segunda-feira, 8 de junho de 2009

50 anos do Sacerdocio do Pe. José Maslanka SAC

No dia 11 de junho de 2009 o nosso missionário, Pe. José Maslanka, vai comemorar 50 anos da sua ordenação sacerdotal. Foi ordenado na igreja Rainha dos Apóstolos em Oltarzew na Polônia, junto ao Seminário Maior Palotino, com mais 33 novos padres palotinos. Ainda estão vivos 15 sacerdotes e se preparam para comemorar o jubileu de ouro.

Pe. José nasceu numa aldeia Lodygowice, localizada aos pés das montanhas no sul da Polônia, em 20 de setembro de 1933, como filho mais novo. Quando ia completar seus 6 aninhos da vida começou a Segunda Guerra Mundial. As vezes ele lembra os tempos em que passava fome e de como gostava quando ganhava um pedaço de pão de alguém. Por isso até hoje a sua maior alegria é dar refeição às crianças que a cada dia ficam na sua porta pedindo pão.



Um dos fatos marcantes da guerra foi morte de um irmão de 18 anos que foi levado ao campo de concentração de Auschwitz. O motivo da sua prisão foi uma amizade com um jovem judeu.
Só quando terminou a guerra que ele pode concluir a escola fazendo dois anos de estudo num ano escolar. Ao começar o segundo grau os pais levaram para o seminário menor dos padres Palotinos em Wadowice. Entretanto ele voltou para casa, pois os padres Palotinos disseram que deviam estudar naquele seminário somente aqueles que realmente têm vontade de ser padre. Voltou para casa, já que não sentia ainda o seu chamado.
Terminando o segundo grau foi trabalhar como professor de formação inicial de crianças. Após o primeiro ano como professor disse que não concordava com a imposição dos comunistas de impor a ideologia ateísta. Decidiu então entrar no Seminário Maior Palotino para ser sacerdote.
Os colegas dos tempos de estudo contam muitas irreverências de um jovem seminarista que afirmava que “o mundo é bonito e os homens são bons”. Sempre achava que o mais importante é o que contem a Bíblia para repassar para o povo de Deus. Quando foi enviado à Universidade Católica, após alguns dias de estudo desistiu da pós-graduação dizendo: “os professores não podem me ensinar mais do têm na Bíblia e por este motivo é perda de tempo estes estudos”.
Com seu entusiasmo sempre atraía muitos jovens, organizando nas paróquias os coroinhas e entre os jovens grupos de escoteiros. Sempre foi apaixonado pelas águas. Passava as férias com jovens na região de lagos organizando cursos de navegação e dando ao mesmo tempo uma formação religiosa percebendo a presença de Deus na natureza.
Como jovem sacerdote, com poucos anos de trabalho na Polônia, foi enviado à França. Continuou a mesma missão entre os jovens emigrantes poloneses. Entretanto queria algo diferente. Sendo assim, decidiu viajar ao Brasil para ser missionário na Amazônia.
Veio para Mato Grosso em 1971, onde trabalhou com os padres da Província de Santa Maria. Assim que aprendeu a língua, aproveitando as suas primeiras férias, viajou para a Amazônia. Passou dias viajando de barco até chegar em Manaus. Gostou tanto que logo procurou mais alguns aventureiros para assumir a missão em novos bairros de Manaus.

Mas o mundo das periferias de Manaus já não o atraía. Sendo assim, em 1973 começou a sua missão em Novo Airão, que na época era uma pequena localidade às margens do Rio Negro. Viajava em um bote com motor conhecido como voadeira. Bebia água do Rio Negro e dormia na rede pendurada nas capelas ou nas casas dos moradores locais.
Durante uma visita do provincial de Santa Maria, viajando pelo Rio Negro, encontraram um enorme peixe que ameaçou o bote. O Provincial ficou muito assustado com o fato e providenciou um barco maior para que pudessem morar.
Como reconhecimento dos seus méritos no campo de educação um dos prefeitos ofereceu um terreno às margens do Rio Negro. Vendeu a metade e com este dinheiro construiu, em 1976, a casa paroquial. A casa é de madeira bem parecida com a dos moradores locais.
Hoje, com seus 75 anos completos, já no 36º ano em Novo Airão, com mais de 20 malárias superadas, a sua maior felicidade é viajar de barco visitando as comunidades do interior sendo assim, comenta: “eu quero ficar aqui até a segunda vinda de Jesus para ser arrebatado”.
Pe. Jan Sopicki SAC

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