sábado, 10 de julho de 2010

VAI E FAZ TU TAMBÉM O MESMO

Estamos acostumados a ver nos telejornais as notícias de enchentes, incêncdios, acidentes….Porém como dizia o Padre Cantalamessa no seu livro sobre “A pobreza”, infelizmente esses acontecimentos chegam ao nosso conhecimento como que através de “vidros duplos”. Os vidros duplos, tão comumente usados nos nossos dias, permitem à realidade chegar até nós atenuada, quase sem som ou contactos de temperatura. Imaginamos os vidros duplos de um avião. Fora a temperatura é de quarenta graus negativos, enquanto dento é temperatura ambiente. Detsa forma, tantas vezes, a pobreza e os demais sofrimentos da humanidade chegam até nós.

Imaginemos agora, que ao assistir um telejornal, de repente reconheces entre aquelas pessoas vítimas de  um acidente de carro ou de um incêndio, algum parente próximo: um irmão ou irmã, um pai ou uma mãe, ou um filho…. Que mudança de atitude… Aquele acidente que antes chegava para nós em “vidros duplos” nos toca a nós profundamente.

Assim deveria acontecer, pelo menos em parte quando nos deparamos com os sofrimentos da humanidade.

O grande pecado com relação aos pobres e sofredores deste mundo é justamente a atitude do sacerdote e do levita no Evangelho de hoje: o passar ao largo.

Conheci um grupo cristão em que os membros gostavam de fazer uma brincadeira, dizendo que eram irmãos de sangue. Quando o interlocutor via que não se pareciam fisicamente, perguntava. “Mas vós sois irmãos de sangue?” ao que eles respondiam que sim. Porém depois esclareciam: “Somos irmãos no Sangue Cristo.” Estamos no mês de Julho em que se comemora de modo especial, na Igreja, o Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Somos irmãos por motivo da primeira criação, mas somos irmãos muito mais pelo que diz a segunda leitura: “…por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas, pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu.” (Cl 1,20)

Santo Agostinho afirma que o verdadeiro Bom Samaritano é o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo que encontrou toda a humanidade meio morta a beira do caminho, por causa do pecado. Ele não passou ao largo, mas veio ao seu encontro derramando o óleo do seu Espírito no Sacramento do Baptismo, e o vinho do seu Sangue precioso que nos reconcilia com o Pai. Levou a humanidade à sua estalagem que a Santa Igreja e ordenou que dela cuidasse. 

Não obstante ser o próprio Cristo o Bom Samaritano, isso não nos isenta, pois ele disse: “Vai e faz tu também o mesmo..”  Como? Se temos o ministério sacerdotal, colocando-se à disposição com generosidade para os sacramentos da Nova Aliança, especialmente o Sacramento da Reconciliação. Como fiéis, todos nós, através das obras de misericórdia espirituais e materiais.

Peçamos ao Senhor a graça de não passarmos ao largo como sacerdote e o levita da parábola que Nosso Senhor contou.

Como sugestão, teremos uma rica oportunidade na próxima semana. O grupo Missionário João Paulo II da Diocese de Coimbra fará, no próximo Sábado e Domingo um peditório para o seu trabalho missionário no Nordeste Brasileiro. O os recursos que sobrarem serão revertidos para alguma Dioceses que foi mais destruída pelas últimas cheias. É uma oportunidade de não vermos esse facto com “vidros duplos.” 

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Em que circunstâncias Jesus fala-nos ainda hoje: “Vai e faz tu também o mesmo”?

Pe. Marcelo

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