quarta-feira, 11 de julho de 2012

Reflexão sobre o Relicário de São Vicente Pallotti


Nos últimos 300 anos, a Igreja não esteve habituada a ver um relicário com o formato de uma arca, mas a história da Igreja registra que os relicários desde os primórdios eram feitos assim.
Nosso relicário acondiciona dois objetos raros. Um fragmento do corpo de São Vicente Pallotti e uma veste usada por ele em seu ofício sacerdotal. O corpo criado à imagem e semelhança de Deus e a estola, sinal de sua veste batismal.
Sua forma de arca (tenda ou casa) sugere a figura do templo. A estrutura de metal indica a resistência; e o vidro, a transparência e o testemunho; o telhado é a proteção divina, como se fossem as asas de Deus ou suas próprias mãos.
No telhado, parte mais visível, está a identificação do carisma (Charitas Christi urget nos). Na parte superior da face transparente, encontra-se a informação do que o relicário transporta (Ex corpore SVP). Nas paredes laterais, onde é possível ver o interior do relicário, foram impressas as datas referentes à vida do santo (AD 1795 – AD 1850) e a referência ao Ano Jubilar (AD 1963 – AD 2013). Ao redor de toda a peça, chamas foram distribuídas nas partes superior e inferior, sugerindo as centelhas pentecostais que pousam sobre toda a Igreja. Isso forma o conjunto com os dois ícones impressos nas paredes menores da peça: a Pomba, sinal do Espírito Santo e Maria do Cenáculo.
O relicário em formato de arca evoca a própria História da Salvação. Noé construiu a Arca, que abrigou o povo que deu início a uma nova humanidade lavada do pecado. A Arca da Aliança, que abrigou as Pedras da Lei e acompanhou o Povo de Deus pelo deserto a caminho da Terra Prometida, que depois entrou triunfante em Jericó e foi conservada para ser definitivamente abrigada no templo de Salomão. Após o período dos Reis, quando o povo viveu um obscuro tempo de exílio, perseguições e diáspora, a Arca da Aliança desapareceu, mas o Resto de Israel que conservou, a duras provas, a fé nas promessas feitas a Abraão, cultivou a linhagem de Davi, donde brotou a mais perfeita mulher, Maria, a Arca da Nova Aliança, cujo seio trouxe ao mundo, o Messias Salvador.
A peregrinação do relicário pelo território nacional é a Igreja Peregrina neste mundo em direção à pátria definitiva. O relicário quer ser um símbolo do Ano Jubilar Palotino, que convida as pessoas à oração, à adoração da Trindade e a acreditar que a Fé Cristã se baseia na Caridade de Cristo que nos impele.
(Texto elaborado a partir da exposição feita por Cláudio Pastro, na missa de abertura do Ano Jubilar, na Paróquia Rainha dos Apóstolos – Vila Monumento em 25.05.2012)
Pe. José Elias Fadul, SAC

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