Diante deste contexto palotino, gostaria de partilhar com vocês algumas reflexões sobre a Epifania palotina, isto porque no final do mês de novembro passado (28-29/11/2009), o Instituto Pallotti, na Polônia, organizou seu simpósio semestral, com o tema: “A prática do solene Oitavário da Epifania de Pallotti – um acontecimento ou uma herança?”
Durante os dois dias do simpósio, tratou-se sobre alguns aspectos da Epifania palotina: iniciando com traços litúrgicos da festa, seguidos pela descoberta do fenômeno do Oitavário proposto por Pallotti e a celebração do Oitavário na tradição polonesa, para atingir a perspectiva moderna da celebração da Epifania palotina (com base em algumas experiências realizadas na Itália, Brasil e México).
Não é nenhuma novidade o fato de interrogar-se sobre a possibilidade de recuperar ou relançar, hoje, a proposta da Epifania de Pallotti. É inconteste a forma litúrgica usada por ele, isto é, que a oitava fosse só uma forma tirada da idéia e da mensagem do mistério celebrado na Epifania. O evento dos Magos, enquanto símbolo da universalidade da Igreja e da vocação de todos os povos à salvação, para Pallotti, constituía um mistério mais que correspondente e conforme a sua intuição da obra do Apostolado Universal. Vale a pena mencionar ainda, dois aspectos do Oitavário de Pallotti, que refletem a idéia da União do Apostolado Católico.
A UNIVERSALIDADE PARA A UNIDADE: no programa do Oitavário de cada ano, Pallotti propõe para cada dia da oitava, a celebração da missa nos diversos ritos da Igreja. A exemplo do programa de 1840, além do rito latino, aparecem também os ritos: armeno, sírio, caldeu, grego, maronita, greco-melquita, siro-maronita. Evidentemente, tais celebrações não constituíam como único elemento do Oitavário, mas mostravam a intenção de São Vicente Pallotti de dar vida às diversidades existentes no interior da nossa Santa Igreja.
Por isso, através da liturgia, orientava a diversidade dos ritos, das culturas e das línguas, em busca da unidade. Por outro lado, permitia experimentar que a diversidade respeitada, conhecida e avaliada poderia favorecer a unidade. Deste modo, Pallotti fazia resplandecer a precisa variedade que adorna a Santa Igreja (cf. OOCC I, 349), e como se mantém a unidade da Igreja na variedade dos ritos, das línguas e das nações (cf. OOCC I, 342).
O APOSTOLADO PARA A EVANGELIZAÇÃO: o convite feito para cada Oitavário tinha sempre o caráter missionário. Visava o crescimento, a defesa e a propagação da piedade e da fé católica (cf. OOCC VI, 139). Com essa finalidade, durante os dias do Oitavário, os fieis eram sensibilizados com as necessidades concretas da obra evangelizadora. Muitos fiéis faziam doações em dinheiro, de objetos litúrgicos ou devocionais, que, após o Oitavário, eram fielmente distribuídos aos destinatários. Além disso, como bom pastoralista, Pe. Pallotti dava muita importância ao envolvimento de todos, para um bom desenvolvimento das funções do Oitavário. Eram convidados pregadores, comunidades religiosas, colégios, cardeais, clero secular e regular e tantos quantos pudessem colaborar... para formar um vínculo sagrado de unidade e de zelo nas obras de evangelização (cf. OOCC I, 339-340).
Com essa sua atitude, Pallotti animava e formava os fiéis para o apostolado e para a obra evangelizadora. Além disso, dava um concreto exemplo de como se deve colaborar e cooperar nas iniciativas apostólicas.
Gostaria de concluir desejando a todos que a Epifania torne-se para toda a Família Palotina, um lugar de união, na qual resplandeça a preciosa variedade, unidade e colaboração para o apostolado universal.
Mariusz Malkiewicz SAC
Konstancin-Jeziorna, Polonia
Konstancin-Jeziorna, Polonia
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