São
Vicente Pallotti fundador da União do Apostolado Católico (UAC), em que na qual
fazem parte padres, irmãos, irmãs e leigos, desde a primavera de 1835, compôs
inúmeros textos relativos à sua organização e empenho. Começou pelas regras da
Casa de Caridade que fundara para as meninas órfãs.
Como era uma obra
importante pediu orações para consegui-las escrever. “Chegado a Camáldoli, o
padre Pallotti, deixando de lado o projeto de legislador, em primeiro lugar,
mergulhou na oração e, depois, pediu aos seus filhos espirituais que
intercedessem por ele: reze e faça rezar”.
Diante
das regras que foi escrevendo sentiu uma dificuldade e obrigação de formular
uma conclusão mais precisa. Junto com as regras para a Casa de Caridade também
se pôs a compilar as regras para a União, definindo-a a partir de três classes
de membros: os Operários (agentes apostólicos, padres, irmãos, irmãs e leigos
incorporados com ato de oblação); os Coadjutores espirituais (que rezavam) e os
Coadjutores temporais (contribuintes financeiros). E colocou a União sob a
proteção de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos.
As três
classes, historicamente, tiveram três fases ao longo do seu desenvolvimento e
os Operários passaram a ser compreendidos como Corpo Central ou Motor da União.
No texto
de agosto-setembro de 1839, o padre Vicente traçou uma nova organização da
União em treze Procuradorias (Procurador Geral e as demais sob a proteção de um
dos Doze Apóstolos). A partir dessa nova coordenação, ele delineou
procuradorias provinciais e diocesanas, urbanas, obras e ministérios. Ramo
feminino e masculino (todas as comunidades com direção própria, mas com direção
geral do padre Reitor). Todos movidos pela caridade de Cristo, conforme o
Apostolo Paulo aos Coríntios: “A caridade de Cristo nos compele...” (2 Cor
5,14). Essa é a principal regra apontada pelo fundador.
A União
do Apostolado Católico, obra fundada por inspiração divina no dia 9 de janeiro
de 1835, teve a sua primeira aprovação pelo cardeal vigário de Roma, Carlo
Odescalchi, no dia 4 de abril de 1835 e para a diocese de Roma no dia 25 de
março de 1838.
Mas, no
dia 28 de outubro de 2003 foi instituída como “uma associação pública
internacional, constituída por fiéis de todos estados e vocação”, e também
nessa data foi aprovado ad experimentum, por cinco anos, o seu Estatuto Geral,
o qual teve aprovação definitiva no dia 28 de outubro de 2008. Fazem parte,
portanto, dessa Associação Padres, Irmãos, Irmãs e leigos, hoje presentes em
mais de cinquenta países. Todos engajados nas mais diversas tarefas
apostólicas, no intento de reavivar a fé e reacender a caridade em todas as
pessoas. Promovendo a espiritualidade de Cenáculo, colocando em destaque o ser
humano criado a imagem e semelhança de Deus amor infinito e misericórdia
infinita.
Por que
Pallotti se interessava tanto pela difusão do amor de Deus? Uma das razões era
sua experiência do amor e da misericórdia infinita de Deus, pois o que sentia
também desejava aos outros. Além disso, queria que todos se envolvessem no
apostolado e escreveu ao povo de Roma em 1835 esse apelo: “Todos, grandes,
pequenos, formados, estudantes, operários, ricos e pobres, padres, leigos,
religiosos e seculares, comerciantes e empresários, funcionários, artistas,
artesãos, comunidades e indivíduos, cada qual no próprio estado, na própria condição,
de acordo com os próprios dons, pode dedicar-se às obras do APOSTOLADO CATÓLICO
para reavivar a fé, reacender a caridade e propagá-la em todo o mundo”.
Em seu
tempo escreveu aos romanos, mas o apelo continua atual em pleno raiar do novo
milênio, pois, como esclarece e insiste o palotino Stanislaw Stawicki: “A União
do Apostolado Católico se desperta e se realiza através da cooperação de todos,
cada um em seu lugar e condição, em sinfonia harmoniosa de diversidade, na ação
de dar “maior glória a Deus para a salvação da humanidade”. Nisso consiste a
originalidade de Pallotti. De fato, segundo ele, não é suficiente dizer “todos
são apóstolos” ou “todos são responsáveis na Igreja”. Certamente todos o são.
Mas o são JUNTOS, em cooperação! A responsabilidade na União não é, portanto,
somente comum, ela o é também comunitária.”
Enfim,
que a nossa Padroeira Rainha dos Apóstolos e São Vicente Pallotti, intercedam
pela nossa conversão para trabalharmos, de fato, juntos, porque: “Sozinhos
vamos mais rápidos, porém, juntos, vamos mais longe” (Fábio Brotto).
Pe. Judinei José Vanzeto, SAC
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