"Superar a
tentação através da alegria do Evangelho"
- Preparação
espiritual para o Congresso Geral
da União em julho
de 2015.
"Reconhecemos que necessitamos criar espaços adequados para motivar
e reabilitar os agentes pastorais, lugares para regenerar a própria fé em Jesus
crucificado e ressuscitado, no qual compartilham suas mais profundas questões e
preocupações do cotidiano, discernem em profundidade com critérios evangélicos
sobre sua própria existência e experiências, a fim de orientar para o bem e a
beleza as próprias escolhas pessoais e sociais. "(Evangelii Gaudium 77)
O Papa Francisco convida-nosa criar espaços de renovação, para motivar e
curar. Durante a nossa reflexão espiritual mensal, penso que vale a pena para
todos nós refletirmos sobre os espaços de renovação onde encontramos a força e
a vontade para a ação apostólica, onde nos regeneramos e fazemos discernimento
sobre o caminho da vida, a vida na Igreja e com a Igreja pelaqual nós somos
responsáveis pelo batismo. Este espaço de renovação para todos nós é Jesus, que
está conosco cada vez que nos encontramos em seu nome. Por esta razão, o nosso
Estatuto Geral no artigo n° 23 fala de estar em comunhão com Deus."Os membros da União, a fim de
aprofundar e promover a comunhão com Deus e uns com os outros, no seguimento a
Jesus Cristo, aexemplo de São Vicente Pallotti: estudam, meditame partilham a
Sagrada Escritura como fonte de inspiração; colocam a celebração Eucarística no
centro da própria vida; zelam pela oração pessoal e comunitária, compartilham
uns com os outros as experiências de vida e de fé, vivem a reconciliação como uma
atitude de conversão permanente".
Sem dúvida, há muitas e belas atividades apostólicas que compartilhamos
na Igreja e das quais nos orgulhamos. No entanto, você precisa parar e pensar
sobre as tentações a que estamos expostos (EG 17 b).
Todos conhecemos e lembramos os belos ideais que acompanhavam São
Vicente Pallotti na fundação da União (cfr. OOCC IV, pp.17-23), com tristeza, admitimos
que as tentações mencionadas pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium também
influenciam a nossa União.
A primeira tentação é uma preocupação exagerada pela autonomia, por
espaços pessoais e relaxantes, que nos levam a viver os nossos deveres como um
mero apêndice da vida, como se não fizessem parte da identidade das pessoas que
trabalham no ministério pastoral; acentuação do individualismo, uma crise de
identidade e um declínio no fervor. São três males que influenciam um ao outro.
Mesmo um estilo de vida nos leva a apegar-nos áseguranças econômicas, ou a
espaços de poder e glória humana que procuramos obter de qualquer forma, em vez
de doar a vida aos outros na missão. Desta forma, a tarefa da evangelização é
vivida sem entusiasmo, com apenas um pouco de esforço e em tempo limitado.
Não deixemos que nosroubem o entusiasmo
missionário! (EG 78-80).
São Vicente queria muito cumprir o mandamento do amor, que é ilimitado e
desejou que todos pudessem conhecer e amar a Cristo. Por esta razão, o nosso
amor por Jesus não pode ficar somente em segredo, privado eescondido aos olhos
do mundo, que não permitacompartilhar com aqueles que não o conhecem.
Alguns têm medo de serem convidados a realizar algumaação apostólica. Tentam
escapar de qualquer compromisso que possa privá-los do tempo livree do qual sepreocupam
obsessivamente... como se uma ação de evangelização fosse um veneno perigoso em
vez de seruma resposta feliz ao amor de Deus que os convoca à missão e os torna
completos e fecundos. O problema nem sempre é o excesso de atividade, mas,sobretudo
as atividades vividas mal sem motivação adequada, sem uma espiritualidade que
permeia a ação e a torna desejável. A ansiedade hoje para obter resultados
imediatos faz agentes pastorais não tolerarem facilmente o sentido de qualquer
contradição como:um fracassoaparente, uma crítica, uma cruz. A maior ameaça
"é o pragmatismo cinzento da vida cotidiana da Igreja, na qual tudoaparentementeprocede
na normalidade, enquanto que, na realidade, a fé vai se desgastando e se degenerando
na mesquinhez".
Não deixemos que nos roubema alegria de evangelizar! (EG 78-80).
Não deixemos que nos roubema alegria de evangelizar! (EG 78-80).
A alegria do Evangelho é aquela que nada e ninguém poderá nos tirar
(cfr. Jo 16, 22). Uma das tentações mais graves que sufocam o fervor e a ousadia
é o sentimento de derrota que nos torna pessimistas, insatisfeitos e
desencantados com a face escura. Ninguém pode enfrentar uma batalha se antes
não confia plenamente na vitória. É evidente que em alguns lugares se tem
produzido um "deserto" espiritual, fruto do projeto de sociedade que
queremos construir sem Deus ou que destrua as suas raízes cristãs. Podemos também
nos tornar um deserto espiritual. Até mesmo a nossa família ou nosso local de
trabalho pode ser aquele ambiente árido, onde se deveria manter a fé e tentar
irradiá-la. No deserto há necessidade, acima de tudo, de pessoas de fé que, com
a sua fé e a vida honesta, podem apontar o caminho em direção à Terra
Prometida, por isso, tornam visível a esperança.
