quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Apóstolos Hoje - janeiro 2015



Durante o Natal, contemplamos o mistério da Encarnação, voltamos nosso olhar ao Emanuel, Deus conosco, sua presença nos encheu de profunda alegria e esperança, renovando a nossa força para o novo ano. Deixai que o contemplemos continuamente em nossa experiência pessoal e comunitária, "Jesus, uma alegria que se renova e se comunica".

Ver a nós mesmos como parte de toda Igreja
que evangeliza - Preparação espiritual para o
Congresso Geral da União em julho de 2015.

Ser Igreja significa ser Povo de Deus, de acordo com o grande projeto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus entre a humanidade. Quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus em nosso mundo, que às vezes se perde, que tem necessidadede respostas que o encorajem, que deem esperança e novo vigor na jornada. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos podem se sentirem acolhidos, amados, perdoados e encorajados a viver segundo a vida boa do Evangelho”(Evangelii Gaudium, 114).
“Em nossa preparação espiritual ao Congresso Geral, consideramo-nos como Igreja imersa no ‘‘hoje”. Em um mundo contemporâneo caracterizado por uma contínua transição social-cultural-religiosa, com marca pluralistae com preponderância do individualismo, como é entendida a Igreja hoje? Como vê a si mesma? Como instituição orgânica e hierárquica, uma multinacional com um famoso líder religioso, uma estrutura ou um edifício “da porta ao lado”, um lugar onde as pessoas podem se reunir para rezar e professar a fé, ou um grupo privilegiado que professa uma religião? Estas perguntas muitos a invocam, tanto aqueles que fazem parte da Igreja, tanto por aqueles que estão distantes. Acima de tudo, a questão fundamental que se coloca é a seguinte: é a Igreja uma resposta à falta de sentido e o sofrimento daqueles que perderam a esperança e a alegria de viver?
A Igreja é antes de tudo um povo peregrino em direção a Deus, um mistério que tem suas raízes na Trindade, porque "o mistério da Santíssima Trindade é a fonte, o modelo e a meta do mistério da Igreja:"um povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo” chamado em Cristo como"o sacramento, ou,seja o sinal e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” (Documento Aparecida, 155). Este mistério da Igreja existe concretamente na história de um povo peregrino e evangelizador (EG 111), um povo escolhido e chamado por Deus. “Jesus não disse aos Apóstolos para formar um grupo exclusivo, um grupo de elite”. Jesus disse: "Ide e fazei discípulos de todas as nações (Mt 28,19)” (EG 113); assim a Igreja é enviada por Jesus Cristo como um sacramento de salvação oferecida por Deus, e, através da sua missão evangelizadora, coopera como um instrumento da graça divina para anunciar a salvação a todos (EG 112) e continua a missão salvífica de Jesus Cristo na história .
"A Igreja existe para evangelizar" (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi, 14) e qual é o seu programa de evangelização? “O programa já existe: é o mesmo de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição viva. Centra-se, em última análise, em Cristo mesmo que deve ser conhecido, amado e imitado para viver n'Ele a vida trinitária e com Ele transformar a história até à sua plenitude na Jerusalém celeste. É um programa que não muda com a variação dos tempos e das culturas, mesmo seleva em conta o tempo e a cultura para o verdadeiro diálogo e uma comunicação eficaz” (João Paulo II, Novo Millennio Ineunte, 29).
Todos os batizados são envolvidos neste programa, porque "em todos os batizados, do primeiro ao último, operaa força santificante do Espírito que nos impele a evangelizar" (EG119) porque:
“em virtude do Batismo recebido, cada membro do Povo de Deus tornou-se discípulo missionário (cfr. Mt 28,19). Cada pessoa batizada, seja qual for a sua função na Igreja e o nível de formaçãodasua fé, é um sujeito ativo da evangelização” (EG 120).
Recordamos as palavras de São Vicente Pallotti sobre o Apostolado Universal; Ele nos encorajaa uma responsabilidade partilhada e participação ativa na tarefa da evangelização: “Então consolide cada católico que vive na Igreja de Jesus Cristo; porque seja sacerdote,ou sejaleigo se com seus talentos, energias, relações, profissão, palavras, substâncias e bens terrenos, e se não for com outro, pelo menos, com suas orações fará quanto pode, para que a fé emJesus Cristoseja propagada em todo o mundo alcançará o mérito do apostolado, e tanto maior quanto mais empregarápara tal fim dinheiro,bens materiais, talentos, obras, orações ... ” (OOCC III 145-146).
Papa Francisco nos recorda que todo batizado é um sujeito ativo da evangelização: “seria inadequado pensar em um esquema de evangelização que fosse levado à frente por atores qualificados em que o resto do povofielfosse apenas receptivo por suas ações. A nova evangelização deve implicar um novo protagonismo de cada batizado” (EG 120). Este envolvimento pessoal comporta “uma forma de pregação, que competea todos nós como um compromisso diário. Trata-se de levar o Evangelho às pessoas com as quais todo mundo tem o que fazer, tanto aos de perto como aos desconhecidos. É a pregação informal que se pode realizar durante uma conversação e é também aquela que um missionário faz quando visita uma casa. Ser discípulo significa ter a disposição permanente para levar aos outros o amor de Jesus e isso ocorre espontaneamente em qualquer lugar, na rua, na praça, no trabalho, em uma estrada” (EG 127).
É importante que a Igreja cresçacomo protagonista da evangelização constantemente evangelizada, de modo que toda inteira possa evangelizar: assim que “todos devemos deixar que os outros nos evangelizem constantemente;mas isso não significa que devemos renunciar a missão evangelizadora, mas sim encontrar a maneira de comunicar Jesus quecorresponda a situação em que nos encontramos”(EG 121). Além disso, devemos ter claro em mente que o Espírito Santo nos forma para isso, enriquecendo-nos com diferentes carismas, dons para renovar e construir a Igreja, os quais "não são um patrimônio fechado, entregue a um grupo para que o proteja; ao contrário, trata-se dos dons do Espírito integrados ao corpo eclesial, atraídos em direção ao centro, que é Cristo, onde são canalizados em um impulso evangelizador. Um sinal claro da autenticidade de um carisma é a sua natureza eclesial, sua capacidade de integrarharmoniosamente na vida do povo santo de Deus para o bem de todos” (EG 130).
 Conclusão:
A Igreja, compreendida como todo o povo de Deus, que evangeliza, deve ser continuamente evangelizado, chamada a viver a imagem da comunidade Trinitária, enriquecida pelos dons do Espírito Santo e com o ativo envolvimento pessoal de cada um dos batizados.
Questões para reflexão pessoal e/ou comunitária:
• Sinto-me parte do povo de Deus, escolhido e chamado por Ele para continuar a missão salvífica de Jesus Cristo na história?
• Como pessoa batizada,sou chamada a crescer como evangelizadora e ser constantemente evangelizada? Conheço, amo, e imito Jesus Cristo?  Querorealmente estabelecer uma relação de comunhão com os outros? Com minhas ações contribuo para a transformação dos que estão em torno a mim (família, comunidade, trabalho)? Permito que os outros me evangelizem?
• Como pessoa batizada, sou sujeito de evangelização que anuncia explicitamente Jesus Cristo? Como o realizo?
• Estou fazendo frutificar os dons que recebi de Deus para servir a comunidade, para a construção da Igreja?
Ação concreta:

No próximo ano reconheçamos os espaços eclesiais onde podemos evangelizar e ser evangelizados, a fim de colocar a serviço da Igreja, os dons que recebemos do Senhor. 
 

Diana María Guzmán, UAC, 
Promotor Nacional de Formação, 
Colômbia.

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