segunda-feira, 1 de outubro de 2012

MARIA EM SÃO VICENTE PALLOTTI


Maria ocupou um lugar todo especial em vida de São Vicente Pallotti, em seu ministério sacerdotal e também na sua fundação. Foi mariano como cristão, como presbítero e como fundador. Um seguidor de Pallotti será, pois, também uma pessoa mariana. O mariano faz parte da sua identidade.
A família de Pallotti rezava todos os dias o terço e também celebrava as festas de Maria com orações especiais e até jejuns. Todos os dias os pais levavam os filhos a visitar uma igreja e a rezar diante do Santíssimo Sacramento e de uma imagem de Maria. Vicente era o seu mais disposto e assíduo acompanhante.  Compreende-se assim o grande amor que Pallotti teve à Eucaristia e também a Maria. Quando, em casa, a mãe convidava os filhos a rezarem diante da imagem de Maria, Vicente era o primeiro e, bem pequeno ainda, gostava de olhar para Maria e ter-lhe-ia pedido a graça de ser verdadeiramente bom.
Este ambiente mariano familiar, a terna devoção mariana dos pais, a maneira como eles falavam de Maria, rezavam a Maria e celebravam as festas de Maria instilaram na mente e no coração de Vicente uma grande admiração e amor a Maria. Através das atitudes e dos gestos dos seus pais Vicente aprendeu a conhecer e a amar Maria, a dirigir-se a ela com confiança filial e a valer-se da sua materna intercessão.
Também o ambiente eclesial de Roma tinha um caráter mariano. Além de Maria ocupar um lugar especial na religiosidade do povo italiano, a cidade de Roma estava cheia de igrejas e de altares marianos e as muitas festas marianas eram celebradas com brilho e devoção. As próprias ruas e ruelas de Roma estavam pontilhadas de quadros e imagens de Maria, visíveis ainda hoje. Diante deles os romanos acendiam velas, colocavam flores e rezavam. Todo este rico ambiente sinalizado por Maria teve uma notável influência no desabrochar da piedade e da vida mariana de Pallotti.
Também o ambiente da escola primária, secundária e superior favoreceu o desabrochar do espírito e da devoção mariana de Vicente Pallotti.  Ele teve bons profesores e educadores que, além de abrir-lhe os sentidos e a inteligência, o estimularam também a uma vida cristã. Muitos dos seus professores eram religiosos e sacerdotes.
Nos primeiros anos de escola primária, que estava perto de sua casa, encontrou bons mestres que o convidaram a fazer parte da Congregação Mariana, que se reunia aos domingos e dias festivos na igreja de Nossa Senhora das Lágrimas, no bairro judeu, e tinha momentos de reflexão, de oração e de lazer. 
Quando Vicente começou os estudos ginasiais na escola de São Pantaleão, dirigida pela Congregação das Escolas Pias, fundada por São José de Calasanz para a educação da juventude, participava também das reuniões da Congregação Mariana da escola, sem contudo desligar-se da de nossa Senhora das Lágrimas. Nas reuniões os congregados rezavam o terço e o ofício da Virgem Maria, ouviam conferências marianas e participavam das celebrações eucarísticas.
Em 1807, quando tinha 12 anos, Vicente deixou a escola de São Pantaleão e continuou os estudos ginasiais no Colégio Romano. No Colégio Romano estava também a sede das Congregações Marianas. Vicente participava dos encontros e as reuniões da Congregação Mariana e crescia sua admiração pelos santos do Colégio Romano, em especial por Luiz Gonzaga e João Berchmans cujos quartos se conservam no Colégio Romano e seus corpos se veneram na igreja de Santo Inácio, a igreja do Colégio.
Valendo-nos das suas anotações espirituais, podemos entrever sua relação com Maria e sentir algo do que Maria era para ele e do que ele queria ser para Maria e fazer por ela.
Ele começou a fazer suas anotações espirituais, quando se estava preparando para receber a ordem do subdiaconado. Com incontido entusiasmo juvenil fala de Deus e do seu amor misericordioso para com ele e para com todas as criaturas. Fala de Jesus Cristo, que considera o esposo amadíssimo de sua alma, e fala também bastante de forma superlativa de Maria. As suas anotações não são em forma continuada, mas descontínuas e esporádicas, razão por que é difícil seguir o crescimento gradual da sua devoção e do seu amor a Maria.
Pallotti vê Maria sob muitos ângulos razão por que lhe dá muitos e variados títulos. Mas parece que, desde o início, três títulos se destacam em sua vida e ministério: Maria como Mãe, como Mestra e como Advogada. Eles parecem ser os mais fundamentais e importantes para todo filho e, além disso, estão intimamente relacionados entre si. A mãe não só gesta e dá à luz a vida, mas a alimenta, a protege e a defende. É também a mãe que mais se empenha para que a vida alcance a sua plenitude. Ela é a mãe da vida, a educadora da vida e também a advogada da vida.
Através de Maria, com Maria e com todas as criaturas queria receber a abundância e a plenitude do Espírito Santo, razão por que desejava permanecer sempre espiritualmente no Cenáculo de Jerusalém com Maria, com Jesus e com todas as criaturas à espera do Espírito Santo.
Para honrar Maria Vicente se propôs, nas sextas-feiras, jejuar e rezar o terço em honra da Mãe dolorosa, e, aos sábados, rezar o ofício de nossa Senhora.
Pe. João Batista Quaini

Nenhum comentário: