sexta-feira, 8 de maio de 2009

PARA QUE PRODUZAIS MUITO FRUTO

Existe uma árvore que não é muito conhecida em Portugal que tem o nome de jabuticabeira. Esta tem o nome pelo seu fruto que é a jabuticaba. Esta árvore geralmente produz muito fruto. Este é, exteriormente muito parecido com a uva, com a diferença que não cresce em cacho, mas colado ao tronco ou aos galhos desta árvore.
É tanta a sua produtividade que por vezes, mesmo na raiz, quando esta está descoberta, crescem nela os frutos. Por que estou a escrever isto? Porque os primeiros cristãos, de modo especial São Paulo, do qual estamos a viver o ano, eram como a jabuticabeira. Produziam frutos em toda a parte, “até na raiz”. Na primeira leitura de hoje, vemos São Paulo, recém-convertido, já pregando com ousadia em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. E não somente ele que foi chamado a ser Apóstolo, mas também os fiéis leigos. Basta ver Actos: “Entretanto, os que se tinham dispersado, devido à perseguição desencadeada por causa de Estêvão, adiantaram-se até à Fenícia, Chipre e Antioquia, mas não anunciavam a palavra senão aos judeus. 20Houve, porém, alguns deles, homens de Chipre e Cirene que, chegando a Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando-lhes a Boa-Nova do Senhor Jesus.” (Act 11,19-20) Ou seja, os cristãos, obrigados a abandonar suas casas, seus bens e fugir para salvar suas vidas durante a perseguição, ao invés de murmurar contra Deus, começavam logo, para onde iam, a anunciar o Nome de Jesus Cristo. Eles eram como a jabuticabeira que davam frutos em toda a parte: perseguidos ou em paz; na riqueza ou na pobreza. Eles tinham amor a Cristo e um santo temor de Deus. Não queriam ser separados de Jesus. Na certa eles tinham ouvido e guardado no coração as palavras do Evangelho de hoje: “«Eu sou a videira verdadeira e o meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto, para que dê mais fruto ainda.” (Jo 15,1-2) O que é o fruto? É aquilo que na planta não serve para ela mesma, mas sim para os outros. O fruto contém alimento e semente. Alimento para saciar a fome de outros e semente para reproduzir a planta. Trazendo para nós, o fruto é caridade e apostolado.

O cristão que está em Cristo (­­­­“Comungo, não mato, não roubo….”), mas que não dá fruto de caridade e de apostolado, é cortado da videira que é Jesus. E todo o que produz fruto é limpo, podado e santificado pelo Pai Celeste. Porém, se estivermos de facto unidos a Cristo, não há como não produzir frutos. Para nós padres dizia o Santo Padre o Papa Bento XVI: «A celebração eucarística é o acto de oração maior e mais alto e constitui o centro e a fonte da qual também as demais formas de oração recebem a "seiva": a liturgia das horas, a adoração eucarística, alectio divina, o santo Rosário, a meditação». «O sacerdote que reza muito e reza bem, vai ficando progressivamente despojado de si mesmo e fica cada vez mais unido a Jesus, Bom Pastor e Servo dos irmãos»

Quanto aos leigos, devem adaptar-se às condições próprias de sua vida. De uma macieira Deus Nosso Senhor espera maçãs e não figos. Assim cada um deve produzir frutos de caridade e de apostolado consoantes à sua realidade vital. Convivi há alguns anos atrás com um senhor que me parece ser um luminoso exemplo disso. Ele tinha, salvo erro, de escolaridade, apenas a quarta série primária. Porém era (penso que ainda será) um homem de uma profunda piedade. Acordava cedo, e como era ministro da Comunhão Eucarística e tinha as chaves da Igreja, ia para adorar o Santíssimo antes das cinco da manhã e permanecia até as sete. Mesmo tendo tão pouca escolaridade, sentava-se na mesma mesa junto com médicos de alto gabarito, como sócio conselheiro da instituição mantenedora do Hospital São José do Avaí, que ele, como vicentino, ajudou a fundar. Este hospital foi o primeiro no estado do Rio e Janeiro a fazer transplante de coração com equipa local; é também, actualmente, o segundo maior centro de cirurgia de aneurisma do mundo. Quem deu força a esse homem para produzir tanto fruto? Só podemos dizer o que diz o Salmo 118: “Isto foi obra do Senhor e é um prodígio aos nossos olhos.” (Sl 118,23) Estamos também no mês de Maio, mês de Nossa Senhora. O último dia deste mês, ou seja dia 31, é também dia de Pentecostes. Que este mês de Maio seja todo um grande cenáculo, ou melhor, uma grande “novena” (com mais de nove dias) de Pentecostes, na qual pedimos que o Espírito Santo reacenda em nós o ardor apostólico e caritativo. Vem Espírito Santo e renova a face da terra….

Para as células de Evangelização:
Comente a frase do Evangelho: “Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer.” (Jo 15,5) Como podemos, junto com Nossa Senhora, neste mês de Maio, nos preparar melhor para celebrar Pentecostes?

Pe. Marcelo

2 comentários:

ARRUMAÇÃO disse...

Olá, caros irmãos, sou Padre em uma cidade chamada Setubinha de Minas Gerais e temos uma comunidade rural que quer colocar Santo Ângelo como padroeiro e gostaria de saber como conseguir a imagem e mais sobre a história dele. Desde já agradeço: Pe. Ageney Gomes Bredoff

Artur disse...

Ola Pe. Ageney, por favor colocar seu endereço de email e eu mando paraSenhor informaçãos sobre Santo Angelo

Pe. Artur