terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Apóstolos Hoje - Dezembro 2014


"Superar a tentação através da alegria do Evangelho"
- Preparação espiritual para o Congresso Geral
da União em julho de 2015.

"Reconhecemos que necessitamos criar espaços adequados para motivar e reabilitar os agentes pastorais, lugares para regenerar a própria fé em Jesus crucificado e ressuscitado, no qual compartilham suas mais profundas questões e preocupações do cotidiano, discernem em profundidade com critérios evangélicos sobre sua própria existência e experiências, a fim de orientar para o bem e a beleza as próprias escolhas pessoais e sociais. "(Evangelii Gaudium 77)
O Papa Francisco convida-nosa criar espaços de renovação, para motivar e curar. Durante a nossa reflexão espiritual mensal, penso que vale a pena para todos nós refletirmos sobre os espaços de renovação onde encontramos a força e a vontade para a ação apostólica, onde nos regeneramos e fazemos discernimento sobre o caminho da vida, a vida na Igreja e com a Igreja pelaqual nós somos responsáveis pelo batismo. Este espaço de renovação para todos nós é Jesus, que está conosco cada vez que nos encontramos em seu nome. Por esta razão, o nosso Estatuto Geral no artigo n° 23 fala de estar em comunhão com Deus."Os membros da União, a fim de aprofundar e promover a comunhão com Deus e uns com os outros, no seguimento a Jesus Cristo, aexemplo de São Vicente Pallotti: estudam, meditame partilham a Sagrada Escritura como fonte de inspiração; colocam a celebração Eucarística no centro da própria vida; zelam pela oração pessoal e comunitária, compartilham uns com os outros as experiências de vida e de fé, vivem a reconciliação como uma atitude de conversão permanente".
Sem dúvida, há muitas e belas atividades apostólicas que compartilhamos na Igreja e das quais nos orgulhamos. No entanto, você precisa parar e pensar sobre as tentações a que estamos expostos (EG 17 b).
Todos conhecemos e lembramos os belos ideais que acompanhavam São Vicente Pallotti na fundação da União (cfr. OOCC IV, pp.17-23), com tristeza, admitimos que as tentações mencionadas pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium também influenciam a nossa União.
A primeira tentação é uma preocupação exagerada pela autonomia, por espaços pessoais e relaxantes, que nos levam a viver os nossos deveres como um mero apêndice da vida, como se não fizessem parte da identidade das pessoas que trabalham no ministério pastoral; acentuação do individualismo, uma crise de identidade e um declínio no fervor. São três males que influenciam um ao outro. Mesmo um estilo de vida nos leva a apegar-nos áseguranças econômicas, ou a espaços de poder e glória humana que procuramos obter de qualquer forma, em vez de doar a vida aos outros na missão. Desta forma, a tarefa da evangelização é vivida sem entusiasmo, com apenas um pouco de esforço e em tempo limitado.
Não deixemos que nosroubem o entusiasmo missionário! (EG 78-80).
São Vicente queria muito cumprir o mandamento do amor, que é ilimitado e desejou que todos pudessem conhecer e amar a Cristo. Por esta razão, o nosso amor por Jesus não pode ficar somente em segredo, privado eescondido aos olhos do mundo, que não permitacompartilhar com aqueles que não o conhecem.
Alguns têm medo de serem convidados a realizar algumaação apostólica. Tentam escapar de qualquer compromisso que possa privá-los do tempo livree do qual sepreocupam obsessivamente... como se uma ação de evangelização fosse um veneno perigoso em vez de seruma resposta feliz ao amor de Deus que os convoca à missão e os torna completos e fecundos. O problema nem sempre é o excesso de atividade, mas,sobretudo as atividades vividas mal sem motivação adequada, sem uma espiritualidade que permeia a ação e a torna desejável. A ansiedade hoje para obter resultados imediatos faz agentes pastorais não tolerarem facilmente o sentido de qualquer contradição como:um fracassoaparente, uma crítica, uma cruz. A maior ameaça "é o pragmatismo cinzento da vida cotidiana da Igreja, na qual tudoaparentementeprocede na normalidade, enquanto que, na realidade, a fé vai se desgastando e se degenerando na mesquinhez". 
Não deixemos que nos roubema alegria de evangelizar! (EG 78-80).
A alegria do Evangelho é aquela que nada e ninguém poderá nos tirar (cfr. Jo 16, 22). Uma das tentações mais graves que sufocam o fervor e a ousadia é o sentimento de derrota que nos torna pessimistas, insatisfeitos e desencantados com a face escura. Ninguém pode enfrentar uma batalha se antes não confia plenamente na vitória. É evidente que em alguns lugares se tem produzido um "deserto" espiritual, fruto do projeto de sociedade que queremos construir sem Deus ou que destrua as suas raízes cristãs. Podemos também nos tornar um deserto espiritual. Até mesmo a nossa família ou nosso local de trabalho pode ser aquele ambiente árido, onde se deveria manter a fé e tentar irradiá-la. No deserto há necessidade, acima de tudo, de pessoas de fé que, com a sua fé e a vida honesta, podem apontar o caminho em direção à Terra Prometida, por isso, tornam visível a esperança.
Não deixemos que nos roubem a esperança! (EG 85-86)
Hoje, quando os meios de comunicação humana alcançaram um crescimento sem precedentes, somos desafiados a descobrir e transmitir a profundidade da vida em comunhão. Experimentar estar juntos com as nossas diferenças, iniciando talvez em um modo um pouco '"caótico", mas que pode se transformar em uma verdadeira experiência de fraternidade, em uma caravana de solidariedade, em uma sagradaperegrinação. Sair de si mesmo para unir-se ao outro faz bem. Fechar-se em si mesmo é provar o veneno amargo do isolamento. O Evangelho convida-nos a correr sempre o risco de encontrar-se com o rosto do outro, em uma comunidade de fé. O Filho de Deus na sua encarnação nos convidou a revolução da ternura ... Em outros setores da nossa sociedade cresce a estima para diferentes formas de "bem-estar espiritual", sem comunidade, para a "teologia da prosperidade" sem compromissos fraternos. A solução para os nossos problemas nunca consistirá em fugir de um relacionamento pessoal e comprometido com Deus e com os outros. Esta situação pode ocorrer hoje em nossas paróquiasquando os fiéistomam uma atitude de esconder-se do ponto de vista dos outros e quando sutilmente trocamde um lugar para outro ou de um compromisso para outro sem criar vínculos profundos e estáveis; trata-se de um remédio falsoque pode causar a doença do espírito. Decisivamente é melhor aprender a descobrir Jesus no rosto do outro, em suas vozes, em suas demandas. Isso nos leva à verdadeira cura pessoal, porque a maneira adequada de nos relacionarmos com os outros, na verdade, nos cura. Este modo é a fraternidade mística, contemplativa, que sabe olhar a grandeza sagrada do próximo, que sabe descobrir Deus em cada ser humano, que sabe suportar o desafio de viver juntos agarrando-se ao amor de Deus, que sabe como abrir o coração ao amor divino para procurar a felicidade dos outros como seu bom Pai procura.
Não deixemos que nos roubema comunidade! (EG 87-92)
Também estamos atentos ao mundanismo espiritual, que se esconde por trás das aparências de piedade e até mesmo do amor à Igreja. Consistena atitude de, em vez de procurar a glória do Senhor, procura-se a glória e o bem-estar humano. Isso nos leva a substituir o fervor evangélico com a auto complacência egocêntrica. Aquele que caiu neste mundanismo olha do alto e de longe os outros, rejeita a profecia dos irmãos, desqualifica aqueles que lhe fazem perguntas, ressaltam constantemente os erros dos outros, não aprendem com seus próprios pecados, nem é autenticamente aberto ao perdão. Este mundanismo asfixiantecura-se saboreando o ar fresco do Espírito Santo, que nos libera da concentração sobre nós mesmos e nos abre à presença de Deus. 
Não deixemos que nos roubem o Evangelho! (EG 93-97)
O mundanismo espiritual leva alguns cristãos a estar em guerra com os outros cristãos que impedem a sua busca de poder, de prestígio, de prazer ou segurança econômica. Cuidado com a tentação de inveja! Estamos todos no mesmo barco e vamos todos para o mesmo porto! Pedimos a graça de alegrar-nos com os frutos de outros, que são de todos. A cada um de nós é direta a exortação paulina: "Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12, 21). E mais uma vez:"Não nos cansemos de fazer o bem" (Gálatas 6,9).
  Não deixemos que nos roubem a ideia do amor fraterno! (EG 98-101).
É preciso reconhecer que, no contexto atual da crise com os compromissose os laços comunitários, são muitos os jovens que oferecem sua ajuda solidária em face aos males do mundo e se envolvem em várias formas de atividades e voluntariado. Que belo que os jovens são "peregrinos da fé", felizes de levar Jesus em cada estrada, em cada praça, em cada canto da terra! Se em nossas comunidades há a falta de um fervor apostólico contagioso, esse não entusiasma e não desperta atrações. Onde há vida, paixão, desejo de levar Cristo aos outros, surgem vocações autênticas. Os desafios existem para serem enfrentados. Somos realistas, mas sem perder a alegria, a audácia e a dedicação plena de esperança!
Não deixemos que nos roubem a força missionária! (EG 106-109)
Conclusão:
A alegria é realmente uma grande força, porque é um distintivo que o Senhor está conosco. É por isso que São Vicente, falando aos membros da União, queria que em seus rostos, em seu olhar modesto, em todo o seu agir ecomportamento, no encontro mútuo na comunidade, e em particular com as pessoas vindas de fora, reunidos em ocasião do ministério pastoral, emanasse e espalhasse a alegria espiritual (cfr. OOCC VII, 171).
O Evangelho, a esperança, a comunidade, o ideal do amor fraterno, as missões ..., tudo isto é o modo de ser a Igreja. Por esta razão, nos encontramos juntos, reforçando-nos reciprocamente para que a Uniãopossa estar sempre pronta a levar Jesus, a alegria que se renova e se comunica ....
Questões para reflexão pessoal e/ou comunitária:
• Como alimento a minha fé e como é o meu ser em comunhão com Deus?
• Que tentações experimento como causa da paralisia no meu apostolado?
• Que iniciativas apostólicas podemos desenvolver como Conselho Nacional de Coordenação, Conselhos de Coordenação Local, membros das comunidades e grupos da União, para criar um espaço de encontro com as famílias para ajudá-las a descobrir e/ou aprofundar a alegria evangélica e esperança em suas vidas?
Pe. Vladimir Peklansky SAC
Promotor Nacional da Formação,
Slovacchia

Nenhum comentário: