Durante o Natal,
contemplamos o mistério da Encarnação, voltamos nosso olhar ao Emanuel, Deus
conosco, sua presença nos encheu de profunda alegria e esperança, renovando a
nossa força para o novo ano. Deixai que o contemplemos continuamente em nossa
experiência pessoal e comunitária, "Jesus, uma alegria que se renova e se
comunica".
Ver a
nós mesmos como parte de toda Igreja
que
evangeliza - Preparação espiritual para o
Congresso
Geral da União em julho de 2015.
“Ser Igreja significa ser Povo de Deus, de
acordo com o grande projeto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus
entre a humanidade. Quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus em nosso
mundo, que às vezes se perde, que tem necessidadede respostas que o encorajem, que
deem esperança e novo vigor na jornada. A Igreja deve ser o lugar da
misericórdia gratuita, onde todos podem se sentirem acolhidos, amados, perdoados
e encorajados a viver segundo a vida boa do Evangelho”(Evangelii Gaudium, 114).
“Em nossa
preparação espiritual ao Congresso Geral, consideramo-nos como Igreja imersa no
‘‘hoje”. Em um mundo contemporâneo caracterizado por uma contínua transição
social-cultural-religiosa, com marca pluralistae com preponderância do
individualismo, como é entendida a Igreja hoje? Como vê a si mesma? Como
instituição orgânica e hierárquica, uma multinacional com um famoso líder
religioso, uma estrutura ou um edifício “da porta ao lado”, um lugar onde as
pessoas podem se reunir para rezar e professar a fé, ou um grupo privilegiado
que professa uma religião? Estas perguntas muitos a invocam, tanto aqueles que
fazem parte da Igreja, tanto por aqueles que estão distantes. Acima de tudo, a
questão fundamental que se coloca é a seguinte: é a Igreja uma resposta à falta
de sentido e o sofrimento daqueles que perderam a esperança e a alegria de
viver?
A Igreja é antes de
tudo um povo peregrino em direção a Deus, um mistério que tem suas raízes na
Trindade, porque "o mistério da
Santíssima Trindade é a fonte, o modelo e a meta do mistério da Igreja:"um
povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo” chamado em Cristo
como"o sacramento, ou,seja o sinal e o instrumento da íntima união com
Deus e da unidade de todo o gênero humano” (Documento Aparecida, 155). Este mistério da Igreja existe
concretamente na história de um povo peregrino e evangelizador (EG 111), um povo
escolhido e chamado por Deus. “Jesus não
disse aos Apóstolos para formar um grupo exclusivo, um grupo de elite”. Jesus
disse: "Ide e fazei discípulos de todas as nações (Mt 28,19)” (EG
113); assim a Igreja é enviada por Jesus Cristo como um sacramento de salvação
oferecida por Deus, e, através da sua missão evangelizadora, coopera como um
instrumento da graça divina para anunciar a salvação a todos (EG 112) e
continua a missão salvífica de Jesus Cristo na história .
"A Igreja existe para evangelizar" (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi, 14) e qual é o seu
programa de evangelização? “O programa já
existe: é o mesmo de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição viva.
Centra-se, em última análise, em Cristo mesmo que deve ser conhecido, amado e
imitado para viver n'Ele a vida trinitária e com Ele transformar a história até
à sua plenitude na Jerusalém celeste. É um programa que não muda com a variação
dos tempos e das culturas, mesmo seleva em conta o tempo e a cultura para o
verdadeiro diálogo e uma comunicação eficaz” (João Paulo II, Novo Millennio Ineunte, 29).
Todos os batizados
são envolvidos neste programa, porque "em
todos os batizados, do primeiro ao último, operaa força santificante do
Espírito que nos impele a evangelizar" (EG119) porque:
“em virtude do Batismo recebido, cada membro do
Povo de Deus tornou-se discípulo missionário (cfr. Mt 28,19). Cada pessoa
batizada, seja qual for a sua função na Igreja e o nível de formaçãodasua fé, é
um sujeito ativo da evangelização” (EG 120).
