sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Outubro, o Mês Missionário

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28, 19-20).
Obediente ao mandato de Jesus Cristo a Igreja - como uma comunidade de crentes em Cristo - é missionária. A Igreja tem claramente designada por Cristo a tarefa: fazer-se presente, apoiar e complementar a obra missionaria da salvação. A primeira palavra do mandato missionário de Cristo, dirigida aos discípulos é "ir", e não "venham para os meus discipulos e eles vão evangelizar vocês”. Sem ser missionaria a igreja perde a sua razão de ser.
No contexto desta tarefa que Cristo confiou à Igreja, e melhor compreendemos a missão e o trabalho dos missionários, para que as  pessoas que não conhecem o Evangelho por quase dois mil anos estão se aproximando da e do amor. Graças a esforços e fadigas deles o Cristo é melhor e mais amplamente conhecido. Eles constroem uma Igreja aberta para a salvação de todos os povos. O  Beato João Paulo II em Carta Encíclica Redemptoris Missio sobre a validade permanente do mandato missionário escreve: “A missão é um problema de fé, é a medida exata da nossa fé em Cristo e no Seu amor por nós” (RM 11). Portanto, a motivação mais profunda da atividade missionária deve fluir a partir das demandas profundas de Deus em nós. Cada missionario é primeiramente autentico testemunho do Evangelho, em fundamento da ação dele é a profunda fé em Jesus Cristo.
Quando o século XIX estava terminando um dos pensadores católicos, disse: “O século XX será a tempo de fé ou não vai existir”. O fato de que ele foi o tempo de fé, poderiamos testemunhar ultrapasando o portão do terceiro milênio. O Santo Padre Bento XVI proclamou para o dia de 11 de outubro o inicio do Ano da Fé. “A porta da fé, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma” indica o Santo Padre somente na fé, se fundamenta e compreende a missão (RM 4). 
Não se pode olhar para a missão de outro ponto de vista do que a perspectiva da fé. No centro da fé é Cristo quem salva, e através de nós quer salvar todas as pessoas do terceiro milênio. Por isso como lembra o beato João Paulo II “Não podemos ficar tranquilos, ao pensar nos milhões de irmãos e irmãs nossas, também eles redimidos pelo sangue de Cristo, que ignoram ainda o amor de Deus.A causa missionária deve ser para cada crente, tal como para toda a Igreja, a primeira de todas as causas, porque diz respeito ao destino eterno dos homens e responde ao desígnio misterioso e misericordioso de Deus” (RM 86). Às vezes pessoas perguntam: onde deve-se fazer missão? O lugar da missão esta nos dando o mundo moderno, onde o medo esta reinando, onde têm estupros, perseguiçãos, conflitos, guerras, pobresa, confrontos armados. Onde quer que tais fenômenos ocorram onde falta em pratica o ensinamento do Messias, há um amplo campo de ação aberto para a missão. Falando sobre a missão não falamamos sobre o aumento do número de católicos, mas da qualidade do seu catolicismo: não "quantos", mas "como". Missão, não é só longe de nós. Missão que é questão de fé deve ser feita em cada lugar, pois “a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece!”  (RM 2).
Muita gente que vive do nosso lado precisa ser evangelizada. Ainda hoje são vivas as palavras de são Vicente Pallotti que na sua carta escrita ao Pe. Gaspar del Búfalo, no dia 26 de maio de 1818, dez dias após sua ordenação sacerdotal escreve: “A fé está quase morta em muitos cristãos do nosso tempo”. Pallotti não estava só reclamando a qualidade da fé entre os cristãos, ele com exemplo da sua vida queria aproximar todos para Jesus Cristo. “Nos meus atos de rezar, ensinar, vigiar, estudar, tentarei imaginar como nessas ações se teriam comportado Jesus, Maria, os anjos e santos, e tentarei agir com a mesma perfeição com a qual agiriam eles mesmos”. Pallotti queria seguir os passos do Cristo apóstolo, do Cristo missionário, o que ele procurou fazer em Roma e arredores.
“Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho”! (1 Cor 9,16) Nós nos perguntamos constantemente como hoje falar sobre Deus, sobre Jesus, sobre a salvação. À primeira vista, as palavras ditas por São Paulo parece ser óbvia, clara e inequívoca. Eu não acho que o mundo é um cristão que teria dúvida sobre o fato de que ele tem a responsabilidade sobre o anúncio do Evangelho com a sua vida e palavra. O anúncio do Evangelho não é o anúncio da idéia, mas a transmissão da vida, que nasceu na cruz. Não é, portanto, apenas de uma simples entrega do exemplario gratuito do Novo Testamento, embora seja uma forma de promoção da mensagem do Evangelho. O Evangelho não é tanto de escrita memória de um certo Jesus de Nazaré, mas a idéia de estilo, um modo de ser e de viver. No entanto, para contar aos outros sobre Jesus, precisa-se primeiro ouvir sobre Ele. Não se pode dar algo que você mesmo não tem. Então no inicio do Ano da Fé inevitavelmente levantam-se questões: eu conheço Jesus Cristo? Sou bom disicipulo Dele? Minha vida testemunha o Evangelho? Nenhum de nós vive em um vácuo. Com o desenvolvimento da comunicação e da tecnologia o mundo tornou-se uma aldeia global. Ver crianças famintas na África ou notícias sobre a perseguição de cristãos em outras partes do mundo, afeta a todos nós. Cristo nos chamou só para fazer de nós as suas testemunhasdo nome. Bento XVI salienta que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. “O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um fato privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este 'estar com Ele' introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um ato da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita”. Devemos ser missionários para nossa família, amigos, pessoas com quem nos encontramos regularmente, eles devem ser os primeiros a beneficiar - se do nosso desejo de anunciar o Evangelho. São Vicente Pallotti, a quem no dia 6 de abril de 1963, o beato João XXIII procramou Patrono Principal da Pontifícia união Missionário do Clero, fundou a União do Apostolado Católico para propagar, promover e multiplicar dos meios espirituais e temporais necessários e oportunos para reavivar a fé e reacender a caridade entre os católicos e propagá-la em todos os recantos do mundo.  
Neste sentido se orientam todos os trabalhos no campo da pregação, da catequese, das missões populares, retiros e do testemunho da vida cristã. Através do exemplo e orações que podemos chegar a aqueles com quem não temos a oportunidade de falar. Nossa alegria vai trazer muitos a Cristo, que já ficou à distância, ou eram indiferentes. Levando para o coração as palavras de São Paulo: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho”, devemos sempre lembrar que Deus tem os seus caminhos e os meios para alcançar as pessoas.

Pe. Artur Karbowy SAC

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