O Pe. João lembrou que o domingo é o dia que o Senhor fez para nós, é o dia em que celebramos a ressurreição de Cristo e recordou-nos que o dia 22 de janeiro, é um dia verdadeiramente palotino, é o dia da morte de Pallotti, dia em que nasceu para o Céu. Pela primeira vez foram apresentadas as relíquias do corpo de S. Vicente Pallotti.
A homilia foi feita pelo Vice-reitor Geral, Pe. Adam Golec SAC, que para este dia trouxe de Roma as relíquias de São Vicente Pallotti, a pedido do Pe. Artur Karbowy SAC.
O Pe. Adam na sua homilia confessou-nos que enquanto proclamava este Evangelho fazia a seguinte pergunta: “Como este Evangelho espalhado pelo Mundo chegou a tantas pessoas em tão pouco tempo?” Jesus não tinha os meios de hoje, como aconteceu chegar até nós? A resposta é simples, é dada pelo Evangelho.
Jesus escolheu mais 72 discípulos para levar pelo Mundo o Evangelho. Esses discípulos eram pessoas que apenas anunciavam a Boa Nova, esses discípulos foram os que sofreram nas arenas, dando a vida pelo anúncio da Boa Nova. Passados mais de 2 000 anos este Evangelho é sempre atual. Entre tantos discípulos para levar a Boa Nova está, no séc. XIX, este Padre Vicente Pallotti. Vive 56 anos, vida bem curta! Acompanha a morte de seis Papas, é confessor de dois deles. Vive num tempo difícil, tempo designado por tempo da maldição. Assiste a quatro revoluções.
Acompanha a nova visão de ser europeu em que o povo cada vez se afasta mais de Deus. No meio de tanta desgraça, de tanto pessimismo, Pe. Pallotti não desanimou, sempre insistiu em evangelizar com firmeza.
Para percebermos melhor o Pe. Adam contou-nos uma história judia. Três jovens desejavam ser profetas. Empenhados ouviam os ensinamentos do seu Mestre. Desejavam aprender tudo. Com os livros e os pensamentos do Mestre, depois da morte deste, convencidos de toda essa sabedoria, resolveram exortar as pessoas a mudar de vida.
Toda a história de vida de Pallotti pode reduzir-se a uma
frase: “O bom Sábio sem obras concretas é como uma nuvem sem chuva.” Porque de
obras bem concretas está inserida esta mensagem e o mistério da vida santa do
Pe. Vicente Pallotti. No fim da celebração os fiéis, pela primeira vez em
Portugal, puderam beijar as relíquias do nosso Fundador. O Pe. Adam pediu que
as relíquias do corpo de S. Vicente Pallotti sejam para nós um estímulo para
viver a Palavra de Deus e uma ajuda para, nos dias de hoje, sermos santos. Que
S. Vicente Pallotti nos proteja e guie pelos caminhos da santidade.
À tarde o Pe. Adam deu uma palestra apresentando como a carisma de São
Vicente Pallotti é vivido no Mundo. Temos apenas 176 anos como padres
palotinos, em comparação com jesuítas, dominicanos e outras congregações é pouco
tempo. No mundo inteiro há 2 400 padres palotinos, que vivem e trabalham em 360
comunidades, em 44 Países, em todos os Continentes.
O lema principal que estava
presente nos pensamentos de S. Vicente Pallotti e continua presente nos dias de
hoje é aquela frase de S. Paulo “A Caridade de Cristo nos impele”. O Pe. Adam
destacou que nós, palotinos, vivendo no séc. XXI não vamos inventar mais nada.
Procuramos viver como Pallotti, apesar do nosso tempo ser diferente do séc.
XIX. Fazer as mesmas obras de caridade (visitar os presos, cuidar dos doentes,
dar de vestir, de comer…). No mundo de hoje onde chega um palotino logo chega a
Obra da Divina Misericórdia.
Respondendo aos planos, aos projetos de Pallotti
levamos ao Mundo em que estamos Jesus Misericordioso e ficamos empenhados nesta
grande obra da divulgação da Divina Misericórdia. O Vice-reitor Geral lembrou
que precisamente no dia de hoje passam 61 dias do dia da luta contra a lepra. Em
1962, na Índia, um sacerdote palotino, o polaco Pe. Adam Wisniewski fundou um
hospital para leprosos. Ele construiu 3 grandes tendas em lugares desertos,
onde não havia água. Começou por visitar os bairros mais pobres e tirava de lá
as pessoas consideradas como o lixo da sociedade, aquelas que já estavam
contagiadas com a lepra. Nos dias de hoje estão lá 650 pessoas, deste número
500 são crianças. No Centro de Reabilitação os pacientes quando melhoram ajudam
os outros doentes.
Outro lugar, na Ásia, em que há Padres palotinos é a Coreia
do Sul. Entre tantas tarefas não é apenas dar assistência social, mas sobretudo
fortalecer a fé dessas pessoas. Depois de tantos desafios os Padres Palotinos
construíram as comunidades e divulgam a Divina Misericórdia. Graças ao esforço dos
palotinos foi traduzido para a língua coreana o Diário da Irmã Faustina e
distribuído pelos coreanos. Todos os meses têm um boletim da Divina
Misericórdia e fazem 5 000 exemplares para serem distribuídos pela Coreia e
outros Países.
Em África os Padres palotinos estão há 100 anos, em vários Países.
Em Kibeho os palotinos trabalham num Santuário Mariano, é o único lugar em África
onde Nossa Senhora apareceu e essas aparições foram confirmadas pela Igreja.
Nestas aparições não houve mensagens novas, mas apenas recomendações para os
homens viverem como verdadeiros filhos de Deus. Este Santuário dá assistência
aos órfãos. Iniciou-se uma campanha de Adoção de Coração. Vendo a necessidade
das crianças pode-se ajudar na parte material, educacional e espiritual. Um
grupo de pessoas, por mês, dispõe de algum dinheiro e cuidada das necessidades
de uma só criança. Há 4 000 crianças na Adoção de Coração. A Adoção de Coração
já saiu de África e já está presente no Brasil e no México. Uma campanha
parecida foi levada pelos palotinos para a Colômbia e Venezuela.
Grande esforço
é feito pelos Padres palotinos presentes no Mundo na área da educação. Há 60
colégios, sendo 36 na Índia. Alguns colégios na Índia têm entre 5 a 6 mil
alunos. O Pe. Adam referiu que no ano passado o Bispo do Perú visitou o quarto
de Pallotti e, de joelhos, em oração fervorosa pediu: “Que os teus filhos
espirituais possam vir para o Perú”. Quem assistiu a esta oração foi o Padre
Geral que lhe disse não ter candidatos para trabalhar naquele País. O curioso é
que, dois meses depois, telefonaram dos Estados Unidos oferecendo-se para
trabalhar no Perú e assim, no próximo mês de Março, inicia-se a missão palotina
no Perú.
Depois da palestra, na igreja da Divina Misericórdia, houve, em
homenagem a São Vicente Pallotti, um concerto do Coro Polifónico,
"Magnificat", da Paróquia de Odivelas, em conjunto com mais 3 coros
convidados.
Isabel Martins
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