Cada ano, no dia 16 de novembro, a igreja celebra a festa
da Mãe da Misericórdia e nós, os palotinos do Rio de Janeiro, celebramos a
festa da nossa padroeira. A devoção a Nossa Senhora da Misericórdia tem origem
no hino de louvor a Deus, que a própria Virgem Maria cantou, chamado
“Magnificat”. No canto, ela agradece a Deus pela maravilha que Ele está fazendo
na vida dela. Num dos versículos deste canto Maria diz: “Sua misericórdia
se estende, de geração em geração, sobre os que o temem” (Lc 1, 50).
Maria é
portadora da própria misericórdia de Deus, que é Jesus, o Salvador. Por isso, o
título Nossa Senhora da Misericórdia. Por ter gerado Jesus, Misericórdia de
Deus em pessoa, Maria recebeu, por volta do Século XVI, um título que entrou
para a Ladainha de Nossa Senhora: “Mãe de Misericórdia”. O título entrou,
também, na oração da Salve Rainha: “Salve, Rainha, Mãe de
Misericórdia...” Assim, a Igreja passou a invocar a intercessão de Maria
com esse título, confiando na misericórdia que ela pede a Deus em nosso favor e
lembrando que, como Mãe de Misericórdia, ela é, também, corredentora em Jesus
Cristo. Por volta do ano 1620, na Lituânia, foi pintada a Mãe de
Misericórdia. A obra foi feita a pedido da prefeitura da cidade de Vilnius.
Esta imagem foi instalada sobre a porta principal da cidade murada, chamada
“Porta da Aurora”, com a intenção de proteger a cidade da invasão dos tártaros.
O Papa Francisco visitando o santuário da Mãe da Misericórdia em Vilnius lembrou
que a muralha da porta: “o exército invasor, em 1799, destruiu completamente,
deixando apenas esta porta: já então estava ali colocada a imagem da «Virgem da
Misericórdia», a Santíssima Mãe de Deus que está sempre pronta a socorrer-nos,
a vir em nosso auxílio” (Papa Francisco discurso do dia 22 de setembro de 2018,
no Santuário Mãe da Misericórdia em Vilnius).
Contemplando a imagem de Nossa Senhora o Papa nota: “Ela,
já desde então, queria ensinar-nos que se pode proteger sem atacar, que é
possível ser prudentes sem a necessidade doentia de desconfiar de todos”. O
Santo Padre Papa Francisco mostra para nós e destaca que na misericórdia
encontra-se o rosto de Jesus. “Esta Mãe sem o Menino, toda dourada, é a Mãe de
todos; em cada um daqueles que aqui se deslocam, Ela vê o que muitas vezes nós
próprios não conseguimos sequer notar: o rosto de seu Filho Jesus gravado no
nosso coração”. É bom se aproximar da Mae cheia de Misericórdia, mas não
podemos esquecer que do nosso lado tem o próximo que também procura misericórdia.
“Como toda a boa mãe, a Mãe da Misericórdia procura reunir a família e
segreda-nos ao ouvido: «Procura o teu irmão». Deste modo, abre-nos a porta para
uma alvorada nova, uma nova aurora. Leva-nos até ao limiar da porta, aquela
porta do homem rico do Evangelho (cf. Lc 16, 19-31).
Hoje aguardam
por nós crianças e famílias com as chagas a sangrar; não são as de Lázaro na
parábola, mas as de Jesus. São reais, concretas; e, a partir do seu sofrimento
e escuridão, gritam por nós para que lhes levemos a luz sanadora da caridade.
Porque a caridade é a chave que nos abre a porta do Céu” lembra Papa Francisco.
Neste dia da Mãe da
Misericórdia, rezamos pedindo a Deus que contemplando a imagem colocada na
“Porta da Aurora” sejamos os portadores da misericórdia divina para as pessoas
que encontramos no nosso dia a dia. Que neste Ano do Laicato a Região dos
padres palotinos do Rio de Janeiro aproxime-se ainda mais das pessoas
implantando nos corações de todos, o carisma de São Vicente Pallotti.
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