sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

FESTA EM HONRA AO PADROEIRO DA PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO – Volta Grande/MG


Com uma programação iniciada em 17 de janeiro, aconteceu a Festa de São Sebastião contando com eventos religiosos e sociais, encerrados em 24 de janeiro.

No tríduo preparatório ocorrido nos dias 17, 18 e 19 houve Santa Missa e Bênçãos dos remédios, chaves, imagens e objetos de devoção, celebradas pelo Pe. Jacinto Wojcik. No dia 20, dia de São Sebastião, as homenagens ficaram por conta da Procissão do Santo e dos Santos Padroeiros das Comunidades vizinhas que tradicionalmente fazem visitas nestes dias.


São Sebastião acolheu as Comunidades: Nossa Senhora da Conceição. Divino Espírito Santo, Santa Úrsula, Santo Antonio, São Pedro, Nossa Senhora Aparecida e São Luiz Gonzaga num clima de oração e integração, oportunidade para o fortalecimento da fé em Cristo Jesus.



A Santa Missa foi celebrada após a Procissão pelo Pe. Jacinto. Foi bonito registrar o grande número de fiéis e a emoção e entusiasmo com que as pessoas celebraram. Os eventos sociais motivados pela vontade de reunir as pessoas da Comunidade local e vizinhas trouxeram a alegria e o entrosamento para abrilhantar mais a Festa. Aconteceram: Carreata pelas Ruas da cidade com São Sebastião, Cavalgada, Almoço de Confraternização, Show de Prêmios, Música ao Vivo, Barraca de doces, Barraca de brincadeiras, Leilão de Bezerros e Prendas com a participação de todas as Pastorais, Grupos e Movimentos da Paróquia.


A participação de toda cidade também é importante evidenciar. A Festa está inventariada como Bem Patrimonial Imaterial, fazendo parte do calendário Municipal de Eventos.

Agradecemos ao Pe. Renato Dobek que junto com a Comissão foi um dos idealizadores e ao Pe. Jacinto seu realizador. Agradecendo a todos os colaboradores para que a Festa transcorresse na paz, oração e alegria aguardamos o próximo ano que promete ser muito melhor.
Comissão Organizadora

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Apóstolos Hoje - janeiro 2015



Durante o Natal, contemplamos o mistério da Encarnação, voltamos nosso olhar ao Emanuel, Deus conosco, sua presença nos encheu de profunda alegria e esperança, renovando a nossa força para o novo ano. Deixai que o contemplemos continuamente em nossa experiência pessoal e comunitária, "Jesus, uma alegria que se renova e se comunica".

Ver a nós mesmos como parte de toda Igreja
que evangeliza - Preparação espiritual para o
Congresso Geral da União em julho de 2015.

