Encontro de Atualização da SAC
Por ocasião dos 25 e 50 anos de consagração palotina
A formação permanente (FP) apresenta dois aspectos: a formação ordinária e a formação extraordinária. A ordinária é a verdadeira formação permanente, pois traz em si a ideia de cotidianidade. De fato, não se pode dizer que algo é permanente se não acontece todos os dias. A extraordinária se dá diante de acontecimentos especiais, cursos, congressos, encontros de formação diversificados (espiritual, pastoral, cultural), realizados em grupo. O ideal seria que ambas acontecessem juntas. Na verdade, quem entrou na lógica da FP ordinária criou uma mentalidade e sensibilidade de buscar crescer sempre mais e não encontrará dificuldades em tomar parte das iniciativas da formação extraordinária.
O Secretariado Geral para a Formação, convencido de que a FP extraordinária, em nível geral, é importante para se criar uma cultura de formação permanente palotina, organizou no “Cenáculo” da Via Ferrari, nos dias 16 a 23 de julho de 2011, um Encontro de Atualização para os confrades que celebraram seus 25 e 50 anos de consagração palotina. Doze confrades participaram (dez sacerdotes e dois irmãos), provenientes de sete países: Polônia (5), Índia (2), Congo (1), Irlanda (1), Austrália (1), Uruguai (1) e Brasil (1). O tema central foi sobre a consagração palotina vista sob seus diversos ângulos: “A consagração palotina em geral” (Pe. François Harelimana); “A doutrina sobre a vida consagrada no Mês de Maio de 1833” (Pe. Jan Kupka); “Uma teologia da relação em Pallotti”(Pe. Stanislaw Stawicki); “Pallotti e os irmãos” (Ir. Stephen Buckley); “Pallotti e as religiosas” (Ir. Daniela Siniscalchi, CSAC); “Pallotti e o clero regular” (Pe. Stanislaw Stawicki); “Caminhos de santidade sob os passos de Pallotti” (Pe. Jan Korycki). Os participantes tiveram, ainda, a oportunidade de conhecer os locais por onde Pallotti caminhou em Roma e também fizeram uma peregrinação em Frascati e Camaldoli.
Durante os três cursos de verão do ano de 2011, apenas trinta e dois confrades se fizeram presentes. Quanto ao curso para os “missionários jovens” (sacerdotes, irmãos e irmãs), este foi cancelado por falta de candidatos. Diante desta escassa participação dos confrades, levantou-se uma interrogação: por que a questão da Formação Permanente, nas nossas províncias e regiões, causa tanto desinteresse?
Penso que com esta pergunta nos encontramos diante do desafio de como suscitar uma mentalidade e uma sensibilidade para uma nova cultura da formação permanente palotina, pessoal e comunitária. Somente quando se tem uma boa visão teórica sobre a formação e se adquire uma sensibilidade pessoal pelo formar-se, a teoria transforma-se, aos poucos, em um estilo de vida, vivido no contínuo e constante processo de formação. Trata-se, obviamente, do estilo de vida feito pelo nosso fundador quando escreveu nas Regras: “caminhar sempre adiante e crescer sempre na santidade e na perfeição evangélica” (OO CC II, 57; VII, 64).
Realmente, sem a FP as coisas poderão tomar outro rumo, pois a deformação permanente, com seus consequentes fenômenos: cansaço, inércia, tristeza, estresse, progressiva perda pela própria credibilidade (às vezes da própria dignidade pessoal), ineficácia apostólica, perda do primeiro amor, transgressões sem o senso de culpa e muito menos consciência de pecado, insensibilidade espiritual, etc. De fato, quando o ser humano se contradiz, não pode ser feliz, mas sentirá dentro de si uma certa sensação de desorientação, falta de concluir o que faz, ineficácia no ministério, incapacidade de atingir o coração das pessoas, tristeza e sutil depressão. Enfim, “se não levarmos a sério a formação contínua, a vida será uma contínua frustração” (Amedeo Cencini).
Pe. Stanislao Stawicki, SAC
Via Giuseppe Ferrari
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