sábado, 31 de outubro de 2009

TODOS OS SANTOS

Hoje celebramos a grande multidão dos que nos precederam. Eles já fazem parte daqueles que, de antemão, Nosso Senhor mostrou a São João na ilha de Patmos: “Depois disto, apareceu na visão uma multidão enorme que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé com túnicas brancas diante do trono e diante do Cordeiro, e com palmas na mão. Aclamavam em alta voz: «A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro.»” (Ap 7,9-10)

Também nós temos a vocação à santidade e consequentemente a fazer parte desta grande multidão. É o mesmo São João quem o afirma na sua primeira Carta: “Caríssimos, agora já somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é.” (1 Jo3,2)

Quando andamos pelos jardins deste mundo, muitas vezes ficamos maravilhados com a beleza das flores. Algumas têm uma peculiaridade muito interessante: elas parecem estar a imitar o sol que as sustenta, inclusive no formato e na cor. Algumas, como o girassol, não se contentando em imitar o sol na aparência, querem inclusive acompanhá-lo no seu curso. Isto tem algo a dizer-nos. Assim deve ser a vida do cristão sobre aterra: uma contínua imitação e seguimento do seu Senhor, do qual recebeu o dom da vida biológica e a vida da graça pelo santo Baptismo. O “espelho” para esta imitação, em resumo, encontra-se no Evangelho de hoje: as bem-aventuranças. Algumas traduções, no lugar de “bem-aventurados” colocam simplesmente a palavra “felizes”. Ou seja, felizes os que tem um coração de pobre, desapegado; felizes os humildes; felizes os misericordiosos; felizes os que choram os seus próprios erros e dos outros porque serão consolados; felizes os que lutam para ser puros de coração neste mundo sensualizado. Se não conseguimos sempre ser assim tão “felizes”, a primeira leitura de hoje nos consola: “«Estes, que estão vestidos de túnicas brancas, quem são e donde vieram?» Eu respondi-lhe: «Meu senhor, tu é que sabes.» Ele disse-me: «Estes são os que vêm da grande tribulação; lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Ap 7,13-14) A maioria dos santos se confessava muitas vezes.

Neste tempo também lembramos aqueles que embora não tendo morrido no orgulho e na impenitência, o que causa a condenação eterna, não construíram sobre o alicerce que é Cristo como deveriam. Deles fala São Paulo: “Mas veja cada um como edifica, pois ninguém pode pôr um alicerce diferente do que já foi posto: Jesus Cristo. Se alguém, sobre este alicerce, edifica com ouro, prata, pedras preciosas, madeiras, feno ou palha, a sua obra ficará em evidência; o Dia do Senhor a tornará conhecida, pois ele manifesta-se pelo fogo e o fogo provará o que vale a obra de cada um. Se a obra construída resistir, o construtor receberá a recompensa; mas, se a obra de alguém se queimar, perdê-la-á; ele, porém, será salvo, como se atravessasse o fogo.” (1 Cor 3,10-14) A essa purificação ainda depois da morte, a Igreja chama de Purgatório. Podemos ajudá-los, de modo especial neste início de mês de Novembro com as graças que a Santa Igreja nos concede. Vale a pena citá-las: “Ao fiel que devotamente visitar o cemitério e nele orar ainda que só mentalmente pelos defuntos, concede-se indulgência aplicável somente às almas do Purgatório; esta indulgência é plenária em cada um dos primeiros oito dias de Novembro; e nos restantes dias do ano será parcial.”

“Para ganhar a indulgência plenária requer-se o cumprimento da obra indulgenciada e das três condições seguintes: Confissão sacramental, comunhão Eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice. É necessário, além disso que não exista nenhum afecto a nenhum pecado, mesmo venial. Se faltar esta plena disposição, ou se não se cumprem as condições indicadas(…) a indulgência será apenas parcial. (C. A. Indulgentiarum Doctrina) Esta indulgência plenário, no dia 2 de Novembro pode ser conseguida visitando uma Igreja ou oratório público, rezando ai o Credo e o Pai Nosso, na intenção dos falecidos.

Para as Células de Evangelização:
Numa família, as pessoas participam dos bens umas das outras. Na família de Deus é a mesma coisa. Já recebeste alguma graça pela intercessão de algum santo?

Pe. Marcelo

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