No dia 23 de
outubro em Odivelas faleceu Pe. Leslaw Gwarek SAC, por muitos anos foi o
provincial dos padres palotinos. Era especialista da Sagrada Escritura e
havia viajado para Odivelas / Portugal para pregar sobre Missões.
Alguns dias antes havia enviado para Pe. Jan Sopicki SAC (eles foram da mesma turma no seminário, e se ordenaram juntos) para que este traduzisse para o português, a homilia que ele iria fazer no domingo 26 de outubro. Mas não deu tempo. O Pai das Misericórdias o chamou de volta. Agora esta homilia será lida aqui por Pe. Jan Sopicki, no todas as Santas Missas em Santuário da Divina Misericórdia no Rio de Janeiro. Cabe a nós, agradecermos a Deus ter-nos emprestado pe. Leslaw e por seus 38 anos de vida sacerdotal. Muitos o conheceram quando enriqueceu o I Congresso Arquidiocesano da Divina Misericórdia em 2012 no Santuário da Divina Misericórdia no Rio de Janeiro com a palestra “Misericórdia na Missão da Igreja-João Paulo II”.
Alguns dias antes havia enviado para Pe. Jan Sopicki SAC (eles foram da mesma turma no seminário, e se ordenaram juntos) para que este traduzisse para o português, a homilia que ele iria fazer no domingo 26 de outubro. Mas não deu tempo. O Pai das Misericórdias o chamou de volta. Agora esta homilia será lida aqui por Pe. Jan Sopicki, no todas as Santas Missas em Santuário da Divina Misericórdia no Rio de Janeiro. Cabe a nós, agradecermos a Deus ter-nos emprestado pe. Leslaw e por seus 38 anos de vida sacerdotal. Muitos o conheceram quando enriqueceu o I Congresso Arquidiocesano da Divina Misericórdia em 2012 no Santuário da Divina Misericórdia no Rio de Janeiro com a palestra “Misericórdia na Missão da Igreja-João Paulo II”.
Que pelas
mãos de Nossa Senhora Mãe de Misericórdia, ele encontre a Jesus Misericordioso!
HOMILIA PARA DOMINGO DAS MISSÕES
Cada ano, em
outubro, celebramos o Dia Mundial das Missões. Neste ano o Papa Francisco assim
escreveu em sua mensagem:
“O Dia
Mundial das Missões é um momento privilegiado para os fiéis dos vários
Continentes se empenharem, com a oração e gestos concretos de solidariedade, no
apoio às Igrejas jovens dos territórios de missão. Trata-se de uma ocorrência
permeada de graça e alegria: de graça, porque o Espírito Santo, enviado pelo
Pai, dá sabedoria e fortaleza a quantos são dóceis à sua ação; de alegria,
porque Jesus Cristo, Filho do Pai, enviado a evangelizar o mundo, sustenta e
acompanha a nossa obra missionária.”
Alegramo-nos
e somos gratos a Deus, porque a Sociedade do Apostolado, a província polonesa
da Anunciação do Senhor e os Padres Palotinos são participantes da atividade
missionária da Igreja. Os nossos coirmãos anunciam Cristo para aqueles que
ainda não O conhecem ou ajudam as Igrejas novas na sua missão. Os nossos
missionários trabalham na Coréia do Sul, Papua, Nova Guiné – de um lado do
mundo e no Brasil e México, do outro lado. Dizemos, brincando, que o sol sempre
brilha sobre a nossa Província. Trabalhamos também numa Igreja renascente na
Bielorrússia.
Gostaria de
partilhar com Vocês a minha experiência com os nossos missionários em Papua,
Nova Guiné.
Quando
visitei os nossos coirmãos, na qualidade de superior, não queria só ouvir o que
eles contavam sobre o seu trabalho. Passei alguns dias junto a cada um deles,
experimentando o que quer dizer estar presente e trabalhar em diversas missões.
Lembro-me de
um domingo com o Pe. Cristóvão, que trabalhava no rio Sepik. Este rio é grande,
com quase mil e duzentos quilômetros km de comprimento, que nesta altura, tem
quase quatrocentos metros de largura e oitenta metros de profundidade. Podem
entrar nele os navios marítimos até oitocentos quilômetros km do mar.
Papua, Nova
Guiné é a segunda maior ilha do mundo localizada perto do equador. Isso
significa que tem o clima tropical, o sol nasce às 6h e se põe às 18h. Pe.
Cristóvão visitou várias comunidades ribeirinhas.
Naquele dia
levantamo-nos às 5h, preparamos o nosso café da manhã e tudo o necessário
para a viagem. Foi preciso levar tudo para a celebração das Missas, além
combustível para o barco, água potável, etc. Saindo da casa do Pe. Cristóvão eu
levei tudo isso e ele carregou o motor do barco. Por prudência o guardamos em
casa para não ser roubado. Já na porta de casa estavam esperando por nós os
mosquitos que não nos deixaram em paz até o momento da partida. O bote era
pequeno, de três metros de cumprimento, com motor de quinze cavalos.
