sábado, 31 de julho de 2010

Agosto Mês Vocacional

Começamos o mês de agosto,no qual rezamos à Deus por todas as vocações. Neste mês onde temos um grande Santo Padroeiro dos Padres, S. João Maria Vianney, rezamos junto com nosso fundador, São Vicente Pallotti pedindo a Deus através desta ladainha que mande operários para a tua messe.

Rezemos: - Senhor Jesus Cristo, pela redenção do mundo, te fizeste obediente até a morte. Tu dizias aos teus discípulos: “Rezai ao dono da messe, que mande operários à sua messe” (Mt 9,38). Digna-te fazer com que, em união com tua divina intenção, com a qual, ainda em vida, na terra, tu mesmo rezaste ao Pai, nós possamos dirigir a ti esta mesma oração e, pela tua infinita misericórdia, pelos méritos e intercessão da tua beatíssima Mãe Maria e a de todos os Santos, faze com que mereçamos ser atendidos. Amém.

-Cristo, Salvador do gênero Humano,

-Manda operários à tua messe.

- Cristo, esperança e salvação do gênero humano – manda...

-Cristo, guia e porta do gênero humano – manda...

-Cristo, mestre e doutor do gênero humano – manda...

-Cristo, pastor e cabeça da Igreja – manda...

-Cristo, caminho e verdade do gênero humano – manda...

- Cristo, mediador e advogado do gênero humano – manda...

- Cristo, pai e médico do gênero humano – manda...

-Cristo, por meio de uma estrela, te revelaste aos gentios – manda...

-Cristo, enviado a evangelizar os pobres – manda...

-Cristo, fizeste dos teus Apóstolos pescadores de homens – manda...

-Cristo, que percorreste cidades e aldeias a ensinar – manda...

-Cristo, que disseste ser a tua comida a conversão das almas – manda...

-Cristo, que quiseste que teus discípulos fossem a luz do mundo – manda...

-Cristo, que, à tua vinha, mandaste operários, que, à undécima hora ainda estavam ociosos – manda...

-Cristo, ao apóstolo Pedro e aos seus sucessores, deste o poder de ligar e desligar – manda...

-Cristo, que transformaste Paulo de perseguidor em vaso de eleição e doutor das gentes – manda...

-Cristo, que enviaste os teus discípulos a todo lugar aonde irias – manda...

-Cristo, que mandaste pregar o Evangelho a toda criatura - manda...

-Cristo, que mandaste trazer a ti, ao teu rebanho, as outras ovelhas – manda...

-Cristo, que pediste ao Pai que te desse, como herança, os povos e, como posse, os confins da terra – manda...

- Cristo, que constituíste a tua puríssima Mãe Padroeira e Rainha dos Apóstolos – manda...

-Cristo, pelos sacrossantos mistérios da humanidade redenção e pelos méritos e intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, concebida sem mancha, e de todos os santos – manda...

-Salva os teus servos, Senhor – Anuncia o teu nome a todas as gentes.

Rezemos: Ó Deus, tu quiseste reunir todos os povos na confissão do teu nome. Concede-nos querer e realizar isto que queres, a fim de que, para o povo chamado à vida eterna, uma seja a fé dos corações e uma piedade das obras.

    Deus, pastor e guia dos fiéis, olha propício para teus servo Bento XVI que escolheste para pastor da tua igreja. Concede-lhe, rogamos-te, que mediante a palavra e o exemplo, possa auxiliar aos que ele guia, para que, juntamente com eles, possa alcançar a vida eterna. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

    Á tua proteção recorremos, santa Mãe de Deus; não desprezes as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livra-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

São Vicente Pallotti

DINHEIRO UMA FALSA SEGURANÇA

“Guardai-vos escrupulosamente de toda avareza” (Lc 12,15) – é Jesus quem nos diz. Além do mais, como é curta a alegria dos avaros: “nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma” (Lc 12,19). Mas, vejamos: não se trata de ter ou não ter. A avareza é uma atitude, uma disposição má que nos leva a estar demasiado preocupados com os bens materiais, em juntá-los, em não gastá-los, em não partilhar. A avareza vai corroendo a pessoa humana e não a deixa ser feliz já que a um bem material sempre se pode juntar um novo bem, e assim por diante com a consequente preocupação de efectivamente conseguir esse novo objecto. O problema não está nas coisas, de fato as chamamos bens materiais. A avareza é uma atitude da pessoa, algo que está dentro do coração humano, como os outros vícios capitais.

Até parece que os produtos estão gritando nas grandes lojas: “Compra-me! Você necessita de mim! O que você tem já está velho! Sou muito melhor! Compra-me! Compra-me!” E nós, diante desse constante estímulo do “ter”, nos rendemos! O nosso “rico dinheirinho”, ou melhor, o “meu” (dinheiro não se partilha!) dinheiro tem que render cada vez mais, não pode sofrer nenhum prejuízo, e melhor ganhar mais que muito. Consumismo, hedonismo, avareza!

Como é importante praticar o desprendimento dos bens materiais, a generosidade e a magnificência, caso queiramos ver-nos livres da avareza. Um exercício interessantíssimo para começar a vencer a avareza é emprestar com alegria. Como custa! E, no entanto, esse desprendimento momentâneo de um bem material – que depois retornará a nós – pode ser um primeiro caminho de generosidade. Logicamente, não se trata de emprestar o do gasto diário a outros para praticar o desprendimento e a generosidade!

