domingo, 24 de abril de 2016

Entrevista com Pe. Jan Korycki

Entrevista com Pe. Jan Korycki SAC - Postulador do processo da beatificação da Venerável Serva de Deus Elisabetta Sanna.
No dia 22 de janeiro de 2016 o Papa Francisco concordou com a beatificação da Venerável Serva de Deus Elisabetta Sanna, membro leigo da União do Apostolado Católico. A beatificação vai acontecer em 17 de Setembro de 2016 na Sardenha, onde nasceu a "mãe Sanna" - como é chamada a futura beata. Ao últimos  anos o Padre foi responsável pelo processo de beatificação de Elisabetta Sanna. Como começou a aventura com a futura beata?

Pe. Jan Korycki SAC: Meu grande interesse com a pessoa do Venerável Serva de Deus Elisabetta Sanna começou quando comecei ler a biografia dela e observei que o processo de beatificação começou quase imediatamente depois de sua morte. Exatamente quatro meses a partir da data da sua morte. Ela faleceu no dia 17 de fevereiro de 1857 e no dia 15 de Junho do mesmo ano, o Vigário de Roma nomeou o primeiro postulador da causa da beatificação, que foi Prelado da Basílica de Santa Maria Maior. Comecei a investigar e perguntar-se: por que tão rápido? E isso me levou a descobrir que Elisabetta Sanna, na verdade, na opinião dos habitantes de Roma daquele tempo, era realmente uma pessoa santa. A pessoa que atraí com a sua personalidade, mesmo que ela era analfabeta, mesmo que ela não falava bem italiano a consciência da sua santidade era muito grande.

Como manifestou-se a santidade da Elisabetta Sanna?

Pe. Jan Korycki SAC: A grandeza de Elisabetta Sanna é visível em suas virtudes, especialmente com a força da fé na vida cotidiana. Manifestou-se no fato de que o centro de sua vida foi a Eucaristia. Todos os dias, Ela participou na Missa, tanto na Sardenha como em Roma. Em Basílica de São Pedro – na época não teve a concelebração e por isso - na Basílica teve muitas celebrações da Santa Missa, e quando Ela poderia andava de altar para o altar e  de joelhos participava da Santíssima Eucaristia. Andava onde foi a exposição do Santíssimo Sacramento, onde teve a adoração de 40 horas, tudo em sua vida aconteceu em torno da Eucaristia. Para mim, é importante que o que o Concílio Vaticano II enfatizou, que a Eucaristia é o centro da vida cristã, vejo na vida pessoal de Elisabetta. Do culto da Eucaristia vem o culto da Nossa Senhora. Quando Elisabetta recebeu a imagem de Nossa Senhora Virgo Potens fiz em sua pequeno apartamento um tipo de pequeno santuário. Quando as pessoas vinham para Ela conversaram e Ela falou com eles sobre o culto e rezaram. Oração e as conversas sobre as temas espirituais foram sempre o assunto das reuniões. A devoção de Nossa Senhora foi o resultado do fato de que Maria é a Mãe do Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que por nós foi sacrificado e, portanto, a enorme experiência da Paixão. Especialmente durante a Quaresma. Durante a Semana Santa rompeu todos os contatos com as pessoas, a fim de capturar totalmente a devoção, a reflexão sobre o mistério do martírio, morte e ressurreição do Senhor. Esta é a fonte de sua grandeza espiritual. Esta grandeza manifestou-se em que Ela era a pessoa que tinha o dom de ver e lidar bem com outras pessoas e teve a prudência pessoal. Deixe-me lembrá-lo que antes de Ela decidiu ir em peregrinação à Terra Santa, sob a influência do pregador do retiro da Quaresma pregado pelo franciscano na Sardenha. Ele convenceu um monte de gente dizendo como é importante para o desenvolvimento espiritual a visitar os lugares sagrados. Ela falou com ele, conversou com seu confessor, mas não foi o suficiente. De Codrongianos onde Ela nasceu foi a 15 km para Sassari, para o pároco da Catedral, a quem apresentou seus assuntos tanto espirituais como a peregrinação e que, vendo a sua atitude disse que nestes assuntos deve consultar o seu confessor. Esta prudência, não só que eu to convencida, não só que o meu confessor me aconselhou, e não só que isso o missionária aconselha mas vou ainda perguntar uma outra pessoa, é a virtude da prudência.

