terça-feira, 30 de agosto de 2016

Apóstolos hoje - Agosto de 2016

O Diálogo, as Relações e a Cooperação entre Pessoas de Religiões Diversas com a intenção Comum da Misericórdia

Ide, “como missionários, para levar a mensagem da ternura do Pai, do seu perdão e da sua misericórdia a cada homem, mulher e criança” e segui o exemplo de Jesus, “indo ao encontro dos outros, em espírito de respeito e abertura, para compartilhar com eles o dom que nós mesmos recebemos” (Mensagem de vídeo do Papa Francisco para o 51º Congresso Eucarístico Internacional em Cebu City, Filipinas).
Cada seguidor de Cristo, em virtude da vocação cristã, é chamado a viver o diálogo na sua vida cotidiana, que é motivada pelo ensinamento do Evangelho e mostrada – em ação humana – através da misericórdia e do amor aos outros (Lc 10,27; Rm 13,9-10). O diálogo é uma aproximação significativa às pessoas de outras comunidades de fé, para a recíproca compreensão, cooperação e transformação. O nosso diálogo não se esvazia em reuniões e conferências, mas é um modo de exprimir a fé cristã na relação e no emprenho rumo ao próximo.
A Sagrada Escritura nos oferece muitas imagens de boas relações nos oferece muitas imagens de boas relações com os próximos, para além das fronteiras e convenções estabelecidas. No Antigo Testamento (Gn 12), encontramos Deus que desafia Abrão e Sara a ir viver entre estrangeiros. No Novo Testamento, Jesus rompe a convenção, falando com a mulher samaritana ao poço (Jo 4,6-30) e mostra como possa entrar em contato com ela mediante o diálogo. Falando com um doutor da lei (Lc 10,25), Jesus lhe recorda que o seu próximo, aquele ao qual deveria demonstrar amor e compaixão, e do qual pode receber a graça, pode ser um estrangeiro. Hoje, a chamada do nosso Senhor a nos fazer próximos (Lc 10,27) inclui os “estrangeiros” de outras tradições de fé, que vivem nas nossas cidades e países.

Testemunhos de Relações e de Cooperação com as outras Religiões:
Gostaria de compartilhar alguma experiência da minha vida, por me encontrar trabalhando com pessoas de outros credos com uma intenção comum de misericórdia.
Nos meus trinta anos de Vida Consagrada, fui enviada em missão em Estados diferentes da Índia. Sem me dar conta dos desafios, estava pronta a aceitar a tarefa que me foi confiada pela Congregação. Muito embora eu venha de um ambiente católico bem radicado, é aqui – no meu ministério – que descobri a minha vocação de dar testemunho de Deus Misericordioso, através  do diálogo com pessoas de diversas religiões.
Em um dos vilarejos hindu, a minha Congregação propôs de iniciar uma obra que cuidasse dos idosos e foi confiada a mim a responsabilidade de construir uma casa para essa finalidade. Antes que eu chegasse ao lugar, fui advertida do perigo de se usar um hábito religioso, coisa que não é aceita por fundamentalistas hindus do vilarejo. Não me desencorajei nem me preocupei, antes, estava determinada em realizar meu trabalho, vestindo o hábito religioso desde o início. Tive que enfrentar muitos obstáculos que, inicialmente, me provocavam insônia, medo e dúvidas dentro de mim. Todavia, a minha confiança, no Deus misericordioso, não permitiu que este espírito morresse em mim, na verdade me encorajava a demonstrar o Seu amor através do meu serviço quotidiano.
Certa vez, em uma manhã chuvosa, enquanto estava caminhando rumo ao vilarejo, vi um homem que estava debaixo de uma árvore, quase imerso na água. Ainda que houvesse passado muitas pessoas, nenhuma tinha parado para ajudá-lo. Como cada ser humano, também eu hesitei no início, mas com o encorajamento da minha coirmã enfermeira, levantamos o homem, coberto de vermes, e o lavamos na presença de muitos espectadores de outras religiões.
Este testemunho de amor e de misericórdia a um irmão hindu, tem transformado os corações de muitos fundamentalistas do vilarejo, que começaram a oferecer o seu apoio. Cedo a notícia de gestos bons, realizado por duas mulheres de Cristo, se difundiu na cidade. Os equívocos à fé diversa começavam a desaparecer no coração das pessoas. A esse ponto compreendi que esta era uma oportunidade oferecida por Deus, para visitar as famílias de pessoas de outros credos e participar de suas celebrações. Esta interação gradualmente abriu o caminho para o diálogo entre nós, para aprofundar a nossa compreensão recíproca e concentrarmo-nos sobre iniciativas compartilhadas para o bem comum.
O evento mais alegre do nascimento de Jesus é celebrado no nosso Vilarejo com muita participação. A procissão do presépio vivo é realizada junto com pessoas de outras tradições religiosas. É estupendo dar-se por conta como todas as expressões de fé nos ensinam a amarmo-nos uns aos outros e nos encorajam a edificar a harmonia, enquanto honra a integridade das nossas diferenças.
Hoje, não há mais medo de obstáculos no meu ministério. A maior parte do pessoal na nossa obra pertence a outras religiões. Trabalhamos juntos, escutando e falando com abertura e respeito. A nossa Casa para Idosos se tornou um centro de serviço com fim humanitário, onde pessoas de outras religiões se tornaram nossas parceiras no transmitir aos outros a mensagem de amor e de misericórdia de Cristo.
Conclusão
Neste ano do Jubileu da Misericórdia, Deus está nos chamando neste novo Milênio, com seus desafios e oportunidades. Temos Necessidade de entender como o Espírito Santo age nos homens do nosso mundo, especialmente em quem professa outra religião. Não escondamos as nossas diferenças, nem evitemos conflitos, mas busquemos de torná-los construtivos. Assim, quanto maior o nosso empenho no diálogo inter-religioso, mais aumenta o nosso respeito e confiança, conduzindo-nos a aumentar a cooperação e a ação comum. O Papa João Paulo II, na sua primeira visita na Índia, afirmou: “O diálogo entre os membros de religiões diversas faz crescer e aprofundar o respeito recíproco e cria as bases para relações que são determinantes para resolver os problemas do sofrimento humano” (Mensagem aos Líderes não-cristãos, Madras/Chennai, 5 fevereiro 1986).

Rezemos com São Vicente Pallotti
“Meu Deus, misericórdia minha, gostaria de dizer, mas no rever-vos em mim me perco, digo pouco, e digo quase nada: [...] mais trabalhais em mim [...], porque sinto a fé que me diz, que na minha miséria inconcebível superior sem medida [...], eu sou a criatura apta para formar o objeto mais próprio da vossa infinita misericórdia; em mim somente a vossa infinita misericórdia encontra a capacidade de resplandecer, procurar e de produzir as suas infinitas graças” (OO CC, X, p.313-314).
                                           Irmã Eugine Nirmala Francis SAC

                                           Índia

domingo, 28 de agosto de 2016

Pe. José António Zavorski novo pároco de Odivelas

No passado dia 27 de agosto de 2016, o Pe. José António Zavorski SAC tomou posse da Paróquia do Santíssimo Nome de Jesus de Odivelas. Os paroquianos estavam reunidos na Igreja para testemunharem o acto solene e participarem na Eucaristia da Tomada de posse do Pe. Zeca como seu responsável pastoral.

A Eucaristia foi presidida pelo Sr. Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás. Na altura própria foi lida a Carta de Nomeação e o novo Pároco fez a sua Profissão de Fé. Feita a promessa de fidelidade e obediência ao Bispo naquilo que é próprio da missão que lhe foi confiada, o Pe. José Zavorski iniciou a sua nova missão.


Pe. Zeca garantiu que não pretende ser o dono da Paróquia mas apenas “um servidor de todos os que com ele e com os seus coirmãos palotinos querem servir a povo de Deus na comunidade de Odivelas”. A posse como pároco teve lugar no dia de Santa Monica e de vésperas do grande santo Agostinho, a qual Pe. Zeca é grande devoto, que Ele com sua sabedoria ajuda o novo Pastor do rebanho de Odivelas. São Vicente Pallotti no dia da sua ordenação sacerdotal escreveu: quero ser um trabalhador incansável, rezemos pelo Pe. Zeca que a exemplo do fundador da Sociedade do Apostolado Católico seja um incansável trabalhador na vinha que foi confiada a Ele. Acolhemos, portanto, sua nova missão com as nossas orações e com os nossos trabalhos para que Deus seja glorificado nesta comunidade paroquial de Odivelas.

Novena em preparação à beatificação da Venerável Elisabetta Sanna

A tanto esperada beatificação da Venerável Elisabetta Sanna se aproxima. Será celebrada no dia 17 de Setembro de 2016, na Basílica da Santíssima Trindade de Saccargia. A primeira beatificação de um membro leigo da União do Apostolado Católico é uma grande alegria para toda a nossa Família Palotina. Agradecemos ao Senhor por esta beatificação e humildemente pedimos a Ele que nos abra para acolher as graças que Ele nos dará por esta ocasião. Para prepara-nos melhor para este feliz evento, publicamos – como uso privado - a novena em preparação para a futura beatificação.

Dados bibliográficos
Elisabetta Sanna nasceu em Codrongianos (Sassari) no dia 23 de abril de 1788. Três meses depois perdeu a capacidade de levantar os braços. Casada, criou cinco filhos. Em 1825 ficou viúva e fez o voto de castidade; era a mãe espiritual das meninas e das mulheres de sua terra. Em 1831, embarcou para uma peregrinação à Terra Santa; acabou chegando em Roma, e não pode retornar, devido à graves destúrbios físicos, dedicou-se inteiramente á oração e ao serviço dos doentes e pobres. Ela foi um dos primeiros membros da União do Apostolado Católico de São Vicente Pallotti, seu diretor espiritual. Sua casa se tornou um santuário de fé viva e ardente caridade. Morreu em Roma no dia 17 de fevereiro de 1857 e foi enterrado na Igreja de SS. Salvatore in Onda. Os testemunhos confirmam e esclarecem as palavras de São Vicente Pallotti, transcritas pelo padre Scapaticci e pelo padre Vaccari: "Dois são aqueles que levaram adiante o nosso Instituto: uma pobre viúva que é Elisabetta Sanna, como haveis mais vezes entendido do Pe. Vicente Pallotti, o outro é o Cardeal Lambruschini” Por este motivo a "pobre" Serva de Deus recebe o privilégio de ser enterrada na Igreja de SS. Salvatore in Onda, junto ao túmulo de São Vicente Pallotti. Quando morreu, a sua fama de santidade era (assim) tão grande que, apenas quatro meses depois de sua morte, foi nomeado o postulador da sua causa de beatificação, com duração de mais de um século e meio. Foi declarada Venerável no dia 27 de Janeiro de 2014. O milagre que a levou, finalmente sobre os altares, aprovado pelo Papa Francis no dia 22 de janeiro de 2016 é a cura que ocorreu no dia 18 de Maio de 2008 - domingo do SS. Trindade - de uma jovem mulher brasileira (31 anos), Suzana Correia da Conceição, de uma atrofia muscular do braço e da mão direita com comprometimento funcional grave.

Oração inicial
Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, te agradeço por enriquecer de modo admirável a nossa irmã Elisabetta Sanna com sabedoria, conselho, e fortaleza. Por seus méritos, te peço que me concedas a graça que desejo ardentemente ............................, conforme a tua Santíssima Vontade.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória ...
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

Primeiro dia: esposa e mãe (8 de Setembro)
O desejo de Elizabete desde jovem é aquele de se tormnar irmã. Tendo perdido a capacidade de levantar os braços, não pensa em se casar, e ainda, aos vinte anos é pedida em casamento por muitos jovens. Assim, no dia 13 de setembro de 1807, aos 19 anos, ela celebra o casamento com um certo Antonio Maria Porcu, um verdadeiro e bom cristão de modestas condições. Antônio é marido e pai exemplar que ama a sua esposa e lhe dá total confiança. Aos amigos, de fato diz: "Minha esposa não é como as vossas, é uma santa"!
Elizabete dirá: "Eu não era digna de tal marido, ele era tão bom." Sua família é modelo para todo o país. Nos anos seguintes, nascem sete filhos. Ela passa os dias entre a casa, a educação das crianças e no campo, onde trabalhou incansavelmente. Ela também encontra tempo para longas horas de oração na Igreja. Não tem medo das críticas por professar e viver a sua fé publicamente "Este meu temor de vida - responde - não me impediu de desempenhar os meus deveres de mãe de família." Ela mesma prepara os seus filhos para a Confissão e para a Comunhão e transmite-lhes um grande amor a Jesus, como a douçura, sem nunca usar modos bruscos. Uma verdadeira educação com o coração.
oração
Ó Deus, Espírito santificador, que amas a Igreja como tua Esposa, tu infondiste no coração da Venerável Elisabetta Sanna a chama do teu amor e o irradiaste na família, na Igreja doméstica. Te agradeço por este modelo de esposa e mãe, pelo seu encorajador e simples testemunho. Concede a cada mulher - esposa, mãe, noiva e consagrada - a graça de ser presença que compõe cada família e cada comunidade em um Cenáculo de fé e de amor, em generoso empenho e santificante serviço.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória ...
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

Segundo dia: viúva e esposa de Jesus Cristo (9 de Setembro)
Dos sete filhos, morreram dois em uma idade muito precoce. No dia 25 de Janeiro de 1825, seu marido Antonio, assistido por ela, morreu em idade jovem. Ficou viúva com cinco filhos, o maior com 17 anos e o menor com apenas três. Elizabete se sente responsável não apenas da administração da casa e do trabalho no campo, mas sobretudo da educação espiritual e temporal dos seus filhos. Amadurecendo no caminho espiritual, Elizabete em 1829, com a permissão do pregador franciscano, no tempo da quaresma, padre Luigi Paolo de Ploaghe, faz voto de castidade. Ao seu confessor pede muitas vezes para lembrar que ela agora é uma esposa de Jesus Cristo.
Oração
Ó Senhor, Tu que consolastes Maria após a morte de José e tivéstes compaixão da viúva de Naim, dá-me a força para aceitar a minha solidão, sem perder-me em nenhuma tristeza. Como para a Venerável Elisabetta Sanna, dá-me a tua paz, a tua força e a tua alegria para colocá-las a serviço dos outros, com coragem. Em primeiro lugar, dedicando-me à minha família e a todas as pessoas queridas ligadas a mim que em Tua bondade me fizeste encontrar no caminho da vida, sabendo que cada dia me levas mais perto do encontro definitivo contigo, com (meu marido - nome do marido, da mulher, ou de outras pessoas que deseja) e com todos os meus entes queridos. Amém.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

Terceiro dia: peregrina (10 de Setembro)
Em 1829 chega em Codrongianos o jovem vice pároco, padre Giuseppe Valle. Torna-se o confessor e diretor espiritual da família Sanna, especialmente de Elizabete. A vida cristã de Elizabetta torna-se ainda mais ardente. Durante os exercícios quaresmais em Codrongianos guiados pelo padre franciscano Luigi Paolo de Ploaghe, o pregador, falou com muita eficácia da Terra Santa. Elizabete, junto com algumas outras mulheres, foi até ele para saber mais, e ficou (muito) fascinada, nascendo assim o vivissimo desejo de ver os lugares onde nasceu e onde foi crucificado o Filho de Deus. Ela se sente chamada a seguir Jesus mais de perto e pensa ir à Palestina e visitar os Lugares Santos. Nesta situação, nos primeiros meses de 1830 pediu permissão ao padre Giuseppe Valle para realizar a peregrinação. Padre Valle, depois de várias explicações, disse que não. Passados, porém, alguns meses e, em julho, Elizabetta voltou a ele, para obter a supirada permissão. Ele, após profunda reflexão e oração, deu o seu parecer favorável à viagem e decidiu-se a acompanhá-la. Os dois começaram discretamente a preparar-se e preparar as suas famílias para a viagem programada, na esperança que iria ajudá-los a crescer espiritualmente e a servir melhor os outros. Elizabetta tinha certeza de que sua mãe, que tinha 65 anos e o seu irmão padre Don Luigi, residentes em Codrongianos, assumiriam a responsabilidade de cuidar da família, durante a peregrinação. No final de Junho de 1831, juntamente com o padre Giuseppe Valle, eles embarcam para Genova. Lá, embarcariam de navio para Chipre. No último momento, porém, padre Valle descobre que não tinha o Visto para o Oriente. Então, com Elizabetta eles decidem ir a Roma, dizendo: "Também alí é Terra Santa." Assim, no dia 23 de julho de 1831 chegam em Roma. Esta viagem desde o início teve o caráter de peregrinação.
Oração
Ó Deus, sempre a caminho para encontrar o homem, tu infundiste no coração da Venerável Elisabetta Sanna, o desejo de ser peregrina. Te agradeço pelo seu testemunho encorajador. Dá-me a força e a coragem de caminhar sempre para alcançar-te e conhecer-te. Torna-me teu discípulo, é o objetivo de todo o meu caminhar na vida. Faze que aprenda a melhorar a mim mesmo guiado pelas palavras do Evangelho. Tudo o que conheci e aprendi, agora se torne patrimônio da minha existência, para que possa transmitir tudo através do testemunho de vida.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

Quarto dia Colaboradora de São Vincente (11 de Setembro)
Em Roma, Elisabetta Sanna reside em um pequeníssimo apartamento perto da Basílica São Pedro. Em sua peregrinação às igrejas de Roma, com sede de oração, Elizabeth encontra na Igreja de Santo Agostino, um santo padre Romano, Vicente Pallotti. San Vincente, decide em 1832 acompanhar espiritualmente Elizabetta Sanna; Pallotti escreve em nome dela uma carta ao irmão sacerdote explicando que por motivos de saúde, ela não estaria em condições de retornar para a Sardenha mas que, se melhorasse, ela voltaria. A Serva de Deus, enquanto cuidava da saúde para se curar, colaborava com Pallotti com orações, conselhos e ajudava aos mais necessitados. Infelizmente, sua saúde piorava. Pallotti a sustenta no seu desejo de cura e no seu crescimento espiritual e também encontra para ela um pequeno trabalho com o Arcebispo Giovanni Soglia, futuro cardeal, na esperança de melhorar sua saúde. Quando pois, em 1838, o médico Petrilli escreve: "Sou da opinião de que, tendo que fazer outra viagem com o navio, poderia ir ao encontro a um pior infortúnio", Pallotti disse a Elizabetta: "Deus a quer em Roma." E a Serva de Deus permaneceu ali, até sua morte em 1857.
Oração
Ó Venerável Elisabetta, ajudai-me a tornar-me consciente de que a minha felicidade está em fazer a vontade de Deus. Te peço, Senhor, concede-me capacidade à minha mente de modo que possa aceitar tudo o que me acontecer e de fazer sempre - com o Tua ajuda - o melhor possível a cada dia segundo a Tua vontade. Tu podes ajudar– me como fizestes com a Venerável Elisabetta – a estar a escuta de Ti e fazer sempre a Tua vontade. Amém
Pai Nosso, Ave Maria, Glória
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

Quinto dia: A deficiente que se tornou apóstola (12 de setembro)
Quando Elizabetta tinha apenas três meses, uma epidemia de varíola causou a morte de muitas crianças em Codrongianos e também ela foi atingida. Ela se curou da epedimia, mas permaneceu com os braços ligeiramente prejudicados e as articulações endurecidas. Isso não a impediu de crescer, aprendendo a suportar a sua deficiência, como algo natural e realizar todas as tarefas domésticas e também apresentando-se sempre ordenada e limpa. Não obstante a sua deficiência física, Elizabetta tornou-se colaboradora da União do Apostolado Católico, fundada por padre Vicente Pallotti em Roma. Quem se aproximava dela, dirá: "Via Deus em tudo e adorava-O em todas as coisas. O amor de Deus era a sua vida. Aquilo que parecia ser um grande interesse, desaparecia de fronte ao interesse de Deus". De fato, a Sanna dizia seguidamente: "Meu Deus, eu vos amo acima de todas as coisas."
Oração
Venerável Elizabetta, que com tanta paciência e com tanta confiança em Deus, suportaste as dores físicas da doença e os sofrimentos da contradição moral quando não pudeste retornar para a Sardenha, obtem-me esta mesma submissão aos sofrimentos de tal maneira que possa viver sempre sob o olhar de Deus para tornar-me dócil instrumento da Providência para a salvação das almas. Amém.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

Sexto dia: A fé na vida cotidiana (13 de setembro)
Elizabetta recebeu uma educação cristã profunda na família, da qual fala claramente o seu irmão, padre Antonio Luigi. Ele nos informa sobre as orações feitas juntos em casa, a recitação do Rosário, a participação às funções eclesiais e da ajuda prestada aos pobres. Nesta atitude de fé e de oração, Sanna perseverou por toda a vida. Todos os testemunhos dizem que com ela se falava somente sobre as coisas espirituais. Quando se a visitá-la em seu quarto, a conversação se alternava entre instrução religiosa e orações. Em uma carta escrita a padre Giuseppe Valle no dia 18 de Maio de 1846, São Vincente confirmou o progresso espiritual da Serva de Deus com a seguinte frase: "Prossegue nas boas obras e espero que alcanse aquela perfeição à qual Deus deseja o Pai das misericórdias". Cada manhã ia até a Basílica São Pedro. A Basílica era a sua casa. Quando ela morreu, correu a voz: "Morreu a santa da Basílica de São Pedro".
Oração
Ó Venerável Elisabetta, ajuda-me a ser fiel aos meus deveres diários: ao dever da adoração que é a primeira necessidade para a minha vida espiritual; ao dever que me une ao próximo, aos deveres particulares da minha vocação, ao dever da caridade material e espiritual, consciente de que o diálogo com próximo é sobretudo na realização de meus deveres diários com espírito de fé e de caridade. Amém.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

