sexta-feira, 23 de outubro de 2009

JESUS E A MULTIDÃO

Nosso Senhor chama a cada um de nós individualmente, mas ao mesmo tempo ele olha para a multidão; ou melhor, chama a cada um de nós pessoalmente porque ele tem uma grande multidão. “Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.” (Mt 9, 36-38)

Foi assim no caso de Moisés quando Deus chamou-o: “Senhor disse: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egipto, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspectores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar da mão dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, …E agora, vai; Eu te envio ao faraó, e faz sair do Egipto o meu povo, os filhos de Israel.» (Exodo 3,7-10)
Também no caso de São Paulo: Chamou-o pessoalmente, mas já tinha em vista o grande povo a quem Ele queria chegar através dele: “Certa noite, o Senhor disse a Paulo, numa visão: «Nada temas, continua a falar e não te cales, porque Eu estou contigo e ninguém porá as mãos em ti para te fazer mal, pois tenho um povo numeroso nesta cidade.» (Actos 18,9-11) Deste modo entendemos a questão da vocação sacerdotal tão lindamente expressa na segunda leitura de hoje: “Todo o Sumo Sacerdote tomado de entre os homens é constituído em favor dos homens, nas coisas respeitantes a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados.” (Hebreus 5,1-2)
A vocação sacerdotal é uma graça que advém do fervor de um povo e das suas orações como o Senhor disse: “Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.” (Mt 9,38). Porém também existem factores humanos que contribuem para isso. O que agora afirmo não é norma geral, mas é facto que as vocações sacerdotais geralmente acontecem em famílias que são generosas no tocante ao dom da vida. Gosto muitas vezes de brincar com certos casais perguntando quantos sobrinhos eles acham que tem um certo sacerdote da nossa congregação. Uns dizem: “Uns cinco”, e eu digo: “Mais”; dizem: “dez”; digo: “mais”; “vinte”, digo “mais”; “trinta”, digo: “mais”….. Quando digo: “cerca de cinquenta” (pois já perdeu a conta), eles ficam admirados. O pai dele já é falecido; a mãe ainda é viva. Fico a pensar comigo, como esta mulher deve ser tratada como rainha, tendo nove filhos e tantos netos.
Chegou a mim esta semana um estudo sociológico muito interessante e ao mesmo tempo alarmante. Dizia este estudo que para se manter uma cultura é necessário que cada casal tenha em média, 2.11 filhos. Como ninguém tem filhos pela metade, seria necessário, para manter uma cultura, que cada casal fosse para o matrimónio querendo ter pelo menos três filhos. Ora, taxa de natalidade, nos países europeus está muito menor. Em média cada família tem tido 1,38 filhos. Mas mesmo assim a população não tem decrescido. Por que? A resposta é a imimigração, especialmente dos países muçulmanos. A taxa de natalidade média das famílias muçulmanas é de 8.1. Na França por exemplo, já a maioria dos sindicatos são liderados por muçulmanos; 30 % dos menores de 20 anos são muçulmanos; em grandes cidades como Paris e Lion, essa taxa sobe para 45%.
Actualmente nós cristãos somos muito tolerantes em matéria de liberdade religiosa, e isso é muito positivo. Todos deveriam ser assim. Mas sabemos que nos países muçulmanos não é assim. Será que daqui há alguns anos, na França, por exemplo, poderá ser celebrada a Santa Missa livremente, ou teremos de voltar a celebrar de forma oculta, como no começo da Igreja?
Bartimeu, no Evangelho de hoje, era cego e como cego, buscava apenas as seus interesses (pobres interesses). Desde que Jesus passou em sua vida ele abriu os olhos para o Senhor Jesus e para a multidão que o seguia. Aos casais cristãos fica a frase do Salmo de hoje, que se faz verdade em todas as famílias que se abrem com generosidade ao dom da vida: “Aqueles que semeiam com lágrimas, vão recolher com alegria. À ida vão a chorar, carregando e lançando as sementes; no regresso cantam de alegria, transportando os feixes de espigas.” (Sl125, 5-6)
Para as células de Evangelização:
Como andam hoje em dia as famílias cristãs como locais onde a fé é difundida de forma natural e profunda. Isto tem acontecido? Se não, quais os motivos? Em que podemos contribuir para isto?
Pe. Marcelo

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