Temos alegria de apresentar neste boletim uma síntese da vida da Venerável
Paulina Maria Jaricot, preparado pelo Pe. Jan Kupka, juntamente com outras
notícias vindas da UAC.
Em 2012 foi celebrado o
150º aniversário da morte de Paulina Maria Jaricot, fundadora da Obra da
Propagação da Fé. A ligação de São Vicente Pallotti com Paulina Jaricot revela
a ampla visão das necessidades da Igreja que tiveram estes dois protagonistas e
a sua total dedicação na realização das obras inspiradas por Deus.
Paulina Maria Jaricot
nasceu em 22 de julho de 1799 em Lião (França). Transcorreu sua infância na
prosperidade. Na família recebeu boa educação religiosa. O ano de 1816 marcou
uma mudança na vida de Paulina. Tocada pela pregação de Giovanni Würt, pároco
de Santo Nizier, começou uma vida de profunda união com Deus. Dedicou-se aos
pobres e aos trabalhadores nas fábricas da sua família. Instituiu um grupo de
“Reparadores do Sagrado Coração” com as quais iniciou várias obras caritativas.
Sensibilizada pelo irmão Philéas, deixou-se envolver na ajuda aos missionários
franceses da China. Em 1819 surgiu na sua mente a ideia de uma metódica
organização de coleta para as missões. Em 1820 lançou o Movimento para recolher
ofertas em favor de todas as missões da Igreja. Teve assim início a obra da
Propagação da Fé que no dia 03 de maio de 1822 passou sob a direção dos leigos
empenhados na ajuda às missões. Em 1826 promoveu o Rosário Vivente para reavivar
a oração do Santo Rosário. Para o sustento dos trabalhadores instituiu em 1830
o Banco do Céu com finalidade social. Durante estes anos de intensa atividade,
junto às suas mais íntimas colaboradoras reunidas por ela em 1831 na
Congregação das Filhas de Maria, confiou-se à Virgem Maria.
Em 1834 Paulina Jaricot
teve uma crise cardíaca. Não obstante as condições precárias de saúde,
empreendeu uma viagem em direção à Roma, onde chegou no fim de maio de 1835. Em
Roma foi acolhida pelas Irmãs do “S. Cuore di Trinità
dei Monti”. Recuperadas as forças físicas, foi para “Mugnano del Cardinale”
(AV). No dia 10 de agosto de 1835, participou da bênção eucarística no
Santuário dedicado a Santa Filomena: deu-se conta que alguma coisa de
misterioso aconteceu nela: pode caminhar e sentiu-se curada. Depois de ter
visitado Nápoles retornou à Roma, onde permaneceu até março de 1836. Durante
aquela estadia visitou a cidade de Roma e encontrou diversas pessoas.
Silvio Beltrame afirma:
resulta que em Roma, Jaricot se encontrou com o Beato Vicente Pallotti o qual,
através do seu projeto de Apostolado Católico tinha em vista o mesmo objetivo
da obra da Propagação da Fé. Sabe-se que Pallotti iniciava em 1836 em Roma a
sua obra, que por vontade do Papa, em 1837 unificava com a Obra de Propagação
da Fé. Além deste encontro, devemos reconhecer que não aconteceu nenhuma
relação entre esta viagem na Itália e o início da Obra (Id., Obra da Propagação da Fé em Itália, Roma 1961, p.49). O mesmo
parecer apresenta Francisco Amoroso SAC: “Paulina em Roma tomou a dianteira em
“SS. Trinità dei Monti” e ali encontrou o Santo e lhe falou da sua iniciativa.
Sim, era 1835 e Pe. Vicente reconhece na obra de Jaricot algo do seu plano de
mobilização universal” (Id. São Vicente Pallotti romano, Roma 1962,p. 128).
Nos escritos de
Pallotti relativos aos primeiros anos da União do Apostolado Católico
encontramos o chamado a obra da Propagação da Fé. Daqui emerge que Vicente
Pallotti conhecia os detalhes da Obra de Lião: a sua estrutura organizativa, o
seu método de recolher donativos para as missões e a difusão em todo mundo.
Vendo grandes vantagens para a propagação da Fé, Pallotti se empenhou em
promovê-la. Escreveu: “No ano 1836, com insistência de alguns e com a aprovação
do eminentíssimo Cardeal Vigário (Carlo Odescalchi) abriu-se sem publicidade no
venerável Colégio Urbano (e em alguma outra comunidade), a Associação para as
ofertas para a propagação da fé sob a Regra da Associação da França” (obras
completas V, p. 193). Quando foi implantada a Obra da Propagação em Roma em 30
de julho de 1837, Vicente Pallotti tornou-se membro do Conselho
Romano. Naquele momento se empenhou com todo o coração em promover a
Obra pela Propagação da Fé em Roma.
Em 1839 Paulina Jaricot
retornou à Roma para a canonização de Alfonso Maria de Ligório (26 de maio de
1839). Não temos notícias se naquela ocasião Pallotti havia encontrado Paulina
Jaricot para transmitir-lhe que efeitos haviam produzido o seu empenho em
promover a Obra da propagação da Fé. De fato, com o decreto de Propagação da Fé
de 30 de julho de 1838 a sua obra do Apostolado Católico foi declarada
“Associação de tudo inválida e superficial” e por isso supressa. Os seus
membros foram enviados a unir-se com a obra francesa. Refletindo sobre este
fato, Pallotti escreveu que isto “era bem necessário até que a Obra de Deus
trouxesse a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo Crucificado” (Obras Completas
III, p. 24).
Em junho de 1839
Paulina Jaricot retornou de Roma a Lião e retomou a sua atividade. Sensível às
misérias da classe operária, em 1845 fundou a obra dos Operários e conseguiu
montar uma oficina que se tornaria em breve uma obra modelo. Na realização
desta última iniciativa Jaricot foi enganada por um avalista e a oficina faliu.
Desde aquele momento, Paulina viveu anos de Via Sacra. Em outubro de 1856 fez
uma viagem a Roma com a esperança de receber ajuda, mas não encontrou solução
aos seus problemas. Abandonada pelos homens encontrou refúgio só em Deus.
Paulina Maria Jaricot
morreu na miséria no dia 09 de janeiro de 1862, escrita na lista dos pobres da
cidade, mas de todos respeitada. A causa de sua beatificação foi iniciada em 10
de junho de 1930. Desde 1935 o seu túmulo encontra-se na Igreja paroquial de
Santo Nizier. Com o decreto de 25 de fevereiro de 1963, um mês depois da
canonização de São Vicente Pallotti, o Papa João XXIII reconheceu a heroicidade
das suas virtudes proclamando-a “Venerável”. Rezemos pela sua beatificação, de
modo que o exemplo de Paulina Maria Jaricot inspire tantos cristãos a envolver-se
na missão evangelizadora até que todos os homens e as mulheres de hoje
descubram em toda terra o Amor infinito manifestado por Jesus Cristo Nosso
Senhor.
- KERALA, INDIA
Aconteceu um encontro de jovens das paróquias e escolas palotinas nos
dias 13 e 14 de outubro passado na escola central São Vicente Pallotti,
Ollukara, Trichur. Participaram em torno de 125 jovens provenientes das
diversas paróquias e escolas palotinas no estado do Kerala. Neste encontro de
dois dias refletiu-se sobre o envolvimento dos jovens e escolas, a vocação
missionária juvenil, uso e abuso dos meios de comunicação social, celulares e
os crimes da informática. Constitui-se um órgão executivo para cada
paróquia/escola com o fim de contribuir para a realização de um plano de ação
local elaborado durante o Encontro e para desenvolver ulteriormente o trabalho
da Juventude Palotina.
- ENCONTRO DOS RESPONSÁVEIS DA UAC EM OŁTARZEW
De 8 a 10 de novembro deste ano, sob o convite de Pe. Marek Chmielnik,
SAC e Ir. Anna Ozon, SAC, presidente e secretária da União na Polônia,
respectivamente, lideres das comunidades UAC e as pessoas responsáveis da
formação se encontraram a Ottarzew. Participaram 47 pessoas: 5 sacerdotes
palotinos, 9 Irmãs palotinas e 33 leigos representantes de 18 comunidades UAC
da Polônia, Ucrânia e Bielorussia. Além dos membros UAC, havia duas jovens de
um grupo que se reúnem em Konstancin em preparação a adesão na União e 4
pessoas de uma comunidade de famílias provenientes da Starogard Gdanski, que
expressaram o desejo de iniciar a formação na UAC.
No sábado pela manhã, o tema principal foi sobre a Formação. Num
primeiro momento os participantes tomaram o tempo para partilhar como se situa
a formação em cada comunidade, sobre os temas afrontados e como organizar os
seus exercícios espirituais e as jornadas de retiro. Em um segundo momento do
encontro, Ir. Bárbara Rohde, SAC, diretora do instituto São Vicente Pallotti em
Konstancin, apresentaram os fundamentos e princípios da formação na UAC. Por fim foi dada oportunidade de falar das
dificuldades, modo de resolvê-las, as exigências e as expectativas das
comunidades de base da UAC foi dado particular responsabilidade ao interno da
União, também no setor da formação.
À tarde foi dedicada a
colaboração na União à nível local. Dos trabalhos de grupo surgiram frutos de
iniciativas concretas que serão assumidas num futuro próximo. Este encontro foi
ocasião para conhecer pessoas que vivem perto entre elas e o que podem fazer
juntas. Foi uma tentativa prática de criar os Conselhos de Coordenação local e
de demonstrar que sua existência tem sentido.
A terceira e última parte, domingo pela manhã, foi dedicada a família e
tomou a forma de workshoop conduzido por Iza Owczaruk, um membro leigo da UAC e
uma psicóloga. Entre outros fatos, a sessão contribuiu para delinear as
exigências da família e ter uma compreensão de como cada comunidade e a União
como um todo, podem e devem sustentar as famílias.
Os encontros à noite foram ocasião para integração e interação, além de
fornecer informações relativas à vida da União na Polônia e no mundo. Todos os
participantes sublinharam por fim que tal troca de experiências, conhecer-se
reciprocamente e estabelecer relações, foi muito importante e permitiu a
eles de experimentar que a UAC é uma
verdadeira União onde todos os membros são “um”. Também expressaram desejo e
esperança que tais reuniões possam acontecer no futuro ao menos uma vez ao ano.
4. REZEMOS POR
·
todos aqueles que
foram atingidos pelo desastre natural, recentemente, nas Filipinas, Vietnam,
nos Estados Unidos, Sardegna e outros;
·
todos aqueles que
sofrem os efeitos da guerra e da violência, também na Nigéria, Moçambique,
República Democrática do Congo, República Centroafricana, Egito, Síria, Líbano,
Iraque, Terra Santa e Afeganistão;
· por todos aqueles que
promovem e participam dos diversos Oitavários da Epifania nos vários países,
incluindo Alemanha, Brasil e Itália, e por uma crescente e fecunda resposta
concreta às convicções de São Vicente que
recomenda: “onde ecoar os desígnios de Deus e as intenções da S. Igreja
- é próprio do nosso santo instituto celebrar este sacro Oitavário com toda a
possível solenidade... não só na Igreja onde é instituída a União, mas se fosse
possível em todo mundo, em todas as
comunidades de qualquer espécie e em todas as famílias católicas.” (OOCC I, p.
339).
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