Ser Igreja significa ser Povo de Deus, de acordo com o grande projeto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus entre a humanidade. Quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus em nosso mundo, que às vezes se perde, que tem necessidadede respostas que o encorajem, que deem esperança e novo vigor na jornada. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos podem se sentirem acolhidos, amados, perdoados e encorajados a viver segundo a vida boa do Evangelho”(Evangelii Gaudium, 114).
“Em nossa preparação espiritual ao Congresso Geral, consideramo-nos como Igreja imersa no ‘‘hoje”. Em um mundo contemporâneo caracterizado por uma contínua transição social-cultural-religiosa, com marca pluralistae com preponderância do individualismo, como é entendida a Igreja hoje? Como vê a si mesma? Como instituição orgânica e hierárquica, uma multinacional com um famoso líder religioso, uma estrutura ou um edifício “da porta ao lado”, um lugar onde as pessoas podem se reunir para rezar e professar a fé, ou um grupo privilegiado que professa uma religião? Estas perguntas muitos a invocam, tanto aqueles que fazem parte da Igreja, tanto por aqueles que estão distantes. Acima de tudo, a questão fundamental que se coloca é a seguinte: é a Igreja uma resposta à falta de sentido e o sofrimento daqueles que perderam a esperança e a alegria de viver?
A Igreja é antes de tudo um povo peregrino em direção a Deus, um mistério que tem suas raízes na Trindade, porque "o mistério da Santíssima Trindade é a fonte, o modelo e a meta do mistério da Igreja:"um povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo” chamado em Cristo como"o sacramento, ou,seja o sinal e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (Documento Aparecida, 155). Este mistério da Igreja existe concretamente na história de um povo peregrino e evangelizador (EG 111), um povo escolhido e chamado por Deus. “Jesus não disse aos Apóstolos para formar um grupo exclusivo, um grupo de elite”. Jesus disse: "Ide e fazei discípulos de todas as nações (Mt 28,19)” (EG 113); assim a Igreja é enviada por Jesus Cristo como um sacramento de salvação oferecida por Deus, e, através da sua missão evangelizadora, coopera como um instrumento da graça divina para anunciar a salvação a todos (EG 112) e continua a missão salvífica de Jesus Cristo na história .
"A Igreja existe para evangelizar" (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi, 14) e qual é o seu programa de evangelização? “O programa já existe: é o mesmo de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição viva. Centra-se, em última análise, em Cristo mesmo que deve ser conhecido, amado e imitado para viver n'Ele a vida trinitária e com Ele transformar a história até à sua plenitude na Jerusalém celeste. É um programa que não muda com a variação dos tempos e das culturas, mesmo seleva em conta o tempo e a cultura para o verdadeiro diálogo e uma comunicação eficaz” (João Paulo II, Novo Millennio Ineunte, 29).
Todos os batizados são envolvidos neste programa, porque "em todos os batizados, do primeiro ao último, operaa força santificante do Espírito que nos impele a evangelizar" (EG119) porque:
“em virtude do Batismo recebido, cada membro do Povo de Deus tornou-se discípulo missionário (cfr. Mt 28,19). Cada pessoa batizada, seja qual for a sua função na Igreja e o nível de formaçãodasua fé, é um sujeito ativo da evangelização” (EG 120).
