ORAI,
ORAI MUITO!
Foi com este
leitmotiv, tendo como referência o pedido feito por Nossa Senhora aos
pastorinhos, que o Grupo de Jovens Marianos da Paróquia de Odivelas organizou a
XXIª Peregrinação a Fátima, de 4 a 8 de Setembro de 2012.
Em bom rigor, esta
peregrinação começou na reunião onde o diretor espiritual, Padre João Franisco Pietrus
SAC, após a Invocação ao Espírito Santo e uma Ave-maria, deu uma definição do
conceito, lembrou que “ per Mariam ad Jesum ”, apelando à delicadeza, ao amor fraterno, ao respeito mútuo e incitou a
que se recorresse ao Sacramento da Reconciliação.
No primeiro dia foi
entregue uma pequena tarja com os dizeres “felizes os que creem sem terem
visto”, e após a Missa de Envio, de manhã cedo, começou a caminhada.
Estão previstas
paragens obrigatórias para distribuição de um texto bíblico ou reflexão, a
intervalos de tempo que permitam a recuperação do fôlego aos mais débeis. Para-se
para almoçar e fazer um descanso às horas mais quentes do dia. Durante a marcha
canta-se, reza-se, ou pura e simplesmente se caminha louvando e pedindo forças
e as graças de que cada um se acha necessitado, oferecendo os padecimentos
provocados pelo calor e cansaço, à Mãe.
Chegados à noite ao
ponto de pernoita, lugar ao jantar, banho, oração com o ensinamento da noite e
o sono que o corpo já pede. Há peregrinas que ainda vão ter que tratar das
mazelas, das bolhas e queimaduras solares, operação que se repetirá todos os
dias.
São sessenta e sete
as motivações que unem um grupo heterogéneo numa espécie de organismo em que a
complexidade individual se funde no desejo coletivo da demanda do Santuário.
São a Igreja que caminha, um cordão que se alonga pelas estradas, e vão alheios
ao trânsito, movidos pela Fé quando as pernas parece que já não aguentam,
amparando-se os mais fracos e inexperientes aos mais fortes.
Haverá as paragens,
a Santa Eucaristia (em capelas improvisadas ou em igrejas), haverá ensinamento.
No segundo dia o tema para reflexão, tendo como símbolo um pouco de incenso,
foi a oração falada ou silenciosa, a verbalização ou a contemplação e a
insistência na necessidade de evitar a rotina, o papaguear sem prestar atenção
ao que os lábios proferem. Juntou-se ao grupo um peregrino francês a caminho de
Santiago de Compostela, que após partilhar algumas refeições e dormida, acabou
por entrar em Fátima trajado com a camisola rosa identificadora dos peregrinos
de Odivelas.
No terceiro dia,
com uma âncora como símbolo para lembrar os primórdios do cristianismo, quando
a cruz ainda não podia ser mostrada, partiram de novo os peregrinos, liderados
precisamente pelo portador de uma cruz, já veterana nas peregrinações dos
Marianos. Tenta-se cumprir minimamente horários, o que é dificultado pelo
calor, pelas dores musculares, pelas bolhas, enfim por tudo o que vale a pena
suportar e que ajuda a limpar um pouco mais as almas.
Especialmente para
os que fazem os cerca de cento e quarenta quilómetros pela primeira vez, há a
maravilha da descoberta de uma energia que os impele a ultrapassar a descrença
inicial nas forças próprias, que minimiza as limitações físicas e os leva a
entregar tudo nas mãos da Providência. À noite, na oração final, foi entregue
uma rosa à imagem de Nossa Senhora, por cada peregrino, veiculando a sua
intenção - um pedido ou um agradecimento.
Ao grito de
“alvorada”, começa a azáfama – higiene pessoal, arrumação das mochilas e sacos-
cama, oração inicial, pequeno-almoço, leitura do Evangelho e últimas
recomendações para o quarto dia. O Grupo de Jovens Marianos fica para trás,
como sempre, a arrumar e limpar os espaços ocupados -da mesma forma como
previamente os preparou para as estadias-, e só depois reenceta a sua
caminhada.
(Durante o trajeto,
pode acontecer que, desacompanhado de parceiros de jornada, em local mais ermo,
sinta o peregrino, a seu lado, uma Presença
que o conduz pela imensa catedral que o sol ilumina. Nesse momento ele sentirá
que a sua oração está a ser ouvida e que a Mãe está a interceder por ele/ela
junto a Seu Filho…)
O ensinamento da
noite versou sobre o silêncio e o perdão que se pede e que se dá, como duas das
melhores maneiras de orar.
E se uma
Peregrinação é um caminhar em busca dos valores do Alto, uma das melhores formas
de a concluir é sair, como em procissão, na frente um estandarte e uma cruz,
para fazer os derradeiros e doridos quilómetros e entrar jubilosos no Santuário
de Fátima, no dia 8 de Setembro, Festa
da Natividade da Virgem Santa Maria.
Sr. Mario
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