quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Encontro dos responsáveis pela pastoral da juventude


Está sendo realizado entre 22 a 28 de setembro, no Centro Internacional de Formação Palotina "Cenáculo", um encontro com os responsáveis do mundo todo pela pastoral da juventude; neste curso busca-se por inspirações palotinas a juventude no mundo em mudanças.

A colaboração dos confrades de várias províncias e  regiões no que se refere à pastoral da juventude é de grande importância; pois ajudará a comissão geral da Sociedade do Apostolado Católico na reflexão sobre um possível projeto sólido que permaneça entre os palotinos do mundo inteiro, afim de poder aplicar na missão e no trabalho com a juventude conforme a realidade de cada país.

                                                   Pe Juliano Guilherme Silva SAC
Roma 23 setembro 2014.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Noticiário UAC - agosto


Queridos irmãos e irmãs da União,
Temos o prazer de apresentar neste boletim uma iniciativa pastoral que se chama "Uma Luz na noite", em Ostia, Roma, preparada pela Irmã Sheena Madathiparambil CSAC, junto a outras notícias que vem da União.

1. UMA LUZ NA NOITE - Evangelização em Ostia, Roma:
Quando cheguei a Ostia, em 2012, foi organizado pelo Vicariato uma semana de missão para os jovens. Eu tive a oportunidade de participar e foi muito importante e enriquecedora.
Na verdade, foi decidido em conjunto com os animadores para continuar a cada mês, "uma luz no meio da noite". Era uma maneira de conhecer os jovens e famílias e convidá-los para a nossa Igreja de Santa Teresinha para estar diante de Jesus. Esta iniciativa foi bem recebida por minha comunidade como um chamado do Senhor e uma bênção, por isso, abrimos as portas do coração e da Igreja a Cristo para que os nossos irmãos e irmãs pudessem entrar. O Papa Francisco está nos empurrando tanto para que tomemos cada vez mais consciência da nova evangelização e este convite é uma oportunidade aberta a todos para encontrar Cristo, para fazer emergir a sede que todo mundo tem de conhecer a Verdade dentro de si mesmo, para colocar no coração de Cristo os nossos desejos, nossas dores e nossas esperanças. O encontro com Cristo geralmente não deixa ninguém indiferente, há sempre uma faísca que se acende e se abre a um novo caminho.
Tudo inicia com o encontro dos animadores: reunimo-nos em nossa comunidade de Santa Teresinha, comemos uma pizza juntos, partilhamos nossas experiências, dividimos os compromissos e, antes da vigília, vamos à igreja para vivermos juntos um momento de oração entre nós.
Em seguida, o sacerdote dá o mandato aos quatro grupos: um da evangelização, outro das músicas, um da acolhida e outro da oração. O grupo da evangelização sai e vai lá onde se encontram os jovens e dirigem-lhe o convite, e quem aceita vem acompanhado, em frente à Igreja. Ali, os jovens são acolhidos por outro grupo que entrega um pedacinho de papel a cada um, onde cada um escreve o que o coração lhe sugere. Cada pessoa é acompanhada até Jesus na Eucaristia com uma luz na mão, para um tempo de oração pessoal. Deixa o bilhete diante do Senhor, e toma outro com uma frase da Palavra de Deus. Na Igreja há sempre a presença de sacerdotes que se dedicam às confissões.
Nessa experiência, descobrimos que se aproximaram os jovens ou famílias que há muito tempo não entravam na igreja e durante anos não se confessavam. Eis a graça de Deus está pronta para agir quando lhe damos possibilidades.
Quem quer deixa o seu endereço de e-mail para receber a convocação da reunião seguinte. Todos os meios são bons para se comunicar e espalhar o amor de Cristo, e nós, como Palotinos e Palotinas, devemos interpretar os sinais dos tempos, trabalhando com todos aqueles que pretendem trabalhar, a fim de conhecer a Cristo e o Reino de Deus.
Na minha experiência, percebi que um jovem para realizar-se deve nascer e crescer na racionalidade e liberdade, para ser capaz de viver no amor. Às vezes, um jovem passa por crises por um amigo que veio a faltar, ou por pequenas falhas, ou por falta de decisão e dificuldade em aceitar-se como é. Os jovens têm dificuldade em aceitar o sacrifício e a renúncia. Acima de tudo, tem muito medo em fazer escolhas definitivas para o futuro de sua vida. Para ouvi-los e compreendê-los melhor é preciso muita paciência, mas acima de tudo muito amor. Os jovens amam e sentem necessidade de serem compreendidos e amados. Para compreendê-los melhor é importante conhecer e ter contato com suas famílias. É preciso muita coragem para fazer tudo com amor, como fez o nosso querido Padre Vicente Pallotti, e sempre, fazer tudo para a glória de Deus.
Tive a graça de participar do curso Palotino e ele me confirmou na minha escolha de vida e de amor ao Fundador e a espiritualidade que nos deixou como presente.
Encontramo-nos, minha comunidade e os confrades Palotinos nesta missão quase involuntariamente e com escarça informação, mas o amor ao nosso carisma nos fez abrir-nos e convenceu-nos a buscá-la e torná-la nossa.

