O Diálogo, as Relações e a
Cooperação entre Pessoas de Religiões Diversas com a intenção Comum da
Misericórdia
Ide,
“como missionários, para levar a mensagem da ternura do Pai, do seu perdão e
da sua misericórdia a cada homem, mulher e criança” e segui o exemplo de Jesus,
“indo ao encontro dos outros, em espírito de respeito e abertura, para
compartilhar com eles o dom que nós mesmos recebemos” (Mensagem de vídeo do Papa Francisco para o 51º Congresso Eucarístico Internacional em Cebu City, Filipinas).
Cada
seguidor de Cristo, em virtude da vocação cristã, é chamado a viver o diálogo
na sua vida cotidiana, que é motivada pelo ensinamento do Evangelho e mostrada
– em ação humana – através da misericórdia e do amor aos outros (Lc 10,27; Rm
13,9-10). O diálogo é uma aproximação significativa às pessoas de outras
comunidades de fé, para a recíproca compreensão, cooperação e transformação. O
nosso diálogo não se esvazia em reuniões e conferências, mas é um modo de
exprimir a fé cristã na relação e no emprenho rumo ao próximo.
A Sagrada Escritura nos oferece muitas imagens de boas relações nos oferece muitas imagens de boas relações com os próximos, para além das fronteiras e convenções estabelecidas. No Antigo Testamento (Gn 12), encontramos Deus que desafia Abrão e Sara a ir viver entre estrangeiros. No Novo Testamento, Jesus rompe a convenção, falando com a mulher samaritana ao poço (Jo 4,6-30) e mostra como possa entrar em contato com ela mediante o diálogo. Falando com um doutor da lei (Lc 10,25), Jesus lhe recorda que o seu próximo, aquele ao qual deveria demonstrar amor e compaixão, e do qual pode receber a graça, pode ser um estrangeiro. Hoje, a chamada do nosso Senhor a nos fazer próximos (Lc 10,27) inclui os “estrangeiros” de outras tradições de fé, que vivem nas nossas cidades e países.
A Sagrada Escritura nos oferece muitas imagens de boas relações nos oferece muitas imagens de boas relações com os próximos, para além das fronteiras e convenções estabelecidas. No Antigo Testamento (Gn 12), encontramos Deus que desafia Abrão e Sara a ir viver entre estrangeiros. No Novo Testamento, Jesus rompe a convenção, falando com a mulher samaritana ao poço (Jo 4,6-30) e mostra como possa entrar em contato com ela mediante o diálogo. Falando com um doutor da lei (Lc 10,25), Jesus lhe recorda que o seu próximo, aquele ao qual deveria demonstrar amor e compaixão, e do qual pode receber a graça, pode ser um estrangeiro. Hoje, a chamada do nosso Senhor a nos fazer próximos (Lc 10,27) inclui os “estrangeiros” de outras tradições de fé, que vivem nas nossas cidades e países.
Testemunhos de Relações e de Cooperação com as outras Religiões:
Gostaria
de compartilhar alguma experiência da minha vida, por me encontrar trabalhando
com pessoas de outros credos com uma intenção comum de misericórdia.
Nos
meus trinta anos de Vida Consagrada, fui enviada em missão em Estados
diferentes da Índia. Sem me dar conta dos desafios, estava pronta a aceitar a
tarefa que me foi confiada pela Congregação. Muito embora eu venha de um
ambiente católico bem radicado, é aqui – no meu ministério – que descobri a
minha vocação de dar testemunho de Deus Misericordioso, através do diálogo com pessoas de diversas religiões.
Em
um dos vilarejos hindu, a minha Congregação propôs de iniciar uma obra que
cuidasse dos idosos e foi confiada a mim a responsabilidade de construir uma
casa para essa finalidade. Antes que eu chegasse ao lugar, fui advertida do
perigo de se usar um hábito religioso, coisa que não é aceita por
fundamentalistas hindus do vilarejo. Não me desencorajei nem me preocupei,
antes, estava determinada em realizar meu trabalho, vestindo o hábito religioso
desde o início. Tive que enfrentar muitos obstáculos que, inicialmente, me
provocavam insônia, medo e dúvidas dentro de mim. Todavia, a minha confiança,
no Deus misericordioso, não permitiu que este espírito morresse em mim, na
verdade me encorajava a demonstrar o Seu amor através do meu serviço
quotidiano.
Certa
vez, em uma manhã chuvosa, enquanto estava caminhando rumo ao vilarejo, vi um
homem que estava debaixo de uma árvore, quase imerso na água. Ainda que
houvesse passado muitas pessoas, nenhuma tinha parado para ajudá-lo. Como cada
ser humano, também eu hesitei no início, mas com o encorajamento da minha
coirmã enfermeira, levantamos o homem, coberto de vermes, e o lavamos na
presença de muitos espectadores de outras religiões.
Este testemunho de amor e de misericórdia a um
irmão hindu, tem transformado os corações de muitos fundamentalistas do
vilarejo, que começaram a oferecer o seu apoio. Cedo a notícia de gestos bons,
realizado por duas mulheres de Cristo, se difundiu na cidade. Os equívocos à fé
diversa começavam a desaparecer no coração das pessoas. A esse ponto compreendi
que esta era uma oportunidade oferecida por Deus, para visitar as famílias de
pessoas de outros credos e participar de suas celebrações. Esta interação
gradualmente abriu o caminho para o diálogo entre nós, para aprofundar a nossa
compreensão recíproca e concentrarmo-nos sobre iniciativas compartilhadas para
o bem comum.
O evento mais alegre do nascimento de Jesus é
celebrado no nosso Vilarejo com muita participação. A procissão do presépio
vivo é realizada junto com pessoas de outras tradições religiosas. É estupendo
dar-se por conta como todas as expressões de fé nos ensinam a amarmo-nos uns
aos outros e nos encorajam a edificar a harmonia, enquanto honra a integridade
das nossas diferenças.
Hoje,
não há mais medo de obstáculos no meu ministério. A maior parte do pessoal na
nossa obra pertence a outras religiões. Trabalhamos juntos, escutando e falando
com abertura e respeito. A nossa Casa para Idosos se tornou um centro de
serviço com fim humanitário, onde pessoas de outras religiões se tornaram
nossas parceiras no transmitir aos outros a mensagem de amor e de misericórdia de
Cristo.
Conclusão
Neste
ano do Jubileu da Misericórdia, Deus está nos chamando neste novo Milênio, com
seus desafios e oportunidades. Temos Necessidade de entender como o Espírito
Santo age nos homens do nosso mundo, especialmente em quem professa outra
religião. Não escondamos as nossas diferenças, nem evitemos conflitos, mas
busquemos de torná-los construtivos. Assim, quanto maior o nosso empenho no
diálogo inter-religioso, mais aumenta o nosso respeito e confiança,
conduzindo-nos a aumentar a cooperação e a ação comum. O Papa João Paulo II, na
sua primeira visita na Índia, afirmou: “O diálogo entre os membros de religiões
diversas faz crescer e aprofundar o respeito recíproco e cria as bases para
relações que são determinantes para resolver os problemas do sofrimento humano”
(Mensagem aos Líderes não-cristãos, Madras/Chennai, 5 fevereiro 1986).
Rezemos com São Vicente Pallotti
“Meu
Deus, misericórdia minha, gostaria de dizer, mas no rever-vos em mim me perco,
digo pouco, e digo quase nada: [...] mais trabalhais em mim [...], porque sinto
a fé que me diz, que na minha miséria inconcebível superior sem medida [...],
eu sou a criatura apta para formar o objeto mais próprio da vossa infinita
misericórdia; em mim somente a vossa infinita misericórdia encontra a
capacidade de resplandecer, procurar e de produzir as suas infinitas graças” (OO CC, X, p.313-314).
Irmã
Eugine Nirmala Francis SAC
Índia
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