Deus, na sua bondade, não cessa de surpreender-me em minha vida pessoal e minha vida de palotino. Três meses atrás eu cheguei na Coréia do Sul e a realidade da presença Palotina na Ásia abriu-se diante de mim, e agora, nestes últimos dias, tenho tido a oportunidade de conhecer muitos palotinos que estão engajados na formação na Ásia e Oceania. São Vicente Pallotti continua a surpreender e maravilhar-me e nele e por ele Deus torna-se reconhecido como infinito.
Eu não acredito em acaso e por isso eu acho que a minha presença no encontro dos formadores da Ásia e Oceania em Trivandrum, Índia, levará a novas descobertas no futuro. A Índia é um surpreendente país, juntamente a isto é fascinante ver alguma coisa da vasta família Palotina e ter a sensação de como é distribuída em toda Índia.
Preparando-me para reunião, durante o voo da viagem para Índia, eu não sabia a forma de me proteger contra os insetos, a comida picante e se deveria andar descalço. As descrições e os contos que eu tinha ouvido, tudo parecia muito misterioso, até mesmo assustador, mas ao mesmo tempo cativante - tal como com todos os mistérios. Eu não tinha idéia que eu poderia encontrar em tal encontro. Meu primeiro encontro com o ‘Mundo Palotino’ foi em Thurles, Irlanda, onde eu participei de um encontro vocacional, promovido em 2005.
O panorama da realidade palotina, que foi visto durante a sessão, foi muito mais rico que as espectativas e as experiências anteriores. O programa foi muito intenso e movimentou a Casa de Retiros, em Trivandrum, com uma boa convivência entre todos. Até mesmo durante as pausas para o cafezinho, aproveitava-se o tempo para algumas discussões. Durante toda sessão, não havia um sequer momento de discórdia ou divisão, porque tudo ocorreu dentro do espírito do próprio fundador. Cada participante sentiu-se profundamente responsável pela União, tal como desejou São Vicente Pallotti.
A Casa de retiros dos palotinos é muito movimentada. Diariamente acolhe diversos grupos, tanto para a formação religiosa como para pessoas de negócios. Ela se situa a treze quilômetros do centro de Trivandrum, circundada por um bosque de coqueiros (antes existia cultivo de cocos, que servia para a manutenção do seminário), que para mim tornou-se um oásis da vida palotina, na qual as Irmãs Palotinas, as Irmãs Missionárias do Apostolado Católico, o Instituto Secular Khristsevikas, as Irmãs do Cenáculo, os representantes da União do Apostolado Católico e os confrades das diversas Províncias, Regiões, Delegaturas, podiam rezar, discutir, fazer projeções futuras, rir e fazer caminhadas juntos.
O espírito que se percebia em todos os momentos do encontro, durante as conferências, discussões e debates, no plenário e nos grupos, indicava claramente que, não obstante a variedade de cultura, da cor dos olhos, de casas, de províncias ou ainda de função, guiava-nos a uma única direção. Por isso, no país das múltiplas religiões, no Estado de Kerala, uma das regiões mais católicas da Índia, pudemos, por uma semana, unir os esforços em direção a uma verdadeira união, para juntos programarmos uma comum atividade formativa para a Ásia/Oceania.
A presença de muitos membros jovens, no encontro, revitalizou a minha fé, porque estava influenciada pelas estatísticas negativas referentes à diminuição das vocações. Na Índia, porém, a realidade é bem diferente. A força que impulsiona os jovens a tornarem-se palotinos fez com que o encontro assumisse um caráter de internacionalidade, que no final tornou-se o fio condutor e o tema principal das discussões formais e informais. Muitos jovens procuram nossas comunidades palotinas, mas, às vezes, por motivos econômicos e sociais, não podem realizar o seu sonho.
Durante o encontro, cada pessoa que relatava sobre sua própria realidade, com muitas diferenças em relação ao número das vocações ou da situação sócio-econômica, além de cumprir a programação, proporcionava a todos a possibilidade de tirar suas próprias conclusões.
Quanto ao local, a qualidade da preparação, o acesso a capela, o sol, e sobretudo os pratos típicos da região que, a cada dia, apareciam sempre com um aspecto mais indiano (começamos com pratos mais leves e, ao final, experimentamos os mais picantes), fez com que não me sentisse um estrangeiro, nem indiferente, nem estressado, cansado, debilitado ou faminto.
Não bastasse isso, os últimos dias superaram nossas expectativas. O maravilhoso programa cultural, preparado por vários grupos artísticos, inclusive um grupo de seminaristas menores, e depois um passeio turístico por Trivandrum (com a possibilidade de tomar banho no Oceano indiano) fez com que criasse em mim um desejo de novamente retornar a Índia, não só para encontros, mas também para visitar os confrades e coirmãs das diversas Províncias e Regiões, que pude conhecer.
Obviamente, como sempre, quando visito um lugar, e não foi diferente na Índia, durante o encontro, procurei fazer registros fotográficos. Por isso, na minha memória, estão sempre presentes as imagens dos pratos, das folhas de bananeiras, ou do coco que nos foi servido com um canudinho.
A santa missa presidida pelo Provincial, Pe. Augustine Varickakal e o banquete oferecido no seminário menor, como conclusão do nosso encontro, foi o alge do desejo de todos os formadores.
Portanto, desejo que a fé de cada um e de todos os palotinos, seja reavivada, que o amor através da íntima relação com Jesus seja reacendido e os esforços sejam unidos, a fim de que o carisma, rico e belo do fundador, possa impulsionar os corações daqueles que Deus coloca em nosso caminho palotino. Amém.
Pe. Jaroslaw Kamienski, SAC
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