terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Noticiário UAC – Janeiro de 2013


Queridos irmãos e irmãs da União

                 Estamos contentes em vos apresentar neste noticiário uma reflexão sobre o Oitavário da Epifania preparada pelo Pe. Jean Kupka SAC, junto com uma descrição das celebrações conclusivas do Ano Jubilar em Roma. 

1.  FÉ, LITURGIA E VIDA CRISTÃ NO OITAVÁRIO DA EPIFANIA

O 500 aniversário da canonização (20 de Janeiro de 2013) de São Vicente Pallotti é ocasião propícia para trazer à memória o solene Oitavário da Epifania instituído pelo Santo. Com esta celebração ele queria chamar atenção do povo romano sobre o profundo mistério da fé cristã e mostrar a universalidade da Igreja Católica.
O solene Oitavário da Epifania era uma síntese do pensamento de Pallotti, a alma do seu apostolado, a expressão viva de toda a União do Apostolado Católico fundada em 1835 com a finalidade específica de conservar, defender a fé e difundir a caridade entre os católicos e  propagá-las em todo mundo, a fim de que em breve se faça um só rebanho sob um só Pastor. A Epifania de fato é a manifestação de Jesus aos todos, é a festa dos povos que entraram no rebanho, é o sinal luminoso da estrela que convida todos os homens a prostrarem-se diante de Jesus para adorá-Lo.

A celebração do Oitavário da Epifania era para São Vicente um meio potente e eficaz para conservar a fé, para desenvolver a consiência missionária no povo cristão e chamar novamente os povos divididos à unidade da Igreja de Jesus Cristo. Quer também demonstrar o quanto é necessário a união do clero e a colaboração entre o clero e o laicato para que na Igreja seja eficaz o apostolado e produza frutos mais abundantes entre os fiéis.

O povo romano participou por quase 135 anos do solene Oitavário da Epifania na forma instituída por São Vicente Pallotti. Pela primeiro vez Pallotti o celebrou em 1836 na Igreja do Espírito Santo dos Napolitanos. A participação era tão numerosa que o Santo teve que procurar em Roma uma outra Igreja. Por isso, nos anos sucessivos ele organizou a celebração na Igreja “S. Carlos al Corso” e em “S. Silvestro in Capite”. De 1841 à 1969 o Oitavário foi celebrado sempre na Igreja de “Sant’Andrea della Valle”. Propriamente nesta Igreja, no dia 13 de Janeiro de 1903 participou da Celebração conclusiva do Oitavário o beato João XXIII, na época estudante em Roma. No seu diário escreveu assim: “Jesus resplandecia na Hóstia, aos pés do artístico presépio. Quantos pensamentos me vieram à mente (...). Pensei na vocação dos gentios, nas missões cristãs espalhadas no mundo, na Igreja verdadeiramente católica, isto é universal (Il giornale dell’anima, Cinisello Balsamo 2000, p. 196).

Às vezes se diz que se deve romper com o passado e começar algo de novo. A história, porém, é o espelho e o verdadeiro tesouro, é mestra da vida humana. No espelho das notícias históricas sobre o Oitavário da Epifania instituída por São Vicente Pallotti, encontramos os depoimentos sobre o significado e o valor inestimável desta celebração romana.