A avareza destrói amizades. Conta-se que três amigos que eram assaltantes, na hora de dividir o produto do roubo, pediram que um deles fosse comprar uma garrafa de whisky para comemorar o êxito da empresa. Enquanto o companheiro foi comprar a bebida pensou consigo o quê fazer para ficar com todo o dinheiro sem ter que dividi-lo: “- já sei, vou comprar o whisky e coloco veneno dentro, os dois morrem e o dinheiro será todo meu”, pensou decidido a colocar o seu plano em acção. Os outros dois que tinham ficado à espera do amigo que fora comprar o whisky pensaram entre si que seria muito mais interessante dividir o dinheiro entre dois que entre três: daria mais para cada um. Combinaram que quando o outro chegasse o matariam e ficariam com o dinheiro só para os dois. Decididos a executar o plano, assim que chegou o outro amigo com o whisky, mataram-no, e, em seguida, para comemorar um novo êxito… beberam o whisky! Morreram os três! E de quem seria o dinheiro, fruto do roubo e da avareza?

A avareza vai tirando a nossa vitalidade, impede a felicidade e nos faz mesquinhos. Quando notemos que a avareza, a preocupação desmedida por acumular, está tomando conta do nosso coração, reajamos imediatamente: ela corrói por dentro e nos faz infelizes. Está claro que um pai de família tem que se preocupar em garantir um futuro para os seus filhos, um universitário terá que preocupar-se em fazer uma pequena biblioteca pessoal, uma mãe de família terá que guardar as roupas da família para outros que virão, isso não é avareza. Além do mais, não se trata de ter ou não, mas de que haja uma atitude de desapego daquilo que temos… ou não temos!

                                                                                                                                  P. Luiz Maurício

Para as Células de Evangelização

Conhecemos alguém (s) realmente desprendido na nossa comunidade? Comentar sobre ela (s) e como fazer para seguir seu caminho de desapego?Temos sido generosos com as obras de evangelização de nossa Paróquia? 

segunda-feira, 26 de julho de 2010

39 Anos da JP também em Itaperuna-RJ

Unidos com os jovens palotinos de todo o Brasil, a Juventude Palotina de Itaperuna-RJ, comemorou neste domingo, dia 25 de julho de 2010, com uma Santa Missa em Ação de Graças na paróquia palotina de São Benedito, os 39 anos da Juventude Palotina no Brasil.Os membros da Juventude Palotina de Itaperuna-RJ, ficaram responsáveis por fazer a acolhida dos fies, preces da comunidade, procissão de ofertório e coleta. Todos ficaram surpresos com a “idade” da Juventude Palotina, já que na cidade, a JP é conhecida apenas há 2 anos aproximadamente.

Foi uma missa muito bonita, bem jovem, celebrada pelo Pe. Davi (que faz as férias de nosso pároco, Padre Estevão), uma missa alegre e dinâmica. Todos os membros da JP desempenharam muito bem suas funções.
Estamos todos super ansiosos para a tão esperada comemoração dos 40 anos da Juventude Palotina do Brasil, visto que é um tempo de ser realmente comemorado, já que numa sociedade cada vez mais distante de Deus, ainda existem jovens que dedicam suas vidas para a igreja, imitando os ensinamentos de Jesus e São Vicente Pallotti.

Parabéns a todos os Jovens Palotinos do Brasil, vocês são partes fundamentais para o sucesso da JP.
Agora, é começar a contagem regressiva para os tão sonhados 40 anos!!Estamos muito ansiosos ...

Quem venham os 40 anos!!!
Juventude Palotina Itaperuna – RJ

XX Festival Palotino

É com muita alegria que convidamos todos os nossos padres e irmãs palotinos, os seminaristas e noviços, leigos e leigas de todos as idades para o XX Festival Palotino.

Este ano vamos festejar em Itaipuaçu, com Padre Jacinto, em uma das mais novas paróquias palotinas do Mundo, pois tem apenas um ano.

Escolhendo o tema do XX Festival Palotino “Nossa Senhora na vida de São Vicente Pallotti”, tivemos como motivo principal o lugar importantíssimo de Nossa Senhora na vida espiritual de São Vicente.

Não queremos lembrar da devoção popular a Virgem Santíssima, que acompanhou vida de todos os santos da Igreja, mas queremos mostrar uma teologia e devoção especifica de Pallotti a Maria.

Desde a sua juventude, São Vicente Pallotti queria ser “todo de Deus”. Queria servir a Igreja com toda sua capacidade e desejava para que Jesus tomasse lugar dele na sua vida e vivesse nele.Para que este grandioso desejo pudesse ser realizado, Pallotti dirigiu suas preces a Maria. São Vicente viu em Nossa Senhora o exemplo de total entrega a Deus, chamando Ela de “Toda de Deus e sempre de Deus”. Mas acima de tudo, São Vicente viu em Maria sua Mãe, que é capaz de torná-lo seu filho.

E porque queria ser totalmente em Jesus, pedia a Virgem, para que lhe ajudasse a conceber tal graça.

No ultimo dia de 1832, Pallotti tinha uma experiência mística de “Casamento espiritual com Maria”, uma experiência muito rara e difícil de ser classificada pelo julgamento humano. Iniciativa deste esponsalício não vem de Pallotti. É a Nossa Senhora, que se dignou, em Sua misericórdia contrair Matrimonio Espiritual com Pallotti. Com dote deste casamento, Virgem oferece a São Vicente seu próprio e único conhecimento de Deus. Em primeiro lugar, Ela deixa-lhe conhecer Seu Próprio Filho. Este conhecimento é profundamente transformador e ajudará a Pallotti viver a vida do próprio Cristo.

Desde já esperamos todos os participantes do festival com as suas caravanas. Todos são os nossos convidados para fazermos juntos uma grande festa em Itaipuaçu, na capela N.S. de Aparecida - Recanto. O Festival terá início às 9:00 do dia 07 de setembro em 2010 com término previsto para as 17:00 horas. Juntos queremos ser um grande Cenáculo sob a proteção d Virgem Maria, rainha dos Apóstolos e o nosso pai, São Vicente Pallotti.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Festa de Santo Elias

A História de Novo Airão é fortemente ligada com a história das missões carmelitas no rio Negro no século XVIII. Por isso em alguns lugares da paróquia encontra-se forte devoção pelos santos carmelitas: Ângelo, Alberto e Elias.

A Festa do padroeiro da paróquia é celebrada em 5 de maio, quando muitas pessoas se reúnem para celebrar o dia de Santo Ângelo. Mas o município Novo Airão tem como padroeiro santo Elias. 20 de julho é o dia em que se celebra a festividade do santo profeta.

Santo Elias foi padroeiro da comunidade que foi fundada no século XVIII nas margens do Rio Negro. Os documentos relatam que os carmelitas tiveram uma missão em Airão e que o padroeiro era Santo Elias. Seu nome inicial foi Santo Elias do Jaú e está situada na margem direita do rio Negro a 44 léguas de sua foz.

Posteriormente a aldeia Santo Elias do Jaú recebeu o nome de Airão. As reformas pombalinas provocaram a ruína da maioria das missões. Com Airão não foi diferente. Houve época em que só tinha uma família morando ali. Provavelmente foi um missionário carmelita do Airão quem fundou uma missão ou construiu uma capela onde está o Novo Airão dedicada a Santo Ângelo.

Hoje em Airão, conhecido como Airão Velho vive poucas famílias. Nas ruínas da antiga cidade da para perceber a riqueza dos antigos habitantes. Mesmo que o santo Elias é padroeiro do município poucas pessoas participam da festa dele, tudo por causa da distancia. Para chegar de Novo Airão para Airão Velho precisa se de um dia subindo o Rio Negro no barco.

Chegando para comunidade, de longe pode se ver dois mastros com frutas e a bandeira com imagem de Santo Elias colocados na margem do rio. No dia 20 de julho as 17:00 horas começou a procissão com a imagem de santo Elias.

Moradores da comunidade e pessoas que chegaram especialmente para essa festa caminharam entre as ruínas da antiga cidade passando do lado as casinhas dos ribeirinhos. Em procissão participaram também as irmãs que atuam em Novo Airão: Joanina e Sandra.

Depois da procissão começou a santa missa celebrada pelos padres: José Maslanka SAC e Artur Karbowy SAC. Pe. José já bem conhecido em comunidades na margem do Rio Negro, pois 37 anos esta trabalhando nesta região, foi recebido com grande entusiasmo e carinho pelos moradores.

Pe. Artur lembrou a pessoa do santo Elias chamado também o Profeta de fogo. Segundo a tradição dos seguidores desse grande Profeta nasceu a Ordem do Carmo. Ele foi aquele que lutou pela defesa da verdadeira fé em um único Deus. No fim da sua caminhada pela terra uma carruagem com cavalos de fogo o levou para céu. Santo Elias lembra para todos nós que sempre, em qualquer circunstancias da vida, devemos defender nossa fé.

Como é de costume no fim da festa Pe. José batizou mais novos membros da comunidade.

Pe. Artur

sábado, 17 de julho de 2010

Encontro dos párocos Palotinos

Pela terceira vez no Centro de Formação “Cenáculo” em Roma aconteceu o “Encontro dos párocos Palotinos”. Quinze párocos representaram os Palotinos que trabalham na Índia (1), Brasil (4), Polônia (2), Ucrânia (1), Estados Unidos (2), Eslováquia (1), Alemanha (1), Áustria (1), Venezuela (1) e Camarões (1). Essa lista representa só alguns países onde nossos irmãos Palotinos prestam serviço de evangelizar. O Encontro foi conduzido pelo Pe. Zenon Hanas SAC e Pe. Piotr Banach SAC membros do Secretariado Geral para o Apostolado e acompanhado pelo Pe. Stanislaw Stawicki SAC.
Durante o encontro os párocos compartilharam a experiência pastoral de seu contexto cultural, procurando elementos comuns que caracterizam o trabalho da paróquia "estilo Palotino”, essas experiências práticas foram comparadas com a visão da Igreja em obras de São Vicente Pallotti. Em várias apresentações houve alguns elementos em comum: a abertura e hospitalidade em todas as paróquias, a sensibilidade aos sinais e necessidades dos tempos, criatividade na procura de novas iniciativas de pastoral em colaboração com todos os membros da Igreja e a participação de toda a vida da paróquia. Estas características estão presentes em ambas as reflexões dos participantes sobre a prática do ministério paroquial e em discursos dos peritos da espiritualidade Palotina. Os padres também participaram da audiência com o Papa Bento XVI, visitaram os lugares palotinos de Roma como Pia Casa de Caridade, a Igreja da SS. Salvatore em Onda, a Igreja do Espírito Santo dos Napolitanos e da Congregação para a Evangelização dos Povos.
Todos os participantes, que trabalham principalmente em igrejas locais, têm enfatizado a atmosfera fraterna, da universalidade e da internacionalidade do mundo da família Palotina. As diferentes linguagens utilizadas - Inglês, Polonês e Português - se por um lado, um grande desafio, mas por outro lado, um enriquecimento para todos. Todos notaram a utilidade e riqueza de tais reuniões, e espera que continue.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

HOSPEDAR CRISTO

Neste tempo de verão, temos a oportunidade de praticar ou receber de outros a virtude da hospitalidade. A Sagrada Escritura, nas leituras de hoje, fala-nos desta virtude. Vemos Abraão que hospeda com alegria os três misteriosos personagens que são uma figura de Deus Uno e Trino; no Evangelho, Marta e Maria que hospedam Nosso Senhor Jesus Cristo. Na Bíblia, existem outras passagens que exaltam esta virtude: “Que permaneça a caridade fraterna. Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela, alguns, sem o saberem, hospedaram anjos. Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos que são maltratados, porque também vós tendes um corpo.” (Heb 13,1-3); “Exercei a hospitalidade uns com os outros, sem queixas. Como bons administradores das várias graças de Deus, cada um de vós ponha ao serviço dos outros o dom que recebeu.” (1 Pd 4,9-19)  Em certas culturas como a Polaca, existem provérbios que incitam também a esta virtude: “Hóspede em casa, Deus em casa.”


Para além desta virtude humana e cristã que os textos da Palavra de Deus de hoje nos apresentam, existe uma forma mais profunda ainda de acolhermos a Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo em nossas casas: quando abrimos as nossas portas para que ali se realizem reuniões da Igreja de Deus. Foi o próprio Senhor quem o disse: “«Digo-vos ainda: Se dois de entre vós se unirem, na Terra, para pedir qualquer coisa, hão-de obtê-la de meu Pai que está no Céu. Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles.» (Mt 18,19-20)

Nos inícios da Igreja, as reuniões dos cristãos eram nas sinagogas judaicas e nas casas dos cristãos. Não havia ainda templos cristãos, e nem poderiam haver, pois a Igreja era perseguida. Recordamos a reunião da Igreja em casa dos pais do Evangelista Marcos quando o Apóstolo Pedro estava preso: “Enquanto Pedro estava encerrado na prisão, a Igreja orava a Deus, instantemente, por ele.”… “E, depois de reflectir, dirigiu-se a casa de Maria, mãe de João, de sobrenome Marcos, onde numerosos fiéis estavam reunidos a orar.” (Act 12,5.12) Somente com o Édito de Milão (313 D. C.) é que os cristãos tiveram liberdade de culto e puderam, sem problemas, construir igrejas e catedrais. Por um lado foi bom, mas por outro, foi-se perdendo a leveza e a agilidade de uma Igreja doméstica que perseguida em uma terra ia para outra com as famílias com uma grande força apostólica. Alguns movimentos, como as Células de Evangelização têm resgatado esta dinâmica essencial da Igreja primitiva, que deve voar com duas asas e não somente com uma: “nas casas e nos templos” (Cf. Act. 5,42). Este é o carisma das Células de Evangelização.

Se já hospedar alguém é acolher Jesus: “…a Mim mesmo o fizestes.” (Cf. Mt 25,40), muito mais acolher em nossa casa uma reunião da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nossa família se alegrará e nos sentiremos mais activos no apostolado; um apostolado que não acontece no proselitismo ou no fundamentalismo, mas no alargamento das relações de amizade, que acabam por fazer com que a Igreja seja cada vez mais “família de Deus”. Há pouco tempo, telefonando para o meu pai no Brasil, tive um bonito testemunho disto. Com as reuniões, lá em casa, do movimento Neo-Catecumenal, frequentado por minha mãe, meu pai ficou muito amigo de determinado senhor. Agora este senhor está internado no hospital e a sua esposa não aguentava mais ficar com ele o tempo todo, ao que meu pai se ofereceu para tanto. É um alargamento de família…. Igreja, família de Deus. São Paulo, tocado por este espírito estava disposto a tudo para o bem desta alargada família: “Agora, alegro-me nos sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja.” (Cl 1,24)

Estamos a encerrar o ano pastoral das Células. Várias delas estão com mais membros do que o recomendável. Isso significa que para o ano, vão-se multiplicar, se Deus quiser. Que muitas famílias de nossa comunidade possam fazer a experiência de acolher Nosso Senhor Jesus Cristo que visita a sua casa, pois foi ele quem prometeu: “…onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles.» (Mt 18,20) Vossa família certamente, não será mais a mesma.

Para as células de Evangelização:

1-      Em que circunstâncias sentistes tua família alargada por participares da Igreja de Cristo?

Pe. Marcelo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Festa Junina

No último fim de semana na paróquia palotina em Odivelas, Portugal, aconteceu a tradicional festa Junina. Todos os anos esta festa é organizada pela pastoral dos Brasileiros, os brasileiros que moram em Portugal se empenham para organizar toda festa, deixando em Portugal um gostinho de Brasil e da cultura mãe. É também uma forma de confraternização entre a comunidade paroquial, que com muita alegria se divertiu com musicas, danças, vestidos a caráter também puderam deliciaram-se com as comidas típicas. Foi uma festa animada e acolhedora.


















quarta-feira, 14 de julho de 2010

S. Vicente Pallotti no Vaaticano!

Com alegria, informamos que Pe. Gilberto Orsolin, Consultor Geral e Reitor da Casa Geral, acompanhando D. José Moreira da Silva, Bispo de Januária, Brasil em sua visita ad limina, ofereceu ao Santo Padre, Bento XVI, o mais recente livro sobre a vida de nosso Fundador "Vicente Pallotti, profeta da espiritualidade de comunhão" (Org. Francesco TODISCO).
Assim o nosso Santo entrou mais uma vez no Vaticano, como o fez várias vezes durante a sua vida terrena para servir respeitosamente aos sucessores de Pedro.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Pedido de Oração


Queridos amigos, recebi uma noticia triste, pois foi descoberto um câncer maligno no padre Luiz Mauricio e ele será operado amanhã (14 de Julho) em Portugal. Por favor, coloquem como intenção nas suas orações e missa o êxito desta intervenção cirúrgica.

Pe. João Pedro

UNIÃO DO APOSTOLADO CATÓLICO

De 5 a 8 de dezembro de 1995, teve lugar em Nairobi/Quênia, a Assembléia dos Superiores Maiores Palotinos da África. Naquela oportunidade, D. Henryk Hoser, abp palotino polonês, que é médico e foi Superior Regional de Ruanda e Superior da Região da Divina Misericórdia, na França, fez uma conferência sobre a União do Apostolado Católico. Cremos que é muito importante e por isso a publicamos, agora, traduzida do texto original francês.