Qual é a relação de família Palotina com a Venerável Elisabetta Sanna?
Pe. Jan Korycki SAC: Elisabetta foi muito apreciada por São Vicente Pallotti. Seu primeiro encontro com o Pallotti tem as características extraordinárias. Encontrou Ele num momento em qual Ela não sabia onde está, tava indo do Panteão, na direção da Praça de São Pedro, incapaz de perguntar às pessoas para direções, chorando do lado da igreja de São Agostinho e - de acordo com o seu testemunho - um sacerdote tão excepcionalmente olhou para ela, que, de repente recuperou a coragem, e, como mencionava, não sabe se a pé ou de outra forma, de repente já estava na Praça de São Pedro. Esse padre era o são Vicente Pallotti. Pouco depois desse acontecimento, Elisabetta encontrou-se com a Pallotti, que concordou em ser seu diretor espiritual. Pe. Francesco Vaccari, o primeiro sucessor de São Vicente Pallotti como Superior Geral da Sociedade do Apostolado Católico, lembrava para os coirmãos que a nossa Sociedade deve a sua própria existência e desenvolvimento a dois pessoas: Elisabetta Sanna e Cardeal Luigi Lambruschini. Por que Elisabetta? Ela através da oração, o sofrimento, a sabedoria - dava conselhos para aqueles que vieram com Ela. Testemunhas dizem que são Vicente Pallotti repetidamente aconselhava-se a Ela. Dizem que o Cardeal Giovani Solgia que, para dar a Ela o sustento dava para Ela trabalho, ele disse que, em questões pessoais, muitas vezes aconselhava-se com esta mulher. Vicente Pallotti em uma carta ao Pe. Valle escreveu que Elisabetta está progredindo no caminho da santidade de acordo com o plano de Deus. A sua proximidade com o Pallotti mostra o fato que quando Ela foi até a Basílica de Santa Maria Maggiore e caindo, quebrou o braço, quando Elisabetta estava no hospital notificaram sobre isso o Pallotti, mas naquele dia Ele não poderia estar com Ela, então Ele mandou imediatamente uma carta por uma mulher pedindo para Ela analisar como fica a situação e dizer que Ele não pode chegar hoje, mas amanhã vai visitar Ela. Vicente Pallotti a aceitou para o União do Apostolado Católico e ela ajudou Pallotti com oração, sofrimento, diferentes conselhos, e quando organizou a celebração do Oitavario da Epifania ela informou as pessoas, convidava, encorajava a participar. Sucessores de Pallotti também viram Nela uma grande pessoa, mesmo enviando os noviços quando eles tiveram dificuldades para falar com Elisabetta Sanna. Em família Palotina deste do começo teve um papel importante. Rezou em nossa igreja de SS. Salvatore in Onda, ajudava, devido a doença não podia levantar os braços, mas poderia fazer uma variedade as coisas assim como, por exemplo fazendo meias, e cuidava as vestes litúrgicas. Teve experiência de desenvolvimento inicial do Apostolado Católico.

Por que Elisabetta não voltar para sua família?

Pe. Jan Korycki SAC: Vicente Pallotti imediatamente fez contato com o irmão de Elisabetta, Antonio Luigi, que era um sacerdote, e apresentou-o à situação e enviou a Elisabetta para os médicos. Desde que Ela era muito fraca depois de viajem. Os quatro dias de navio a partir Porto Torres ao Genova foram muito cansativos e os médicos descobriram o fracasso do corpo. Pallotti sabendo sobre o assunto escreveu para irmão dela, que Elisabetta quer voltar para a Sardenha, para a família, mas no momento isso é impossível devido ao estado de saúde. Quando a situação melhora Ela vai embarcar em uma viagem de regresso. Sua condição estava continuamente piorando, até que um dos médicos emitiu um comunicado que se Ela vai de navio a Sardenha, outras possibilidades não teve, está arriscando a morte durante a viagem. Tinha um dom que, apesar de grandes dificuldades, não desanimou. Ela realmente queria voltar para a família. Ao longo dos primeiros cinco anos Ela chorou constantemente. Quando os médicos disseram claramente sobre o perigo da sua morte durante a viagem, o Pallotti disse a Ela: aparentemente, a vontade de Deus é fazer algo de bom aqui em Roma, e não se expor à morte durante a viagem. A família está em uma boa situação. Depois, quando chegaram para a família algumas dificuldades Ela e Pe. Vaccari, Pe. Melia organizaram ajuda. Há documentos sobre o envio de dinheiro, enviando coisas para a família, para ajudá-la. Apesar do fato de que havia muitos sofrimentos, as dificuldades, não desanimou e aceitou a situação, estava convencida de que Deus quer, que nesta situação servir a Deus e fazer o bem. Este tipo de vida levou a opiniões de santidade e rapidamente iniciar o processo de beatificação.
No século XIX, o apostolado foi reservado para o clero, o que estava fazendo a Elisabetta Sanna no campo da fé?