Recordamos as palavras de São Vicente Pallotti sobre o Apostolado Universal; Ele nos encorajaa uma responsabilidade partilhada e participação ativa na tarefa da evangelização: “Então consolide cada católico que vive na Igreja de Jesus Cristo; porque seja sacerdote,ou sejaleigo se com seus talentos, energias, relações, profissão, palavras, substâncias e bens terrenos, e se não for com outro, pelo menos, com suas orações fará quanto pode, para que a fé emJesus Cristoseja propagada em todo o mundo alcançará o mérito do apostolado, e tanto maior quanto mais empregarápara tal fim dinheiro,bens materiais, talentos, obras, orações ... ” (OOCC III 145-146).
Papa Francisco nos recorda que todo batizado é um sujeito ativo da evangelização: “seria inadequado pensar em um esquema de evangelização que fosse levado à frente por atores qualificados em que o resto do povofielfosse apenas receptivo por suas ações. A nova evangelização deve implicar um novo protagonismo de cada batizado” (EG 120). Este envolvimento pessoal comporta “uma forma de pregação, que competea todos nós como um compromisso diário. Trata-se de levar o Evangelho às pessoas com as quais todo mundo tem o que fazer, tanto aos de perto como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversação e é também aquela que um missionário faz quando visita uma casa. Ser discípulo significa ter a disposição permanente para levar aos outros o amor de Jesus e isso ocorre espontaneamente em qualquer lugar, na rua, na praça, no trabalho, em uma estrada” (EG 127).
É importante que a Igreja cresçacomo protagonista da evangelização constantemente evangelizada, de modo que toda inteira possa evangelizar: assim que “todos devemos deixar que os outros nos evangelizem constantemente;mas isso não significa que devemos renunciar a missão evangelizadora, mas sim encontrar a maneira de comunicar Jesus quecorresponda a situação em que nos encontramos”(EG 121). Além disso, devemos ter claro em mente que o Espírito Santo nos forma para isso, enriquecendo-nos com diferentes carismas, dons para renovar e construir a Igreja, os quais "não são um patrimônio fechado, entregue a um grupo para que o proteja; ao contrário, trata-se dos dons do Espírito integrados ao corpo eclesial, atraídos em direção ao centro, que é Cristo, onde são canalizados em um impulso evangelizador. Um sinal claro da autenticidade de um carisma é a sua natureza eclesial, sua capacidade de integrarharmoniosamente na vida do povo santo de Deus para o bem de todos” (EG 130).
 Conclusão:
A Igreja, compreendida como todo o povo de Deus, que evangeliza, deve ser continuamente evangelizado, chamada a viver a imagem da comunidade Trinitária, enriquecida pelos dons do Espírito Santo e com o ativo envolvimento pessoal de cada um dos batizados.
Questões para reflexão pessoal e/ou comunitária:
• Sinto-me parte do povo de Deus, escolhido e chamado por Ele para continuar a missão salvífica de Jesus Cristo na história?
• Como pessoa batizada,sou chamada a crescer como evangelizadora e ser constantemente evangelizada? Conheço, amo, e imito Jesus Cristo?  Querorealmente estabelecer uma relação de comunhão com os outros? Com minhas ações contribuo para a transformação dos que estão em torno a mim (família, comunidade, trabalho)? Permito que os outros me evangelizem?
• Como pessoa batizada, sou sujeito de evangelização que anuncia explicitamente Jesus Cristo? Como o realizo?
• Estou fazendo frutificar os dons que recebi de Deus para servir a comunidade, para a construção da Igreja?
Ação concreta:

