A liturgia do XV domingo do tempo comum motiva para a escuta da voz e para a vivência do mandamento de Deus. Ela indica o necessário para se alcançar vida eterna, o qual passa pela prática do amor ao próximo.
O livro de Deuteronômio, dirigido no século VIII – VI a.C, apresenta os chamados discursos de Moisés ou suas últimas instruções ao povo de Israel, mas nasce no final da monarquia tendo como fonte a experiência do êxodo e da profecia.
No contexto da volta do exílio babilônico, o texto de Dt 30, 10-14 ensina que o mandamento de Deus não está longe do alcance de ninguém. Dá destaque ao amor de Deus que toma Israel como seu povo; pede para ouvir a voz do Senhor observando os mandamentos da Lei; indica para a necessidade de conversão perante aos preceitos do Senhor; pede para se guardar o mandamento de Deus em todo o ser, não apenas na cabeça.
O evangelho de Lc 10, 25-37 é seqüência do capítulo da missão dos apóstolos. Neste trecho aparece o diálogo de Jesus com o especialista em leis sobre o mandamento fundamental. Encontra-se, também, a parábola do bom samaritano que ajuda a entender o que é preciso fazer para se alcançar a vida eterna.
A parábola do bom samaritano é revolucionária. Ela desafia o Levita para a vivência da fé. Ele era descendente da tribo de Levi, filho de Jacó e tinha o cargo especial de cuidar do templo. Porém, mesmo se mostrando virtuoso e puro, não era expoente da virtude que julgava ter. Com a parábola Jesus fala que não basta saber sobre o mandamento divino de amar a Deus e ao próximo como a si mesmo. Comunica que é preciso ser um próximo. Com a parábola Jesus desqualifica as atitudes das autoridades judaicas que consideravam o povo samaritano pecador e impuro. Ele valoriza a atitude do samaritano por ter se feito próximo daquele que havia sido assaltado à beira do caminho.
O evangelho ensina que ser próximo é agir com misericórdia. Mostra que na atitude do samaritano está Deus, um Deus que age com misericórdia diante dos “roubados do mundo”. Confirma como e com quem se deve ser solidário.
Tendo visto isto se pergunta: Hoje, em mundo capitalista e competitivo, onde homens e mulheres são assaltados à beira do caminho, como o cristão pode alcançar vida plena?
A liturgia deixa algumas pistas! É desafiante, mas não é impossível ao ser humano definir sua identidade. Buscar a salvação a partir da vida comunitária, perceber que por meio de Jesus a missão é ser próximo dos familiares, amigos, mas também dos “desconhecidos”, dos feridos economicamente, adoentados, tristes, excluídos, machucados etc.
O amor de Deus e de sua Palavra concentram-se na fé em Jesus que é próximo e acolhe a todos para sempre. Jesus, imagem de Deus faz crer na possibilidade de viver com mais afinco o amor, para que todos tenham a vida eterna.
A liturgia garante que a vivência do mandamento do amor não está fora de alcance. A Igreja, na qual Cristo é cabeça, tem o caminho aberto para este testemunho concreto. Quanto mais próximas das realidades sofridas ela levar as suas lideranças, mais eficientes e solidários serão os serviços durante a ação evangelizadora.
Pe. LUIZ MAURÍCIO
Para as Células de Evangelização
CONHEÇO ALGUM BOM SAMARITANO? O QUE TEMOS FEITO PARA AUMENTAR EM NÓS ESTA VIVÊNCIA DE VERDADEIRO AMOR AO PRÓXIMO?
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