Em 1850, em um esboço biográfico de Vicente Pallotti, Salvatore Proja escreveu que a idéia dominante em sua mente era aquela de promover o encontro dos povos. Pallotti queria alcançar este objetivo com a instituição do solene Oitavário da Epifania. As homelias em diferentes línguas, as celebrações em diversos ritos e a participação de fiéis de todas as classes sociais revelava a unidade e a universalidade da Igreja (cf. Album, n. 13 de 25 de Maio de 1850, pp. 97-101). 75 anos depois, na crônica de Roma, no Jornal “Corriere d’Italia” escreveu: Ontem na Igreja de “S. Andrea della Valle”, iniciou o Oitavário da Epifania, manifestação solene da unidade da fé. (...) Durante os oito dias são celebradas Missas solenes, bem como, além do rito latino, também nos diversos ritos orientais, como o armenio, o caldeu, Sírio da Antioquia, o grego-eslavo, o sírio maronita, o grego-rutene, o etíope e grego. As missas solenes no rito latino são celebradas por diversas ordens religiosas. Além das duas homelias diárias em língua italiana, são recitadas também nas línguas em Francês, Inglês, polonês, irlandês, espanhol, holandês e em alemão. Os Colégios de várias nacionalidades prestam, por sua vez, o serviço do altar (...). No solene Oitavário da Epifania se perpetua a memória do Ven. Vicente Pallotti. A Epifania que recorda a chamada ao povo à fé, respondia muito à idéia que teve Pallotti ao instituir a Sociedade do Apostolado Católico. Esta solenidade, que remonta épocas remotas, Pallotti foi o primeiro a dar uma forma totalmente nova, que expressa o conceito da unidade e da universalidade da Igreja” (Corriere d’Italia, 8 gennaio 1924, p. 4).

O espírito do Sacro Oitavário na instituição de São Vicente nos impulsiona a viver a fé em comunhão com a Igreja. A inclusão de ritos orientais no programa das celebrações da Epifania mostrava não somente a beleza e a riqueza da liturgia oriental, mas era também um sinal visível da unidade da Igreja do Ocidente e do Oriente, não obstante as diferenças de ritos, línguas e  nacionalidades. Com esta proposta ousada, Pallotti queria expressar estima às tradições e às diversas formas de vida na comum profissão da mesma fé e criar no centro do cristianismo, o clima para viver a unidade da Igreja. O Oitavário da Epifania na forma instituída por São Vicente Pallotti, portanto, era e continua sendo uma forma da Igreja universal da qual toda Família Palotina é portadora.

   O Oitavário da Epifania promovido por Pallotti conserva até hoje o seu profundo significado cristão, porque nele se entrelaçam a fé, a liturgia e vida cristã. No Oitavário da Epifania ressoa, de fato, o caminho da Igreja universal. A celebração nos encoraja a viver apostólicamente a fé em união com todos os nossos irmãos e irmãs de todo mundo, pois ela manifesta o imenso amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

2. CELEBRAÇÃO DE CONCLUSÃO DO ANO JUBILAR EM ROMA
A conclusão do Ano Jubilar do 50º aniversário da canonização de S. Vicente Pallotti foi celebrado em Roma, com gratidão e alegria por toda a família Palotina. O tema do ano jubilar “Fazei resplandecer a santidade de Deus” permeou todas as celebrações. Gabriella Acerbi (da Comunidade Quinta Dimensão), Presidente da Comissão Organizadora do Ano Jubilar saudou os participantes cada dia, reunidos para as Celebrações. Sábado, 19 de Janeiro o Tríduo foi iniciado na Igreja do “Espírito Santo dos Napolitanos”.
Pe. Jacob Nampudakam, Reitor e Assistente Eclesiástico da União expressou sua gratidão ao Pe. Francesco Bartoloni, Moderador Geral dos Missionários do Preciosíssimo Sangue, que presidiu a Missa. Em sua homilia Pe. Francisco falou da afinidade entre os dois Fundadores, Gaspar del Bufalo e Vicente Pallotti, o espírito missionário e a colaboração entre ambos, como também salientou os fraternos existentes entre os membros das duas fundações hoje. No final da Missa, animada pelas Irmãs Palotinas, Pe. Natalino Zagotto, Reitor da Igreja, honrou São Vicente lembrando a sua vida e seu sofrimento neste lugar que ele chamava de “pátria” do mundo da família Palotina.