Embarcamos com tudo isso e partimos. No rio tivemos que ter muito cuidado por
causa de troncos de árvores flutuando nas águas como também do capim flutuante.
Em nosso barquinho nem dava para se movimentar. Quando queria mudar a posição
tinha que avisar ao Pe. Cristóvão para segurar o leme como mais força. Depois
de duas horas de viagem, chegamos para à aldeia. Todas as casas foram
construídas sobre palafitas, porque a diferença de nível de água entre o tempo
de seca e das enchentes é de oito metros.
Pe.
Cristóvão primeiro atendeu as confissões e eu visitei a aldeia. A maior alegria
era das crianças que me acompanhavam e matavam os mosquitos que me atacavam. A
capela também foi construída sobre palafitas. Como chão serviram os galhos,
algo parecido com a cerca em volta e o telhado de folhas de palmeiras. Debaixo
da capela ardiam alguns troncos de madeira e a fumaça enchia a capela. A fumaça
devia espantar os mosquitos, mas eles não levaram isso em conta. Durante a
Missa no altar havia algumas pencas de galhos que serviam para o celebrante
matar os mosquitos durante a celebração. Depois da Missa houve uma reunião com
a liderança a respeito da formação de atividades pastorais para as
próximas semanas, porque o Pe. Cristóvão poderia voltar aí uma vez por
mês. Retornamos para o nosso barquinho e nos dirigimos para a próxima aldeia.
A situação
se repete. Depois da segunda Missa sentimos fome. Ninguém nos ofereceu nada
para comer. Pe. Cristóvão levou consigo um pouco de arroz. Pedimos a um dos
líderes que nos cozinhasse este arroz. Fomos para a sua casa nos palafitas,
como as outras casas da aldeia. Fiquei surpreendido porque a casa não
tinha paredes, camas ou outros móveis. A única coisa que existia era uma grande
bacia onde havia fogo aceso. Eles dormem no chão de galhos, não tem móveis, por
causa do clima tropical e por não precisarem de muita roupa para se vestir. As
roupas que possuem penduram nos ganchos de madeira debaixo da cobertura.
Quando o
arroz estava pronto, sentamo-nos no chão e recebemos dois pratos de plástico.
Em volta estava sentada a família olhando para o nosso arroz. Deste jeito logo
perdemos a vontade de continuar comendo. Passei o prato com arroz para o dono
da casa e o Pe. Cristóvão para o outro homem. Quando eles comiam todos olhavam
para eles como se pedissem: deixem algo para nós. Os pratos com arroz passavam
para os mais novos. Tivemos que ir embora. De novo, viajamos de barco durante
três horas, até chegarmos à nossa missão. O calor continuava. O sol refletia na
água, mas pelo menos, não havia mosquitos durante a viagem. Voltamos antes do
pôr do sol. Tivemos que carregar tudo de novo para a nossa casa acompanhados,
de novo, pelos mosquitos. Entramos em casa perguntando: e agora? Vamos tomar
banho, preparamos alguma coisa para comer ou vamos dormir?
Recentemente,
Pe. Cristóvão voltou à Polônia depois de vinte anos nas missões. Freqüentemente
tem ataques de malária e a sua saúde ficou comprometida.
Um dos
nossos missionários, que atualmente trabalha na Papua, Nova Guiné, viaja de
barco entre as ilhas oceânicas, no litoral oriental da ilha, atendendo a oito
ilhas. Para a mais distante ele precisa fazer quase duzentos e cinqüenta
quilômetros. Quando sai, no início de dezembro, só retorna no final de janeiro.
Brincamos com ele dizendo que, aonde ele chegava, para os moradores era o dia
de Natal.
Peço a vocês
que rezem pelos nossos coirmãos missionários, porque eles precisam muito de
orações. Todos eles já pegaram a malária. Se for possível, peço a vocês uma
ajuda material e ajuda para as nossas missões. Desde já, agradeço a todos pela
ajuda e pelas orações.
O Papa
Francisco assim escreveu na sua mensagem: “Deus ama quem dá com alegria” (2 Cor
9,7). O Dia Mundial das Missões é também um momento propício para reavivar o
desejo e o dever moral de participar jubilosamente na missão ad gentes.
A contribuição monetária pessoal é sinal de uma oblação de si mesmo, primeiramente
ao Senhor e depois aos irmãos, para que a própria oferta material se torne
instrumento de evangelização de uma humanidade edificada no amor.
Agradeço ao
Prior, Senhor Padre João Francisco, pelo convite para visitar vocês e a
possibilidade de dizer algo sobre as nossas missões.