Jesus é Rei! Eis o grito de aclamação que toda a Igreja
proclama e aclama no dia de hoje.
Independentemente se aceite ou não por parte
deste mundo, ele é Rei. É um facto consumado, pois tal investidura não vem de
nenhum homem, mas do próprio Pai que está nos Céus: “14Foram-lhe dadas as soberanias, a glória e a realeza. Todos os povos,
todas as nações e as gentes de todas as línguas o serviram. O seu império é um
império eterno que não passará jamais, e o seu reino nunca será destruído.» (Dan
7,14) É justo que ele reine sobre nós, pois Ele é o “…o Alfa e o Ómega - diz o Senhor Deus - aquele que é, que era e que
há-de vir, o Todo-Poderoso.” (Ap 1,8) Que quer dizer que Ele é o Alfa? A Carta de São Paulo aos Colossenses
responde-nos: “15É Ele a imagem do Deus invisível, o
primogénito de toda a criatura; 16porque
foi nele que todas as coisas foram criadas, no céu e na terra, as visíveis e as
invisíveis, …, todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele..”
(Col 1,15-17) Mais do que nossa origem, ele é nosso Salvador, pois depois da
loucura do pecado, ele nos redimiu por sua dolorosa Paixão e Ressurreição.
Porém, para o mistério da nossa redenção se completar, Jesus tem de ser não
somente o nosso Salvador, mas também o nosso “Senhor”.
Existe aqui uma grande
diferença. Para entendermos melhor, basta usarmos o exemplo das monarquias
parlamentares que temos no mundo como no caso da Inglaterra. A rainha Elizabeth II, neste país, é uma personagem muito importante.
Vemos a sua imagem e seu retrato em toda parte: até nas cédulas e nas moedas,
nos selos postais, nas repartições públicas. Tem um palácio, ricas jóias e até
uma carruagem puxada por vários cavalos. Ela é a rainha!.... Entretanto, não é
ela quem governa a Inglaterra. A autoridade suprema não é ela; são-no o
primeiro-ministro e o parlamento. No parlamento está a fotografia da rainha mas
não é ela quem governa. A rainha é para os desfiles, para as festas
importantes, os aniversários, mas não é ela quem governa o país. Ela certamente
assina os tratados e as leis, mas estes são elaborados pelo primeiro-ministro e
o parlamento. Há cristãos que encaram o
reinado de Jesus Rei dos Reis, como a rainha da Inglaterra. Cada qual faz as
leis sobre como quer viver, traça os projectos de toda a sua vida, toma as suas
decisões, e depois vai (se vai) a Jesus para que ele as aprove e assine, mas
não lhe permite ter parte alguma na sua elaboração.
A diferença entre um cristão e outro que não o é, ainda
que se diga tal, é que o pagão fala, diverte-se, pensa, vive segundo os desejos
da carne, com os critérios mundanos e fazendo sempre a sua própria vontade. O
cristão ao contrário, vive segundo a vontade do Senhor, dirigido pelos valores
do Evangelho, com os critérios de Cristo e impulsionado pela força do Espírito.
São Vicente Pallotti falava sobre isso.:
“… antes de dar começo a qualquer actividade, somos obrigados a perguntar-nos,
em cada uma das circunstâncias do dia, como pensaria, como falaria ou como
agiria Nosso Senhor Jesus Cristo. De qualquer forma, em tudo e sempre, devemos
esforçar-nos pelo que seja mais perfeito.” (OO. CC. III, 42)
Neste mundo, ainda não vemos que Jesus é o Senhor. O
próprio Jesus disse a Pilatos: “A minha
realeza não é deste mundo” (Jo 18,36). Porém virá esse Reino como nós
pedimos no Pai Nosso: “…venha a nós o
Vosso Reino…”. A segunda leitura afirma-o: “7Olhai: Ele
vem no meio das nuvens! Todos os olhos o verão, até mesmo os que o
trespassaram. Todas as nações da terra se lamentarão por causa dele. Sim. Ámen!”
(Ap 1,7)
Como fazer para não nos lamentarmos na sua vinda, mas
pelo contrário, exultarmos de alegria ? Isso acontecerá se desde agora Ele for nosso
Senhor e Rei.
Ninguém nunca se arrependeu de ter aceitado o desafio de
dizer: “Jesus é o Senhor.” Se queres diga: Da minha família e das minhas amizades: Jesus
é o Senhor. De meu passado…; Dos meus estudos e trabalhos…; De minha saúde e
enfermidade….; De minha pobreza ou riqueza… ; De meus amigos e conhecidos… ; De
meu corpo e da minha alma… ; De todas as minhas relações pessoais…. De minha sexualidade
e da minha emotividade… ; De minha pátria e de meu lar…; De minha casa e de
meus bens materiais… ; De minhas esperanças e temores…; De minha vida política
e social…; De minha imaginação e memória… ;De minha inteligência e vontade… ;
De meus olhos, ouvidos, mãos e pés…; De minha maneira de divertir-me… ; De
minha maneira de comer, vestir, pensar e falar….
Se quiseres podes inclusive assinar o que disseste: “Senhor sei que tomaste a sério as minhas
palavras assim como eu tomei a sério o Teu chamado. Abro-te completamente as
portas do meu coração. Fica comigo por toda a vida. Amém.*
Data: …../…../………..
Assinatura: ………………………………………………
Para Os cenéculos.
O Reino virá. Mas como podemos apressar a vinda do Reino
de Cristo?
*Cf. Prado Flores; Ide e Evangelizai os Baptizados; pp.
63-69.
Pe. Marcelo
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