2.  Notícias da UAC na Austrália
O presidente do CCN, Cheryl Sullivan, deseja partilhar dois eventos: o primeiro,
1. a morte de dois membros de longa data na União, e, portanto, uma oportunidade um pouco triste,
2. o início de um caminho, uma noite em que vinte e uma pessoas se inscreveram para iniciar a formação na União, a fim de assumir um compromisso.
Então, como muitas vezes acontece na vida, temos fins e início que se encaixam.
Pat Heywood morreu no dia 16 de julho de 2014. Muitos de vocês podem lembrá-la nos dois Congressos Geral da UAC, na Polônia e em Roma. Pat passou mais de 50 anos de sua vida, seguindo a visão de São Vicente - como professora/educadora, colaboradora na sua paróquia, amiga de muitos. Quando a UAC foi estabelecida formalmente, acompanhada pela promulgação do Estatuto Geral, Pat aceitou o papel de funcionária executiva, criou a Conferência Anual de Walter Silvester e desenvolveu o Fundo São Vicente Pallotti para as Bolsas de Estudo, que oferece bolsas de estudo para leigos, capacitando-os para completar sua formação, participar de conferências, realizar um trabalho específico, tudo com o objetivo de melhorar os resultados apostólicos das pessoas com quem trabalha. Pat trabalhou em cada uma dessas funções com competência e diligência, sempre procurando novas maneiras de tornar viva a vida e o carisma de São Vicente na diocese.
A segunda vida que gostaria de refletir é de Betty Spence. Betty morreu 26 de maio de 2014, mais uma mulher que seguiu o carisma de São Vicente para a maioria de seus mais de 90 anos de vida. Ela era uma esposa e uma mãe, e amiga de muitos. Betty e seu marido Jim (que o precedeu) trabalhou por muitos anos no Colégio Pallotti Millgrove e continuaram a viver no local, ajudando e participando da vida e obra do colégio. Viveu o apostolado em sua vizinhança, indo constantemente a todos aqueles que tiveram contato com ela; de fato, era raro visitar a casa de Betty sem encontrar outros lá e tinha uma incrível capacidade de ouvir. Uma das palavras de Betty mencionadas em seu livro da Missa: "A minha casa é pequena - não é uma mansão de um milionário - Mas há espaço para o amor - e há espaço para os amigos - É tudo o que me interessa". O não ver Betty na Eucaristia dominical no Colégio Pallotti é uma pergunta tocante de sua vida fiel e cheia de amor. Por isso, duas mulheres que viveram suas vidas de forma tão diferente, e de forma plena, cada uma segundo a sua vocação específica, no espírito de São Vicente. Quando São Vicente recomendou a nunca desistir no trabalho apostólico, porque se fizesse isso, trabalharia por obrigação, em vez de amor, creio que tinha em mente pessoas como Pat e Betty. Ambas as mulheres certamente viveram suas vidas no apostolado, trabalhando por amor. 
Mudando de assunto, domingo, 17 de agosto, um grupo de mais de trinta pessoas se reuniram na paróquia de Santo Christopher Syndal, uma paróquia Palotina por muitos anos com paroquianos plenos do espírito de São Vicente, para um evento intitulado "Venha e veja a UAC. "Lorraine, a colaboradora da formação da UAC, incentivou-nos a manter esta noite para convidar pessoas que tinham um conhecimento prévio de Vicente para ouvir mais, e oferecer-lhes uma oportunidade de participar da formação com a intenção de considerar a possibilidade de assumir o compromisso de tornar-se membro formal da União. Os convites foram enviados para as pessoas em geral em outras paróquias administradas pela Sociedade e durante a noite mais de trinta pessoas se reuniram. Os eventos noturnos moldaram o carisma de São Vicente e o papel fundamental da UAC em sua visão, fornecendo também uma visão geral do processo de formação e concluindo com uma refeição compartilhada. Mais de vinte pessoas manifestaram seu desejo de participar no processo formativo - portanto, é um novo momento emocionante para nós, na Austrália, e oramos para que, com esta formação muitos outros irão descobrir sua vocação específica e, por sua vez, continuarão a tornarem-se "o amor de Deus para todos aqueles que encontrão”. Continuemos a rezar em conjunto e com o outro.