No próximo ano reconheçamos os espaços eclesiais onde podemos evangelizar e ser evangelizados, a fim de colocar a serviço da Igreja, os dons que recebemos do Senhor. 
 

Diana María Guzmán, UAC, 
Promotor Nacional de Formação, 
Colômbia.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Inspiração e modelo na promoção do apostolado na vida e na obra de São Vicente Pallotti

Homilia do Reitor Geral da SAC, Pe. Jacob Nampudakam, do terceiro dia do Tridum em honra de São Vincente Pallotti, proclamada na igreja de SS. Salavadore in Onda em Roma.


Caros irmãos e irmãs em Cristo!
Neste último dia do tríduo em honra do santo Fundador, somos convidados a meditar sobre o tema: “Inspiração e modelo na promoção do apostolado na vida e na obra de São Vicente Pallotti”.
Iniciamos nossa reflexão partindo do texto do Evangelho de hoje sobre a missão dos setenta e dois discípulos (cf. Lc 10,1- 12). Junto com o envio dos doze apóstolos, episódio trazido também por Marcos e Mateus, Lucas nos narra também um segundo episódio, que lhe próprio: o envio em missão dos setenta e dois discípulos. A intenção é mostrar que a missão não é confiada unicamente ao estreito grupo dos apóstolos, mas ao círculo mais vasto dos discípulos. A tarefa de anunciar Cristo entra na vocação cristã de cada batizado e deve estender-se a toda a terra: o número setenta e dois retoma a tradição judaica que considerava que as nações da terra fossem, precisamente, setenta e duas. Conhecemos bem o conceito de apostolado universal, ou seja, a chamada de todos os batizados a participar na missão da Igreja, profeticamente intuído pro S. Vicente e aceito totalmente, hoje, pela Igreja.
O evangelista introduz o episódio, ligando-o às palavras sobre o seguimento:
“Enviou-os dois a dois...”. A missão supõe um envio e envio missionário, isto é, cada cristão deve estar consciente que recebeu um encargo que deve realizar com fidelidade e nos termos estabelecidos. No conceito de enviar está também a ideia de viagem, de partir, de dispersão: “Ide!”. Não são os povos que devem encaminhar-se em direção dos discípulos, mas os discípulos é que devem correr em direção dos povos. Este modo de pensar a missão acentua fortemente a ideia da universalidade e do serviço, um tema tão caro ao Papa Francisco: ir em busca das ovelhas e não fechar-nos dentro de nós mesmos ou de nossas estruturas.
Mas quais são os comportamentos e sentimentos que Jesus pretende de seus missionários?
1.      Antes de tudo, a consciência da urgência e da vastidão da tarefa: “A messe é
grande...”. Desta consciência jorra a necessidade da oração: “Pedi ao dono da messe...”. A urgência e a vastidão da tarefa são sublinhadas por outra advertência: “Pelo caminho não saudeis a ninguém”. Não há tempo para conversações inúteis, para coisas secundárias. O discípulo concentra-se sobre o essencial e não há tempo a perder. A realidade é que há muito trabalho a fazer. Posso testemunhá-lo na minha pequena experiência no mundo palotino. O povo de Deus nos espera na Itália, em Moçambique, no Vietnam, em Cuba, etc. Respondemos-lhes simplesmente que não temos nem pessoal, nem dinheiro? A questão central é: que critério usamos nas nossas escolhas: o Evangelho ou as nossas seguranças?
2.      A segunda atitude sugerida pelo Evangelista é a pobreza: “Não leveis nem
bolsa, nem sacola...”. Trata-se de uma liberdade indispensável para que a pureza do Evangelho seja salva e o modo de viver torne acreditável o mesmo Evangelho. Mostra, de fato, diante de todos a confiança que o missionário tem no Pai. Eis o verdadeiro desafio para todos nós. É verdade: a pergunta sobre quem paga pelo que fazemos, permanece válida. Também é verdade que alguém pagou por aquilo que temos. Mas, se o que fazemos é uma verdadeira obra de Deus, se não é somente um reino que construímos por nós mesmos, se o que diz o Evangelho é verdadeiro e se acreditamos nestas palavras, encontraremos o pessoal e os meios necessários. Tendo entrevisto a possibilidade e dando-me conta da importância de abrir uma missão no Vietnam, fiz um apelo a um Reitor Regional, pedindo-lhe pessoas disponíveis a partir: com grande surpresa dois membros jovens e capacitados estão prontos a ir ao Vietnam. Estamos à espera de um Bispo que os acolha.
3.      Por fim, a terceira atitude: a consciência e a aceitação de uma situação
desproporcional: “Eu vos envio como cordeiros ao meio de lobos”. O choque com o mundo não é com armas iguais, mas o cristão deve ter fé na Palavra que anuncia, mesmo se esta parece inadequada em relação com a tarefa. Frequentemente é a falta de fé que impede a Palavra de manifestar a força de Deus que ela esconde. O sucesso de nosso trabalho apostólico ou missionário não é determinado pelo número de membros ou da soma de dinheiro no banco, mas pelo espírito evangélico e santidade de vida de quem é enviado. Uma das missões mais dinâmicas da nossa Sociedade é aquela de Arunachal Pradesh, no nordeste da Índia, fundada por um confrade que partiu para essas montanhas do Himalaya, quando tinha mais de 70 anos.

Retornando a São Vicente, podemos constatar que ele desenvolveu uma profunda base teológica, espiritual e mística para sua inspiração e para seu modelo apostólico. Para compreendê-lo melhor é preciso iniciar pela experiência que ele fez de Deus, amor infinito e misericordioso, partindo da Sagrada Escritura: “Deus tanto amou o mundo a ponto de dar-lhe seu Filho Unigênito” (Jo 3,16). “Esta é a vida eterna: que te conheçam a Ti, o único Deus, e aquele que enviaste, Jesus Cristo” (Jo 17,3). “Por isso... fixai bem os olhos em Jesus, o Apóstolo...” (Hb 3,1). São Vicente Pallotti, inspirando-se continuamente na Sagrada Escritura e evidenciando o primado da graça de Deus, fixava seu olhar sobre o Enviado do Eterno Pai, isto é, o Apóstolo do Eterno Pai: “Nosso Senhor Jesus Cristo é o Apóstolo do Divino Pai Eterno porque enviado por Ele (...) O apostolado de Jesus Cristo é a sua obediência ao preceito do Pai celeste...”. O carisma do Fundador e a sua espiritualidade expõem à luz a dimensão apostólica da vida e da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Fonte, origem mestre de todo apostolado para os que pertencem à União é Jesus Cristo, Apóstolo do Eterno Pai” (cf. Hb 3,1), diz o Estatuto da União. Assim Vicente Pallotti, que quis ter e viver “os mesmos sentimentos que tinha Jesus Cristo” (Fl 2,5), mostra-se um Seu grande imitador e seguidor. Portanto, os sentimentos de Jesus tornam-se o ritmo da vida do santo Fundador. Diz São
Vicente: “A vida de Jesus Cristo é a minha vida... A crucifixão de Jesus Cristo é minha... A obediência de Jesus Cristo é minha... A fortaleza de Jesus Cristo é minha... As obras de Jesus Cristo são minhas obras... a pregação feita por Jesus Cristo aos pobres é minha... a plenitude do poder do Sacrifício de Jesus Cristo é minha... Em resumo, como dizia São Paulo, “Eu vivo, mas não eu, Cristo vive em mim”. Esta era a sua regra. 
E este também é o programa dos membros da sua Fundação. “A regra fundamental da nossa mínima Congregação é a vida de N. S. Jesus Cristo, para imitá-lo com humildade e confiança, com toda a possível perfeição, em todas as Obras da Vida oculta, e do público ministério evangélico, para a maior glória de Deus Pai celeste, e para a maior santificação da nossa alma e dos nossos próximos...”.
Conhecer, amar e seguir o Apóstolo do Pai: eis a dinâmica da vida de
São Vicente Pallotti e a fundamental inspiração da sua espiritualidade e o modelo do seu apostolado. Neste contexto compreendemos melhor a convicção e a paixão interior de Vicente Pallotti, expressas nas palavras seguintes: “A cada um mandou Deus procurar a salvação eterna do seu próximo; e como para realizar tais preceitos devemos imitar Jesus Cristo, que é o Apóstolo do Eterno Pai, por isso a vida de Jesus Cristo, que é o seu apostolado, deve ser o modelo do Apostolado de cada um; e como todos somos chamados, e mais, obrigados a imitar Jesus Cristo, assim todos, na proporção de sua condição e estado, são chamados ao Apostolado...”
Neste dia em que tantos membros da família Palotina estão reunidos para honrar o nosso Santo Fundador Vicente Pallotti, quereria insistir que a verdadeira inspiração e modelo para a nossa vida e apostolado é sempre Jesus, o Apóstolo do Pai. Chegou o momento de meditar profundamente sobre estas palavras do nosso Fundador e de colocá-las em prática. A vida mesma de Jesus era o seu apostolado. Portanto, o apostolado não é tanto uma questão de fazer, mas de ser, de dar testemunho de Jesus Cristo. Da minha pequena experiência na Sociedade do Apostolado Católico, gostaria de tomar em consideração quatro pontos que considero de grande importância para nós.
            Em primeiro lugar, temos necessidade de voltar sempre mais ao espírito do Evangelho, à vida e às obras de Jesus. Isto deve sempre ser o centro de nossa meditação. Isto significa que a Palavra de Deus deve tornar-se a luz constante para nossos passos.
Em segundo lugar, devemos descobrir mais profundamente e viver mais concretamente a espiritualidade de São Vicente Pallotti. Ele é um santo, um místico e um profeta do nosso tempo. Ele nos ensinará e nos guiará no seguimento de Jesus. Maria, Rainha dos Apóstolos, nos sustentará com sua materna solicitude e proteção.