Recordamos as
palavras de São Vicente Pallotti sobre o Apostolado Universal; Ele nos encorajaa
uma responsabilidade partilhada e participação ativa na tarefa da
evangelização: “Então consolide cada
católico que vive na Igreja de Jesus Cristo; porque seja sacerdote,ou sejaleigo
se com seus talentos, energias, relações, profissão, palavras, substâncias e
bens terrenos, e se não for com outro, pelo menos, com suas orações fará quanto
pode, para que a fé emJesus Cristoseja propagada em todo o mundo alcançará o
mérito do apostolado, e tanto maior quanto mais empregarápara tal fim dinheiro,bens
materiais, talentos, obras, orações ... ” (OOCC III 145-146).
Papa Francisco nos recorda
que todo batizado é um sujeito ativo da evangelização: “seria inadequado pensar em um esquema de evangelização que fosse
levado à frente por atores qualificados em que o resto do povofielfosse apenas
receptivo por suas ações. A nova evangelização deve implicar um novo protagonismo
de cada batizado” (EG 120). Este envolvimento pessoal comporta “uma forma de pregação, que competea todos
nós como um compromisso diário. Trata-se de levar o Evangelho às pessoas com as
quais todo mundo tem o que fazer, tanto aos de perto como aos desconhecidos. É
a pregação informal que se pode realizar durante uma conversação e é também
aquela que um missionário faz quando visita uma casa. Ser discípulo significa
ter a disposição permanente para levar aos outros o amor de Jesus e isso ocorre
espontaneamente em qualquer lugar, na rua, na praça, no trabalho, em uma
estrada” (EG 127).
É importante que a
Igreja cresçacomo protagonista da evangelização constantemente evangelizada, de
modo que toda inteira possa evangelizar: assim que “todos devemos deixar que os outros nos evangelizem constantemente;mas
isso não significa que devemos renunciar a missão evangelizadora, mas sim
encontrar a maneira de comunicar Jesus quecorresponda a situação em que nos
encontramos”(EG 121). Além disso, devemos ter claro em mente que o Espírito
Santo nos forma para isso, enriquecendo-nos com diferentes carismas, dons para
renovar e construir a Igreja, os quais "não são um patrimônio fechado, entregue a um grupo para que o proteja;
ao contrário, trata-se dos dons do Espírito integrados ao corpo eclesial,
atraídos em direção ao centro, que é Cristo, onde são canalizados em um impulso
evangelizador. Um sinal claro da autenticidade de um carisma é a sua natureza
eclesial, sua capacidade de integrarharmoniosamente na vida do povo santo de
Deus para o bem de todos” (EG 130).
Conclusão:
A Igreja, compreendida como
todo o povo de Deus, que evangeliza, deve ser continuamente evangelizado,
chamada a viver a imagem da comunidade Trinitária, enriquecida pelos dons do
Espírito Santo e com o ativo envolvimento pessoal de cada um dos batizados.
Questões para reflexão pessoal e/ou comunitária:
• Sinto-me parte do
povo de Deus, escolhido e chamado por Ele para continuar a missão salvífica de
Jesus Cristo na história?
• Como pessoa
batizada,sou chamada a crescer como evangelizadora e ser constantemente
evangelizada? Conheço, amo, e imito Jesus Cristo? Querorealmente estabelecer uma relação de
comunhão com os outros? Com minhas ações contribuo para a transformação dos que
estão em torno a mim (família, comunidade, trabalho)? Permito que os outros me evangelizem?
• Como pessoa
batizada, sou sujeito de evangelização que anuncia explicitamente Jesus Cristo?
Como o realizo?
• Estou fazendo
frutificar os dons que recebi de Deus para servir a comunidade, para a
construção da Igreja?
Ação concreta:
No próximo ano reconheçamos
os espaços eclesiais onde podemos evangelizar e ser evangelizados, a fim de
colocar a serviço da Igreja, os dons que recebemos do Senhor.
Diana María Guzmán, UAC,
Promotor Nacional de Formação,
Colômbia.