Em primeiro lugar, a Oitava era uma festa das liturgias. Cada manhã celebravam-se missas solenes, nos diversos ritos da Igreja católica. Não só nos diversos ritos da Igreja latina, mas também nos chamados orientais. Durante ao Oitavário, havia pregações especiais nos principais idiomas europeus: francês, inglês, alemão. Espanhol, polonês.
Pela tarde, a Oitava assumia o caráter de uma grande missão popular, com sermões em italiano pronunciados pelos mais célebres oradores sacros da Itália. Concluíam-se os ofícios, todas as tardes, com uma grande procissão e benção do Santíssimo Sacramento. Era presidida por um cardeal, ajudado pelos alunos dos grandes colégios e seminários de Roma, cada um no seu turno.
As cerimônias dos ritos orientais atraíam a muitos turistas. Mas Vicente Pallotti não queira preparar um espetáculo para deleitar os curiosos. Sua intenção era unir na oração litúrgica todos os fiéis, para demonstras em forma de drama a unidade do catolicismo, no conjunto dos seus curiosidades históricas. São as formas vivas em que os diversos povos cristãos adoram o Deus universal. Os sermões nas diversas línguas eram muito mais que uma homenagem às culturas encerradas nesses idiomas.
Vicente Pallotti queria que os estrangeiros, os turistas e os peregrinos tivessem a possibilidade de escutar, cada um em sua língua, a mensagem evangélica de todos os tempos, durante sua estadia na cidade universal. A missão popular pregada ao povo de Roma refletia seu intenso espírito missionário que exigia que a conversão dos corações fosse precedida pela apresentação das verdades da fé. E as grandes procissões cardinalícias manifestavam a glória e a dignidade que se deve sempre cercar o culto público que os fiéis atributavam à divindade.
O oitavário insistia no tema da renovação da fé e da caridade como fatores imprescindíveis para o progresso da religião entre os homens. A fé é comunicada e aprofundada nos corações humanos pela comunicação da Palavra. A caridade cresce, quando a mola da vontade é movida pela graça aceita pelos que escutam, de boa vontade, a eterna mensagem divina. Essa é a mensagem que os célebres pregadores, por mais de um século, proclamaram desde o púlpito do grande templo de Santo André della Valle, onde se desenrolavam as cerimônias do Oitavário. Finalmente, o oitavário ilustrava a cooperação entre o clero, pois os prelados, o clero secular, as ordens religiosas, os seminaristas e membros dos colégios eclesiásticos se uniam para simbolizar não só na teoria mas na realidade concreta, a unidade de ação que devia existir na Igreja de Deus entre todas as ordens do clero.
O Oitavário foi celebrado, pela primeira vez, no ano de 1836, e desde então, só foi omitida em duas oportunidades: uma por ocasião da revolução romana de 1848 e outra por causa da inundação de Roma em 1871.
No Brasil, a celebração do Oitavário foi realizado pela primeira vez em janeiro de 2004, em Manaus (AM), por iniciativa de uma leiga apaixonada pelo carisma palotino, Dayse da Conceição, que contagiou outras pessoas com seu entusiasmo. Essa grande festa passou a ser realizada também em outros lugares. Em janeiro do corrente ano, aconteceu também em Curitiba, Cambé (PR) e Itaipu (RJ).
Em nossa região temos a celebração do Oitavário na Paróquia de São Sebastião de Itaipu, Niterói, que começou no ano de 2006 por iniciativa do então pároco Pe. João Pedro, e na Paróquia de N.S dos Navegantes no Rio de Janeiro, que teve inicio no ano de 2008, por iniciativa também do pároco, Pe. Jacinto, e neste ano começa na Paróquia de Santa Isabel também no Rio.
Neste ano na Paróquia de S. Sebastião de Itaipu será celebrado o Oitavário com a participação de todas as capelas e comunidades, que se revezarão cada dia na preparação litúrgica, nas palestras e na preparação da confraternização. Este ano o tema a ser aprofundado será: “Nós somos a Estrela Guia que leva a todos adorar e anunciar o menino Jesus em nossa comunidade?”. Esperamos que com a graça de Deus o objetivo maior desta solenidade seja alcançado, que todos possam aproveitar, meditar e participar com muita alegria desta grande inspiração palotina.
Camille do Espirito Santo Santos
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