quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Beato Pe. Jozef Stanek SAC


Após explodir a Revolta de Varsóvia (1.08.1944), que visava livrar a cidade dos invasores, beato Pe. Josef Stanek SAC torrnou-se o capelão dos revolucionários.
Com dedicação incomum assumiu a Pastoral e o ministério da caridade para com os necessitados. Não aproveitou da oportunidade oferecida para salvar-se podendo atravessar o rio Wisła em uma barca. Deixou o seu lugar a um ferido e ele permaneceu com os “sitiados” para não privá-los da assistência religiosa. Mesmo tendo consciência que a continuação da revolta não teria sentido, fez todo o possível para salvar o máximo número de pessoas. Por esta razão também procurou falar com os ocupantes. Foi preso por militares nazistas, quando foi ao comando alemão para pedir a rendição dos combatentes; no dia seguinte, 23 de Setembro de 1944, foi enforcado diante dos olhos das pessoas martirizadas  naquele mesmo momento pelos invasores no local da execução. Ele tinha apenas 28 anos. Foi beatificado pelo Papa João Paulo II juntamente com 107 outros mártires da Igreja da Polônia no dia 13 de Junho de 1999 em Varsóvia.
Ryszard Czugajewski, escritor, um dos maiores promotores da Causa de Beatificação, publicou um livro sobre Padre Stanek, intitulado "Ele amou até ao fim" (Umiłował do końca). Este título pode ser reconhecido como uma síntese da espiritualidade do Beato. Seu zelo pastoral  foi notado em cada serviço sacerdotal durante  apenas três anos em meio a um clima particular da ocupação nazista, de perseguição à Igreja e, por outro lado, o despertar do patriotismo da população de Varsóvia que organizava a resistência de várias maneiras. Numerosas testemunhas observaram que a motivação fundamental para o trabalho de Pe. Josef foi o amor a Deus. Entre outros, Padre Józef Dąbrowski, coirmão Palotino e colega dos tempos dos estudos, declara: “Considerando a vida de Pe. Stanek na perspectiva de hoje, tenho convicção de que ele se sentiu impelido a viver sempre guiado por um amor excepcional a Deus ... preparou a oferta heroica de sua vida em defesa da fé e da nação”.
A situação extremamente difícil em que ele se encontrava após a Revolta de Varsóvia, fizeram ver de modo particular o heroísmo de seu amor pelo próximo, quando como capelão dos revolucionários, sem combater com armas na mão, se sacrificava colocando em perigo a vida para poder dar assistência caritativa e pastoral aos moribundos, aos feridos e a todos os que estavam sofrendo. Seu amor pelo próximo se manifestava de maneira extraordinária em um fato relatado pela Sra. Stanisława Żórawska, testemunha ocular de sua morte. Ela relata como Pe. Stanek não aproveitou da possibilidade, já mencionada, de salvar sua vida "porque ele acreditava que, como sacerdote, ele seria útil tanto para os homens combatentes, como para os revolucionários, como também para as pessoas que sofriam e agonizavam”.
P. Józef Warszawski SJ, também ele capelão, capturado junto com outros revolucionários  disse o seguinte: “Emergia, de fato, das profundezas das ruínas, uma longa fila de pessoas. Vinham ao nosso encontro [...] precedidas pelos uniformes dos alemães, depois dos quais vinha um sacerdote. [...] Finalmente pude distinguir: era um Palotino, Padre Józef Stanek”. Os nazistas “o batiam com os punhos no rosto até chegar  às nossas filas.  Ao realizar isto, gritavam seu “credo” nazista com as palavras: “Estes são os piores! Não os Ingleses! Não os Hebreus! Mas estes com as batinas pretas! Estes são os demônios!!" ... Puxando aqui e ali,  o empuravam em direção próximo às ruínas ... E assim morreu – “in odium fidei et vindictae” (em um ódio à fé e por vingança).
Uma outra testemunha ocular, a Sra. Halina Darska completa o quadro dizendo: “No dia 23 de Setembro de 1944, antes do meio dia, os revolucionários em Czerniakow que permaneciam vivos, juntamente com a população civil foram recolhidos pelos Alemães entre as ruínas de uma fábrica em Solec. Vi um sacerdote que estava próximo a um muro com a batina, mas sem sapatos, de cabeça descoberta. As pessoas que já estavam lá, informavam que se tratava de um sacerdote “Rudy” (isto é,  Pe. Józef Stanek) ... perto do padre foram levadas duas jovens ... Depois de um breve espaço de tempo o padre e as duas jovens foram levadas entre as ruínas do pavilhão, onde - das vigas de ferro - já penduravam alguns dos revolucionários. Os nazistas começaram a falar com os três, mas nós não conseguimos entender o que eles diziam ... No momento em que reconduziam fora das  ruínas, já colocavam as cordas no pescoço das jovens e do padre e as cordas eram puxadas para cima. O padre levantou visivelmente, talvez uma ou ambas as mãos, como se para cumprimentar, abençoar ou absolver todos os presentes no pavilhão, não em número inferior a 200 pessoas. Esta imagem do padre permaneceu na minha memória”. A senhora Małgorzata Lorentowicz acrescenta: “Padre José estava com os braços elevados, como no gesto de dar a bênção, e seus lábios se moviam, como se rezasse. Ele estava em absoluto silêncio, calmo, em plena resignação à morte”.
O corpo do mártir, sob as ordens dos militares, ficou por algum tempo na forca com o objetivo de assustar as pessoas obrigadas a passarem na proximidade do lugar.
De acordo com testemunhas oculares, desde o início da vida Palotina do nosso Beato se poderia ver nele um compromisso a dedicar sua vida inteiramente à glória de Deus. Ele se distinguia por uma grande fé em Deus e a irradiava ao próximo. Esforçava-se em convencer os vizinhos a confiar tudo à Providência divina e, se fosse necessário, aceitar com dignidade até mesmo a morte, acreditando que essa não seria inútil, mas que serviria como mensagem para os outros.
O grande número de pessoas que tinha conhecido Padre Stanek e aquelas que assistiram a execução, sempre interpretaram a sua morte como martírio pela fé e pelo seu país. Todas as testemunhas chamadas em causa confirmaram esta convicção. Também são atribuídos à sua intercessão diversas graças obtidas de Deus. Sua memória litúrgica é comemorada no dia 12 de Junho, juntamente com o Beato José Jankowski SAC.

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