Na primeira leitura de hoje, temos o profeta Ezequiel, que viveu em tempos difíceis exilado na Babilônia com o povo de Israel. Através dele, Deus diz que retirará um “ramo novo” do “grande cedro” (Povo de Israel) e transplantá-lo-á para formar um novo e majestoso cedro. “Nele habitarão todas as espécies de aves; à sombra dos seus ramos repousarão todas as espécies de voláteis.” (Ez 17,23) Ai vemos prefigurada a Santa Igreja, que acolhe em si todas a nações, mesmo tendo um começo humilde, com os doze Apóstolos. “E todas as árvores dos campos saberão que sou Eu, o Senhor, quem humilha a árvore elevada e eleva a árvore humilhada, quem faz secar a árvore verdejante e florescer a que está seca.” (Ez 17,24)
A realização dessa profecia se tornou clara em Nosso Senhor Jesus Cristo em todo o seu ministério, em fatos como o convite que fez o fariseu Simão para que Ele fizesse uma refeição em sua casa. Durante aquela refeição, inesperadamente, vencendo todo o respeito humano, uma pecadora pública lançou-se aos pés de Jesus. Enquanto chorava, banhava os pés de Jesus com as suas lágrimas e os enxugava com os seus cabelos, cobrindo-o de beijos. Naquele momento, Simão começou a julgar não só a mulher, pois era já conhecida por ser uma pecadora pública, mas o próprio Jesus pensando: “Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a tocar, porque é uma pecadora!” (Lc,7,39)
Jesus muda toda a situação fazendo ver a Simão a sua falta de amor. Ambos tinham sido perdoados, mas a mulher, a quem muito tinha sido perdoado, inclusive, fazendo com o seu gesto quase que uma confissão pública, mostrava muito amor, ao passo que o fariseu ao qual não se tinha perdoado tanto, mostrava-se frio no amor. Tinha convidado Jesus para uma refeição, mas não tinha demonstrado amor naquele “mais” que era inclusive mostra de boa educação, naquela época, como dar água para se lavar os pés, um beijo de saudação, etc...
A Igreja, novo povo de Deus, representada por aquela mulher, quer corresponder à Divina Misericórdia de seu Senhor. Porém a maturação da vida cristã e seus frutos, muitas vezes não são imediatos. Requerem paciência. É o que Jesus nos diz no Evangelho de hoje. Diante da tentação de desanimar por muitas vezes não se ver os frutos imediatos da Palavra semeada, Jesus contrapõe o exemplo da semente lançada no campo. Do semear até a maturação dos frutos demora tempo, mas é Deus quem faz a obra. Se somos fiéis e constantes em semear a Palavra de Deus em nós mesmos e nos outros, esta Divina Palavra produzirá os seus frutos. Embora seja Deus quem faça crescer, o cultivo não dispensa os trabalhadores, como afirma São Paulo: “Eu plantei, Apolo regou, mas foi Deus quem deu o crescimento. Assim, nem o que planta nem o que rega é alguma coisa, mas só Deus, que faz crescer. Tanto o que planta como o que rega formam um só, e cada um receberá a recompensa, conforme o seu próprio trabalho.” (1 Cor 3,6-9) Esta palavra é de estímulo especialmente para as pessoas que semearam a Palavra em seus filhos na infância e agora vê-los afastados de Deus. Façamos a nossa Parte: Semeemos com abundância a Palavra de Deus em nós e nos demais. Reguemos com a oração. Nosso Senhor com certeza não deixará de ser fiel fazendo-a germinar no tempo propício.
Não só a alma fiel, individualmente, mas a Igreja como um todo, com as suas associações de vida de oração, educação, formação e solidariedade social, é essa árvore que começou como pequena semente mas que se tornou grande ,e as aves do céu vem nela fazer os seus ninhos. Ousemos semear. Como diz uma canção: “Põe a semente na terra, não será em vão. Não te preocupes a colheita, plantas para o irmão….”
Para as células de Evangelização:
1- Em que o Evangelho de hoje pode servir de ânimo e estímulo para os nossos evangelizadores e catequistas?
Pe. Marcelo
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