Domingo, 20 de Janeiro, dia do aniversário dos 50 anos de canonização, um grande número de pessoas levando um “cachecol” branco estampado a imagem de São Vicente, reuniram-se sob as colunas do Pórtico de São Pedro em busca de abrigo da chuva. Os membros da família Pallotti e outras pessoas amigas provindas de “San Giorgio da Cássia”, Úmbria, terra natal da família de S. Vicente, foram acolhidos com muita alegria e emoção. Posteriormente, todos os membros e amigos da família Palotina presentes, reuniram-se na Basílica para a celebração Eucaristica de aniversário deste evento. O cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, presidiu a Missa do Jubileu e foi saudado com alegria pelo Padre Jacob. O Cardeal Amato, em sua homilia, descreveu Pallotti como um dom para a Igreja, citando também homilias de alguns Papas e palavras de várias testemunhas presentes no processo de canonização, que foram contemporâneos de São Vicente. Hoje, concluiu o Cardeal, o Fundador chama os numerosos membros da família Palotina para reavivar a fé e reacender a caridade como discípulos alegres e entusiastas de Jesus no mundo, seguindo a mensagem do Evangelho de uma forma mais radical. O Coro UAC, através de hinos cantados em várias línguas, expressou algo da União, Obra inspirada a Pallotti.

À tarde do mesmo dia da festa jubilar foi dedicado ao “encontro de família” junto ao altar do Fundador, em “SS Salvatore in Onda”. Houve uma apresentação, entrevistas com algumas testemunhas presentes nas Celebrações de 1963 e partilha de memórias históricas, de emoções e de experiências espirituais. A família Pallotti de São Jorge  de Cascia e seu Pároco sentiram-se tocados por este momento. Eles deram de presente um quadro e cantaram uma canção dedicada a São Vicente. Em um discurso de conclusão na Igreja repleta, os três Superiores Gerais nos encojaram a um novo começo com Cristo, Apóstolo do Pai, como fez Pallotti. Concluindo as celebrações do Ano Jubilar em Roma, Pe. Jacobe falou das muitas graças recebidas durante este ano e em particular  do novo projeto de missão no Perú sustentado pela Província Imaculada Conceição dos Estados Unidos. Ele também anunciou que o Cardeal Tarcisio Bertone enviou uma Mensagem Jubilar para a Família Palotina em nome do Santo Padre.

Segunda feira, 21 de Janeiro, Pe. Gilberto Orsolin, Reitor da Comunidade da Casa Geral, presidiu a Missa animada pelos alunos, Irmãs Palotinas (CSAC) e professores da Escola “Mater Divini Amoris”.  A Igreja de São Vicente estava repleta mais uma vez de pessoas à noite, para a Missa da Vigilia em honra do Santo. Estudantes da Universidade Pontifícia Urbaniana animaram a Missa, enquanto Pe. Taddeo Wojda, SAC, recentemente nomeado Vice Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, foi o celebrante principal.
Na sua homilia falou de como o nosso mundo virou as costas friamente para Deus, enquanto Deus continua procurando-nos das profundezas do seu coração. Acrescentou ainda, assim como Pallotti foi capaz de fazer as pessoas conscientes da presença do amor de Deus, assim também nós podemos fazer o mesmo, se nos esforçarmos hoje no caminho da santidade. Como é tradição, em frente ao altar do Santo, um seminarista (de proveniência da China este ano) respondeu à carta de Pallotti que incentivava os estudantes da Urbaniana a prosseguirem com coragem e que originalmente a carta ficara sem resposta.

Terça feira, 22 de Janeiro, a família Palotina reuniu-se na Igreja “Sant'Andrea della Valle”, a grande Basílica onde São Vicente celebrou por 128 anos o Oitavário da Epifania. Neste mesmo lugar, Pallotti fez o grande Apelo de Maio a todo o povo de Deus. Pe. Jacob Nampudakam convidou a família Palotina para começar uma renovada viagem espiritual e apostólica à luz da espiritualidade e do Carisma de São Vicente. Um coral composto por crianças da Paróquia palotina de Nápoles, o coro UAC e as meninas da Pia Casa de Caridade deram sua bela contribuição para a Celebração Eucarística de encerramento. Todos os participantes receberam uma vela com a imagem de Pallotti, acesa pelos três Superiores Gerais na chama da vela grande do Jubileu, como um sinal de nosso chamado para sermos luz no mundo. Todos juntos, leigos, religiosas/os e membros ordenados da UAC renovamos o Ato de compromisso Apostólico. Que São Vicente Pallotti ajude seus filhos e filhas a sermos apóstolos autênticos, dando fiél testemunho da santidade de Deus na Igreja e no mundo de hoje.

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