Pe. Jan Korycki SAC: Na Sardenha, ajudava especialmente as meninas, ensinando as o catecismo. Ajudava os pobres, as sofredores. Quando encontrou uma jovem, uma menina que estava enredada na vida imoral ajudou ela, embora ela teve um pequeno apartamento morava junto com ela, segurou aquela mulher em casa por um longo tempo, até que ele estava convencida, que encontrou a solução e que esta mulher poderia levar uma vida modesta. Em Roma, foi apreciada pelo fato de que Ela ajudava os pobres. O que recebeu do povo dava para os outros, ou para os dois orfanatos que Vicente Pallotti fundou e um deles, a Casa Pia de Carita existe até hoje, ou para pobres necessitados, ou foi para o hospital para doentes terminais, os doentes terminais. No hospital não podia fazer muito, mas a sua presença, conversa, oração impactava de forma positiva sobre as pessoas doentes que eles ansiosamente esperavam por Ela.

Durante o processo de beatificação de Elisabetta Sanna era um milagre por sua intercessão.

Pe. Jan Korycki SAC: Reputação sobre a santidade e de conhecimento da pessoa de Elisabetta Sanna em diferentes países, o que foi feito graças ao empenho dos nossos coirmãos se espalhou também para o Brasil. Foi lá o conhecimento da pessoa de Elisabetta Sanna entre as doentes que fizeram o milagre. Uma menina, Suzanna, quando teve 25 anos adoeceu. Como um resultado do um colapso ocorreu cancro do braço e do pulso. Apesar da cirurgia e o tratamento teve uma mão paralisada. Não podia mover o braço, antebraço e punho. Recebeu um santinho de Elisabetta Sanna de um palotino, Pe. Daniel Rocchetti, e ouvindo a conferência de Pe. João Pedro Stawicki SAC, que fala sobre a União do Apostolado Católico e sobre a Elisabetta e disse que Ela tinha as duas mãos paralisadas, a ponto de que Ela não podia levantar elas, Suzanna pensou: se Elisabetta, embora tendo as duas mãos doentes fez tanta coisa boa e eu tenho uma doente então também devo fazer algo de bom. Começou a rezar. Felizmente, que este livro sobre  Elisabetta Sanna: "Cooperadora leiga de são Vicente Pallotti" palotinos traduziram para o Português. Suzanna começou ler este livro e, juntamente com várias outras pessoas começaram a rezar pedindo a intercessão de Elisabetta Sanna. Em maio de 2008, na igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Niterói, na capela do Santíssimo Sacramento, antes da reunião do grupo de jovens Suzanna orou junto com a amiga. Suzanna se aproximou para o Sacrário, colocou a mão paralisada no altar, e depois de um momento deu os gritos de alegria. Ele sente que a mão se endireita e grita: minha mão é curada! Levanta a mão para cima. Vem os jovens, vem o sacerdote, e estão vendo que, de fato, aquela que durante cinco anos, apesar de a diferentes tratamentos, que foi considerada completamente incapaz para o trabalho, recebeu uma pensão de invalidez, essa pessoa começou completamente mover a mão paralisada. Os médicos descobriram que esta súbita cura de uma forma sustentável, com total mobilidade a mão é medicamente inexplicável. Isso foi em 2008 e em 2011, depois terminarem o processo diocesano os médicos confirmaram a cura completa. Também a comissão de médicos em Roma e teólogos e cardeais, olhando para a cura súbita, afirmaram que é um milagre.

Elisabetta Sanna é pouco conhecido no mundo, como mudar isso?

Pe. Jan Korycki SAC: Vicente Pallotti reconheceu Elisabetta Sanna como uma santa. A beatificação de Elisabetta Sanna é uma graça que Deus dá para a nossa geração, e é um desafio para voltar às raízes, ao aquilo que queria São Vicente Pallotti. Elisabetta Sanna era uma filha espiritual de São Vicente Pallotti. Ela nos mostra que tudo devemos confiar em Deus, em Eucaristia e que todos somos chamados a testemunhar a fé, o amor e a esperança cristã. Portanto, precisamos fazer mais e mais pessoas conhecer a pessoa de Elisabetta Sanna através de santinhos, artigos, livros, publicações. Para vê-la como colaboradora laica de São Vicente Pallotti, que tinha uma grande consciência da vocação ao apostolado e cuja vida toda foi a realização da vocação. Também o Bispo de Sassari, na Sardenha, me pediu para preparar uns pequenos artigos sobre a vida de Elisabetta Sanna e cada semana até a beatificação será publicado um artigo sobre Ela na imprensa local. Isso vai ser italiano, mas também outros países estão interessados. Na Polônia vai ser lançado o livro, no Brasil, na Alemanha já existem publicações. Se houver mais interesse em santidade e vocação ao apostolado com base na santidade pessoal assim a Elisabetta Sanna vai ser melhor conhecida.

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