sábado, 13 de fevereiro de 2010

JESUS, EU CONFIO EM VÓS

Como no Domingo passado meditamos que os enviados do Senhor, mesmo participando de uma Divina vocação, reconheciam a sua limitação e pecado, assim o Senhor nos vem dizer que isso se estende a todos nós. O profeta Jeremias nos alerta: “Isto diz o Senhor: Maldito aquele que confia no homem e conta somente com a força humana, afastando o seu coração do Senhor.” (Jer 17,5) Por que o Senhor nos faz esta afirmação? Porque depois do pecado original a humanidade está radicalmente afectada por duas realidades que a debilitam, a saber: o pecado e a morte.

De facto afirma São Paulo: “Por isso, tal como por um só homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte, assim a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos pecaram...” (Rm 5,12) Porque todos pecaram, muitas vezes nos decepcionamos uns com os outros. Nosso Senhor já nos prevenia por Isaías: “É o Senhor quem o declara. Diz uma voz: «Proclama!» Respondo: «Que hei-de proclamar?» «Proclama que toda a gente é como a erva e toda a sua beleza como a flor dos campos! A erva seca e a flor murcha, quando o sopro do Senhor passa sobre elas. Verdadeiramente o povo é semelhante à erva. A erva seca e a flor murcha, mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente.» (Is 40,3)

Se o ser humano tornou-se um apoio falho, para onde devemos redireccionar a nossa confiança? Jesus disse a Santa Faustina“Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus eu confio em vós… Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na terra, a vitória sobre os inimigos, especialmente na hora da morte… Eu mesmo a defenderei como a Minha própria glória. Ofereço aos homens um vaso com o qual devem vir buscar graças na fonte da Misericórdia. Esse vaso é a Imagem com a inscrição: Jesus, eu confio em vós. Desejo que esta imagem seja venerada na capela e depois no mundo inteiro.”
Jesus é aquele que foi “… entregue por causa das nossas faltas e ressuscitado para nossa justificação.” (Rm 4,25) Dessa forma ele destruiu em si mesmo o que era a causa da fraqueza humana, a saber o pecado e a morte. Assim ele se tornou a rocha firme e a única rocha onde nós podemos e devemos colocar a nossa confiança.

Quem, então, colocará a confiança em Jesus? O mundo passageiro, as ilusões das riquezas, os prazeres fugazes nos enganam. Por isso Jesus disse: «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus. Felizes vós, os que agora tendes fome, porque sereis saciados. Felizes vós, os que agora chorais, porque haveis de rir. Felizes sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos expulsarem, vos insultarem e rejeitarem o vosso nome como infame, por causa do Filho do Homem.” (Lc 6, 20-22) Estes, em meio a estas tribulações, têm mais facilidade em depositar a sua confiança no Senhor.

O que fazer se alguém, ao invés, vive na riqueza, está saciado, se todos o louvam? A resposta, a Igreja nos dará neste tempo litúrgico que estamos para entrar: a Quaresma. Viver espontaneamente o desapego: mesmo se vive numa bela casa, tentar poupar muito para a generosidade; se a vida corre bem e não se tem razões para chorar, chorar os próprios pecados; se vive na saciedade e na fartura, privar-se ás vezes de coisas lícitas ate mesmo o Jejum. Isso porque a nossa confiança é Jesus. Esta confiança é a única que preenche o coração do homem e vai além da morte. Se alguém acha isso difícil, São Paulo nos encoraja: “E se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram.” (1 Cor 15,19-20)

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Pe. Marcelo

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