A sinfonia “inacabada” de São Vicente Pallotti

Esta breve apresentação da herança do nosso Fundador, longe de ser exaustiva, limita-se a um olhar retrospectivo, necessário para compreender a aposta da nossa situação e propor um esforço a ser feito por nós, em toda fidelidade à nossa vocação e missão palotina.

1.0. União do Apostolado Católico durante a vida de Pallotti

 A periodicidade desta época foi bem identificada por H. Schulte e retomada por outros autores palotinos. Ele é clara, funcional e será brevemente resumida nesta conferência, com um acento particular sobre a viabilidade e a realização efetiva da obra do Fundador. Nesta classificação, dois acontecimentos servem de ponto de referência: a visão de Camaldoli (1839) e a eleição do Papa Pio IX (1846).

1.1. Conseqüência da visão de Regina Coeli, 1835-1839

 Tudo parece começar naquele dia memorável, 9 de janeiro de 1835, quando Pallotti é habitado pelo “desejo mais vivo... do Sagrado Coração” de fundar e promover uma “maravilha da misericórdia divina e infinita” que é a “União do Apostolado Católico”.

Vários momentos marcam de modo significativo este período. A formação e a manifestação pública do primeiro círculo apostólico, misto e quase espontâneo, a obtenção da licença do Vicariato de Roma, a adoção do nome, que o Papa utilizou no seu decreto: “Sociedade do Apostolado Católico”; o primeiro estatuto da “Pia União chamada Apostolado Católico”, a entrega à “Sociedade” do convento Fuccioli, como sede do orfanato confiado à solicitude de Salvati; tudo isso significa um bom início. O objetivo ampliado (missão ad gentes e apostolado dos fiéis), a criação de três grupos ou classes de membros em 1836, a primeira celebração pela Sociedade da festa da Epifania, o esboço da “pars centralis et motrix” com sua instalação junto à igreja do Espírito Santo, tudo deve ser colocado ao lado dos benefícios.

  Aparecem, contudo, os primeiros fracassos. A proibição de imprimir formulários de adesão dos membros, o conflito com a União de Lyon, que acarreta o abandono do projeto do Colégio Missionário e levou o Papa a querer dissolver a Sociedade, decisão que felizmente não foi executada, e, por fim, a perda da terceira classe de membros em proveito da União de Lyon, tudo isto traça a perspectiva que não abandonará jamais a Obra de Pallotti, perspectiva de dificuldades e até de impossibilidade de sua realização.

1.2. Inspiração de Camaldoli, 1839-1846

 Durante as semanas passadas em Camaldoli, em 1839, sob a dupla influência de uma experiência mística e da leitura da vida de Maria, de Maria de Ágreda, Pallotti desenvolve a visão de sua Obra, com elementos novos, entre os quais aquele do Cenáculo no momento de Pentecostes. A esta obra estão doravante associadas mulheres, agrupadas em torno do orfanato de Santa Ágata. Ele, Pallotti, precisa: “Nosso Senhor Jesus Cristo pôs no meu espírito a verdadeira idéia da natureza e das obras da pia Sociedade, que tem como objetivo geral o aumento, a defesa e a expansão da piedade e da fé católica”. Esta idéia refere-se à organização das Procuradorias em dimensão mundial que canalizam o elã maciço e universal desta “trombeta evangélica”. É uma tal visão audaciosa uma intuição profética das estruturas da Ação Católica, das comunidades eclesiais de base de hoje? Em todo o caso, os escritos de Camaldoli constituem, até nossos dias, a base de todas as pesquisas sobre seu carisma e sua melhor expressão. A nova versão da obra implica também o remanejamento das classes dos membros que formam, entre outras, sujeitos coletivos.

  Este período, que dá origem a um projeto grandioso, confirma a crescente dicotomia entre a idéia e sua realização. Nem a Igreja e nem a mentalidade reinante da época estavam dispostas a aceitar uma mobilização geral das forças vivas dos fiéis em vista de um renascimento da evangelização, iniciativa baseada de fato sobre a consciência do século futuro. A atenção de Pallotti concentra-se sempre mais na “parte central” da Obra.

1.3. Face à realidade 1846- 1850

 A morte do Papa Gregório XVI, em 1846, e a eleição de Pio IX, amigo benévolo de Pallotti, contribuíram para a realização, ao menos parcial, do conjunto da Obra do “Apostolado Católico” sob a forma de sua “pars centralis et motrix”, isto é, da “Congregação dos padres e irmãos do Apostolado Católico”. Em outubro e novembro de 1846, Pallotti concentrou-se na regra desta “Congregação”. Ela será “de alguma maneira a alma e a parte animadora de toda a Sociedade”, mas também o “traço de união” e “o membro mediador entre o clero secular e regular”. O Cardeal Lambruschini, diplomata e político de orientação conservadora, tentou convencer Pallotti a deixar de lado os grandes planos e a realizar o que fosse possível: uma comunidade de “Padres da Associação (do Apostolado Católico”)”.

Mas os fracassos não faltaram, sobretudo na Inglaterra para onde fora enviado R. Melia em 1842. Nem a casa dos convertidos, nem a casa de Oxford, nem aquela de Kentishtown viram a luz do dia. A iniciativa de P. de Geslin na França não teve seguimento. Na Itália a revolução de 1848 e perturbações de todo gênero aniquilaram as aquisições sociais da União de outrora. A pastoral e as atividades de caridade dos membros da Sociedade (Congregação) açambarcaram todas suas forças ao ponto de até a estrutura interna da “parte central” não ter sido completada. À morte inopinada de Pallotti, em 22 de janeiro de 1850, a Obra de Pallotti permanecia sempre in statu nascendi, isto é, em via de nascimento.

