João Batista, como Nossa Senhora, soube ouvir a voz do Senhor. Foi no deserto que esta Voz se fez ouvir, ou seja, na solidão, na oração e no estudo da palavra de Deus. Isso não tem nada de alienação, mas pelo contrário, influencia a sociedade inteira. Por esse motivo o Evangelista Lucas faz questão de situar esse facto em um momento histórico e social muito preciso: “No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da Traconítide, e Lisânias, tetrarca de Abilena, sob o pontificado de Anás e Caifás, a palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto.” (Lc 3,1-2) O facto de João Baptista ter se retirado no deserto para escutar o Senhor repercutiu misteriosamente na sociedade de seu tempo. E nós, temos tempo para escutar a voz do Senhor que sussurra em nossos corações: “Vós não recebestes um Espírito que vos escravize e volte a encher-vos de medo; mas recebestes um Espírito que faz de vós filhos adoptivos. É por Ele que clamamos: Abbá, ó Pai!” (Rom 8,15) Escreveu São Vicente Pallotti: “Para ensinar-nos a praticar o silêncio, o Verbo Encarnado, Sabedoria Infinita, quis nascer no silêncio profundo de uma noite escura e na solidão de uma estrebaria. Ele manifestou-se aos homens como os recém-nascidos que não falam. Devemos esforçar-nos por imitar o silêncio do Menino Jesus, razão porque devemos dirigir a Deus todas as orações da União e da Sociedade a fim de obter de Deus, para todos, o dom de amar, observar e aproveitar o sagrado silêncio.” (OO CC II, 24-25)
Hoje em dia temos tantos meios de comunicação, não é mesmo? Mas o que não pode acontecer é trocarmos os meios pelos fins. Eles são apenas meios e devem estar a serviço do bem e da verdade.
Para as Células de Evangelização:
Como a João baptista o Senhor nos chama neste Advento ao deserto da oração e ao Baptismo de penitência no sacramento da reconciliação. Um dos exames que precisamos fazer é este: os meios de comunicação tem estado, em nossas vidas, a serviço da verdade e do bem? Tenho conseguido escutar a voz do Senhor que me convida a preparar os seus caminhos? Como fazer para isso?
Pe. Marcelo
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