Não deixemos que nos roubem a esperança! (EG
85-86)
Hoje, quando os meios de comunicação humana alcançaram um crescimento
sem precedentes, somos desafiados a descobrir e transmitir a profundidade da
vida em comunhão. Experimentar estar juntos com as nossas diferenças, iniciando
talvez em um modo um pouco '"caótico", mas que pode se transformar em
uma verdadeira experiência de fraternidade, em uma caravana de solidariedade,
em uma sagradaperegrinação. Sair de si mesmo para unir-se ao outro faz bem. Fechar-se
em si mesmo é provar o veneno amargo do isolamento. O Evangelho convida-nos a
correr sempre o risco de encontrar-se com o rosto do outro, em uma comunidade
de fé. O Filho de Deus na sua encarnação nos convidou a revolução da ternura ...
Em outros setores da nossa sociedade cresce a estima para diferentes formas de
"bem-estar espiritual", sem comunidade, para a "teologia da
prosperidade" sem compromissos fraternos. A solução para os nossos
problemas nunca consistirá em fugir de um relacionamento pessoal e comprometido
com Deus e com os outros. Esta situação pode ocorrer hoje em nossas paróquiasquando
os fiéistomam uma atitude de esconder-se do ponto de vista dos outros e quando
sutilmente trocamde um lugar para outro ou de um compromisso para outro sem
criar vínculos profundos e estáveis; trata-se de um remédio falsoque pode
causar a doença do espírito. Decisivamente é melhor aprender a descobrir Jesus
no rosto do outro, em suas vozes, em suas demandas. Isso nos leva à verdadeira
cura pessoal, porque a maneira adequada de nos relacionarmos com os outros, na
verdade, nos cura. Este modo é a fraternidade mística, contemplativa, que sabe olhar a grandeza sagrada do
próximo, que sabe descobrir Deus em cada ser humano, que sabe suportar o desafio
de viver juntos agarrando-se ao amor de Deus, que sabe como abrir o coração ao
amor divino para procurar a felicidade dos outros como seu bom Pai procura.
Não deixemos que nos roubema comunidade! (EG
87-92)
Também estamos atentos ao mundanismo espiritual, que se esconde por trás
das aparências de piedade e até mesmo do amor à Igreja. Consistena atitude de, em
vez de procurar a glória do Senhor, procura-se a glória e o bem-estar humano.
Isso nos leva a substituir o fervor evangélico com a auto complacência
egocêntrica. Aquele que caiu neste mundanismo olha do alto e de longe os
outros, rejeita a profecia dos irmãos, desqualifica aqueles que lhe fazem
perguntas, ressaltam constantemente os erros dos outros, não aprendem com seus
próprios pecados, nem é autenticamente aberto ao perdão. Este mundanismo asfixiantecura-se
saboreando o ar fresco do Espírito Santo, que nos libera da concentração sobre
nós mesmos e nos abre à presença de Deus.
Não deixemos que nos roubem o Evangelho! (EG 93-97)
Não deixemos que nos roubem o Evangelho! (EG 93-97)
O mundanismo espiritual leva alguns cristãos a estar em guerra com os
outros cristãos que impedem a sua busca de poder, de prestígio, de prazer ou
segurança econômica. Cuidado com a tentação de inveja! Estamos todos no mesmo barco
e vamos todos para o mesmo porto! Pedimos a graça de alegrar-nos com os frutos
de outros, que são de todos. A cada um de nós é direta a exortação paulina:
"Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12, 21). E mais uma vez:"Não nos cansemos de fazer o bem" (Gálatas 6,9).
Não deixemos que nos roubem a ideia do
amor fraterno! (EG 98-101).
É preciso
reconhecer que, no contexto atual da crise com os compromissose os laços
comunitários, são muitos os jovens que oferecem sua ajuda solidária em face aos
males do mundo e se envolvem em várias formas de atividades e voluntariado. Que
belo que os jovens são "peregrinos da fé", felizes de levar Jesus em
cada estrada, em cada praça, em cada canto da terra! Se em nossas comunidades há
a falta de um fervor apostólico contagioso, esse não entusiasma e não desperta
atrações. Onde há vida, paixão, desejo de levar Cristo aos outros, surgem vocações
autênticas. Os desafios existem para serem enfrentados. Somos realistas, mas
sem perder a alegria, a audácia e a dedicação plena de esperança!
Não deixemos que nos roubem a força
missionária! (EG 106-109)
Conclusão:
A alegria é realmente uma grande força, porque é um distintivo que o
Senhor está conosco. É por isso que São Vicente, falando aos membros da União,
queria que em seus rostos, em seu olhar modesto, em todo o seu agir ecomportamento,
no encontro mútuo na comunidade, e em particular com as pessoas vindas de fora,
reunidos em ocasião do ministério pastoral, emanasse e espalhasse a alegria
espiritual (cfr. OOCC VII, 171).
O Evangelho, a esperança, a comunidade, o ideal do amor fraterno, as missões
..., tudo isto é o modo de ser a Igreja. Por esta razão, nos encontramos
juntos, reforçando-nos reciprocamente para que a Uniãopossa estar sempre pronta
a levar Jesus, a alegria que se renova e se comunica ....
Questões para
reflexão pessoal e/ou comunitária:
• Como alimento a
minha fé e como é o meu ser em comunhão com Deus?
• Que tentações experimento
como causa da paralisia no meu apostolado?
• Que iniciativas
apostólicas podemos desenvolver como Conselho Nacional de Coordenação, Conselhos
de Coordenação Local, membros das comunidades e grupos da União, para criar um
espaço de encontro com as famílias para ajudá-las a descobrir e/ou aprofundar a
alegria evangélica e esperança em suas vidas?
Pe.
Vladimir Peklansky SAC
Promotor
Nacional da Formação,
Slovacchia
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