 2.0. Época crucial: da morte do Fundador até sua canonização

 A periodicidade desta época de nossa história ainda não é comumente admitida. De maneira global podemos considerar 1910 como um ano central e decisivo, quando a Sociedade (“Congregação”) saiu de sua crise interna e codificou sua autoconsciência nas suas Constituições, que datam desse período.

2.1. Pia Societas Missionum, 1854-1910

 No momento de sua morte, São Vicente deixou apenas um dúzia de confrades. Quatro anos depois, o Papa Pio IX impôs à jovem “Congregação” um nome oficial: Pia Societas Missionum. O fato é aparentemente insignificante mas realmente carregado de conseqüências; ele abria a longa crise da identidade da Sociedade. Colocada entre institutos semelhantes em tempos de expansão missionária, os Palotinos lutavam por sobreviver. O número dos membros diminuía: Vaccari admitiu onze novos, mas alguns anos mais tarde só restavam ao todo seis. Até os anos 80 do século XIX, a Sociedade não ultrapassou o número de vinte membros e cinco casas. Longe de ocupar-se da União, os discípulos de Pallotti discutiam, longa e minuciosamente, o problema da sua consagração e das promessas correspondentes.

O momento de expansão veio com o mandato de Faà di Bruno (1869-1889) como Superior. Graças a sua generosidade chegou a alcançar o número de 80 membros, repartidos em treze comunidades. O Colégio de Másio tornou-se o viveiro de missionários que contribuíram pessoalmente para a expansão da Sociedade no mundo. Ela veio a encontrar-ser na América do Norte (1884), na América do Sul (1886-1888), na África (1892) e na Austrália (1901). Em 1904 a PSM obteve o estatuto de instituto de direito pontifício. Cinco anos mais tarde, o rápido crescimento tornou possível a criação das quatro primeiras províncias.

A aprovação pela Santa Sé das Constituições da Sociedade, em 1º de março de 1910 (no 75º aniversário da Obra de Pallotti) confirma de uma parte sua maturidade relativa, mas doutra parte reflete a consciência palotina em si e por relação à União do Apostolado Católico. Esta denominação nem sequer existe à época. A promoção da União não entra no quadro de tarefas específicas da PSM. Só acidentalmente “ os Superiores e os membros todos desenvolvam um cuidado solícito em procurar auxiliares ou cooperadores externos, que, com o trabalho gratuito, a oração e contribuições pecuniárias, concorram, segundo suas posses, para o fim do apostolado católico e a difusão da prática de vida cristã”.

2.2. Fase latente da União 1910-1963

 O rápido desenvolvimento da “Sociedade dos Padres Palotinos” (em 1904 - 50 membros, em 1930 - 1000 e em 1964 - 3.700) e de comunidades femininas análogas não significa com isso o crescimento da consciência da obrigação de promover a União na pura linha do Fundador. Esta permanece oculta ou reduzida ao número variado de “benfeitores”. Com uma exceção apenas.

A expansão missionária e o deslocamento do centro de gravidade da Sociedade para Limburgo, conjugados com o aparecimento do ramo das Irmãs Missionárias frutificaram logo na fundação e na difusão da Obra de Schönstatt. Durante muito tempo considerada como a realização fiel do carisma de São Vicente, esta obra saiu da família palotina e achou-se fora dela a partir de 1965. Sua saída, embora dolorosa, prova, mais que nada, que durante anos ela constituía uma solução de substituição à União do Apostolado Católico, que no seu espírito não suporta exclusivismo.

  Dois grandes eventos marcaram este período. A restituição do nome autêntico da Obra - Apostolado Católico (1947) e seu reconhecimento universal pela beatificação (1950) e canonização (1963) de seu Fundador. Esta última coincidiu com o Concílio Vaticano II, a mais solene consagração da visão profética de São Vicente Pallotti.

3.0. De volta às fontes 1963-1995

 A XII Assembléia Geral extraordinária da Sociedade, reunida em Roma em 1968/69, assinala o começo da nova juventude da herança palotina em sua pureza. O processo começado chegou a uma nova codificação da consciência palotina: a nova Lei aprovada em 1980 e o seu Preâmbulo, a Carta comum de todos os membros da União, núcleo da sua constituição que estabelece: o carisma de São Vicente Pallotti tornou-se a herança da União do Apostolado Católico”.

Quanto à Sociedade, ela não tem mais dúvida: ”Ela é parte integrante da União do Apostolado Católico” e também: ”A nossa Sociedade é a comunidade central da União do Apostolado Católico. Como tal, tem uma responsabilidade especial pela eficiência apostólica e pela espiritualidade de toda a União”.

O Ano Jubilar 1985, 150 anos de existência da União, marcou o ponto de partida de uma série de iniciativas comuns em favor da promoção do que constitui o essencial da mensagem de Pallotti que através da sua obra “chama a todos, convida a todos, desperta o zelo e a caridade de todos os fiéis de cada estado, grau e condição, para que todos humilde, amorosa e generosamente respeitem e venerem o Apostolado Católico como foi instituído por Jesus Cristo na sua Igreja”.

4.0. Conclusão a respeito do passado

 

A enorme e profética visão do Apostolado Católico, de inspiração divina que habitava São Vicente Pallotti e destinada a ajudar a Igreja” no cumprimento de sua missão”, não pôde realizar-se durante a sua vida. Múltiplas razões e obstáculos de ordem histórica, teológica e canônica, próprios da Igreja da época, opuseram-se-lhe eficazmente. No final da sua vida o Fundador consagrou-se à organização de comunidades de homens e de mulheres, às quais legou sua herança e sua missão espiritual de fazer viver uma Obra de maior envergadura. Para Pallotti, a União, no sentido atual desta palavra, é uma instância superior, que engloba “congregações” de padres, irmãos e irmãs. Eles, como uma “parte central e motora”, alma e promotora, devem levar para o futuro a idéia e sua realização.

Contudo, deixadas em estado embrionário, as duas comunidades lutaram por sua própria sobrevivência, aproximando-se mais e mais das estruturas “clássicas” de congregações religiosas. Já Vaccari considerou a União (“Sociedade” em Pallotti) como uma ordem terceira, do tipo dominicano ou franciscano. Este condicionamento levou a uma evolução centrada sobre si mesma e individualista, separada de toda outra comunidade fundada pelo Santo. O fim primeiro e fundamental foi perdido, ao passo que os objetivos próprios de cada um e muito discordantes eram admitidos. Formas residuais da União são difíceis de serem avaliadas quanto à sua qualidade ou quantidade.

Foi necessário que viesse o Pentecostes do Concílio Vaticano II para que a “parte central e motriz” despertasse. Iniciativas mais e mais consistentes preparam o terreno da nova evangelização na perspectiva do Terceiro Milênio do cristianismo.

 5.0. Entre o ideal e o cotidiano

 A partir dos anos 80, uma aceleração espetacular quanto à animação em favor da União se manifestou sobretudo em nível de instâncias centrais da família palotina. Os Conselhos Gerais, a Comissão 86, o Secretariado da UAC esforçam-se por inspirar, encorajar e animar “o terreno”, suscitando uma resposta de intensidade variável. Tem-se às vezes a impressão que a locomotiva se desprendeu dos vagões, que rodam muito mais lentamente. Momentos fortes de mobilização (como o ano 1985 ou agora 1995) são seguidos ou o serão de uma estagnação onde o progresso é assaz tímido. É possível, talvez, encontrar algumas causas deste peso.

5.1. Uma das primeiras é a inércia. Palotinos e Palotinas, ao viverem durante um século na perspectiva da própria auto-suficiência, desenvolveram não somente um estilo de vida, às vezes próximo ao de um convento e muitas vezes clerical, mas também formas mais ou menos tradicionais de apostolado às quais permanecem ligados. Este estilo e esta maneira de viver são comunicados de uma geração a outra. Doutra parte, a penúria de vocações em certos países não se presta mais facilmente para operar mudanças em profundidade, para por em questão um comportamento falsamente seguro.

5.2. Uma outra causa pode estar na má percepção da universalidade dos meios. Não tendo fim e objetivos bem estruturados, os filhos e as filhas de Vicente Pallotti tiveram sempre a tendência a ocupar-se de tudo, sem muito discernimento. As antigas Constituições são disso a melhor ilustração:

  “Dentre as obras próprias da Sociedade sobressaem as seguintes: a instrução catequética, a pregação, as missões populares, os exercícios espirituais, a administração dos sacramentos, o ministério sagrado em subsídio do clero secular, a propaganda da boa imprensa, a propagação da fé entre os infiéis, a direção espiritual de hospitais, asilos e outras casas pias, a direção de escolas e seminários ou colégios para a educação da juventude e a formação dos candidatos ao sacerdócio” - tudo é bom para um Palotino, sem distinção e nem hierarquia. Este aspecto, ainda presente na maneira de agir de muitas províncias, freou o desenvolvimento da União já no tempo em que Pallotti vivia.

 5.3. Uma outra dificuldade reside na ausência de referências, de modelos de realização. O Fundador nos deixou uma idéia universal da União com propostas mais ou menos viáveis de factibilidade. Após a morte de Pallotti chegou-se aos modelos da ordem terceira ou a uma massa, muitas vezes anônima, de benfeitores cuja consciência de pertencer a uma comunidade de vida e de ação era muito reduzida. Realizações e pesquisas contemporâneas, pelo contrário, permanecem no estágio de ensaios de laboratório.

5.4. A encarnação da União do Apostolado Católico, confiada à discrição das comunidades locais da Sociedade ou das Congregações de Irmãs, permanece no estádio de iniciativas espontâneas e fora de um quadro preciso. Entre estas iniciativas e “microrealizações” e as instâncias supremas existe um vazio estrutural que deveria ser preenchido a fim de evitar um fracionamento da União em pequenos círculos efêmeros.

5.5. Ademais, os discípulos de Pallotti não recebem no decurso de sua formação inicial e permanente uma preparação específica e competente para se tornarem animadores, “fundadores” da União, abertos à graça da cooperação, sobretudo com os leigos. E, se esta preparação existe, ela é unilateralmente teológica e teórica.

5.6. Finalmente, se coloca uma questão: Perceberam os Palotinos que a realização da União não é facultativa, mas obrigatória? Se não for assim, para que servem as afirmações seguintes de nossa Lei:

 A Sociedade do Apostolado Católico... tem em comum com toda a Fundação de São Vicente Pallotti o fim apostólico, é animada pelo mesmo espírito e, como ela, entende estar a serviço da missão apostólica da Igreja no mundo. Ela tem uma responsabilidade especial pela eficiência apostólica e pela espiritualidade de toda a União. A nossa Sociedade, por vontade do Santo Fundador, tem a tarefa de constituir a União nas suas várias formas de pertença.

 Esta consciência profunda das obrigações da Sociedade para com a União não é ainda uma moeda corrente entre seus membros, inclusive nos seus superiores.


