Caríssimos Padres e Irmãos da Sociedade do Apostolado Católico!
1. Estou contente de acolher-vos nesta Audiência especial e de enviar através de vossas pessoas uma cordial saudação a todos os membros de vosso Instituto, como também àqueles que partilham convosco, na Igreja, o mesmo carisma de São Vicente Pallotti. Estais vivendo vossa Assembléia Geral, em cujos trabalhos estais empenhados há já duas semanas. Trata-se de um acontecimento espiritual e eclesial, que se desenvolve no segundo ano de preparação para o Grande Jubileu do ano 2000, dedicado ao Espírito Santo. Convosco invoco o Espírito divino, para que vos ilumine no discernimento dos sinais dos tempos e vos leve a guardar e a desenvolver em nosso tempo a riqueza do vosso carisma.
2.Viver a fé significa inserir-se na existência de Cristo. Em Jesus nos é dado descobrir a nossa verdadeira natureza e valorizar plenamente a nossa dignidade pessoal. Anunciar Cristo para levar cada um a reentrar plenamente na imagem de Deus e no objetivo final da “nova evangelização”. Vós de modo particular, chamados por força do vosso carisma a reavivar a fé e a recender a caridade em todo ambiente, tende bem clara diante de vós a opção preferencial pela “imagem de Deus’, que aguarda ser descoberta na existência de cada irmão e de cada irmã. Reconhecei em cada um o rosto de Cristo, valorizando cada ser humano sem considerar sua condição ou seu estado.
3.O empenho pela santificação pessoal deve ser vivido no interior das vossas comunidades nas diversas partes do mundo: trabalhai unidos e concordes para serdes autênticas testemunhas do Evangelho para os que encontrais em vosso cotidiano ministério. Na Exortação Apostólica “Vita consecrata” escrevi que “a Igreja confia às comunidades de vida consagrada a missão particular de fazerem crescer a espiritualidade da comunhão, primeiro no seu seio e depois na própria comunidade eclesial e para além dos seus confins, iniciando ou retomando incessantemente o diálogo da caridade, sobretudo nos lugares onde o mundo de hoje aparece dilacerado pelo ódio étnico ou por loucuras homicidas” (n. 51). É testemunhando a vida fraterna, concebida como vida partilhada no amor, que vos tornais sinal eloqüente da comunhão eclesial (cf. VC 42).Esta profunda concórdia entre vós ajudar-vos-á a viver “a unidade em Cristo” e vos tornará aptos e dispostos para corresponder às necessidades espirituais e materiais de cada um. Quanto a isto, o vosso Fundador gostava de repetir que “o dom de cooperar para a salvação das almas é o mais divino de todos” (Opere complete XI, p. 257).
Este dom é partilhado, além do interior do vosso Instituto, com os leigos, os cotidianos colaboradores de vosso apostolado. Envolvei-os e acolhei-os na vossa vida de comunhão. “Hoje não poucos Institutos - escrevi na citada Exortação Apostólica “Vita consecrata”..., chegaram à convicção de que o seu carisma pode ser partilhado com os leigos” (n. 54). “Não raras vezes, a participação dos leigos traz inesperados e fecundos aprofundamentos de alguns aspectos do carisma, reavivando uma interpretação mais espiritual do mesmo e levando a tirar daí indicações para novos dinamismos apostólicos”(n. 55). Desta maneira, a União do Apostolado Católico, idealizada e fundada por S. Vicente Pallotti, permitir-vos-á não apenas coordenar os diversos recursos das vossas comunidades, mas também de inserir-vos no próprio coração da missão apostólica da Igreja no mundo de hoje.
Que vos ajude Maria, serva fiel e obediente do Senhor e exemplo excelente de fidelidade ao empenho apostólico! Unida em oração com os discípulos no Cenáculo de Jerusalém à espera do dom do Espírito Santo, ela vos oferece um exemplo de oração incessante, de disponibilidade e de engajamento ativo na missão da igreja. Graças à sua materna intercessão, renove Deus em vós e na vossa Sociedade os prodígios do Pentecostes.Renovando-vos o meu apreço pelo serviço apostólico que prestais à Igreja, dou-vos de coração uma especial Bênção Apostólica que de bom grado estendo a todos os membros das comunidades palotinas.
Do Vaticano, 1 de outubro 1998
João Paulo II
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