóstolos de hoje, a fim de que o Evangelho do seu
Filho possa ser proclamado em todo o mundo. Também eu me confio às vossas
orações, e enquanto faço votos de que possais colher os melhores frutos dos
trabalhos da vossa Assembleia, concedo de coração a Bênção Apostólica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário