quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Jornada Mundial da Juventude Cracovia 2016

“Bem-aventurados os misericordiosos, por que eles alcançarão misericórdia”

“Sem Palavras!” ........ “Bom demais!” .... “ Deus é infinitamente bom!”
“Impossível transcrever o que estamos sentindo em palavras em qualquer idioma!”
 “Obrigado meu Deus por vivenciar esse momento!” Começar a escrever um texto, sobre a JMJ CRACOVIA, é difícil, por que transmitir uma experiência como essa pelas palavras, é algo que falta adjetivos, vocabulário! Como podemos transcrever o amor infinito de Deus com palavras?
Em 2013, nós tivemos a oportunidade de participar da JMJ RIO, e aqui nós acolhemos as pessoas, os jovens. Nós trabalhamos duro, nos dedicamos, e com amor e com alegria para bem receber todos nossos jovens. Quem se lembra, na nossa Paróquia em Itaipu nós recebemos os jovens Poloneses. Que voltaram também para suas casas, extasiados, sem palavras... muito felizes.


Essa experiência em receber foi incrível, em acolher, em preparar tudo. E desde 2014, eu com meu trabalho na Pallottitour, estava preparando roteiros para poder levar jovens a vivenciar novamente aqueles momentos de 2013. Foram 2 anos de expectativa, pensando como será, vamos rever os amigos que fizemos no Rio, já em contato com jovens das paróquias da Polônia, contando os dias.
Éramos 41 pessoas, um grupo grande, com pessoas de várias paróquias da Arquidiocese do Rio e de Niterói, cada um com sua história, com sua fé, com seu jeito e suas expectativas, mas todos com um único objetivo, participar e vivenciar a JMJ CRACOVIA.


Nosso roteiro, não podia ser melhor, corrido por conta do tempo e da quantidade de cidades a serem visitadas, mas tudo contribuindo para aprofundar a fé.
Começamos bem! Pela cidade Eterna, chegando em Roma, já emocionados por pisar na “nossa casa”. Rezar diante do túmulo de São João Paulo II, o papa, sucessor de Pedro. Pensar que ali viveu são Pedro... Hoje, escrevendo, ainda não acredito que estive lá!


E mais ainda para nós Palotinos, tivemos a graça infinita, imensurável de poder visitar a Igreja San Salvatore in Onda. Não podíamos deixar de ir! Entrando na igreja, particularmente, lembrando de todos ensinamentos sobre a vida, obra, espiritualidade e carisma de São Vicente Pallotti, foi passando na minha cabeça, todas memorias e alegrias que tive em minha vida desde minha adolescência quando cheguei pela primeira vez na capela Palotina de São José no Cafubá, e estar ali, diante do corpo de Pallotti, sem palavras! Rezei apenas agradecendo muito, por todos padres Palotinos que conheci na minha vida, por todo empenho deles, em levar esse carisma de Pallotti, por todas igrejas construídas, por todas obras materiais e espirituais realizadas no Brasil. Hoje, se tenho a fé que tenho, devo muito aos padres Palotinos.


Seguimos nossa viagem passando por cidades dos grandes Santos. Assis. Como não se emocionar estando diante das relíquias de São Francisco e Santa Clara?! Em Pádua, rezar diante do túmulo de Santo Antônio! De fato, indescritível todos esses lugares. Levava comigo, em minhas orações, meus familiares, meus amigos que estavam no Brasil, e agradecia sem cessar a Deus por ter dado essa oportunidade de estar ali, e ainda mais, de ter organizado um roteiro para que mais 40 outras pessoas estivessem ali também, vivenciando aquilo!
Seguimos e cada vez mais perto da Polônia, já íamos encontrando no caminho com outros jovens peregrinos, que também seguiam para Cracóvia. Em Viena e em Praga, os jovens já se apresentavam, através das camisas, da alegria, cantando, sem vergonha de mostrar a fé.
A guia dizia “Praga é uma cidade que não tem religião, onde o povo está ateu”. E naqueles dias mudamos um pouco a cara ateia da cidade, enchendo da alegria de Cristo, e do amor, através dos jovens! A Europa precisa de nós jovens cristãos, sem medo de demonstrar e espalhar a fé!


Chegamos na Polônia, no dia 18 de julho, na cidade de Opole, distante 190 km de Cracóvia.
Iriamos começar os dias nas dioceses. Em 2013, tivemos o convite dos padres e bispo de Opole para participar na diocese com eles, dos dias que antecedem a JMJ. E assim, aconteceu.
O ônibus estacionou na frente da igreja da Transfiguração do Senhor, e já foi “invadido” pelos padres, jovens padres, com o sorriso largo no rosto, dizendo em português e polonês “ Bem-Vindos!
Seguindo a tradição polonesa, fomos recebidos com Pão e Sal! Uma coisa nova para os brasileiros, mas que já nos ambientou com a cultura polonesa. E lá estavam a nossa espera, as famílias, que iriam nos acolher por uma semana! Novos pais, novos irmãos e irmãs.


Com resumir a semana em Opole? Para o texto não virar um livro? Vivemos a Nazaré! Fomos acolhidos com o amor infinito de Deus, que se multiplicava em sorrisos, abraços, atenção, carinho, daqueles jovens, dos padres e das famílias. Tudo, tudo preparado com amor, para nós. A fé deles, invadia nossos corações! Indescritível. Fizemos coisas que não imaginávamos, o idioma diferente, a comida diferente, não tinha nada que atrapalhasse a interação, a vivencia da fé. O amor de Deus era nosso elo. E o maior e melhor elo. Andamos como nunca! Tivemos bolhas nos pés, mas nada tirava nossa alegria. Cansados algumas vezes, mas ao acordar, e pensar que estaríamos juntos fazendo algo incrível... as dores já não eram mais sentidas!
A primeira semana na Polônia, acabando, e partindo rumo a Cracóvia! A Jornada Mundial da Juventude estava começando!


Era tanta emoção que as lagrimas caiam dos nossos olhos sem querer, mas de alegria, de pensar “ meu Deus, eu estou aqui! Não acredito! Tantos queriam estar aqui no meu lugar! ” E trazendo na memória todos amigos e familiares.
Nós fomos muito, muito bem acolhidos na pequena cidade de Koszyce, distante 50km de Cracóvia. Mais uma vez fomos recebidos como filhos na casa das famílias. E com palavras em Português, ditas pelo pároco Pe. Adam, “ sejam bem-vindos! Deus os abençoe! ”. Ali naquela cidade iriamos viver mais uma vez a experiência de ser acolhidos, o amor de Deus.
Cracovia estava lotada de jovens. Bandeiras, cores, sons, músicas! Deus estava presente!
Ônibus lotados, trenzinhos lotados, ruas cheias, restaurantes cheios, filas para comer, filas para visitar as igrejas, mas ninguém reclamava de nada! Sintonia do amor ligada na melhor estação!
Andar pelas ruas históricas de Cracovia, lembrando tudo que esta cidade e a Polônia havia sofrido durante as guerras mundiais. Mas, se reergueu e naquela semana da JMJ, novamente o mundo olhava para ela, mas as marchas, os soldados, eram da Paz, eram do amor. Muito significativo. Visitar o Santuário João Paulo II, o Santuário da Divina Misericórdia, ver o quadro original de Jesus Misericordioso, as relíquias de Santa Faustina.... como descrever isso? Bom demais!!!!!!
A Missa de abertura, o Cardeal Stanislaw deu as boas vindas, acolhendo todos nós. Nem a chuva atrapalhou.

A cada dia tínhamos uma programação, pudemos participar da catequese em Português na cidade de Kazimierza Wielka, junto com os Portugueses, Africanos, Paraguaios, Colombianos, Uruguaios, etc. Reunidos na beira de um lago, com bispos brasileiros, de várias partes do Brasil, e padres de vários países, tivemos a catequese. O cenário parecia bíblico, o bispo, num barco, a beira do lago, falando para nós, sentados ao ar livre, ouvindo atentamente. Incrível. O Tema “Misericórdia”, ali pudemos participar do sacramento da penitencia, pudemos ouvir os testemunhos dos jovens dos vários países, e finalizar com a santa missa e procissão.
Este dia ficou muito marcado, pois iniciamos com a catequese, depois partimos em viagem para visitar um lugar completamente diferente. Um lugar onde foi vivido a miséria humana, e que o papa Bento XVI perplexo falou “onde estava Deus”. Seguíamos para conhecer os campos de concentração e extermínio de Auschwitz. No caminho, ainda pudemos conhecer a linda igreja em Kalwaria.
Durante a viagem até Auschwitz, fomos meditando sobre a história daquele lugar. Não era uma visita turística, não era um lugar para festejar. E sim para refletir e rezar. O Sentimento era de contrição, de tristeza e de perplexidade. A que ponto o ser humano é capaz de chegar, dentro do seu egoísmo, e dando as costas para Deus? Pudemos ver com nossos olhos o que o ódio é capaz, o que a falta de Deus faz. Imaginei o horror que aquele lugar foi, seria como pensar no inferno, a ausência de Deus. 
Deus se faz presente em todas as coisas! Mas principalmente em nós, que somos sua imagem e semelhança, e quando nós, seres humanos, não transparecemos Deus, acontece coisas desse tipo.
Que experiência poder visitar esse lugar. E ainda pensar na misericórdia de Deus. O PERDÃO.
Tantas atrocidades que foram cometidas, mas o perdão e a misericórdia, o amor, supera e nos ensina, para que isso nunca mais se repita novamente.

Entramos e saímos do campo de Auschwitz, rezando o terço, a ladainha, por todos aqueles judeus, e pessoas que ali tiveram suas vidas ceifadas sem motivos.
E Papa Francisco Chegou! Estávamos no santuário de Kalwaria, quando os sinos começaram a tocar, anunciando que o sucessor de Pedro estava em solo Polonês!!! Que alegria!!
A cerimônia de acolhida do Papa no parque Blonia foi um dos ápices. A multidão de jovens á caminho do parque, cantando, de mãos dadas, brincando, alegres... contagiante! Pulávamos, cantávamos e dançávamos como crianças. Com nossas bandeiras, sorrisos, e lembrancinhas, íamos passando por cada jovem, apertando as mãos, distribuindo sorrisos, foi bom demais.
E quando o papa chegou, éramos como os filhos, aguardando a chegada do pai. Alegria sem fim. E recordando suas palavras: “Lançai-nos na aventura da misericórdia! Lançai-nos na aventura de construir pontes e derrubar muros (cercas e arame farpado); lançai-nos na aventura de socorrer o pobre, quem se sente sozinho e abandonado, quem já não encontra sentido para a sua vida. Impele-nos, como a Maria de Betânia, para a escuta daqueles que não compreendemos, daqueles que vêm de outras culturas, outros povos, mesmo daqueles que tememos porque julgamos que nos podem fazer mal. Fazei que voltemos o nosso olhar, como Maria de Nazaré para Isabel, para os nossos idosos a fim de aprender com a sua sabedoria.
Eis-nos aqui, Senhor! Enviai-nos a partilhar o vosso Amor Misericordioso.”
Que alegria ouvir nosso querido Papa Francisco. Com entusiasmo! Fortalecendo nossa fé!  Estávamos vivendo a JMJ. Veio a via sacra, a caminhada para a vigília, o pôr do sol como pintura e presente de Deus, o silêncio no campus misericordie quando milhares de jovens dormiam na vigília, com o céu como cobertor! Que experiência inesquecível.
O último dia da JMJ começava com o raiar lindo do sol, e um bom dia em todas as línguas. Despertando de um sono tranquilo, e preparando para missa de envio.
O sol quente, abrasador, queimando, mas nos inflamando com a vontade de sair dali e gritar ao mundo inteiro como é bom ser de Deus.
Na homilia do encontro de Zaqueu com Jesus, convido todos para que leiam, pois é lindíssima, Jesus vem ao nosso encontro. E feliz daquele que se abre para esse encontro.
Todos dias Deus nos chama, e basta abrir o coração, aceitar, e tudo mais será novo e diferente.
Nós estávamos ali participando da JMJ, e voltamos felizes para nosso país, nossas comunidades, nós aceitamos esse chamado. Não podemos dizer que é fácil, que a vida é mil maravilhas, que tudo é perfeito. Mas se estamos buscando Deus sempre, e Deus é perfeito, até as imperfeições nossas, serão diferentes!
Queridos leitores, tentei ser breve, mas impossível ser breve diante de um amor infinito. Poderia ainda falar muito mais, escrever episódios particulares, outras coisas, mas o essencial, ter vivido essa experiência do amor e da misericórdia de Deus, foi o mais importante. Reavivou nossa fé, reacendeu o amor, nos deixou com ainda mais certeza que procurar o caminho da cruz pode parecer não tão fácil, mas é o que nos fará mais felizes, e poder contemplar na terra já um pouco do que teremos no céu, é nossa escolha. Podemos já aqui, viver o céu, basta aceitar o que Deus proporciona para nós. E vivendo aqui na Terra, já um pouco do céu, na certeza que o amor tudo pode, é demais.
Muito obrigado Deus, por ter me concedido essa experiência inesquecível, obrigado ao povo polonês, pela demonstração de fé, por todo amor, pela acolhida, e que acolhida! A animação, o carinho, a organização. Deus abençoe a Polônia, por intercessão de Nossa Senhora, São João Paulo II e Santa Faustina!

A próxima JMJ será no Panamá! Fica o convite, vá com toda sua família! Faça essa experiência! Vale a pena!
Camille Santos – Paróquia São Sebastião – Itaipu, Niterói.

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