3. ENCONTRO ANUAL DA UAC NA COSTA DO MARFIM
O encontro anual da União foi realizado 06 a 9 de junho, durante o fim de semana de Pentecostes, no Centro de Exercícios Espirituais Betânia, perto da Paróquia Palotina Salvador Misericordioso em Yopougon, Abidjan. Participaram cerca de 25 membros da União, membros dos conselhos locais de Yamoussoukro, Grand Bereby e Yopougon, que se reuniram para rezar e refletir sobre a vida da União, dias que foram marcados por sessões de oração e de formação.
Foram três apresentações durante este encontro. O primeiro, realizado por P. Franck Allatin SAC, delineou as bases para um fecundo apostolado: união e configuração a Cristo, uma forte convicção e visão, o conhecimento do contexto cultural em que se exercita o apostolado e a busca e desenvolvimento das competências. Sem perder tempo iniciou-se ainda a reflexão e o debate sobre este tema laborioso. O segundo foi dado pelo P. Gerard Kamegeri SAC, que apresentou os diferentes aspectos da espiritualidade palotina com ênfase no tema da sequela Christi. O terceiro foi animado pelo padre Zenon Bazan SAC, que falou da crise nas várias fases de maturidade humana. Após as sessões, os participantes falaram da vida da União em geral. Cada comunidade local apresentou um relatório sobre seus projetos, desafios e atividades. Alguns conselhos locais crescem bem com a inclusão de novos membros, enquanto que a de Yamoussoukro está perdendo a motivação. Depois destes relatórios, o CCN apresentou o seu relatório anual e financeiro, que foi aprovado pela Assembleia. O relatório apresentou as dificuldades de todos os membros do CCN para encontrar-se devido às distâncias de seus locais de residência e os custos resultantes destas reuniões.
Uma das principais vantagens deste encontro anual é a escolha de um tema comum para toda a União na Costa do Marfim. Após a troca de ideias, o tema escolhido para este ano é: "Família, lugar de evangelização e santificação". Cabe a cada CCL organizar atividades e sessões formativas voltadas para a família. Então, na próxima reunião anual, iremos avaliar o que será feito em cada entidade. Foram apresentados durante o encontro anual os três novos membros, que fizeram o seu Ato de Compromisso Apostólico em janeiro, Sr. Alexis Kolga, Sr. Maurice Kentega e Sr. Elie Zongo, todos de Grand Bereby. O CCL Grande Bereby em seguida, recebeu o incentivo de toda a assembleia, uma vez que se mantém fiel ao seu compromisso, mesmo que exerce seu apostolado em condições extremamente difíceis.
No final dos três dias de oração e reflexão, os participantes foram incentivados pelo presidente do CCN, Christine Boussou, a manter vivo o carisma palotino, tendo em conta a realidade do nosso país. A sessão anual do próximo ano será realizada em Yamoussoukro, durante o mesmo período.

domingo, 21 de setembro de 2014

Apóstolos Hoje - setembro


Nova Evangelização e vulnerabilidade

       A Nova Evangelização está hoje na boca de todos na Igreja, e eu estou um pouco "cansado, um pouco" abafado por sua insistência em novas formas de fazer as coisas. Eu tentei muitos métodos e nenhum deles parece funcionar no sentido de que ninguém parece persistir, ou perseverar o tempo suficiente.
Nós evangelizamos com a essência de quem somos e como somos. Evangelizar com a presença, uma presença que é uma experiência de vida, pessoal de Jesus Cristo. Às vezes, "quem" e "como nós somos", nada agradáveis, e, não parece ser de grande valor no trabalho de evangelização. Às vezes, até mesmo a nossa experiência de Deus é muito desagradável e toda a alegria do Evangelho que é exigido de nós é completamente impossível. 
Em uma reflexão sobre a autoridade de Pedro, Hans Urs von Balthasar, fala da posição que se deveria ocupar na liderança: "O lugar mais baixo, que é aonde o servus servorum (servo dos servos) deve estar em pé no último lugar de desprezo e insulto, o monte de lixo no qual se é "um verme e não um homem", este lugar que nenhum ser humano ocupa voluntariamente, é o lugar onde o cargo que ele desenvolve pode recuperar o maior respeito possível e credibilidade".
O líder, a pessoa em posição de autoridade, de alguma forma, incorpora toda a realidade da comunidade. As experiências como líder da comunidade e vice-versa. Nós somos um só corpo e um só espírito em Cristo. O que vem sendo solicitado à pessoa em posição de autoridade vem solicitado a todos nós.
Perguntemo-nos:
Quantos de nós aspiramos ocupar o último lugar de desprezo, para estar no lixo da vida, de ser um verme e não um ser humano? Provavelmente ninguém!
No entanto, este é o lugar que nós somos chamados a ocupar, porque é o lugar que Jesus tem ocupado.
Fui convidado há alguns anos para dar uma palestra sobre "Relevância da Igreja", e enquanto eu estava me preparando, sonhando em pensar que um grande número de católicos realmente energizados, unidos em oração e que, saindo da oração, poderiam transformar a sociedade com entusiasmo e de uma forma muito significativa.
Nós temos tantas recordações de São João Paulo II, que enchia os estádios; temos também recordações pequenas, mas significativas, encontros de oração, cheios do Espírito que inflamou os corações dos participantes, e pensávamos que nós pudéssemos enfrentar o mundo; muitos de nós viemos de um passado em que, o Catolicismo, fazia uma real diferença. Queremos fazer a diferença, a diferença que nós mesmos controlamos.
O controle! Estar no controle é o coração do desejo humano; naturalmente temos medo de perder o controle, e estar fora do controle. Por isso, tentamos controlar a vida - a nossa e a dos outros - e, por vezes, a nossa aspiração genuína de servir, vem engolida pelo controle.
Paro a olhar para Jesus no Getsêmani, no Calvário, e vejo Aquele que ocupa o último lugar de desprezo, que cedeu o controle, que é um verme e não um ser humano. "Não seja feita a minha vontade, mas a tua". Olho para Jesus e percebo mais uma vez que onde está Ele é o lugar onde eu sou chamado a estar, onde todos são chamados, a Sua Igreja, todos.
Isto é o que foi feito para nós, no Ocidente. Temos sido despojados de todo o poder e glória; somos escarnecidos e ridicularizados; somos irrelevantes. Mas suspeito que ainda não compreendemos que este é o lugar onde somos chamados a estar, a permanecer, e em vez disso todos nós esperamos ser novamente restaurados.
Mesmo aqueles que estão à procura de uma genuína reforma da Igreja não podem imaginar que é irrelevante, permanecer na pilha de lixo, porque estamos tentando arrancar-nos da pilha de resíduos, o mais rápido possível. Mas aqui temos de permanecer, até que tenhamos aprendido a tornar-nos anawim, verdadeiramente humildes, e esperar até chegar a hora da nossa libertação.
Com o Papa Francisco encontramos um sentido real, chegamos perto da humildade. Ele nos mostra o caminho para sermos cristãos autênticos, mas o que ele está oferecendo, o que Deus está oferecendo a ele, deve tornar-se a realidade pessoal de cada um de nós.
A reforma e a renovação da Igreja começam na vida interior de cada um de nós e depende de como cada um de nós responde à realidade de ser o menor de todos, os últimos de todos.
Um sacerdote Palotino morreu recentemente. Ele tinha 83 anos e, nos últimos anos, a doença de Alzheimer ou demência. Sabemos que isto é uma realidade muito comum nos dias de hoje e é algo que assusta muitos de nós. Durante a missa do seu funeral foi lido o Evangelho de João 21,18 onde Jesus disse a Pedro: "Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais jovem, cingias-te e andavas onde querias, mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres".
As experiências, do fim da vida, têm muito a nos ensinar sobre a entrega ao mistério da ação de Deus em nossas vidas, mesmo quando somos os mais vulneráveis e quando perdemos o controle sobre cada detalhe de nossa vida. Toca-me o fato de que, no decurso da vida nos são dadas oportunidades, de experiências de estar na "pilha de lixo", próprio para tornar-nos pequenos pobres que aprendem a depender de Deus para tudo. Na jornada da vida, podemos encarnar uma lição permanente: render-se e deixar-se ir, de modo que quando chegar o momento final estaremos prontos para isso.
Vi uma característica inspiradora em muitas pessoas afetadas pela demência, ou seja, quando esqueceram tudo o resto, elas mantêm uma memória de oração, e sua espiritualidade em longo prazo é de alguma forma esculpida no núcleo de seu ser. Quando a Missa é celebrada em uma casa de repouso, onde a maioria dos moradores tem demência, a grande maioria deles reza a missa em voz alta com o sacerdote; à elevação da hóstia e do cálice sussurram: "Meu Senhor e meu Deus", e isso tem um significado especial na história da espiritualidade cristã na Irlanda.
Acabamos de celebrar o funeral de um ex-primeiro-ministro, que era um católico praticante, ele também experimentou a demência e uma pessoa ao seu funeral recordou, que ele e sua esposa, ambos sentados na cama rezavam a Ave-Maria.
Os olhos do mundo olham para a realidade da demência e veem um desastre; os olhos da fé percebem, no entanto, a ação e o mistério da comunhão de Deus com a alma do fiel, que agora está num estado de rendição quase perfeito, um estado do qual perdeu toda a liberdade e controle.
Sua mão estendida é para agarrar a mão do Outro que o conduz aonde ele não quer ir, mas deve ir. Nem sempre é agradável ou belo, às vezes é divertido e alegre, mas é sempre o testemunho de sua fé, seu ato de evangelização no presente.
Faz parte de nossa evangelização, testemunhar e honrar a presença amorosa e majestosa de Deus, em nossos momentos pessoais de desintegração, de vulnerabilidade, de escuro. Faz parte ainda da nossa evangelização, reconhecer e indicar a presença de Deus na vida daqueles que estão experimentando a demência, e dar sentido para aqueles que carregam o fardo de seus cuidados.

Para oração - dar-se um momento de silêncio.
Esteja atento à sua respiração. Aspira e expire Deus.
Tenha cuidado com o que você sente como resultado da leitura ou de ter ouvido esta reflexão. Expresse seus pensamentos e seus sentimentos em particular com Deus. Partilhe depois com seu grupo. Deixe espaço para a oração espontânea.

O escrito a seguir pode ser uma conclusão adequada.
Não me pergunte para lembrar.
Não tente me fazer entender.
Deixe-me descansar e deixe-me saber que tu estás comigo.
Beija minha bochecha e segura minha mão.
Estou mais confuso do que tu podes imaginar.
Estou triste, doente e perdido.
Tudo o que sei é que eu preciso que
permanece comigo a todo custo.
Não perca a paciência comigo.
Não repreenda ou maldiçoe ou chore.
Não posso comportar-me de outra forma.
Não posso ser diferente, mesmo que eu tente.
Basta lembrar que eu preciso de ti,
que o melhor de mim se foi.
Peço-te de ficar em pé ao meu lado.
Ama-me até que minha vida acabou.

                                                                         Pe. Eamonn Monson SAC,
                                                                         Dublin, Irlanda

Mês da Bíblia em Itaipu


“Toda pregação eclesiástica, como a própria religião cristã, deve ser alimentada e regida pela Sagrada Escritura..." mês da Bíblia na paróquia de São Sebastião em Itaipu. 







sexta-feira, 19 de setembro de 2014

DOMINGO MISSIONÁRIO PALOTINO 5 DE OUTUBRO DE 2014


DOM HENRIQUE VIETER, APÓSTOLO FUNDADOR DA IGREJA CATÓLICA EM CAMARÕES

Por ocasião da celebração do centenário da morte do primeiro bispo palotino de Camarões, D. Henrique Vieter (1853-1914), falecimento acontecido a 7 de novembro de 1914 em Yaoundé, Camarões.
O nosso Domingo Missionário neste ano, dia 5 de outubro de 2014, é dedicado a esta importantíssima figura missionária. O Bispo Vieter foi importante para o nascimento e o desenvolvimento da Igreja em Camarões, e mesmo para o enraizamento de nosso carisma palotino em território alemão, na Polônia e em outras regiões do mundo, e do nascimento do ramo missionário das Irmãs Palotinas. Recordamos com muito afeto este nosso coirmão, arauto da evangelização de Camarões, rezando pela continuidade das suas obras apostólicas e sustentando-as em Camarões e em toda a família palotina. Que seu processo de beatificação já encaminhado em Camarões possa ter um êxito positivo.

1.      BREVE BIOGRAFIA
Gerardo Henrique (Gerard Heinrich) Vieter nasceu a 13 de fevereiro de 1853 em Cappenberg, na diocese de Münster, Alemanha, e foi batizado a 16 de fevereiro do mesmo ano. Recebeu a primeira comunhão a 25 de abril de 1866, e alguns meses depois, a crisma. Carpinteiro de formação, o jovem Vieter sempre sentiu o desejo de ser sacerdote. Deus escutou e realizou seu desejo encaminhando-o à comunidade dos Palotinos de Roma, onde foi acolhido pelo Reitor Geral, Pe. Faá di Bruno. Fez os estudos filosóficos em Masio, Itália, e a teologia na Gregoriana, de Roma, sendo premiado com uma medalha em Dogmática. A 8 de maio de 1887 foi ordenado sacerdote. Depois de um breve e bem realizado apostolado em Masio, como reitor da casa de formação, e em Caxias do Sul, Brasil, como capelão dos imigrantes italianos, foi nomeado Prefeito Apostólico em Camarões, em 22 de julho de 1890. Esta Prefeitura Apostólica foi criada a 18 de março de 1890 e confiada aos Palotinos. A 20 de dezembro de 1904 a Prefeitura foi transformada em Vicariato Apostólico e Pe. Henrique Vieter foi nomeado Vigário Apostólico, recebendo a dignidade episcopal na Catedral de S. Jorge, em Limburgo, a 22 de janeiro de 1905. Depois de um intenso trabalho apostólico em sua missão, faleceu em Yaoundé, a 7 de novembro de 1914, com a idade de 61 anos.

2.      OBRA MISSIONÁRIA EM CAMARÕES
O seu programa missionário não é só de evidenciar o “princípio de implantação”, ou “Plantatio Ecclesiae”, isto é, criar infraestruturas eclesiásticas (igrejas, escolas, comunidades), mas também aprofundar o “princípio de evangelização”, isto é, alcançar a conversão interior dos neófitos.

Os sacramentos e as associações religiosas (Bikoan) são utilizados por D. Vieter e seus companheiros como instrumentos para alcançar esta meta. Seis anos depois do início da evangelização de Camarões, o Papa Leão XIII, numa audiência no Vaticano, disse então: “Oh, aquele Prefeito de Camarões quero propriamente vê-lo muito bem” (‘Oh, quel Prefetto di Camerun devo vederlo propriamente bene”). Efetivamente as experiências que este westfaliano tinha adquirido em Masio e em Caxias do Sul, ajudaram-no a formar os Camerunenses para que se tornassem bons cidadãos e cristãos confiáveis. Eis porque utilizou a escola como método, por excelência, para a evangelização. Diversas escolas primárias e escolas profissionais são fundadas em todo o território missionário confiado aos Palotinos. O ponto alto deste programa educativo é a fundação da Escola Catequética de Einsiedeln, no sudoeste de Camarões, em1907, onde são formados brilhantes catequistas, uma genuína força trabalhadora e competente para ajudar os missionários. Os Camerunenses também deviam ser promovidos à dignidade sacerdotal, mas a Providência divina tinha decidido de maneira diversa. D. Vieter realizou este programa num momento muito difícil, porque muitos dos seus coirmãos morriam de forma inesperada pela malária ou febre negra. Naquela época, ir para a missão significava viver exatamente um lento martírio. Esta personalidade excepcional e única não aceitava qualquer idéia de seus Superiores da Alemanha ou de Roma, quando se tratava do interesse de Camarões. Duas decisões históricas assinalam a vida e a obra desse homem modesto, simples, piedoso e incansável em Camarões.

Primeiro: no início da evangelização, a 8 de dezembro de 1890, confia a sua missão e Camarões à materna proteção da Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos. Em segundo lugar: a partir de 26-28 de setembro de 1906, organiza em Douala o primeiro Sínodo da Igreja de Camarões. Estes acontecimentos permitiram o desenvolvimento de uma Igreja florescente até a sua morte. Segundo as estatísticas feitas em 31 de dezembro de 1913, alguns meses antes de sua morte, acontecida a 7 de novembro de 1914, a Igreja de Camarões contava já:
·         37.597 cristãos batizados
·         15 estações missionárias
·         70 missionários Palotinos (34 sacerdotes e 36 Irmãos)
·         29 Irmãs Missionárias Palotinas
·         22 escolas elementares principais e 182 escolas elementares secundárias.
·         19.468 alunos, dos quais 17.650 rapazes e 1.818 moças.
·         259 rapazes aprendizes nos centros de formação profissional
·         79 mestres (insegnanti) autóctones.

Karl Ebermaier, governador alemão de 1912 a 1916, em Camarões, qualificou D. Vieter como “Bom Pastor do seu rebanho, Superior amado e adorado”. É possível comparar este fiel filho da Igreja Católica e fundador de um povo cristão em terra africana com S. Bonifácio (672-754), pai da nação alemã, ou a Santa Joana D’Arc (1412-1431), heroína e mãe da nação francesa. D. H. Vieter viveu segundo este versículo do Salmo 69: “O zelo de tua casa me devora” (Sl 69,10). É por isto que ele escolheu como lema de sua ordenação episcopal: “Ego servus tuus” = Eu sou teu servo), porque queria ser um humilde servidor da Palavra de Deus entre as pessoas. D. Vieter realizou em Camarões uma obra reconhecida como “excepcional” pelo Dr. Wilhelm Heirich Solf, Secretario de Estado da administração imperial das colônias, em Berlim.


O seu túmulo encontra-se em Mvolyé, um bairro de Yaoundé (a capital política de Camarões), onde D. Vieter fundou em fevereiro de 1901, entre os seus camerunenses, a primeira missão católica da região de Yaoundé. Sobre este túmulo poder ler a seguinte inscrição: “Os Palotinos, nossos pais na fé”.

3.      SEU PAPEL NO DESENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA PALOTINA E A CONTINUIDADE DA OBRA DE CAMARÕES
Mesmo sendo considerado apóstolo fundador da Igreja Católica em Camarões e pai fundador da fé neste país, D. Henrique Vieter contribuiu também para o desenvolvimento histórico da família palotina. Com efeito, graças ao empenho missionário de D. Vieter e de seus companheiros, os Palotinos puderam estabelecer-se na Alemanha, abrindo casas para formar novos missionários palotinos para evangelizar Camarões; na Austrália; e em várias nações da América Latina. O carisma palotino se estenderá também a outros países europeus vizinhos, como a Polônia, a Suíça e a Áustria. Tendo experimentado também a necessidade da educação e da formação das jovens camerunesas, em 1892, D. Vieter chama as Irmãs Palotinas para colaborar com ele em Camarões. Por isso, o ramo missionário das Irmãs Palotinas nascerá em Limburgo, na Alemanha, e com o tempo tornar-se-á uma congregação autônoma, realizando a visão missionária do Fundador Vicente Pallotti. Depois da interrupção, devida à primeira guerra mundial, em 1916, os Palotinos da Província Alemã de Limburgo, retornaram a Camarões em 1964, para continuar a obra começada por D. Vieter e seus companheiros.

Depois da celebração do centenário da Igreja Católica em Camarões, em 1990, abriram a sua primeira casa de formação chamando-a “Maison Henri Vieter” (Casa Henrique Vieter), em homenagem ao apóstolo fundador da Igreja em Camarões. Com a bênção divina das vocações locais, o primeiro sacerdote camerunense é ordenado em 1994. Depois do retorno dos palotinos, em 1993, na missão de Mvolyé, em Yaoundé, missão fundada por D. Vieter em 1901, nasceram o coro Henri Vieter e o Foyer Henri Vieter, em Mvolyé. O bom crescimento numérico dos Palotinos em Camarões os conduzirá a abrir também uma missão na Nigéria, onde o primeiro sacerdote será ordenado em 2010. 

Hoje os dois países formam a Região da Santíssima Trindade, com mais de 130 membros, entre Irmãos de consagração perpétua, de consagração temporária e candidatos do período introdutório, com o primeiro bispo palotino camerunense, D. Bruno Ateba Edo, nomeado a 5 de abril de 2014 pelo Papa Francisco, como bispo da diocese de Maroua Mokolo.
Pelo convite de D. Jan Ozga, bispo da diocese de Doumé Abong-Mbang, as Irmãs Missionárias Palotinas da Província Polonesa retornaram a Camarões em 1998. São hoje umas 15 e iniciaram também a formação das jovens camerunesas, com a abertura de uma casa de formação. As Irmãs Palotinas empenham-se, sobretudo, no apostolado sócio-caritativo (educação, saúde, promoção humana, ‘adoção do coração’ para os meninos) em três dioceses de Camarões. A família palotina está hoje presente em Camarões e Nigéria. Os nossos coirmãos da Região da Santíssima Trindade, de Camarões/Nigéria, estão presentes em oito dioceses de Camarões e em duas da Nigéria. Fora do território de sua Região, trabalham ou estudam na Alemanha, na França, na Itália, nos Estados Unidos e na África do Sul. Seu empenho apostólico é visível nas paróquias, na formação dos jovens, na educação, no acolhimento e na gestão de um centro espiritual em colaboração com as Irmãs Palotinas. Com muita coragem e zelo, continuam a estupenda obra missionária iniciada por D. Vieter e seus companheiros. Hoje, em Camarões, há muitas instituições que levam o nome deste apóstolo e arauto da evangelização do país, como a Casa de formação dos seminaristas palotinos “Maison Vieter”, em Nkolbisson, Yaoundé, o complexo escolar palotino “Dom Vieter”, em construção em Yaoundé, o coro “Coral Henri Vieter”, da Basílica Maria, Rainha dos Apóstolos, de Yaoundé e diversas outras estruturas e associações que levam o seu nome.

As ofertas livres recebidas em todo o mundo palotino, durante este Domingo Missionário Palotino de 2014, servirão para ajudar a família palotina a continuar a obra missionária de D. Vieter em Camarões, sobretudo, para terminar a construção do complexo escolar Vieter em Yaoundé, e também para custear o processo de beatificação já iniciado em Camarões.

4.      PROPOSTA DE ANIMAÇÃO LITÚRGICA DO DOMINGO
MISSIONÁRIO PALOTINO DE 2014
Com a celebração do Domingo Missionário Palotino, queremos também propor-vos um modo de celebração. Antes de tudo, convidamos para o domingo, 5 de outubro de 2014, a todas as comunidades e obras palotinas a recordar na oração e nas celebrações eucarísticas, D. Henrique Vieter, primeiro bispo palotino e fundador da Igreja Católica Camerunense. Os textos litúrgicos serão aqueles do 27º Domingo do tempo comum “A”. Fazemos aqui uma sugestão para recordar D. Henrique Vieter nas homilias aos fieis presentes, tendo em conta as leituras da liturgia dominical, falar brevemente o que nosso coirmão fez para o crescimento do Reino de Deus em Camarões. Propomos-vos as orações dos fieis adaptadas à celebração do nosso Domingo Missionário Palotino de 2014.
ORAÇÃO DOS FIÉIS
Senhor, Jesus Cristo, tu nos chamas hoje a ser o teu novo povo que produz frutos para o reino de Deus. Pedimoste que dês a cada um de nós a mesma coragem e zelo que deste a Dom Vieter para tornarnos hoje bons servos na tua vinha:

 Cristo Jesus, Apóstolo do Pai, escuta a nossa prece

1.      Pela Igreja, pelo Papa, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos que tem o encargo de animar as pessoas, para que encontrem em Deus a força e a coragem de realizar sua missão, rezemos.

2.      Por toda a família palotina, cuja missão é reavivar a fé e reacender a caridade, pedindo a graça de ser sempre mais audazes e profetas, em responder ao apelo da Nova Evangelização, possamos tornarnos verdadeiros discípulos missionários de Cristo, anunciando a Boa Nova e escutando o grito dos mais necessitados, rezemos.

3.       
     Pelos jovens, para que, conservando a coragem de dar e servir com alegria e colocando em prática a tua Palavra, façam renascer a esperança onde vivem, e produzam bons frutos que permaneçam para a vida eterna, rezemos.

4.      Senhor, rendemoste graças por Dom Vieter, que, Com desapego e coragem, ultrapassou as fronteiras para semear o carisma palotino no Brasil e, sobretudo, em Camarões, para que toda a nossa família palotina possa continuar a sua obra, rezemos.

5.      Pelos nossos irmãos e irmãs falecidos, sobretudo, por todos os missionários palotinos e palotinas que viveram a plenitude da fé, no serviço aos outros, Deus os acolha na sua misericórdia, rezemos.

6.      Por todos nós, para que, abrindonos à voz do Espírito, acolhamos a sua Palavra em cada momento e em cada escolha da nossa vida, e tenhamos sempre o desejo de construir uma sociedade fundada sobre a rocha do amor, da justiça e da fraternidade, rezemos.

Deus, nosso Pai, chamastenos a trabalhar na tua vinha, como fizeste a Dom Henrique Vieter, ajudanos hoje a sermos autênticos discípulos missionários, anunciadores com alegria, zelo e entusiasmo da tua Palavra no nosso mundo de hoje. Por Cristo nosso
Senhor.

Desejamos a todos uma boa celebração do Domingo Missionário Palotino, no próximo 5 de outubro.

Pe. Jean Bertrand Etoundi, SAC
Secretário Geral para as Missões