Em terceiro lugar temos necessidade de redespertar mais o zelo missionário. Trata-se de um espírito missionário que deriva de nossa imitação de Jesus, o Apóstolo do Pai. Este espírito missionário deveria ser o fruto de um profundo caminho espiritual e não só um conjunto de projetos humanos. Deve ser a nossa resposta ao grito do povo de Deus.
Em quarto lugar a Eucaristia e a adoração ao Santíssimo Sacramento são os dois meios mais eficazes para viver a comunhão com Jesus. Temos necessidade de mais tempo para a adoração do Senhor e para contemplar e experimentar o seu amor e a sua misericórdia para connosco e para com o povo de Deus, em particular pelos mais necessitados. Neste sentido o nosso carisma encontrou sua concretização na vida e nas obras das Irmãs Eucarísticas Palotinas que, como lembra já o nome, colocam a dimensão eucarística da vida cristã no centro do seu apostolado. Temos necessidade de ter o coração compassivo de Jesus para servir o seu povo, justo como Vicente fez e como está fazendo agora Papa Francisco, dando-nos um testemunho autêntico. A vida cristã e o nosso mandato missionário reclamam de nós que demos testemunho do Senhor crucificado e ressuscitado e nas suas obras de compaixão e de amor.
Trago-vos o testemunho vivo e autentico de um cristão, de um pastor segundo o Coração de Jesus. A 16 de janeiro de 2015, depois da missa na catedral da cidade, Papa Francisco ficou uns vinte minutos na companhia de meninos da rua, nas Filipinas. As autoridades filipinas tinham decidido “dar hospedagem” a estes meninos de rua em centros de detenção para “ter ruas limpas”, por ocasião da visita do Papa. Mais tarde, durante o encontro com os jovens de Manila, o Santo Padre citou a pergunta de Jun, ex-menina de rua que, chorando, perguntava: “Por que Deus permite isto, e por que tão poucas pessoas nos ajudam?”. “Convido a cada um de vós, acrescentou, a perguntar-se: aprendi a chorar quando vejo uma criança com fome, um menino de rua que usa drogas, um menino sem casa, abandonado, abusado, que a sociedade escraviza?”. “Ela compreendeu o nosso drama, - prosseguiu Papa Francisco - ao mundo de hoje falta a capacidade de como chorar; choram os marginalizados, choram os desprezados, porém não entendemos muito estas pessoas se não choramos; certas verdades da vida só se veem com os olhos das lágrimas. Esta é primeira coisa que vos queria dizer: prendamos a chorar – concluiu – como hoje nos ensinou o testemunho; a grande resposta que podemos dar à grande pergunta de hoje é: ‘aprendamos a chorar”. “Quando o coração é capaz de fazer-se esta pergunta e de chorar, - disse o Papa – podemos compreender; há uma compaixão mundana que, ao máximo, nos faz meter a mão no bolso e dar uma moeda. Se Cristo tivesse tido este tipo de compaixão teria passado, teria curado três ou quatro e teria retornado ao Pai”.
Portanto, eis o verdadeiro sentido de seguir Jesus Cristo, Apóstolo do Eterno
Pai, como escutamos também na Primeira Leitura do Profeta Isaías: “Não é antes este o jejum que quero: romper as cadeias iníquas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos e quebrar toda espécie de jugo? Não consiste, talvez, em dividir o pão com o que tem fome, dar abrigo aos infelizes sem asilo, vestir os maltrapilhos, em lugar de desviar-se de seu semelhante? Então a tua luz surgirá como a aurora, a tua ferida cicatrizará logo. A tua justiça caminhará diante de ti e a glória do Senhor te seguirá” (Is 58,6-9).
Boas festas para todos vós! Rezo para que nós, membros da grande família de São Vicente Pallotti, descubramos, sempre com mais profundidade, a herança espiritual e apostólica deste santo, místico e profeta; vivamos com grande empenho e alegria a nossa vocação cristã e missionária, sempre a serviço da única Igreja de Jesus, Apóstolo do Pai. Rezemos para que, pela intercessão de Maria, Rainha dos Apóstolos, o Evangelho seja verdadeiramente a única regra de nossa vida e de nosso apostolado. Amém.
Pe. Jacob Nampudakam SAC
Reitor Geral da SAC
Roma, 21 de janeiro de 2015