Sétimo dia: mãe espiritual (14 de Setembro)
Outro campo de realização da fé e do amor de Elizabetta foi aquele do aconselhamento espiritual. Ela tinha o dom do discernimento espiritual e o usava para ajudar as numerosas pessoas que recorriam a ela. Em seu pobre quarto, diante do quadro de “Nossa Senhora, Virgem Poderosa” (Virgo Potens), rezava com os seus hóspedes e dava a eles sábios conselhos. Mesmo o Cardeal Giovanni Soglia em certas coisas de sua consciência, ele a consultou. Pallotti mesmo, aconselhou-se com Elisabetta e orientou seus filhos espirituais a escutar a sua palavra. Por esta razão padre Rafaele Melia que conhecia muito bem Elizabetta, deu-lhe o título de " mãe premorosíssima " da União do Apostolado Católico, e padre Ignazio Auconi, seu sucessor no ofício de Superior Geral, confirmou que ela teve para com a obra de Pallotti, a preocupação e dedicação de uma mãe.
Oração
Ó Maria, Virgem Poderosa, ajudai nossas famílias e nossas comunidades, especialmente aquelas que lutam com dificuldade para viver a fidelidade, a unidade e concórdia! Ajudai as pessoas consagradas para que sejam um sinal transparente do amor de Deus. Ajudai os padres, para que possam comunicar a todos a beleza da misericórdia de Deus. Ajudai os governantes para que saibam procurar sempre e somente o bem da pessoa. Ó Virgem Potente, protegei a vida em todas as suas formas, idades e situações. Sustenta cada um de nós, para que a exemplo da Venerável Elisabetta Sanna saibamos discernir os caminhos de Deus e tornar-nos apóstolos entusiastas e credíveis do Evangelho.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

Oitavo dia: Grande devoção à Eucaristia (15 de setembro)
Em Codrongianos, Elisabetta Sanna quase diariamente participava da Santa Missa. Em Roma, cada manhã, partivipava da missa na Basílica São Pedro e, se nã0 tinha outros compromissos, permanecia até o fim da última missa, porque estava convencida de que, com a Eucaristia, podemos dignamente render ao Senhor o que devemos a ele com adoração, louvor, agradecimento e oração. Ela também encorajava outros a participar da missa diáriamente. Ela, de modo particular adorava Jesus na Eucaristia nas Igrejas onde realizava "le Quarentone", isto é, a adoração de quarenta horas, e onde ela permanecia por longo tempo em profunda adoração. Padre Valle disse que conseguia receber até sete bênçãos eucarísticas no mesmo dia. Aqui se verificam as palavras do Padre Melia sobre o amor de Elizabete para com Jesus no SS.mo Sacramento da Eucaristia: "Era assim tão devota e amante que haveria consagrado toda a sua vida à adoração contínua."
Oração (Oração de São Vicente Pallotti diante do Santíssimo Sacramento)
E vós Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potestadess, Principados, Virtudes, Arcanjos, e Anjos venham visitar Jesus Sacramento, e para mim adorá-lo, agradecê-lo, e amá-lo; e vós também, os Santos Patriarcas e Profetas, Apóstolos e Evangelistas, e os discípulos do Salvador, os SS. Inocentes, SS. Mártires, SS. Papas, Bispos, os Doutores, SS. Sacerdotes e levitas, SS. Confessores, Virgens e Viúvas, e vós todos os santos do Paraíso, venham todos visitar o nosso caro primogênito Irmão Jesus Sacramentado, primeiro, porém todos juntos rezemos à augusta Mãe de Deus e nossa Mãe, que se digne em conduzir-nos a visitar o seu divino filho no SS.mo Saramento Altar, e todos juntos agora e sempre adorá-lo, agradecê-lo, e amá-lo.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

Nono dia: A serena esperança (16 de Setembro)
À profunda fé da Serva de Deus e ao seu ardente amor por nosso Senhor no Santíssimo Sacramento, se acrescenta a sua serena e alegre esperança. A um certo Luigi Schiboni, quando ele perguntou se ele se salvaria, Elizabete deu a seguinte resposta: "Duvidas? Não sabes que um Deus morreu por sua alma?". Padre Filippo Tancioni, secretário do Cardinal Soglia que estimou a Venerável como santa, disse que ela "tinha total confiança de salvar-se pelos méritos de Jesus Cristo ... e procurava inspirar em todos essa mesma confiança." Repetia muitas vezes: "Confio no Deus da Misericórdia". Nos momentos de saudade da família na Sardenha exclamava: "Misericórdia, misericórdia". Estas e outras exclamações similares ligadas a vivissíma fé e a um grande amor a Deus, desenvolveu nela a serena esperança de alcançar o Paraíso. Portanto, já na Sardenha compôs uma espécie de poesia (Lauda), recitando: " Toda sou de Deus, toda sou de Jesus. Não posso mais viver longe de Deus. Jesus é o meu coração e eu sou Jesus!". Deste modo sereno, expressava o seu desejo: "Desejo o céu cheio, o Purgatório vazio, o inferno fechado."
Oração
Ó Venerável Elisabetta Sanna, admiro a tua coragem e a tua constância em imitar Jesus com fé e serena esperança, mesmo nas situações mais difíceis. Sinto vergonha pelas minhas frequentes incertezas, pela minha preguiça e pela minha incoerência: ajuda-me a tornar-me plenamente responsável pelo dom da fé e a fazer sempre o bem com o espírito cristão, a fim de que o meu próximo possa mais facilmente unir-se a mim no louvor à Santíssima Trindade. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria, Glória
São Vicente Pallotti, rogai por nós!
Venerável Elisabetta Sanna, rogai por nós!

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Almoço para as famílias carentes

Almoço para as famílias carentes da paroquia de São Benedeito em Itaperuna deste mês de Agosto. Almoço desenvolvido pela pastoral da família em comemoração do ano da Misericórdia.



















sexta-feira, 19 de agosto de 2016

FESTIVAL PALOTINO DA CANÇÃO

A Região Mãe de Misericórdia (RJ), parte da Sociedade do Apostolado Católico, conhecida como comunidade dos Padres e Irmãos Palotinos, ao longo da sua história, tem celebrado tradicionalmente o FESTIVAL PALOTINO DA CANÇÃO. Já conhecido de nossas comunidades, o Festival comemora sua vigésima sexta edição e, de modo particular, deseja com grande alegria enfatizar o Ano Santo da Misericórdia, que o Santo Padre, o Papa Francisco, decidiu proclamar de forma extraordinária para o bem da Igreja e de toda a humanidade. Por este motivo convidamos nossas comunidades a refletirem sobre a experiência de São Vicente Pallotti com a Misericórdia Infinita de Deus.
Em nosso percurso, seremos guiados pelas palavras de Jesus tiradas do “Sermão da Montanha”. Sendo assim queremos nos deixar inspirar por estas palavras: *“Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7)*, que será o TEMA deste FESTIVAL. Para aprofundar o mistério da Misericórdia Divina na vida de São Vicente Pallotti, propomos suas palavras como *LEMA* para este encontro: *“Mas Vós ó meu Deus sois Misericórdia infinita, e a vossa Misericórdia mais se difunde, e resplandece onde maior se encontrar a miséria.” mais informações http://www.santuariodamisericordiarj.org.br/festivalpalotino

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Jornada Mundial da Juventude Cracovia 2016

“Bem-aventurados os misericordiosos, por que eles alcançarão misericórdia”

“Sem Palavras!” ........ “Bom demais!” .... “ Deus é infinitamente bom!”
“Impossível transcrever o que estamos sentindo em palavras em qualquer idioma!”
 “Obrigado meu Deus por vivenciar esse momento!” Começar a escrever um texto, sobre a JMJ CRACOVIA, é difícil, por que transmitir uma experiência como essa pelas palavras, é algo que falta adjetivos, vocabulário! Como podemos transcrever o amor infinito de Deus com palavras?
Em 2013, nós tivemos a oportunidade de participar da JMJ RIO, e aqui nós acolhemos as pessoas, os jovens. Nós trabalhamos duro, nos dedicamos, e com amor e com alegria para bem receber todos nossos jovens. Quem se lembra, na nossa Paróquia em Itaipu nós recebemos os jovens Poloneses. Que voltaram também para suas casas, extasiados, sem palavras... muito felizes.


Essa experiência em receber foi incrível, em acolher, em preparar tudo. E desde 2014, eu com meu trabalho na Pallottitour, estava preparando roteiros para poder levar jovens a vivenciar novamente aqueles momentos de 2013. Foram 2 anos de expectativa, pensando como será, vamos rever os amigos que fizemos no Rio, já em contato com jovens das paróquias da Polônia, contando os dias.
Éramos 41 pessoas, um grupo grande, com pessoas de várias paróquias da Arquidiocese do Rio e de Niterói, cada um com sua história, com sua fé, com seu jeito e suas expectativas, mas todos com um único objetivo, participar e vivenciar a JMJ CRACOVIA.


Nosso roteiro, não podia ser melhor, corrido por conta do tempo e da quantidade de cidades a serem visitadas, mas tudo contribuindo para aprofundar a fé.
Começamos bem! Pela cidade Eterna, chegando em Roma, já emocionados por pisar na “nossa casa”. Rezar diante do túmulo de São João Paulo II, o papa, sucessor de Pedro. Pensar que ali viveu são Pedro... Hoje, escrevendo, ainda não acredito que estive lá!


E mais ainda para nós Palotinos, tivemos a graça infinita, imensurável de poder visitar a Igreja San Salvatore in Onda. Não podíamos deixar de ir! Entrando na igreja, particularmente, lembrando de todos ensinamentos sobre a vida, obra, espiritualidade e carisma de São Vicente Pallotti, foi passando na minha cabeça, todas memorias e alegrias que tive em minha vida desde minha adolescência quando cheguei pela primeira vez na capela Palotina de São José no Cafubá, e estar ali, diante do corpo de Pallotti, sem palavras! Rezei apenas agradecendo muito, por todos padres Palotinos que conheci na minha vida, por todo empenho deles, em levar esse carisma de Pallotti, por todas igrejas construídas, por todas obras materiais e espirituais realizadas no Brasil. Hoje, se tenho a fé que tenho, devo muito aos padres Palotinos.


Seguimos nossa viagem passando por cidades dos grandes Santos. Assis. Como não se emocionar estando diante das relíquias de São Francisco e Santa Clara?! Em Pádua, rezar diante do túmulo de Santo Antônio! De fato, indescritível todos esses lugares. Levava comigo, em minhas orações, meus familiares, meus amigos que estavam no Brasil, e agradecia sem cessar a Deus por ter dado essa oportunidade de estar ali, e ainda mais, de ter organizado um roteiro para que mais 40 outras pessoas estivessem ali também, vivenciando aquilo!
Seguimos e cada vez mais perto da Polônia, já íamos encontrando no caminho com outros jovens peregrinos, que também seguiam para Cracóvia. Em Viena e em Praga, os jovens já se apresentavam, através das camisas, da alegria, cantando, sem vergonha de mostrar a fé.
A guia dizia “Praga é uma cidade que não tem religião, onde o povo está ateu”. E naqueles dias mudamos um pouco a cara ateia da cidade, enchendo da alegria de Cristo, e do amor, através dos jovens! A Europa precisa de nós jovens cristãos, sem medo de demonstrar e espalhar a fé!


Chegamos na Polônia, no dia 18 de julho, na cidade de Opole, distante 190 km de Cracóvia.
Iriamos começar os dias nas dioceses. Em 2013, tivemos o convite dos padres e bispo de Opole para participar na diocese com eles, dos dias que antecedem a JMJ. E assim, aconteceu.
O ônibus estacionou na frente da igreja da Transfiguração do Senhor, e já foi “invadido” pelos padres, jovens padres, com o sorriso largo no rosto, dizendo em português e polonês “ Bem-Vindos!
Seguindo a tradição polonesa, fomos recebidos com Pão e Sal! Uma coisa nova para os brasileiros, mas que já nos ambientou com a cultura polonesa. E lá estavam a nossa espera, as famílias, que iriam nos acolher por uma semana! Novos pais, novos irmãos e irmãs.


Com resumir a semana em Opole? Para o texto não virar um livro? Vivemos a Nazaré! Fomos acolhidos com o amor infinito de Deus, que se multiplicava em sorrisos, abraços, atenção, carinho, daqueles jovens, dos padres e das famílias. Tudo, tudo preparado com amor, para nós. A fé deles, invadia nossos corações! Indescritível. Fizemos coisas que não imaginávamos, o idioma diferente, a comida diferente, não tinha nada que atrapalhasse a interação, a vivencia da fé. O amor de Deus era nosso elo. E o maior e melhor elo. Andamos como nunca! Tivemos bolhas nos pés, mas nada tirava nossa alegria. Cansados algumas vezes, mas ao acordar, e pensar que estaríamos juntos fazendo algo incrível... as dores já não eram mais sentidas!
A primeira semana na Polônia, acabando, e partindo rumo a Cracóvia! A Jornada Mundial da Juventude estava começando!


Era tanta emoção que as lagrimas caiam dos nossos olhos sem querer, mas de alegria, de pensar “ meu Deus, eu estou aqui! Não acredito! Tantos queriam estar aqui no meu lugar! ” E trazendo na memória todos amigos e familiares.
Nós fomos muito, muito bem acolhidos na pequena cidade de Koszyce, distante 50km de Cracóvia. Mais uma vez fomos recebidos como filhos na casa das famílias. E com palavras em Português, ditas pelo pároco Pe. Adam, “ sejam bem-vindos! Deus os abençoe! ”. Ali naquela cidade iriamos viver mais uma vez a experiência de ser acolhidos, o amor de Deus.
Cracovia estava lotada de jovens. Bandeiras, cores, sons, músicas! Deus estava presente!
Ônibus lotados, trenzinhos lotados, ruas cheias, restaurantes cheios, filas para comer, filas para visitar as igrejas, mas ninguém reclamava de nada! Sintonia do amor ligada na melhor estação!
Andar pelas ruas históricas de Cracovia, lembrando tudo que esta cidade e a Polônia havia sofrido durante as guerras mundiais. Mas, se reergueu e naquela semana da JMJ, novamente o mundo olhava para ela, mas as marchas, os soldados, eram da Paz, eram do amor. Muito significativo. Visitar o Santuário João Paulo II, o Santuário da Divina Misericórdia, ver o quadro original de Jesus Misericordioso, as relíquias de Santa Faustina.... como descrever isso? Bom demais!!!!!!
A Missa de abertura, o Cardeal Stanislaw deu as boas vindas, acolhendo todos nós. Nem a chuva atrapalhou.

A cada dia tínhamos uma programação, pudemos participar da catequese em Português na cidade de Kazimierza Wielka, junto com os Portugueses, Africanos, Paraguaios, Colombianos, Uruguaios, etc. Reunidos na beira de um lago, com bispos brasileiros, de várias partes do Brasil, e padres de vários países, tivemos a catequese. O cenário parecia bíblico, o bispo, num barco, a beira do lago, falando para nós, sentados ao ar livre, ouvindo atentamente. Incrível. O Tema “Misericórdia”, ali pudemos participar do sacramento da penitencia, pudemos ouvir os testemunhos dos jovens dos vários países, e finalizar com a santa missa e procissão.
Este dia ficou muito marcado, pois iniciamos com a catequese, depois partimos em viagem para visitar um lugar completamente diferente. Um lugar onde foi vivido a miséria humana, e que o papa Bento XVI perplexo falou “onde estava Deus”. Seguíamos para conhecer os campos de concentração e extermínio de Auschwitz. No caminho, ainda pudemos conhecer a linda igreja em Kalwaria.
Durante a viagem até Auschwitz, fomos meditando sobre a história daquele lugar. Não era uma visita turística, não era um lugar para festejar. E sim para refletir e rezar. O Sentimento era de contrição, de tristeza e de perplexidade. A que ponto o ser humano é capaz de chegar, dentro do seu egoísmo, e dando as costas para Deus? Pudemos ver com nossos olhos o que o ódio é capaz, o que a falta de Deus faz. Imaginei o horror que aquele lugar foi, seria como pensar no inferno, a ausência de Deus. 
Deus se faz presente em todas as coisas! Mas principalmente em nós, que somos sua imagem e semelhança, e quando nós, seres humanos, não transparecemos Deus, acontece coisas desse tipo.
Que experiência poder visitar esse lugar. E ainda pensar na misericórdia de Deus. O PERDÃO.
Tantas atrocidades que foram cometidas, mas o perdão e a misericórdia, o amor, supera e nos ensina, para que isso nunca mais se repita novamente.

Entramos e saímos do campo de Auschwitz, rezando o terço, a ladainha, por todos aqueles judeus, e pessoas que ali tiveram suas vidas ceifadas sem motivos.
E Papa Francisco Chegou! Estávamos no santuário de Kalwaria, quando os sinos começaram a tocar, anunciando que o sucessor de Pedro estava em solo Polonês!!! Que alegria!!
A cerimônia de acolhida do Papa no parque Blonia foi um dos ápices. A multidão de jovens á caminho do parque, cantando, de mãos dadas, brincando, alegres... contagiante! Pulávamos, cantávamos e dançávamos como crianças. Com nossas bandeiras, sorrisos, e lembrancinhas, íamos passando por cada jovem, apertando as mãos, distribuindo sorrisos, foi bom demais.
E quando o papa chegou, éramos como os filhos, aguardando a chegada do pai. Alegria sem fim. E recordando suas palavras: “Lançai-nos na aventura da misericórdia! Lançai-nos na aventura de construir pontes e derrubar muros (cercas e arame farpado); lançai-nos na aventura de socorrer o pobre, quem se sente sozinho e abandonado, quem já não encontra sentido para a sua vida. Impele-nos, como a Maria de Betânia, para a escuta daqueles que não compreendemos, daqueles que vêm de outras culturas, outros povos, mesmo daqueles que tememos porque julgamos que nos podem fazer mal. Fazei que voltemos o nosso olhar, como Maria de Nazaré para Isabel, para os nossos idosos a fim de aprender com a sua sabedoria.
Eis-nos aqui, Senhor! Enviai-nos a partilhar o vosso Amor Misericordioso.”
Que alegria ouvir nosso querido Papa Francisco. Com entusiasmo! Fortalecendo nossa fé!  Estávamos vivendo a JMJ. Veio a via sacra, a caminhada para a vigília, o pôr do sol como pintura e presente de Deus, o silêncio no campus misericordie quando milhares de jovens dormiam na vigília, com o céu como cobertor! Que experiência inesquecível.
O último dia da JMJ começava com o raiar lindo do sol, e um bom dia em todas as línguas. Despertando de um sono tranquilo, e preparando para missa de envio.
O sol quente, abrasador, queimando, mas nos inflamando com a vontade de sair dali e gritar ao mundo inteiro como é bom ser de Deus.
Na homilia do encontro de Zaqueu com Jesus, convido todos para que leiam, pois é lindíssima, Jesus vem ao nosso encontro. E feliz daquele que se abre para esse encontro.
Todos dias Deus nos chama, e basta abrir o coração, aceitar, e tudo mais será novo e diferente.
Nós estávamos ali participando da JMJ, e voltamos felizes para nosso país, nossas comunidades, nós aceitamos esse chamado. Não podemos dizer que é fácil, que a vida é mil maravilhas, que tudo é perfeito. Mas se estamos buscando Deus sempre, e Deus é perfeito, até as imperfeições nossas, serão diferentes!
Queridos leitores, tentei ser breve, mas impossível ser breve diante de um amor infinito. Poderia ainda falar muito mais, escrever episódios particulares, outras coisas, mas o essencial, ter vivido essa experiência do amor e da misericórdia de Deus, foi o mais importante. Reavivou nossa fé, reacendeu o amor, nos deixou com ainda mais certeza que procurar o caminho da cruz pode parecer não tão fácil, mas é o que nos fará mais felizes, e poder contemplar na terra já um pouco do que teremos no céu, é nossa escolha. Podemos já aqui, viver o céu, basta aceitar o que Deus proporciona para nós. E vivendo aqui na Terra, já um pouco do céu, na certeza que o amor tudo pode, é demais.
Muito obrigado Deus, por ter me concedido essa experiência inesquecível, obrigado ao povo polonês, pela demonstração de fé, por todo amor, pela acolhida, e que acolhida! A animação, o carinho, a organização. Deus abençoe a Polônia, por intercessão de Nossa Senhora, São João Paulo II e Santa Faustina!

A próxima JMJ será no Panamá! Fica o convite, vá com toda sua família! Faça essa experiência! Vale a pena!
Camille Santos – Paróquia São Sebastião – Itaipu, Niterói.