6.0. UAC - instrumento da nova evangelização

 Providencialmente, o despertar da União no seio da grande família palotina coincide com a renovação da Igreja Universal desde o último Concílio. É ele que nos recorda as grandes intuições de nosso Fundador. Lendo certas passagens dos documentos conciliares temos por vezes a impressão de que eles saíram da pena de São Vicente Pallotti. Um dos múltiplos exemplos é este:

 “Existe na Igreja diversidade de serviços, mas unidade de missão. Aos Apóstolos e a seus sucessores foi por Cristo conferido o múnus de, em nome e com o poder d’Ele, ensinar, santificar e reger. Os leigos, por sua vez, participantes do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, compartilham a missão de todo o povo de Deus na Igreja e no mundo”.

 O caminho da Igreja na esteira do Concílio está balizado por uma série de acontecimentos entre os quais estão as assembléias ordinárias e especiais do Sínodo dos Bispos e inclusive os documentos pós-sinodais. Ora, nós encontramos a mesma semelhança de expressões de Pallotti e de documentos recentes, também no texto da Exortação Apostólica pós-sinodal ECCLESIA IN AFRICA (EA).

6.1. O aprofundar a fé e reavivar a caridade, tão caro a Pallotti, é sublinhado como o desafio principal: “Hoje, na África, ‘a formação da fé.. muitas vezes permaneceu no estádio elementar... O aprofundamento da fé é urgente no sentido de que a evolução rápida da sociedade faz surgir desafios novos”. Ou então: ”A evangelização se faz antes de tudo através do testemunho da caridade, o testemunho da santidade”.

 

6.2. O universalismo e complementaridade de vocações, tão sublinhados por Pallotti, são também onipresentes. “Toda a comunidade tem necessidade de ser preparada, motivada e reforçada pela evangelização, cada um segundo seu papel específico no seio da Igreja”. E ainda: “ O anúncio do Evangelho não pode realizar-se plenamente sem a contribuição de todos os fiéis, em todos os níveis da Igreja universal e local”.

 

6.3. Viver como cristão e sobretudo agir juntos torna-se um imperativo:

“Numerosos membros da Igreja na África - clero, religiosos, religiosas, leigos - integraram-se de maneira perfeita no processo sinodal, “caminhando juntos”, colocando seus talentos a serviço da Igreja”. E a exortação desenvolve a visão da solidariedade pastoral orgânica”.

 6.4. O terreno está preparado e “ já os campos estão brancos para a colheita” (Jo 4,35), “mas os operários são poucos” (Mt 9,37). É preciso prepará-los e formá-los: “Ninguém pode efetivamente conhecer claramente as verdades de fé que ele jamais aprendeu nem colocar atos nos quais não tenha sido iniciado.. A formação missionária ocupará um lugar de eleição”. Pode-se citar ainda muitas outras passagens que demonstram uma semelhança surpreendente entre as formulações do Fundador e as do Magistério recente da Igreja. Que interpelação para a família palotina!

 7.0. Algumas propostas práticas

 Nossa reunião abrirá, sem dúvida, perspectivas para a promoção da União em terra africana. Devemos, em primeiro lugar, chegar à profunda convicção de que a União não significa uma atividade paralela ou sectorial, no conjunto das atividades da Sociedade. Se nós a consideramos como a alma, a União deveria revestir as formas de um corpo através do qual a Obra de Pallotti se manifesta ao mundo.

No plano prático “é proibido fazer o que nos dá na cabeça”. Devemos constatar que se impõem certas linhas de orientação.

 7.1. No campo da formação, que é sempre incontornável, seria necessário introduzir sistematicamente uma experiência de formação de formadores da União (Ler o n. 75 de Ecclesia in Africa). Já a formação inicial e permanente na SAC não pode omitir uma preparação em vista da promoção da União. Não somente a história e a teologia da União, mas também as técnicas de informação e de comunicação, elementos de gestão conjugados à leitura atualizada dos sinais dos tempos e combinada com uma espiritualidade adaptada e verdadeiramente vivida, estes são apenas alguns sujeitos a estudar e a desenvolver.

 7.2. A criação do meio ambiente portador da União é uma tarefa vivificante. Aqui, “uma eclesiologia centrada sobre o conceito de Igreja Família de Deus” constitui uma fonte de inspiração muito rica.

 O conceito de família evoca imediatamente alguma coisa que vai além das relações funcionais e da única convergência de interesses. Por sua natureza a família é uma comunidade fundada sobre a confiança recíproca, sobre o apoio mútuo, sobre o respeito sincero. Numa família autêntica, não há domínio por parte dos mais fortes: ao contrário, os membros mais débeis são, precisamente em razão da sua debilidade, duplamente acolhidos e servidos.

 7.3. Um mínimo de organização comum. Embora admitindo o pluralismo das formas e das realizações concretas, é preciso poder encontrar pontos de referência comuns e mais precisos que a espiritualidade, o carisma e o fim partilhados. A União não pode permanecer amorfa sob pena de diluir-se. E´ um vasto campo de pesquisa e de inspiração para chegar a uma unidade na diversidade.

 8.0 Conclusão

   A Obra de Vicente Pallotti dá no momento de sua morte a impressão de algo incompleto e aberto ao futuro. Sua herança obriga seus discípulos a tornar-se por sua vez fundadores, cada um no seu tempo e no seu lugar. O compositor contemporâneo de Pallotti, Franz Schubert (1797-1829), escreveu uma sinfonia em Ré menor, n. 8, intitulada “A Inacabada”. Ela comporta somente dois movimentos: allegro moderato e andante con moto. A sinfonia de Pallotti, a União do Apostolado Católico, de uma dimensão profética e escatológica na sua dramática tensão para o futuro, aguarda de cada geração o terceiro movimento: allegro vivace. Este movimento nos introduzirá no Terceiro Milênio do Cristianismo.

Dom Henryk Hoser SAC

Tradução do

Pe. João Baptista Quaini SAC