Voltando ao Evangelho vemos um facto estranho à primeira vista: nosso Senhor fala de uma figueira estéril no meio de uma vinha. A vinha sempre foi o símbolo do povo de Israel, onde o cristianismo nasceu e cresceu. Hoje em dia pode muito bem representar este mundo. O Pai ali plantou uma figueira. Ora, de uma figueira não se esperam uvas como da vinha, mas figos. Trazendo para a nossa realidade, muitos cristãos se sentem estranhos neste mundo e são incapazes de produzir os seus “frutos”: não roubam, não matam, não adulteram…. Porém por outro lado não produzem também os seus próprios frutos, frutos que Deus Nosso Senhor esperava dele ao colocá-lo no mundo. Que frutos são estes? São Paulo nos diz: “Por seu lado, é este o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, auto-domínio. Contra tais coisas não há lei.” (Gl 5,22) Ou seja, ele é “bonzinho”, não é mau como o mundo , mas não consegue produzir os frutos que deve. Desse Nosso Senhor, no livro do Apocalipse, tem palavras fortes a esse respeito: “Conheço as tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente. Assim, porque és morno - e não és frio nem quente - vou vomitar-te da minha boca.” (Ap 3,15) Jesus nosso Senhor é esse vinhateiro que pede ao dono da vinha pelos méritos da Sua Paixão e Ressurreição que espere mais um ano: ‘Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume. Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la.” (Lc 13, 8-9)
Nós Vos agradecemos Senhor Jesus, pois tantas vezes, pela nossa não fecundidade mereceríamos ter sido cortados já da vinha deste mundo, mas Vós intercedestes ao Pai por cada um de nós. O Pai do Céu quer nos atender naquilo que pedimos por meio dos méritos da Vossa Paixão para fazer de nós filhos não somente pelo sacramento do Baptismo, mas também pela vivência da vida no Espírito Santo. Por isso, Senhor, derrama mais uma vez sobre nós a plenitude do Vosso Espírito Santo, para que produzamos frutos dignos do Pai que com todo carinho nos plantou neste mundo e em nossa vocação específica. De modo especial Senhor, derramai a plenitude do Espírito Santo sobre todos os sacerdotes da Igreja neste ano sacerdotal para que correspondam ao Amor Infinito de Deus que os chamou a tão sublime vocação. A Vós, ao Pai e ao Espírito Santo seja a glória, a honra e o louvor para sempre. Amém.
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Em que circunstâncias Jesus hoje nos chama a produzir “frutos diferentes” daqueles que se produzem no mundo que nos rodeia. Qual é o “adubo” que, para tanto, hoje em dia, Ele deita em nossas raízes?
Pe. Marcelo
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